Buscar

TRABALHO PENAL I Princípios da legalidade penal e da proteção a bens jurídicos interseções com a Constituição e o Estado Democrático de Direito

Prévia do material em texto

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Unidade Betim 
Curso de Direito – 2. º período – 2. º semestre / 2013
Disciplina: Direito Penal I – noite 
Professor: Vinícius Diniz Monteiro de Barros
AVALIAÇÃO PARCIAL: pesquisa bibliográfica e acompanhamento da matéria lecionada.
Alunos: Bárbara de Souza Borges, Jean Lucca Vialli Baudson, Viviane Resende Diniz
Princípios da legalidade penal e da proteção a bens jurídicos: interseções com a Constituição e o Estado Democrático de Direito
Os princípios penais, seja em nível constitucional ou infraconstitucional, constituem o núcleo essencial que orienta toda a matéria penal (PRADO, 2012, p. 156), e originam-se dos valores ético-culturais e jurídicos vigentes em uma comunidade social, decorrentes de um processo histórico-político. Esses princípios penais são primordiais para a limitação do poder punitivo do Estado, na sua tarefa de salvar em lei a liberdade e direitos fundamentais. Desta forma, pode-se dizer que os princípios penais funcionam tanto como fundamento quanto como limite da responsabilidade penal.
O direito penal, sendo um ramo do ordenamento jurídico, tem como função fundamental, a proteção dos bens jurídicos essenciais aos indivíduos e à coletividade. Dessa forma, o direito penal não procederá à proteção de bens de forma indistinta e aleatória, ou tão pouco procederá à proteção de todos os bens existentes. Ao contrário ficará adstrito à proteção dos bens jurídicos mais relevantes dos ataques mais gravosos que estes estejam suscetíveis de sofrer. Tal proteção tem como resposta a pena privativa de liberdade, uma das garantias constitucionais mais preciosas.
O Instituto de proteção dos bens jurídico-penais atua como limitador do direito de punir do estado, exercendo dessa forma papel indispensável no Estado Democrático de Direito, assegurando a manutenção das garantias individuais do cidadão. A limitação do (ius puniendi) é dada pelo princípio da legalidade (nullum crimen, nulla poena sine lege), que está previsto na Constituição Federal de 1988 em seu art. 5º, inciso XXXIX e, ainda, no artigo 1º do Código Penal. 
De acordo com o esse princípio, nenhum fato pode ser considerado crime e nenhuma pena criminal pode ser aplicada sem que antes desse mesmo fato tenham sido instituídos por lei um tipo delitivo e a pena respectiva, o que constitui a limitação ao poder estatal de interferir na esfera das liberdades individuais (TOLEDO, 2002, p. 21). Assim o princípio da legalidade serve para evitar uma punição arbitrária e não prevista em lei ou baseada em uma lei imprecisa ou retroativa. Desta forma, o princípio da legalidade concebe ao cidadão uma segurança de que não poderá responder criminalmente por um fato que, ao tempo de sua ocorrência, não era considerado crime. Este princípio é enunciado pela expressão (nullumcrimen, nullapoena, sine lege), construída por Feuerbach no começo do Século XIX, o qual também procurou dar ao princípio um fundamento jurídico-penal, e não apenas político como até então se via (TOLEDO, 2002, p. 21).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal, volume 1: Parte Geral. 13.ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos de direito penal. São Paulo: Saraiva, 2002.
PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro. 11. ed., rev., atual. eampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.

Continue navegando