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QUÍMICA A Ciência Central 9ª Edição Profª. Livia Carneiro liviacarneiro@usp.br Química Geral II 24/08/2017 Reações em fase gasosa: Se um dos produtos ou reagentes é gasoso, é possível monitorar a pressão parcial ou total ao invés da concentração em mol/L. Ex.: Decomposição do H2O2 2 H2O2 2 H2O(l) + O2(g) Ex.: Decomposição do H2O2 a 20 ºC. 2H2O2 (aq) 2H2O (l) + O2 (g) PV = nRT P = RT = [O2]RT n V [O2] = P RT 1 V = D[O2] Dt RT 1 DP Dt = Exercício 1: • A velocidade de decomposição do azometano (C2H6N2) é estudada pela medição da pressão parcial do reagente em função do tempo: Os valores experimentais obtidos a 300ºC são apresentados na seguinte tabela: Estes valores são compatíveis com uma cinética de primeira ordem? Em caso afirmativo, determine a constante de velocidade. Tempo (s) Pressão parcial de azometano (mmHg) y = -0,5049x + 275,64 R² = 0,9849 0 50 100 150 200 250 300 0 100 200 300 400 Série1 Linear (Série1) Linear (Série1) y = -0,0026x + 5,6481 R² = 1 4,8 4,9 5 5,1 5,2 5,3 5,4 5,5 5,6 5,7 0 100 200 300 400 Série1 Linear (Série1) y = 1E-05x + 0,0033 R² = 0,9865 0 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006 0,007 0,008 0 100 200 300 400 Série1 Linear (Série1) Tempo (s) P (mmHg) 0 284 100 220 150 193 200 170 250 150 300 132 Tempo (s) lnP (mmHg) 0 5,648974 100 5,393628 150 5,26269 200 5,135798 250 5,010635 300 4,882802 Tempo (s) 1/P (mmHg) 0 0,003521 100 0,004545 150 0,005181 200 0,005882 250 0,006667 300 0,007576 Meia-vida de reações de 1ª Ordem Tempo de meia-vida de uma substância: É o tempo necessário para que sua concentração caia pela metade do valor inicial. Duas reações de primeira ordem com duas constantes de velocidade diferentes 𝑡1 2 = 𝑙𝑛2 𝑘 = 0,693 𝑘 Em uma reação de primeira ordem a meia-vida é constante, não importa a concentração inicial, metade do reagente terá sido consumido naquele mesmo t1/2. Ex.: A decomposição do etano (C2H6) em radicais metila é uma reação de primeira ordem com uma constante de velocidade de 5,36.10-4 s-1 a 700ºC. C2H6(g) 2 CH3(g) Calcule o tempo de meia-vida da reação em minutos. Ex.: Suponha que uma pessoa tenha sofrido um envenenamento com vapor de mercúrio. E que o nível de mercúrio determinado em um exame de urina seja proporcional à concentração de mercúrio no organismo (concentração de mercúrio=1,54 mg/L). O mercúrio (II) é eliminado do organismo por um processo de primeira ordem que tem meia-vida de 6 dias. Qual seria a concentração de mercúrio (II) na urina do paciente, em miligramas por litro, após 30 dias, se medidas terapêuticas não fossem tomadas? Dependência da constante de velocidade com a temperatura • As velocidades de reação aumentam com o aumento da temperatura. • As reações químicas ocorrem como consequencia de colisões entre as moléculas dos reagentes. • Esta relação também explica a dependência da velocidade de reação em relação à concentração. 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 ∝ 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑙𝑖𝑠õ𝑒𝑠 𝑠 Teoria das colisões: Como as reações químicas ocorrem em nível molecular? Uma reação só pode ocorrer se os reagentes se encontram, se ocorrer uma colisão! Supõe-se neste modelo que as moléculas se comportem como bolas de bilhar Quando elas se colidem a velocidades baixas elas ricocheteiam; Quando o impacto tem energia alta elas podem se despedaçar. Se duas moléculas colidem com energia cinética abaixo de um certo valor elas simplesmente ricocheteiam (não ocorre reação química) Se elas se encontram com energia superior a este valor, ligações químicas podem se quebrar e novas ligações podem se formar. Emín (energia cinética mínima necessária para a reação). Teoria das colisões: Teoria quantitativa A velocidade da reação pode ser influenciada por 3 importantes fatores: 1) A frequência com que as moléculas colidem (número de colisões por segundo) 2) A fração de moléculas com energia mínima: colisões com pelo menos a energia Emín necessária para que a reação ocorra. 3) Fator orientação: Fator estérico (fator orientação ou de probabilidade) Teoria das colisões: Teoria quantitativa Fator fração de moléculas com energia mínima: fração de moléculas que colidem com energia cinética igual ou maior do que a Emín, só essas colisões levam à reação. Fração de colisões = e (-Emín/RT) Emín (Ea)= energia cinética mínima necessária para que uma colisão leve à reação, ou para que uma colisão seja efetiva. Teoria das colisões: O modelo de colisões leva em conta os três fatores: K = P (s Vrel NA 2) x (e (-Emín/RT)) Fator estérico (fator orientação ou de probabilidade) Frequência de colisões (nº colisões por segundo) Fração de moléculas com Emín. De acordo com a teoria das colisões das reações em fase gasosa, uma reação só ocorre se as moléculas reagentes colidem com uma energia cinética no mínimo igual à energia de ativação e se elas o fazem com a orientação correta. RT Ea Aek Estado de transição Estado de transição: a colisão entre as moléculas leva à formação de um complexo ativado ou estado de transição. A partir daí pode haver a formação dos produtos ou se separarem e restabelecer as ligações dos reagentes. De acordo com a teoria do estado de transição, uma reação só ocorre se duas moléculas adquirem energia suficiente, talvez do próprio solvente ao redor ou pelo aumento de temperatura, para formar um complexo ativado e atravessar uma barreira energética. Efeito da Temperatura Cinética Química As velocidades das reações químicas dependem da temperatura Observação Qualitativa: As reações acontecem mais rapidamente quando a temperatura aumenta. Como a velocidade de uma reação varia com a temperatura? No século XIX Svant Arrhenius descobriu que um gráfico de lnk x 1/T é uma linha reta! A dependência da constante de velocidade com a temperatura por ser expressa pela equação de Arrhenius: Arrhenius demonstrou que: Um gráfico de ln k versus 1/T terá uma inclinação de –Ea/R e intercepto de ln A. ln k = intercepto + inclinação x 1/T A RT E k a lnln Lei de Arrhenius • As duas constantes, A e Ea, são conhecidas como parâmetros de Arrhenius da reação e são determinadas experimentalmente (são independentes da temperatura; dependem da reação em questão). • A: fator pré-exponencial (fator de frequência, relacionado ao nº de colisões) • Ea: energia de ativação • T: temperatura (Kelvin) • R: constante dos gases (8,31 J/mol.k) (o uso da constante dos gases não significa que a Equação de Arrhenius é somente aplicada aos gases; também se aplica às reações em solução aquosa) • Podemos entender como certas reações são termodinamicamente espontâneas mas não ocorrem a uma velocidade mensurável: suas energias de ativação são tão altas que muito poucas colisões levam à reação RT Ea Aek Lei de Arrhenius As reações que apresentam uma linha reta em um gráfico de lnK x 1/T têm comportamento de Arrhenius. Quanto maior a inclinação, ou seja, para grandes valores de Ea (acima de 60 kJ/mol) o k (ou a velocidade da reação) aumenta mais rápido quando ocorre um aumento de temperatura Variação da constante de velocidade com a temperatura de duas reações que têm energiasde ativação diferentes As velocidades das reações dependem fortemente da temperatura para reações de elevadas energias de ativação Lei de Arrhenius A equação de Arrhenius é usada na predição do valor de uma constante de velocidade em uma temperatura a partir de seu valor em outra temperatura. Se temos duas constantes de velocidades em duas diferentes temperaturas: Na temperatura T’: Na temperatura T: Subtraindo as duas equações: A partir desta equação: A constante de velocidade aumenta com a temperatura; Para uma mesma diferença de temperatura, a variação na constante de velocidade é maior se Ea é maior. Ex: Comparação para uma reação em que Ea=50 kJ/mol e Ea=5 kJ/mol e uma variação de 10ºC em T (273K e 283K), o que ocorre com o k na temperatura mais elevada se o k na temperatura mais baixa for igual a 2 s-1? 𝑙𝑛 𝑘′ = 𝑙𝑛𝐴 − 𝐸𝑎 𝑅𝑇 ′ 𝑙𝑛 𝑘 = 𝑙𝑛𝐴 − 𝐸𝑎 𝑅𝑇 𝑙𝑛 𝑘′ 𝑘 = 𝐸𝑎 𝑅 1 𝑇 − 1 𝑇′ Medida de uma energia de ativação Exemplo: A constante de velocidade da reação de segunda ordem entre bromoetano e íons hidroxila em água foi medida em várias temperaturas com os resultados mostrados abaixo. Determine a energia de ativação da reação. C2H5Br(aq) + OH - (aq) → C2H5OH(aq) + Br - (aq) T(ºC) 25 30 35 40 45 50 K (L.mol-1s-1) 8,8.10-5 1,6.10-4 2,8.10-4 5,0.10-4 8,5.10-4 1,49.10-3 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 0,00305 0,0031 0,00315 0,0032 0,00325 0,0033 0,00335 0,0034 ln k 1/T lnk Linear (lnk) 1/T lnk 0,003356 -9,33817 0,0033 -8,74034 0,003247 -8,18072 0,003195 -7,6009 0,003145 -7,07027 0,003096 -6,50898 y = -10856x + 27,083 R² = 0,9998 Exemplo: A constante de velocidade da reação de segunda ordem entre bromoetano e íons hidroxila em água foi medida em várias temperaturas com os resultados mostrados abaixo. Determine a energia de ativação da reação. C2H5Br(aq) + OH - (aq) → C2H5OH(aq) + Br - (aq) Exercício 1: A seguinte reação foi estudada em fase gasosa a 290ºC pelo registro da variação da pressão em função do tempo em um recipiente de volume constante: A 2 B A partir dos resultados apresentados na tabela, em que P é a pressão total em cada instante de tempo, determine: a) A ordem da reação e a constante de velocidade. b) A pressão total no tempo de 1800 s. Tempo (s) P (mmHg) 0 15,76 181 18,88 513 22,79 1164 27,08
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