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Resumo Fisio Sistema Digestório (Até Intestino Delgado)

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Resumo – Fisiologia do Sistema Digestório (Aula 1)
Funções e processos digestórios
O trato gastrintestinal é um tubo longo que passa através do corpo. O tubo possui paredes musculares revestidas com epitélio e é fechado por um esfíncter de músculo esquelético em cada extremidade. Pelo fato de o trato GI estar aberto para o meio externo, o lúmen e seu conteúdo são de fato parte do meio externo. A função primária do trato GI é transportar nutrientes, água e eletrólitos do meio externo para o meio interno do corpo.
As enzimas que digerem os alimentos não devem digerir as células do próprio trato GI. Se os mecanismos protetores contra a autodigestão falham, podemos desenvolver lesões conhecidas como úlceras pépticas nas paredes do trato GI.
Outro desafio que o sistema digestório enfrenta diariamente é o balanço de massa: equilibrar a entrada com a saída de líquido. As pessoas ingerem cerca de 2 litros de líquido por dia. Além disso, as glândulas e células exócrinas secretam aproximadamente 7 litros de enzimas, muco, eletrólitos e água no lúmen do trato GI. Esse volume precisa ser absorvido ou o corpo desidrataria rapidamente. Normalmente a absorção é muito eficiente, e apenas cerca de 100 mL de líquido é perdido nas fezes.
Um desafio final que o sistema digestório enfrenta é repelir invasores externos. A maior área de contato entre o meio interno e o mundo externo está no lúmen do sistema digestório. Para proteger o sistema digestório, o epitélio transportador do trato GI é auxiliado por um conjunto de mecanismos fisiológicos de defesa, incluindo muco, enzimas digestórias, ácido e a maior coleção de tecido linfático do corpo, o tecido linfático associado ao intestino (GALT). Estima-se que 80% de todos os linfócitos do corpo sejam encontrados no sistema digestório.
Os quatro processos básicos do sistema digestório são: digestão, absorção, motilidade e secreção. A digestão é a quebra ou degradação química e mecânica dos alimentos em unidades menores que podem ser levadas através do epitélio intestinal para dentro do corpo. A absorção é a transferência ativa ou passiva de substâncias do lúmen do trato GI para o LEC. A motilidade é o movimento de material no trato GI como resultado de contrações musculares. A secreção refere-se tanto à transferência transepitelial de água e íons do LEC para o lúmen quanto à liberação de substâncias sintetizadas pelas células epiteliais GI.
Parte da absorção de nutrientes muda em resposta a alterações ambientais de longo prazo. Em contraste, a motilidade e a secreção são continuamente reguladas, a fim de maximizar a disponibilidade de material absorvível. A motilidade é regulada porque se o alimento se move pelo sistema GI muito rapidamente, não há tempo suficiente para que todo o conteúdo do lúmen seja digerido e absorvido. A secreção é regulada porque se as enzimas digestórias não são secretadas em quantidades adequadas, o alimento no TGI não pode ser degradado até uma forma absorvível.
Quando os nutrientes digeridos são absorvidos e chegam às células do corpo, o metabolismo celular determina o seu uso ou armazenamento.
A energia que os processos biológicos celulares necessitam não consiste em calor e, sim, em energia para os movimentos mecânicos, no caso da função muscular, para concentrar solutos no caso da secreção glandular e para efetuar outras funções celulares. Para fornecer essa energia, as reações químicas devem estar acopladas aos sistemas responsáveis por estas funções fisiológicas. Esse acoplamento é obtido por meio de sistemas de enzimas celulares especiais e de transferência de energia.
“Energia livre” A quantidade de energia liberada pela oxidação completa de um alimento é chamada energia livre de oxidação dos alimentos e é, em geral, representada pelo símbolo G. A energia livre é usualmente expressa em termos de calorias por mol de substância. 
Anatomia fisiológica do sistema digestório
Na cavidade oral, os primeiros estágios da digestão iniciam com a mastigação e a secreção da saliva, por três partes de glândulas salivares: glândulas sublinguais, glândulas submandibulares e glândulas parótidas, perto da articulação da mandíbula.
Uma vez deglutido, o alimento se move no trato GI. Em intervalos ao longo do trato, existem anéis de músculo liso que funcionam como esfíncteres para separar o tubo em segmentos com funções distintas. O alimento move-se pelo trato sendo propelido por ondas de contrações musculares. Ao longo do caminho, são adicionadas secreções ao alimento pelo epitélio secretório, pelo fígado e pelo pâncreas, criando uma mistura com uma consistência parecida com a de uma sopa (cremosa), conhecida como quimo.
A digestão ocorre principalmente no lúmen do tubo. Os produtos da digestão são absorvidos através do epitélio e passam para o compartimento extracelular. De lá eles vão para o sangue ou linfa e são distribuídos para todo o corpo. Qualquer resíduo que permanece no lúmen no final do trato GI deixa o corpo pela abertura conhecida como ânus.
Digestão na boca
A enzima amilase salivar começa a degradação do amido na boca. Uma vez que somente os monossacarídeos podem ser absorvidos para a corrente sanguínea, os dissacarídeos e os polissacarídeos ingeridos devem ser degradados. A amilase rompe as ligações nos amidos, para reduzir os polissacarídeos de cadeia longa ao dissacarídeo maltose. A amilase salivar continua agindo no alimento deglutido por cerca de mais uma hora, até que os ácidos gástricos a inativem.
Deglutição
Algumas vezes, após o alimento ter penetrado no estômago, o conteúdo gástrico pode refluir à parte inferior do esôfago. O ácido clorídrico (HCl) do conteúdo pode irritar a parede esofágica, resultando em uma sensação de ardência (queimação) conhecida como azia (pirose), a qual é sentida na região próxima ao coração.
Estômago
Anatomia
Quando o estômago está vazio, a túnica mucosa permanece com grandes pregas gástricas, que podem ser vistas a olho nu. A superfície da túnica mucosa é uma camada de células epiteliais colunares simples não-ciliadas, denominadas células mucosas de superfície. As células epiteliais também se estendem profundamente nas pregas, formando muitos canais estreitos denominados fovéolas (fossas) gástricas, que são revestidos com células secretoras denominadas glândulas gástricas. As secreções das glândulas gástricas fluem para as fovéolas gástricas e então para o lúmen do estômago. As glândulas contêm três tipos de células exócrinas: células mucosas do colo, células principais (zimogênicas) e células parietais (oxínticas). Além disso, as glândulas gástricas incluem um tipo de célula produtora de hormônio (células G).
As células principais secretam uma enzima gástrica inativa denominada pepsinogênio. As células parietais produzem ácido clorídrico, que ajuda a converter o pepsinogênio na enzima ativa pepsina, e o fator intrínseco envolvido na absorção de vitamina B12. As secreções das células mucosas, principais e parietais são coletivamente denominadas suco gástrico. As células G secretam o hormônio gastrina na corrente sanguínea. A gastrina estimula a secreção do suco gástrico, aumenta a motilidade do trato GI e relaxa o músculo esfíncter pilórico.
Digestão no estômago
Mecânica
Vários minutos após o alimento entrar no estômago, movimentos peristálticos suaves denominados ondas de mistura passam pelas paredes do estômago a cada 20 segundos. Essas ondas maceram o alimento, misturam-no com as secreções das glândulas gástricas e o transformam em um líquido fino denominado quimo. 
Química
A principal atividade química do estômago é iniciar a digestão das proteínas através da pepsina. A pepsina rompe certas ligações peptídicas das proteínas.
O que impede a pepsina de digerir as proteínas das células do estômago? Primeiro, a pepsina é secretada em forma inativa (pepsinogênio). Ela não convertida em pepsina ativa até entrar em contato com o ácido clorídrico. Segundo, as células do estômago são protegidas pelo muco.
Regulação da Secreção Gástrica
Estimulação
A secreçãodo suco gástrico e a contração do músculo liso na parede do estômago são controlados por mecanismos nervosos e hormonais. O alimento de qualquer tipo causa distensão que estimula os receptores na parede do estômago a enviarem impulsos à medula oblonga (bulbo) e novamente às glândulas gástricas. Proteínas parcialmente digeridas, cafeína e um pH alto do quimo do estômago também estimulam a secreção de suco gástrico, desencadeando a liberação da gastrina.
Inibição
A presença de alimento no intestino delgado finalmente inibe a estimulação parassimpática e estimula a atividade simpática. Isso inibe a secreção gástrica. 
Vários hormônios intestinais menores estão envolvidos na inibição da secreção gástrica. Um deles é o peptídeo inibitório gástrico (PIG), que inibe a secreção e motilidade gástricas. Outro é a secretina, que diminui a secreção gástrica. Finalmente, a colecistoquinina, que inibe o esvaziamento gástrico.
Regulação do Esvaziamento Gástrico
O esvaziamento gástrico é a liberação do quimo do estômago no duodeno. O estômago esvazia todo o seu conteúdo no duodeno em 2 a 6 horas após a ingestão. Os alimentos ricos em carboidrato passam menos tempo no estômago.
O esvaziamento é controlado por atividade nervosa e hormonal.
Absorção
A parede do estômago é impermeável à passagem da maioria dos materiais ao sangue, de modo que a maioria das substâncias não é absorvida até atingir o intestino delgado. Contudo, o estômago absorve um pouco de água, alguns eletrólitos, certas drogas (aspirina) e álcool. A absorção do álcool é mais rápida em mulheres devido a menor presença da enzima álcool desidrogenase.
Pâncreas
Suco Pancreático
O suco pancreático é um líquido claro, incolor, que consiste principalmente de água, alguns sais, bicarbonato de sódio (pH levemente alcalino) e enzimas. O pH do pâncreas interrompe a ação da pepsina do estômago e cria o ambiente correto para as enzimas do intestino delgado. As enzimas no suco pancreático incluem uma enzima que digere os carboidratos, denominada amilase pancreática; várias enzimas que digerem proteínas, denominadas tripsina, quimotripsina e carboxipeptidade; a principal enzima que digere os triglicerídeos em adultos, denominada lipase pancreática; e enzimas que digerem os ácidos nucleicos, denominadas ribonuclease e desoxirribonuclease.
As enzimas que digerem as proteínas são produzidas em forma inativa para impedi-las de digerir o próprio pâncreas. A forma inativa é ativada no intestino delgado.
Fígado
Bile
Os hepatócitos secretam bile, um líquido amarelado, marrom ou verde-oliva. A bile consiste principalmente em água e sais biliares, colesterol, um fosfolipídio, pigmentos biliares e vários íons. 
A bile é parcialmente um produto de excreção e parcialmente uma secreção digestiva. Os sais biliares auxiliam na emulsificação, a conversão de glóbulos de triglicerídeos em uma suspensão de gotículas de triglicerídeos, e na absorção de triglicerídeos após sua digestão. O principal pigmento biliar é a bilirrubina.
Funções do Fígado
Metabolismo dos carboidratos.
Metabolismo dos lipídios.
Metabolismo das proteínas.
Remoção de drogas e hormônios.
Excreção de bile.
Síntese de sais biliares.
Armazenamento
Fagocitose.
Ativação da vitamina D.
Intestino Delgado
A maior parte da digestão e da absorção ocorre no intestino delgado. Ele é um tudo que mede cerca de 2,5 cm de diâmetro e 6,5 m de comprimento em um cadáver.
A túnica mucosa forma uma série de vilosidades em forma de dedos. Estas projeções tem de 0,5 a 1 mm de comprimento e dão à túnica mucosa um aspecto aveludado. O grande número de vilosidades intestinais aumenta muito a área de epitélio disponível para a absorção e a digestão. Cada vilosidade intestinal tem um centro de tecido conjuntivo que contém uma arteríola, uma vênula, uma rede capilar e um quilífero, que é um capilar linfático. Os nutrientes absorvidos pelas células epiteliais que revestem as vilosidades intestinais passam através da parede de um capilar sanguíneo ou quilífero para penetrar no sangue ou na linfa.
O epitélio da túnica mucosa consiste de epitélio colunar simples que contém células absorventes, células caliciformes (secretam muco), células granulares basais (produtoras de hormônios) e células de Paneth. A membrana das células absorventes apresenta microvilosidades, projeções citoplasmáticas microscópicas que aumentam acentuadamente a área de absorção. Estima-se que 1 mm quadrado de intestino delgado contenha cerca de 200 milhões de microvilosidades.
Além das microvilosidades e vilosirdades, um terceiro conjunto de projeções denominadas pregas circulares aumenta ainda mais a área de superfície. As pregas são dobras permanentes da mucosa. Elas aumentam a absorção fazendo o quimo mover-se em espiral, em vez de se mover em linha reta, á medida que passa através do intestino delgado. As pregas circulares e as vilosidades intestinais diminuem de tamanho no íleo, de modo que a maior parte da absorção ocorre no duodeno e no jejuno. A área de superfície absortiva aumenta cerca de 600 vezes devido às vilosidades intestinais, às microvilosidades e às pregas circulares.

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