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UNESA
Curso de Psicologia
Clínica Psicanalítica
Profa. Aline Vilhena Lisboa
Término e reanálise
O tempo de uma análise está idealmente associado à concepção vigente do final do tratamento. No seu texto da maturidade: “Análise finita e infinita”, ou “terminável ou interminável” como foi traduzido, é nesses termos que Freud se refere: “Todo analista deveria periodicamente - com intervalos de aproximadamente cinco anos - submeter-se mais uma vez à análise, sem se sentir envergonhado por tomar esta medida”. Sob a denominação de “re-análise” parece estarmos frente a um fato novo, a retomada de análise é algo já descrito por Freud. Não existe um indicador definitivo do término de uma análise mas existem critérios que permitiriam considerá-la como terminada; critérios, no entanto, que podem ser questionados, por exemplo: 
1. a qualidade do analista: são muitos os ex-pacientes de Freud e de Lacan que, ou retomaram uma análise, ou a continuaram, após a morte deles, com um ou vários outros analistas. 
2. ter feito o passe: alguns colegas que se submeteram a este procedimento, nomeados ou não A.E. (Analista da Escola) retomaram uma análise. 
3. ser A.M.E; (Analista Membro da escola): este título de garantia deveria dar mais responsabilidade que dignidade, podendo assim favorecer, em certos casos, a retomada de uma análise. 
4. pelo tempo de divã: não quer dizer muito, pois não se trata de envelhecer o paciente. Psicanálise e Psicofarmacologia Desde tempos imemoriais sabe-se que substâncias químicas introduzidas no corpo podem modificar estados psíquicos. Álcool, ópio, haxixe, cocaína, alucinógenos... foram usados largamente na história, pelas mais diversas civilizações associados `as práticas de cura, de união com os deuses e com o sagrado, de revelação e `aquelas puramente hedonistas. "O serviço prestado por estas substâncias na luta pela felicidade e no afastamento da desgraça é tão apreciado como um benefício que tanto indivíduos quanto povos lhes concederam um lugar permanente na economia de sua libido".
5. A moderna psicofarmacologia é feita,portanto, de medicações antipsicóticas, antidepressivas, ansiolíticas, estabilizadoras do humor e anti-epilépticas, distribuídas em vários grupamentos químicos com seus protótipos. A extensão do uso provou que elas não eram tão específicas quanto se imaginava inicialmente e,apesar de permanecer vigente a classificação por finalidades terapêuticas básicas,elas se modificaram sensivelmente, se ampliaram ou confluiram. Assim,verificou-se que os antidepressivos tratavam mais eficazmente alguns distúrbios ligados à angústia (síndrome do pânico,por ex) do que a maior parte dos ansiolíticos;verificou-se que os neurolépticos podiam ser utilizados em transtornos impulsivos ou em doenças pertencentes ao espectro obsessivo compulsivo(Gilles de la Torrete, por,ex);verificou-se que algumas medicações antiepilépticas podiam ser utilizadas para tratamento e prevenção de transtornos de humor ou afetivos... 
A Psicanálise, enquanto modo de investigação dos processos mentais,método de tratamento baseado nestas investigações e conjunto de teorias psicológicas e psicopatológicas em que são sistematizados os dados introduzidos a partir da investigação e tratamento25, pertence,evidentemente, ao campo clínico.Ela se aplica à psiquiatria e estabelece com os discursos e disciplinas que a compõe relações das mais díspares. 
As novas manifestações do sofrimento psíquico
Algumas personalidades retornam na atualidade com a mesma modalidade de identificação com a morte quando no tempo de Freud. Dentre várias situações podemos destacar o suicida, o adicto, o transtornos alimentares e o sujeito da depressão. A depressão figura como uma das principais formas de manifestação do sofrimento psíquico presente na contemporaneidade, sendo comum a referência a este período como “era das depressões”, em comparação ao final do século XIX, que foi marcado pela histeria. Muitos autores dedicaram-se a compreender a depressão como o mal da contemporaneidade, ou da pós-modernidade, como preferem alguns estudiosos, e passaram a correlacioná-la com a organização social, econômica e política predominante neste tempo. A depressão, juntamente com outras doenças chamadas de “as novas patologias”, ganhou status de efeito colateral da pós-modernidade, e com isso o número de trabalhos sobre essa problemática cresceu em escalas geométricas. Luto e Melancolia O luto, de modo geral, é a reação à perda de um ente querido, à perda de alguma abstração que ocupou o lugar de um ente querido, como o país, a liberdade ou o ideal de alguém, e assim por diante. Em algumas pessoas, as mesmas influências produzem melancolia em vez de luto; por conseguinte, suspeitamos de que essas pessoas possuem uma disposição patológica. O luto afasta a pessoa de suas atitudes normais pra com a vida, mas sabemos que este afastamento não é patológico, normalmente é superado após certo tempo e é inútil e prejudicial qualquer interferência em relação a ele. Os traços mentais distintivos da melancolia são um desânimo profundamente penoso, a cessação de interesse pelo mundo externo, a perda da capacidade de amar, a inibição de toda e qualquer atividade, e uma diminuição dos sentimentos de auto-estima a ponto de encontrar expressão em auto-recriminação e auto-envilecimento, culminando numa expectativa delirante de punição. A perturbação da auto-estima normalmente esta ausente no luto, fora isto as características são as mesmas. 
Psicanálise e as neurociências
A psicanálise e a neurociência já estiveram muito próximas e o seu ponto de ligação foi Sigmund Freud. Ele iniciou sua carreira como neuroanatomista e neurologista e, até o fim da vida, manteve a convicção de que os fenômenos mentais possuem um substrato biológico. Trabalhou nos laboratórios do fisiologista Ernst Brücke e do neuroanatomista e psiquiatra Theodor Meynert, e atuou com neurologista no hospital geral de Viena. Antes de criar a psicanálise, escreveu monografias sobre a paralisia cerebral infantil e sobre a afasia. Com o advento das neurociências, neste século, chegou o momento de reinserir a psicanálise no rol das ciências naturais (com mais precisão, biológicas). Assim, a observação dos comportamentos manifestos do inconsciente, através de suas afecções psíquicas, far-se-á pela observância dos fenômenos biológicos do corpo-mente e, de modo especifico do funcionamento do cérebro. Ora, aceitando os paradigmas das ciências naturais (biologia evolucionista, neurobiologia, neuro-anatomia e a biologia molecular e genética), então a apropriação (digo teórica) do aparelho psíquico fica concebido como um sistema neurobiológico, de tal maneira que os sintomas psicopatológicos podem ser verificados (verificabilidade empírica) pelos acontecimentos/eventos psicossomáticos e não permanecerem a nível semântico. O próprio neurocientista Edelman (1992) acata e defende a teoria freudiana dos processos inconsciente quando afirma que Freud foi a figura mais importante entre aqueles que sublinharam o papel dos processos inconscientes no nosso comportamento e sentimentos. Ele prossegue, "No seu 'Project for a Scientific Psychology', Freud tentou dar uma explicação neuronal explicita da relação dos processos conscientes e inconscientes com o comportamento. A relação entre a neurociência e a psicanálise é um debate central do pensamento contemporâneo, cuja a questão fundamental é uma nova concepção do que forma o inconsciente. Sabe-se que os comportamentos que se remetem ao inconsciente podem ser facilmente transformados em estados conscientes – 'o pré-consciente'– e também àqueles que só com grande dificuldade podem ser transformados ou pelo menos ser de todo – 'o inconsciente propriamente dito'. Pois, o próprio Freud afirmava que certos acontecimentos ameaçadores (traumáticos) ficam retidos na memória quase sem nenhum acesso à evocação consciente. Portanto, a noção de Freud do "recalcamento" é consistente com os modelos desenvolvidos por Edelman (1992) e Damásio(1993,1999) a cerca da memória. Diz Edelman que a distinção entre eu(ego) e não-eu(isso) exige a participação de sistemas de memória que ficam para sempre inacessíveis à consciência(sic). Assim, o termo recalcamento na neurociência é a incapacidade seletiva para recordar e estaria a recategorização fortemente carregadas de valor. 
Referências
Término e Reanálise. Livro: Compêndio de Psicanálise. Ethel, P; Arnold M. C.; Glen, O. G. Artmed, 2007. Capítulo 16. 
Texto: Psicanálise e Psicofarmacologia. Livro: Compêndio de Psicanálise. Ethel, P; Arnold M. C.; Glen, O. G. Artmed, 2007. Capítulo 17. 
Artigo: Sobre a psicofarmacologia. Ariel Bogochvol. Disponível em: http://egp.dreamhosters.com/EGP/104-sobre_a_psicofarmacologia.shtml Prática: Discutir em grupo acerca do término da análise e reanálise; psicanálise e psicofarmacologia.

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