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HABEAS CORPUS
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___Vara Criminal da Comarca de XXXXXXXX (DELEGADO COATOR) ou Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de XXXXXXXX (JUIZ COATOR)
(10 linhas)
BELTRANO DE TAL, brasileiro, advogado (a), inscrito (a) na OAB-XXXsob o nº ____, com escritório na Rua____ nº ____, Setor ________, nesta Capital, onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, LXVIII, da Constituição Federal, impetrar ordem de
HABEAS CORPUS
em favor de FULANO DE TAL, brasileiro, (estado civil), (profissão), residente nesta capital, contra ato do Ilustríssimo Delegado de Polícia do Distrito de ____ (QUANDO ESTIVER EM FASE DE INQUÉRITO) ou Meritíssimo Juiz de Direito da ____ Vara Criminal da Comarca de XXXXXXXX (QUANDO ESTIVER NO CURSO DA AÇÃO PENAL), pelos motivos e fatos a seguir aduzidos:
I – Fatos
O paciente encontra-se preso desde ___/___/____, no _____ Distrito desta Capital, em razão de prisão em flagrante (AUTORIDADE COATORA É O DELEGADO) ou por ordem do Excelentíssimo Juiz de Direito da _____ Vara Criminal (AUTORIDADE COATORA É O JUIZ), sob o argumento de que 
Jorge adquiriu um veículo popular por meio de contrato de arrendamento mercantil (leasing), em 60 prestações de R$ 800,00. A partir da 24ª prestação, Jorge começou a ter dificuldades financeiras e resolveu vender o veículo a Pedro, o qual se comprometeu a pagar as prestações vincendas e vencidas.
Tal fato não foi comunicado ao agente financeiro, já que havia o risco de o valor da prestação ser majorado. Pedro deixou de pagar mais de cinco prestações, o que suscitaria rescisão contratual. O agente financeiro houve por bem propor ação de busca e apreensão do veículo, tentativa essa que restou frustrada em face de Maria não possuir o veículo em seu poder, já que o alienara a Pedro.
O agente financeiro pediu a transformação, nos mesmos autos, da ação de busca e apreensão em ação de depósito e requereu a prisão de Jorge, por ser depositário infiel do referido veículo. O juiz competente determinou a prisão civil de Jorge até que ela devolvesse o referido veículo ou pagasse as prestações em atraso. Ele não tem mais o veículo em seu poder e perdeu o seu emprego em virtude da prisão civil.
II – Argumentação
O entendimento doutrinário dispõe que o direito a liberdade consiste na prerrogativa fundamental que investe o ser humano de um poder de autodeterminação ou de determinar-se conforme a sua própria consciência, o que compreende a sua liberdade de locomoção. 
A liberdade de ir e vir, prevista no art. 5º, XV, é uma das liberdades públicas fundamentais que de há muito integra a consciência jurídica geral da sociedade e que repele qualquer atividade não autorizada pela Constituição de cercear o trânsito das pessoas. 
Portanto, cuida-se de uma ação constitucional de natureza penal destinada especificamente à proteção da liberdade de locomoção quando ameaçada ou violada por ilegalidade ou abuso de poder. Na Constituição de 1988 tem previsão no art. 5º, LXVIII, segundo o qual conceder-se-á “habeas corpus” sempre que alguém sofrer ou se acha ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. 
Por outro lado, este será repressivo o instituto, pois deverá ser manejado para corrigir ou desfazer a lesão já consumada. Sanando uma situação de violência ou coação já concretizada, uma vez que o art. 5º, § 2º, da CRFB/88, estabelece que os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Neste sentido, Pacto internacional sobre direitos civis e políticos, aprovado pelo Decreto n. 592, de 6 de julho de 1992, estabelece em seu art. 11 que ninguém poderá ser preso apenas por não poder cumprir com uma obrigação contratual.
Além disso, o art. 7º, 7 do Pacto de São José da Costa Rica, disciplina que ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.
Não se pode olvidar a Súmula Vinculante n. 25, editada pelo Supremo Tribunal Federal, em 16 de dezembro de 2009, que traduz: “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito”.
III -Jurisprudência
O entendimento nos tribunais é pacifico:
Conforme reiterada jurisprudência do STJ, não é admitida a prisão do depositário infiel quando os objetos em comento possuem natureza fungível:
 HABEAS CORPUS Nº 34.329 - SP (2004/0036092-1)
RELATOR : MINISTRO JOSÉ DELGADO
“HABEAS CORPUS. PRISÃO CIVIL. DEPOSITÁRIO INFIEL. EXECUÇÃO FISCAL. COBRANÇA DE CRÉDITOS DE FGTS. PRESCRIÇÃO. BENS FUNGÍVEIS.
1. É legal a prisão civil do depositário que não apresenta os bens sujeitos à sua guarda quando solicitado pelo juízo da execução. Porém, em se tratando de depósito de coisas fungíveis (cheques de viagem), a jurisprudência desta Corte Superior se alinhou pela inadmissão da constrição do depositário em caso de infidelidade. Precedentes.
2. Via de conseqüência, manifesta-se como constrangimento ilegal e abusivo o ato de ordem de prisão decretado.
3. Habeas corpus concedido”.
(HABEAS CORPUS Nº 34.329 - SP (2004/0036092-1) RELATOR : MINISTRO JOSÉ DELGADO)
IV –Pedido
Diante do exposto, em face da verdadeira coação ilegal, de que é vítima o paciente, vem requerer que, após solicitadas as informações à autoridade coatora, seja concedida a ordem impetrada, conforme artigos 647 e 648, inciso VI do Código de Processo Penal, decretando-se...
...a anulação (ab initio até denúncia da ação penal ou a partir de _____), por medida de Justiça!
Concessão da liminar para determinar a expedição do alvará de soltura em favor da paciente;
Notificação da autoridade coatora para prestar informações no prazo legal;
Seja julgado o mérito e confirmado o pedido liminar, concedendo à paciente seu direito fundamental à liberdade de locomoção.
Termos em que,
pede deferimento.
Cidade, ______/_______/_______
Advogado (a)

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