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Habeas Corpus
 1.1 Origem
O instituto do habeas corpus tem sua origem remota no Direito Romano, instrumento disponível a todo cidadão da época que poderia reclamar fato ilegal das detenções da liberdade. A história do habeas Corpus está intrinsicamente ligada a luta para efetivação de um dos principais direitos natural do homem, a liberdade de ir e vir. Porém, a noção de liberdade da Antiguidade e mesmo da idade média em nada se assemelha com os ideais modernos de igualdade. A sociedade romana era escravagista e divida em classes, de forma que o status social do indivíduo remetia qual direito lhe pertenceria, obviamente, sentidos diferentes de igualdade ou mesmo inexistência desse atributo, pois, não se aplicava aos casos de escravos em relação ao proprietário, mulheres em relação aos maridos, do devedor em relação ao credor, tendo em vista uma sociedade marcadamente individualista-patrimonialista. Pode-se afirmar que a formulação mais próxima da ação privilegiada, habeas corpus, aos moldes hoje foi definida no direito inglês medieval. 
Na Inglaterra, no ano de 1215, Magna Charta Libertatum vel concordia inter regem Johannem et barones nasceu para comedir as fortes concessões do absoluto John Lackland, ou, Rei João Sem Terra, a partir dos barões que reivindicavam contra as prisões arbitrárias, excesso de impostos e outros desmandos da coroa. Após uma série de medidas populares, foi imposto para o rei assinar uma carta traçando limites ao seu próprio poder. 
Um dos itens da carta dispõe que:
39 – Nenhum homem livre será detido ou aprisionado, ou privado de seus direitos ou bens, ou declarado fora da lei, ou exilado, ou despojado, de algum modo, de sua condição; nem procederemos com força contra ele, ou mandaremos outros fazê-lo, a não ser mediante o legítimo julgamento de seus iguais e de acordo com a lei da terra.
Outros autores apontam que a origem do Habeas Corpus se dá no reinado de Carlos II, sendo editada a Petition of Rights, que culminou o Habeas Corpus act de 1679. Mas a configuração plena do Habeas Corpus não havida, ainda terminado, pois até somente era utilizado quando se tratasse de pessoa acusada de crime, não sendo utilizável em outras hipóteses, em 1816, o novo habeas Corpus Act inglês ampliou o campo de ação e incidência do instituto, para colher a defesa rápida e eficaz da liberdade individual. 
Habeas Corpus no Brasil
No Brasil, introduzido nas codificações portuguesas com a vinda de D.João VI, quando expedido o decreto de 23-5-1821, referendado pelo o Conde dos Arcos, e implícito na Constituição Imperial de 1824, que proibia as prisões arbitrárias. Foi expressamente introduzido com o Código Criminal de 1832, muito embora alguns doutrinadores defendam a presença implícita no texto constitucional de 1824.
O Código de Processo Criminal de 1832, em seu artigo 340, assim dispunha: “Todo cidadão que entender que ele ou outrem sofre uma prisão ou constrangimento ilegal em sua liberdade tem direito a pedir uma ordem de habeas corpus em seu favor.”
Elevou se a regra constitucional na Carta de 1891, introduzindo, pela a primeira vez, o instituto de Habeas Corpus, no Brasil.
Conceito e Finalidade
 A constituição Federal prevê no ar. 5, LXVIII, que conceder-se á Habeas Corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. 
 O sentido da palavra alguém no abeas corpus refere-se tão somente à pessoa física. 
 Habeas Corpus eram as palavras iniciais da fórmula do mandado que o Tribunal concedia e era endereçado a quantos tivessem em seu poder ou guarda o corpo detido, da seguinte maneira: ‘’Tomai o corpo desse detido e vinde submeter ao Tribunal o homem e o caso’’.
 Portanto, Habeas Corpus é uma garantia individual ao direito de locomoção, consubstanciada em ua ordem dada pelo o juiz ou Tribunal ao coator, fazendo cessar a ameaça ou coação à liberdade de locomoção em sentido amplo, o direito do individuo de ir, vir e ficar.
Não caberá Habeas corpus nos seguintes casos: 
 Para a correção de qualquer idoneidade que não implique coação ou iminência direta de coação à liberdade de ir e vir;
 Não caberá Habeas Corpus para questionar pena pecuniária, ou quando já extinta a pena privativa de liberdade.
 Não será cabível á pessoa jurídica figurar como paciente na impetração de habeas corpus, pois não há possibilidade jurídica de proteção a uma inexistência liberdade de locomoção.
Espécies 
Habeas Corpus preventivo (Salvo-conduto)
 Quando alguém se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder. Assim, bastará, pois, a ameaça de coação à liberdade de locomoção, para obtenção de um salvo-conduto ao paciente, concedendo-lhe livre trânsito, de forma a impedir sua prisão ou detenção pelo mesmo motivo.
Habeas Corpus Liberatório
 Quando alguém estiver sofrendo violência ou coação em sua liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder. Pretende fazer cessar o desrespeito à liberdade de locomoção.
Caso Hipotético 
Caso: Israel, de 18 anos, estava assistindo aula na UNIC, quando policiais entraram e o levaram preso, sem mandado de prisão ou auto de prisão em flagrante.
A família procurou você, como operador do direito, para impetrar um HC.
4.1 Formulação de um pedido de Habeas Corpus para atender o caso
 Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal de Cuiabá;
 
 Antonio Rodrigues Frota Neto, Brasileiro, portador do CPF 029.846.834-00, residente na cidade de Cuiabá, na rua Hungria, CEP 000989-000, vem respeitosamente perante essa Vara Criminal, com fulcro no art. 5∙, inciso LXVIII, da Constituição Federal de 1988 e art. 647 E 648, ambos do Código de Processo Penal, impetrar o presente
 Habeas Corpus Liberatório com pedido de concessão de liminar
 Em benefício do Paciente Israel de Jesus da Silva Lima, brasileiro, solteiro, nascido em 01/03/2000, residente na rua Itatiaia/22,atualmente recolhido na delegacia da Base Comunitária de Segurança-Base Beira Rio, o qual vem sofrendo violenta coação em sua liberdade, por ato ilegal e abusivo do Coator Comandante da Policia Militar da Base Comunitária-Beira Rio, que prendeu o paciente sem mandado de prisão ou auto de prisão em flagrante, pelos motivos de fato de direito a seguir delineados:
DOS FATOS
Constam nos autos do processo criminal, o qual tramitou na Vara Criminal de Cuiabá, que supostamente o paciente Israel de Jesus da Silva Lima praticou o crime de furto. Chegando o fato ao conhecimento da autoridade policial, comandante do batalhão Base Beira Rio, instaurou-se um inquérito policial para apurar uma eventual infração penal, ouvindo a vítima que discorria de um furto de um celular que se encontrava no seu veículo automotivo, que deu suposições de que poderia ser o paciente o autor do crime. E o comandante do batalhão decidiu por prender o paciente, que no momento se encontrava na UNIC-Universidade de Cuiabá, pois, o mesmo, é aluno da instituição, sem mandado de prisão ou flagrante, para ouvi-lo. É indiciado por furto pela prática descrita no art. 155 do Código Penal.
DO DIREITO
Trata-se da prisão proferida sem amparo legal, contra os meios legais retratado no art. 285 do Código de Processo Penal.
É notório o constrangimento ilegal que o paciente vem sofrendo, pois, o fato da cessação de liberdade foi devido a meras suposições.
O paciente possui o direito garantido constitucionalmente, descrito na constituição Federal em seu Art. 5, inciso LXVIII, que será concebido Habeas Corpus sempre que alguém sofrer ou achar ameaçado de sofrer violência ou coação e sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. 
Em igual substrato, o Código do Processo Penal contempla em seu Art. 647, Dar-se á Habeas Corpus sempre que alguém sofrer ou se acharna iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.
DO PEDIDO
Conforme exposto, o paciente sofreu constrangimento ilegal por ato da autoridade coatora, consequentemente, sofre de coação ilegal em sua liberdade de locomoção, estando preso, indevidamente por postulações de uma contravenção penal, a qual o paciente se diz inocente. O fato pode causar sequelas irreparáveis na sua vida, visto que, Israel de Jesus da Silva Lima é estudante universitário carregado do mais ilibado comportamento, ajuda a suprir algumas necessidades básicas da família. Assim presentes os requisitos do periculum in mora, conforme art. 649 do Código Processual Penal que seja concedido e expedido liminarmente o alvará de soltura, para cessar imediatamente o desrespeito a liberdade de locomoção do paciente
Ante o exposto, requer seja CONCEDIDA A ORDEM para liberar o paciente.
 
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IMPETRANTE
Universidade de Cuiabá-UNIC
Direito/1 Semestre
Teoria Geral do Direito Constitucional
Docente: Aline Rocha
Discente: Antonio Rodrigues Frota Neto
Origem do Habeas Corpus, Caso Hipotético do Instituto Habeas Corpus
Cuiabá/MT
03 de Novembro de 2018
Bibliografia
MORAES, Alexandre. Direito Constitucional: Vigésima Oitava Edição. São Paulo: Atlas, 2012.
Livro Didático da disciplina Teoria Geral da Constituição
https://afonsogmaia.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/379934355/modelo-de-peticao-habeas-corpus-liberatorio-com-pedido-liminar