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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR. Desembargador Presidente do TJ de... 
Advogado inscrito na OAB//... sob nº ..., com endereço profissional ...para fim do artigo 39 do CPC, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência com fundamento artigo 5º LXVIII e artigos 647 e seguintes do CPP impetrar: 
HABEAS CORPUS
Em favor de Maria..., inscrita no CPF Nº..., portadora de RG sob o nº de..., residente e domiciliada no endereço..., contra o ato do Meritíssimo Juiz da Comarca... pelos fatos e fundamentos a seguir:
DOS FATOS 
É em síntese o breve relatório, Maria adquiriu um veículo popular por meio de contrato de arrendamento mercantil (leasing), em 60 prestações de R$ 800,00. No entanto a partir da 24° prestação, a mesma teve dificuldades financeiras, sucedendo assim a venda do veiculo para Pedro, pois este se comprometeu a continuar a pagar as prestações. Tal fato não foi comunicado ao agente financeiro, já que havia o risco de o valor da prestação ser acentuado.
Pedro, porém deixou de pagar cinco prestações, em decorrência disso o agente financeiro propôs ação de busca e apreensão do veículo, tentativa essa que restou frustrada em face de Maria não possuir mais o veiculo em seu poder, já que o alienara a Pedro.
Diante disso, o juiz competente determinou a prisão de Maria até que ela devolvesse o referido veículo ou pagasse as prestações em atraso. Maria não tem mais o veículo em seu poder e perdeu o seu emprego em virtude da prisão civil.
DO DIREITO/ DOS FUNDAMENTOS 
Embora a Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LXVII, ainda admita a prisão do depositário infiel, o Supremo Tribunal Federal reformulou sua jurisprudência em dezembro de 2008 no sentido de que a prisão civil se aplica somente para os casos de não pagamento voluntário da pensão alimentícia, isentando os casos do depositário infiel.
Assim sendo, houve a revogação da Súmula 619 do STF, e a edição da Súmula vinculante 25, a qual prevê: “É ILÍCITA A PRISÃO CIVIL DE DEPOSITÁRIO INFIEL, QUALQUER QUE SEJA A MODALIDADE DE DEPÓSITO”.
Nesse sentido, a jurisprudência pátria assim dispõe:
"Direito Processual. Habeas Corpus. Prisão civil do depositário infiel. Pacto de São José da Costa Rica. Alteração de orientação da jurisprudência do STF. Concessão da ordem. 1. A matéria em julgamento neste habeas corpus envolve a temática da (in)admissibilidade da prisão civil do depositário infiel no ordenamento jurídico brasileiro no período posterior ao ingresso do Pacto de São José da Costa Rica no direito nacional. 2. Há o caráter especial do Pacto Internacional dos Direitos Civis Políticos (art. 11) e da Convenção Americana sobre Direitos Humanos - Pacto de San José da Costa Rica (art. 7°, 7), ratificados, sem reserva, pelo Brasil, no ano de 1992. A esses diplomas internacionais sobre direitos humanos é reservado o lugar específico no ordenamento jurídico, estando abaixo da Constituição, porém acima da legislação interna. O status normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil, torna inaplicável a legislação infraconstitucional com ele conflitante, seja ela anterior ou posterior ao ato de ratificação. 3. Na atualidade a única hipótese de prisão civil, no Direito brasileiro, é a do devedor de alimentos. O art. 5°, §2°, da Carta Magna, expressamente estabeleceu que os direitos e garantias expressos no caput do mesmo dispositivo não excluem outros decorrentes do regime dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. O Pacto de São José da Costa Rica, entendido como um tratado internacional em matéria de direitos humanos, expressamente, só admite, no seu bojo, a possibilidade de prisão civil do devedor de alimentos e, conseqüentemente, não admite mais a possibilidade de prisão civil do depositário infiel. 4. Habeas corpus concedido." (Relatora Ministra Ellen Gracie, Segunda Turma, julgamento em 11.11.2008, DJe de 28.11.2008) – g.n.
As legislações mais avançadas em matérias de direitos humanos proíbem expressamente qualquer tipo de prisão civil decorrente do descumprimento de obrigações contratuais, excepcionando apenas o caso do alimentante inadimplente. O art. 7º (n.º 7) da Convenção Americana sobre Direitos Humanos 'Pacto de San José da Costa Rica, de 1969, dispõe desta forma: 'Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.
DA LIMINAR
A concessão de liminar em habeas corpus se dá quando configurados, de plano, o fumus boni iuris e o periculum in mora que estão presentes no caso em epigrafe.
A comprovação de fumus boni iuris, para efeito de concessão do presente pedido de liminar, não nos obriga a maiores esforços argumentativos. Confunde-se com a procedência, em tese, da presente Ordem de Habeas Corpus. O fumus boni iuris, evidencia-se com a leitura da presente petição e os documentos que a ela são anexadas. 
O periculum in mora, por sua vez, é absolutamente evidente. A não-concessão da presente liminar implica, conforme já demonstrado, em dano irreparável, já que a paciente permanecerá presa ilegalmente de acordo com entendimento já pacificado no Supremo Tribunal Federal.
Assim, dúvidas não há no sentido de que será irreparável a manutenção da prisão da paciente que inclusive já perdeu seu emprego.
DOS PEDIDOS
Diante do fato apresentado, evidente se faz a necessidade de procedência da:
Concessão da liminar com a conseqüente expedição do alvará de soltura.
Notificação da autoridade coatora para prestar informações.
A intimação do ilustre representante do MP.
Que a presente ação seja julgada no mérito procedente, isso por ser medida de justiça.
Valor da causa: R$ 1000,00, para fins procedimentais.
Data
Nome de ADVOGADO/OAB...

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