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Recensão Crítica sobre os Cinco Ensaios Sobre a Motivação Humana

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Manuel Viegas Abreu (1998). Cinco Ensaios Sobre A Motivação.
Coimbra, Livreira Almedina.
Manuel Viegas Abreu
 Manuel Amâncio Viegas Abreu nasceu em Olhão, a 8 de Abril de 1936. Professor Catedrático Jubilado da Universidade de Coimbra. Investigador do Instituto de Psicologia Cognitiva, Desenvolvimento Vocacional e Social, Membro da Academia de Ciências de Lisboa. Formação e carreira académica Em 1961, licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Também foi estudante da Fundação Calouste Gulbenkian na Universidade Católica de Lovaina, onde obteve a Licenciatura em Psicologia, tendo apresentado uma dissertação intitulada Contribution à l'étude expérimentale de la perception des réussites et des échecs (Contribuição para o estudo experimental da perceção de sucesso e fracasso), sob orientação do Prof. Joseph Nuttin. Em 1978, obteve o grau de Doutor em Psicologia Experimental pela Universidade de Coimbra. Exerceu funções docentes na Universidade de Coimbra desde 1963, primeiro na Faculdade de Letras e, a partir de 1976-77, no Curso Superior de Psicologia que deu origem, em 1980, à atual Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação. Nos últimos quatro anos, também lecionou a disciplina de Introdução à Psicologia.
 No seu processo vocacional escreveu, entre muitos, este livro sobre a motivação. Deparamos logo no prefácio que o livro foi escrito a medida que as necessidades e exigências específicas investigativas lhe acrescentavam matéria suficiente para o mesmo, por tanto as ideias e capítulos não têm uma linha cronológica continua, no entanto, o autor esclarece: que não foi comprometida a unidade conceptual da organização nem o conjunto de ideias, já que a linha de raciocino teórico que segue é a luz da mesma visão global do comportamento humano formulados e reunidos nestes cinco ensaios com a seguinte estrutura:	 
CAP. I - Motivação e o desenvolvimento da personalidade. 
 Onde encontramos duas perspetivas epistemológicas fundamentais acerca da natureza da personalidade: A perspetiva individualista e a relacional, o seu apoio empírico da teoria relacional da motivação da personalidade se sustentam nos efeitos de abandono e do isolamento: "os casos das crianças salvagens"; e dos efeitos das carências afetivas, segundo as investigações dos autores spitz e bowbly; e a relacional, apoiada nas experiencias de Harlow sobre a natureza do amor. Pontualizando, que a ausência ou a privação destas, as suas deformidades obstáculos ou deficiências provocam -perturbações diversas- regressões fixações, bloqueios ou paragens no desenvolvimento global da personalidade; e é a própria constância motivacional (ou auto conceito) que exige uma nova modalidade de interação "organismo-mundo", concedendo suporte dinâmico ao desenvolvimento continuo e inacabado da personalidade permite também que as suas deficiências, deformações e dificuldades sejam como tal consideradas pelo próprio individuo e pelos outros; o que nos leva ao próximo capítulo, abordando os:
CAP- II- Motivos e organizações cognitivas na construção da personalidade 
Onde se debruça sobre a importância da compreensão mais adequada da personalidade a partir da unidade de interação funcional intrínseca do individuo como o perceber, interpreta, seleciona e usar a informação que intervém neste processo comportamental-sujeito mundo, e não da dicotomia tradicional em que cada um dos polos dessa unidade é tratado separadamente, ficando numa posição de análise objetiva onde o comportamento, organismo e o mundo são indissociáveis.
CAP-III - Para uma teoria relacional dos interesses.
 Dentro deste contexto da teoria relacional da motivação abordada por Manuel Viegas das mãos de Nuttin, o conceito dos interesses esta visado como uma força orientada para um fim onde se requerem um conjunto de processos, atividades e adquisições intermedias ou mediadoras importantes ou valiosas para alcançar a relação requerida, sem confundir-se com os conceitos a fins relativos a outros processos dinâmicos como os motivos ou necessidades que existem em função de cada pessoa, das suas metalizações e dos seus projetos de vida. Esperando num futuro cercano uma abordagem mas integradora conseguindo assim por termo a situação de imprecisão e flutuação nesta área exposta no início deste capítulo.
CAP-IV- Motivação, aprendizagem e desenvolvimento. 
 De uma forma global neste capitulo se desenvolve uma consciencialização sobre o amor e a importância que o indivíduo desenvolve pelo saber e de saber fazer bem aquilo que lhe corresponde fazer, sendo isto fonte mobilizadora da confiança no dia-a-dia, ajudando assim, a confrontar de uma forma criativa o sem-fim de desafios, problemas, incertezas e angustias relacionadas com a nossa liberdade e o facto de realizar projetos que valerá a pena preparar e levar a frente.
CAP-V- O problema da violência e desafio cultural do nosso tempo.
 Existe uma questão principal na qual se debate nestes tempos e o autor aborda neste capítulo: será o homem por natureza violento? E é aqui, onde Viegas nos leva a uma internalização (seja qual for a sua orientação sociocultural) sobre a importância de se desfazer da ideia que a moderação e o autocontrolo dos comportamentos é falta de vontade, desmotivação ou fraqueza do dinamismo da afirmação pessoal e do desenvolvimento social. Seria muito mais, uma atitude catalisadora de ação apoiada no conhecimento global da realidade relacional do homem, orientada a seu aperfeiçoamento a qual é sustentada axiologicamente pela ética de soliedaridade, promovendo as ações subjetivas e objetivas favoráveis, apostando na difusão desta atitude sendo este um dos grandes desafios do nossos tempos, tentar a diminuir a violência e promover um constructo baseado na paz.
Confronto De Ideias
 O professor Manuel Viegas Abreu é um gestaltista com uma paixão pela personalidade na visão da Psicologia Fenomenológica que tem como base o relacionamento que existe entre nos e o mundo, assim como a importância de começar pela perceção, ou seja, pelos sentidos, defendendo que as experiências prematuras e contacto com o meio no início das nossas vidas dão gradualmente origem a um sistema de pensamentos memorias crenças expectativas emoções sobre si mesmo e os outros.
 O livro tem uma fundamentação baseada na teoria relacional da personalidade do psicólogo belga, Joseph Nuttin que ele próprio chamou de estrutura ego-mundo (abertura para o mundo) donde racionaliza o ego como um conjunto de funções e de potencialidades psíquicas do individuo e o mundo é seu objeto de mutação intrínseca. Essa estrutura bipolar é um processo de interação na qual a personalidade e o mundo coexistem como resultante. Sendo que para Nuttin os motivos ou necessidades subjacentes ao comportamento dos indivíduos resulta de um esquema de interação organismo mundo. Hesketh. J.L & Costa M.T. P. M. (1980) no explica que para Abraham Maslow a necessidade é um instinto da própria pessoa organizando-a numa hierarquia em forma piramidal 
Rodrigues. (2000) Nos esclarece que como em todas as demais teorias do pensamento, os seguidores da corrente Gestaltica também sofreram as suas críticas. Os teóricos em geral alegavam que a mesma tratava do problema como se ele não existisse, pois a organização dos processos percetuais não era visto como um problema científico, apenas se dizia que ela existia e porque existia deveria ser aceite. Por um outro lado os teóricos da psicologia experimental afirmavam que era muito vaga e que seus conceitos básicos não eram rigorosamente definidos. Os Gestaltistas refutavam alegando que como em toda ciência jovem a teoria ainda é incompleta, mas não vaga. Os behavioristas também afirmaram que o trabalho experimental  Gestaltista era inferior aos seus trabalhos já apresentados por causa dos poucos dados quantitativos e não passíveis a análise estatística. Porém os psicólogos da Gestalt sustentaram que seus trabalhos tiveram menos dados quantitativosque as outras escolas, pois se deveria trabalhar com os dados qualitativos.
Hoje, mais do que nunca, este movimento tem vindo a contribuir de uma forma concisa e produtiva no que refere à perceção, a aprendizagem, o pensamento, a personalidade, a psicologia social e a motivação. Os seus maiores princípios não foram absorvidos no início da psicologia, contudo, esta deixou a sua marca permanente na psicologia contemporânea como se pode verificar na "Teoria De Unificação" do autor Arnold Sameroff. (2010) Os quais nos expõe uma nova abordagem de integração das mudanças pessoais, contextuais, reguladoras e as suas representações nos diferentes modelos desenvolvimentais, explicando que ao longo da vida o corpo muda, o cérebro, muda a mente muda e neste processo de alguma forma independentemente de uma teoria da outra se juntam e acabam por se complementar e ser consequência uma da outra, isto é uma unidade dinâmica de uma conduta global, por isso o estudo fragmentado não seria de grande valor para todos estes autores.
Reflexão pessoal
 Tendo abordado o livro desde a perpsetiva teórica relacional apresentada por Viegas, o instinto leva-me a refletir sobre a base fundamental da motivação como um conceito central para a compreensão do comportamento humano. Sem motivação é difícil obter bons resultados, seja em qual for a atividade. É impossível desassociar a motivação intrínseca, que advém do interior da vontade própria e a motivação extrínseca que é a consequência dos fatores externos. 
 Atualmente é notório um aumento na procura de estratégias e implementação de técnicas que promovam o aumento da motivação em diversas áreas como por exemplo no trabalho (para aumento da produtividade); nas escolas (para aumentar o aproveitamento escolar e prevenção do abandono escolar precoce), nas famílias (para uma maior compreensão do individuo dentro do seu meio envolvente) etc.
 Como profissional da área da psicologia da educação sugiro a reflexão e um olhar desde este prisma porque só assim conseguiremos criar modelos de apoio e de intervenção em situações que envolvam decisão ou necessidade de mudança. O acompanhamento de nos, os profissionais da psicologia em qualquer dos contextos anteriormente mencionados só poderá ser uma mais-valia no trabalho de desenvolvimento da motivação e consequentemente para o processo de facilitação de mudança visando um futuro muito mais produtivo não só a nível do constructo pessoal do individuo como também na construção de uma sociedade estável.
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BILBIOGRAFIA
Usadas no texto
 Fernandes, P. Julio Cezar. (2004).Centro De Psicoterapia Existencial. Retirado do endereço eletrónico Brunoturri (2015). Retirado de: http://www.psicoexistencial.com.br/alguns-aspectos-sobre-a-personalidade/. 
 Hesketh. J.L & Costa M.T. P. M. (1980). Construção De Um Instrumento Para Medida De Satisfação No Trabalho. Brasilia. Universidade de Brasília.
 Manuel Viegas Abreu. (2015). Pagina universitária online da Universidade de Coimbra. Retirado de: http://www.almedina.net/catalog/Livros/cvs/CurriculumManuelAmancioViegasAbreu.pdf.
 Rodrigues, H. Elidio.(2000). Introdução a gestalt - terapia: conversando sobre os fundamentos da abordagem gestaltica. Petropolis: Vozes, 2000. 
 Sameroff.A.(2010). A Unified Theory of Development: A Dialectic Integration of Nature and Nurture. Child Development. University of Michigan. Volume 81, Number 1, Pages 6–22
Usadas como fonte de apoio teórico 
 Sá. R. Julio Cesar. (2010). Psicoterapia fenomenológica-existencial: acolhimento e tematização da angústia.Riode Jaineiro. UFF – Universidade Federal Fluminense Instituto De Ciências Humanas E Filosofia Departamento De Psicologia Programa De Pós-Graduação Em Psicologia Mestrado Em Psicologia 
 Serra. De L. Marina Gomes (1993). A motivação no processo de ensino/ aprendizagem, em situação de aula. Porto. Universidade Do Porto, Faculdade de Psicologia e de Ciências de Educação
 Silva, de S.Verónica (2007). Conceções dos professores acerca da motivação no ambiente escolar. Brazilia. Centro Universitário De Brasília Faculdade De Ciências Da Saúde – Facs Curso: Psicologia
 Tofalini. B. Luzia Aparecida (2008, 2º semestre). Revista Eletrônica de Divulgação Científica em Língua Portuguesa, Linguística e Literatura. Ano 04 n.09. ISSN 1807-5193.

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