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Estratigrafia - 4 Técnicas de Campo

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1 
ESTRATIGRAFIA 
 
AULA Nº 04-TÉCNICAS DE CAMPO 
 
 
I-INTRODUÇÃO 
 Existem seis aspectos das rochas sedimentares que devem ser considerados no 
campo e registrados detalhadamente. 
 Litologia: composição e/ou mineralogia do sedimento. 
 Textura: feições de grãos individuais ou arranjos de grãos nos sedimentos, 
com destaque para a medição de tamanhos de grãos (granulometria) e sua variação 
(seleção). 
 Estruturas sedimentares: feições relacionadas a arranjos de conjuntos de 
grãos (estratos) que ocorrem nos limites superior e inferior e também no interior 
das camadas, algumas das quais registram as paleocorrentes (fluxos dos meios 
de transporte dos sedimentos que deram origem ao depósito). 
 Cor: relacionada aos minerais formadores do depósito, estados de oxidação do 
ferro e conteúdo de matéria orgânica. 
 Geometria e relações: de camadas ou unidades de rocha entre si e suas mudanças 
laterais e verticais em termos de espessura e composição. 
 Fósseis: natureza, distribuição e grau de preservação. 
 
II-ABORDAGEM 
 A questão de quantos afloramentos devem ser examinados por quilômetro 
quadrado depende dos objetivos de estudo, tempo disponível, variação lateral e vertical 
de fácies, complexidade estrutural da área e condições das exposições (grau de 
intemperismo). 
 Em geral, busca-se o mínimo de um ponto de observação por centímetro 
quadrado no mapa (independente da escala), mas as condições de acesso, estradas, 
drenagens, densidade da vegetação, além dos recursos e tempo disponíveis, ao final são 
determinantes de quantos pontos serão mapeados. 
 Busca-se planejar os caminhamentos iniciais perpendiculares à tendência 
regional de basculamento dos estratos e/ou aos contatos inferidos a partir dos 
levantamentos consultados previamente. De forma complementar, deve-se seguir os 
contatos no campo, formando uma malha aproximadamente ortogonal de 
caminhamentos. 
 Em cada ponto, deve-se seguir um esquema como o sugerido na figura 1 
 A melhor abordagem em afloramento consiste em descrever as rochas a partir de 
certa distância, observando-se as relações gerais, geometrias de camadas e feições 
maiores como canais e superfícies de erosão, além de eventuais dobras ou falhas 
presentes. O estado de alteração do afloramento e sua cobertura vegetal também devem 
ser observados, na medida que certas feições podem ser mascaradas, como lamitos que 
geralmente não são bem expostos, recobertos por vegetação. Em seguida, deve-se 
aproximar do afloramento para coletar as informações mais detalhadas de cada camada e 
feição. 
Esse é o método do “zoom” ou “telescópio”, onde cada afloramento é observado 
do geral para o particular. 
Algumas exposições são adequadas para o levantamento de perfis colunares, o 
que será descrito em detalhe a diante. 
 
 2 
 
 
 
 
 
Figura 1. Fluxograma para descrição de feições sedimentares de afloramentos. Fonte: 
modificado de Tucker (2014, p. 14 e Stow (2005, p. 16). 
 
 3 
III-CADERNETA DE CAMPO 
 A caderneta é um instrumento de registro e deve ser mantida organizada e limpa. 
 A cada ponto corresponde um par de coordenadas (UTM, geográficas), 
especificando-se o datum, conjunto dos parâmetros que constituem a referência de um 
determinado sistema de coordenadas geográficas (SAD 69, WGS 84 etc.). Este ponto 
deve ser assinalado em um mapa base que representa a topografia, drenagens, povoados, 
estradas etc. e que deve ter a mesma escala do levantamento e compatibilidade com os 
parâmetros ajustados no instrumento de coleta de localização (GPS). 
 Os pontos devem ser numerados sequencialmente e é aconselhável que essa 
numeração seja contínua durante todo o levantamento. Essa numeração deve ser colocada 
nas amostras e nas fotos. 
 Quando disponíveis, informações sobre unidade estratigráfica, contexto 
geotectônico e idades devem ser registradas. 
 As anotações registradas na caderneta de campo devem ser fatuais, descrevendo 
precisamente o que foi observado. Devem ser feitas medições de dimensões e orientações 
sempre que necessário para uma boa representação das feições. 
 Os croquis e esquemas devem ser elaborados com escalas e orientações, sempre 
se anotando as fotos que lhes correspondem. Para croquis, especificamente, deve-se 
representar as escalas horizontal e vertical, orientação do corte, sentido de visada. As 
feições devem ser legendadas (Figura 2). 
 
 
 
Figura 2. Exemplo de croqui. Fonte: caderneta de campo do autor. 
 
 
IV-PERFIS COLUNARES 
 O método usual para a coleta de dados de campo em sedimentos e rochas 
sedimentares é o perfil colunar (às vezes denominado “seção colunar”). O perfil fornece 
uma percepção visual imediata do pacote e é uma maneira conveniente de fazer uma 
correlação (comparação entre camadas equivalentes de outras áreas). 
 4 
 Repetições de fácies, ciclos sedimentares e tendências gerais podem tornar-se 
evidentes, como mudança sistemática em direção ao topo na espessura das camadas ou 
dos ciclos, ou no tamanho do grão, seja aumentando ou diminuindo. 
 O perfil colunar básico é construído assinalando-se a textura da camada no eixo 
horizontal e a espessura da camada no eixo vertical. A escala horizontal é uma escala 
granulométrica. A escala vertical é métrica e depende dos detalhes pretendidos, 
variabilidade dos sedimentos e tempo disponível. Em perfis pouco espessos e de detalhe, 
escalas de 1:5 ou 1:10 são adequadas, enquanto que, para a maioria das vezes, escalas de 
1:50 ou mesmo 1:100 são satisfatórias. 
 Não há um formato padrão para o perfil gráfico. Entretanto, as feições que 
precisam ser registradas e que requerem uma coluna própria no gráfico são: espessura das 
camadas; textura (especialmente tamanho de grão); litologia; estruturas sedimentares; 
paleocorrentes; cores; fósseis. O tipo de contato (brusco, gradacional, erosivo) pode ser 
representado no perfil. Uma coluna final para feições especiais ou observações pode ser 
útil. 
 Quando as exposições são contínuas ou pouco descontínuas, não há problemas 
relacionados ao caminhamento do perfil, ou seja, deve-se escolher um setor onde todas 
as camadas estão expostas e representá-las, sempre da base para o topo. Entretanto, se o 
afloramento é descontínuo, por vezes é necessário deslocar-se lateralmente em busca de 
uma melhor exposição da camada em particular. Porém, deve-se sempre ter em mente 
que as camadas apresentam variações laterais e quando essa variação é acentuada, esse 
empilhamento por “projeção” lateral pode não representar a realidade da sucessão. Em 
algumas situações, as camadas são encobertas, por vegetação ou manto de alteração, por 
exemplo. Isso pode ser resolvido através de escavações e quando não for possível, 
escreve-se “encoberto” no perfil. 
 Perfis colunares em forma de tabela foram difundidos por Maurice E. Tucker (ver 
Bibliografia). Um exemplo é mostrado na figura 3 e uma sugestão de simbologia para 
preenchimento dos perfis é mostrada na figura 4. O perfil sintético correspondente ao da 
figura 3 é mostrado na figura 5. 
 
 
Figura 3. Exemplo de perfil colunar em forma de tabela. A legenda da textura 
e dos símbolos encontra-se na figura 4. Fonte: Tucker (2014, p. 20). 
 
 5 
 
 
Figura 4. Símbolos para uso em perfis colunares. Fonte: Tucker (2014, p. 22). 
 
 
 
 
 
 
 6 
 
 
Figura 5. Perfil colunar sintético, a partir da figura 3. Fonte: Tucker (2014, p. 31). 
 
Os perfis colunares podem ser adaptados para sucessões de rochas específicas, 
como carbonatos (Figura 6). 
 
 
 
 
Figura 5. Perfil colunar para rochas carbonáticas, utilizando a classificalao de 
Dunhan (w=wackstone, p=packstone, g=grainstone,b=boundstone). Fonte: 
Tucker (2014, p. 24). 
 
 
Bibliografia 
STOW, Dorrik A.V. Sedimentary Rocks in the Field. A Color Guide. Burlington: 
Academic Press. 2005. 320 p. 
TUCKER, Maurice E. Rochas Sedimentares. Porto Alegre: Bookman. 2014. 324 p.

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