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Seminário Cardiologia

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AVALIAÇÃO FUNCIONAL NA DPOC
Discente: Cíntia Christina Pires
Docente: Victor Fernando Couto
Disciplina: Estágio de Cardiorrespiratória
INTRODUÇÃO
Do ponto de vista clínico, a DPOC é caracterizada pela presença de tosse produtiva e/ou dispneia aos esforços, geralmente progressiva, determinada na maioria das vezes pela exposição à fumaça do cigarro ou, eventualmente, a outras substâncias inaladas.
A avaliação da DPOC é fundamentada nos dados clínicos e nos testes de função pulmonar, que demonstram obstrução ao fluxo aéreo, predominantemente irreversível. Diversos testes de função pulmonar são importantes no manejo terapêutico e na avaliação prognóstica dessa patologia. 
PEAK - FLOW
PeakFlow, instrumento utilizado para medir a eficácia da função pulmonar e a taxa de fluxo expiratório máximo.
Para a avaliação do pico de fluxo expiratório, os pacientes deverão permanecer na posição ortostática utilizando um clips nasal, em seguida deverão realizar uma inspiração máxima e posteriormente uma expiração máxima e forçada, no máximo três manobras com o objetivo de obter o maior valor de três aceitáveis.
PImax e PEmax
Para a avaliação de força muscular respiratória, é obtida pelas técnicas de medida da pressão inspiratória máxima e pela pressão expiratória máxima, através de um manovacuometro, equipado com um bocal, servindo como válvula de alivio dos músculos. A pressão inspiratória máxima e obtida através de manobras de inspiração máxima e postural, a expiração máxima ao nível do volume residual (VR). A PE máxima é obtida através de manobras de expiração máxima precedida de uma inspiração, máxima ao nível de capacidade pulmonar total.
ESPIROMETRIA
A espirometria não permite avaliar todas as condições da função pulmonar, entretanto, fornece alguns volumes importantes, como, por exemplo, a capacidade vital (CV). Os volumes pulmonares denominados fundamentais são quatro e são medidos em litros ou em mililitros. São eles: a) Volume Corrente (VC), Volume de Reserva /inspiratória (VRI), Volume de Reserva Expiratória (VRE) e Volume Residual (VR).
 A espirometria é realizada em três manobras de expiração forçada com os indivíduos na posição sentada, e os critérios de aceitabilidade e reprodutibilidade foram os recomendados pela ATS (2007).
Volumes pulmonares
Podem ser avaliados por diversas técnicas. A determinação dos volumes por pletismografia é a mais utilizada. Em candidatos à cirurgia redutora de volume no enfisema pulmonar, a pletismografia é indicada para avaliar o grau de acometimento das vias aéreas, que se acentuado contra -indicado a cirurgia, e o grau de hiperinsuflação pulmonar que prediz o sucesso da cirurgia.
CAPACIDADE DE DIFUSÃO
Na presença de obstrução, a medida da difusão alterada sugere o diagnóstico de enfisema, na medida em que esse teste habitualmente se encontra normal nos pacientes com asma e naqueles com DPOC com predominância do padrão clínico de bronquite crônica. Nos pacientes com asma, a medida da difusão pode estar elevada. No enfisema, o comprometimento da capacidade de difusão se correlaciona com a severidade da obstrução das vias aéreas, da capacidade de exercício e com o escore na TC. Essa correlação provavelmente reflete a perda da área de superfície de troca e da perda do leito capilar pulmonar. Esse teste pode ser útil também naqueles pacientes com dispnéia significativa e alterações obstrutivas discretas. A importância clínica da medida da difusão no diagnóstico de DPOC é limitada porque aqueles com predomínio de bronquite crônica poderão ter valores normais, independentemente do grau de obstrução.
TROCAS GASOSAS
Com a evolução da doença, o paciente com DPOC pode evoluir inicialmente com hipoxemia leve ou moderada e, numa fase mais tardia, com hipoxemia grave e hipercapnia. A avaliação inicial deve ser feita por oximetria e está indicada nos pacientes com valor de VEF1 < 35% do teórico, sinais de falência respiratória ou falência cardíaca direita. 
INDICE DE BODE
O índice BODE é um sistema de classificação multidimensional que fornece uma informação prognóstica útil em pacientes com DPOC e poderá medir o estado de saúde. No entanto, desconhece-se se o índice BODE é uma ferramenta sensível para predizer o impacto da qualidade de vida nesses indivíduos . O índice BODE associa quatro variáveis índice de massa corporal (IMC), obstrução das vias aéreas, dispneia e capacidade de exercício que abrangem as principais alterações encontradas nos pacientes e para classificar a gravidade da DPOC. O índice BODE de cada indivíduo foi calculado com base na combinação de quatro variáveis, com as seguintes pontuações: uma medida de composição corporal, o IMC, de 0 a 1 ponto; uma medida da intensidade de obstrução ao fluxo aéreo (VEF1 % previsto pós-broncodilatador), de 0 a 3 pontos; uma medida da sensação subjetiva de dispneia (escala do MRC), de 0 a 3 pontos e uma medida da capacidade de exercício (distância percorrida no TC6’), de 0 a 3 pontos. A pontuação final do índice BODE varia de 0 a 10 pontos.
 
Variáveis
Pontuação do índice BODE
 
0
1
2
3
VEF1(l/min)
≥ 65
50-64
36-49
≤35
DP no TC6’ (m)
≥ 350
250-349
150-249
≤149
MRC
0-1
2
3
4
IMC (kg/cm)
>21
≤21
 
 
VEF1: Volume expiratório forçado no primeiro segundo; DP no TC6’: distancia percorrida no teste de 6 minutos; MRC: MedicalResearchCouncil; IMC: índice de massa corporal.
 
QUESTIONÁRIO SHORT FORM
O questionário de qualidade de vida SF-36 (Medial OutcomesStudy 36 – Item Short – Form Health Survey) é um instrumento genérico de avaliação da qualidade de vida, de fácil compreensão e administração, divide-se em duas partes, aprimeira avalia o estado de saúde e a segunda avalia o impacto da doença na vida do paciente. É composto por um questionário multidimensional contendo 36 itens, envolvendo oito escalas ou domínios, os quais são: capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral da saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. Mostra um escore final de 0 (zero ) a 100 onde zero reflete ao pior estado geral de saúde e 100 reflete ao melhor estado de saúde 
Os portadores de doença pulmonar obstrutiva apresentam qualidade de vida prejudicada; dessa forma, estes questionários têm sido desenvolvidos e validados para avaliação de tratamentos e de programas de reabilitação.
O paciente portador de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) diminui sua atividade física global devido a piora progressiva da função pulmonar, que é traduzida por dispneia, percepção de cansaço ao realizar qualquer esforço físico. Falta de condicionamento físico progressivo associado à inatividade dá inicio a um círculo vicioso, em que a piora da dispneia se associa a esforços físicos cada vez menores, com grave comprometimento da qualidade de vida. Justificando assim a realização deste estudo.
TESTES DE EXERCÍCIO
Os testes clínicos para avaliação da capacidade funcional são simples, reprodutíveis e confiáveis e consistem geralmente em reproduzir situações ou atividades habituais aos pacientes. Testes clínicos são importantes para fornecer informações complementares ao diagnóstico clínico, monitorar a resposta a uma intervenção medicamentosa ou a um programa de reabilitação.
Teste de caminhada de 6 minutos
O TC6’ consistiu de uma caminhada na qual o paciente foi orientado a percorrer a maior distância possível por um período de seis minutos, com incentivo padronizado a cada minuto .
O TC6’ é utilizado para a avaliação do esforço submáximo do paciente, é simples e de baixo custo operacional, e o mais importante, reflete as atividades diárias desenvolvidas pelos pacientes portadores .
Consiste na caminhada do paciente durante 6 minutos em um terreno plano que pode ser de 15 a 30 metros (m), para avaliar sua tolerância ao esforço físico. Para sua melhor execução, deve-se observar os sinais vitais e pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR) e saturação de oxigênio (Spo2) e o nível de sensação de dispneia
e fadiga nos MMII, pela escala de BORG (índice de esforço percebido), durante o 1º, 3º e 5º minuto de teste e no 1º, 3º e 6º minuto após o termino do teste. A PA deve ser aferida antes e após o teste .
Ergoespirometria
A capacidade de exercício, através da medida do consumo máximo de oxigênio, da informações quanto ao prognostico em pacientes com DPOC, na medida em que pode predizer o risco de mortalidade. O achado típico da ergoespirometria é o aumento da relação entre a ventilação minuto e a produção de gás carbônico, que reflete relações de ventilação - perfusão elevadas. Ocorre um aumento da produção do gás carbônico e do consumo do oxigênio sem o aumento correspondente da ventilação minuto. A limitação do exercício decorre do aumento da demanda ventilatória associada a diminuição da capacidade ventilatória. O paciente com DPOC atinge a capacidade respiratória máxima com níveis baixos de exercício.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os testes de função pulmonar são fundamentais para o diagnostico, sendo também importantes ferramentas para o acompanhamento dos pacientes portadores de DPOC. A espirometria é um método bastante útil e acessível, mas a complementação com outros testes está indicada nos pacientes mais sintomáticos. A avaliação funcional mais complexa deve ser realizada em centros de referencias em casos específicos.

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