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DIREITO INTERNACIONAL AULA 5 2015 Reconhecimento dos Estados na Sociedade Internacional

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Reconhecimento dos Estados na Sociedade Internacional
Direito Internacional – Aula 5 
2015-1
RECONHECIMENTO DOS ESTADOS NA SOCIEDADE INTERNACIONAL
Não se tem uma definição precisa para o reconhecimento de Estado. Para o Direito Internacional, o reconhecimento do Estado é um 'ato livre pelo qual um ou mais Estados reconhecem a existência, em um território determinado, de uma sociedade humana politicamente organizada, independente de qualquer outro Estado existente e capaz de observar as prescrições do Direito Internacional'
O reconhecimento constitui a constatação formal - que normalmente se faz por meio de atos diplomáticos - de que novo ente soberano internacional passou a ter existência, de forma concreta e independente, e já está apto para manter relações com os demais componentes da sociedade internacional. 
REONHECIMENTO DOS ESTADOS NA SOCIEDADE INTERNACIONAL
O reconhecimento significa uma decisão do governo de um Estado de aceitar como membro componente da sociedade internacional outra entidade que acaba de se formar.
Os Estados passam a ter existência, com os seus atributos de soberania e independência, a partir do momento em que aparecem no cenário internacional, com seus elementos constitutivos próprios. Mas eles somente têm o seu reconhecimento efetivado a partir do instante em que começam a participar da vida da sociedade internacional e do momento em que os demais Estados dela integrantes reconhecem a sua existência.
RECONHECIMENTO DOS ESTADOS NA SOCIEDADE INTERNACIONAL
Pelas regras de direito positivo o reconhecimento do Estado é um direito deste, quando se apresenta revestido dos caracteres inerentes à sua condição de ente estatal. Em contrapartida, o reconhecimento consiste num dever dos demais componentes da sociedade internacional reconhecer o novo Estado dotado de tais características, levando-se em consideração o princípio da coexistência pacífica e harmônica da sociedade internacional.
O não-reconhecimento apenas terá lugar caso o novo Estado tenha sido criado em total desacordo com as regras do direito das gentes, resultando de um ato ilícito internacional. 
O reconhecimento é um ato unilateral e livre pelo qual um Estado manifesta ter tomado conhecimento da existência de outro, como membro da comunidade internacional.
RECONHECIMENTO DOS ESTADOS NA SOCIEDADE INTERNACIONAL
A personalidade jurídica do Estado não surge com o reconhecimento, mas antes quando se reúnem todos os elementos constitutivos. O reconhecimento apenas consigna um fato preexistente.
O fato de um Estado ser membro de uma Organização Internacional não implica que tenha reconhecido todos os Estados ao mesmo tempo, ou mesmo por todos os Estados em unanimidade.
RECONHECIMENTO DE ESTADO E DE GOVERNO
TEORIA CONSTITUTIVA: Ou teoria do efeito atributivo, indica que a personalidade jurídica internacional do Estado lhe é atribuída pelo ato político do reconhecimento, ou seja, é o reconhecimento que cria o Estado na sua condição de sujeito do Direito Internacional Público
Antes de ser reconhecido como Estado este ainda não detém a personalidade jurídica internacional não podendo participar da Sociedade Internacional (contraindo direitos e obrigações).
CRÍTICA: O não reconhecimento não leva a assertiva de que um Estado não reconhecido não tem direitos nem deveres ante o Direito Internacional.
RECONHECIMENTO DE ESTADO E DE GOVERNO
TEORIA DECLARATÓRIA: O reconhecimento de um Estado decorre da simples admissão pelos demais atores estatais, da sociedade internacional, de que o Estado em causa tem personalidade jurídica própria.
 O reconhecimento não confere ao Estado personalidade jurídica internacional, mas apenas declara que ele faz jus a esta qualificação jurídica quando reúne os elementos essenciais para sua existência. 
O reconhecimento do Estado não constitui (cria) a personalidade internacional, mas declara sua existência no plano externo 
RECONHECIMENTO DE UM ESTADO PELOS ESTADOS PREEXISTENTES
O reconhecimento de um novo Estado pelos demais sujeitos da sociedade internacional é um ato voluntário e unilateral destituído de força cogente que obrigue a um reconhecimento forçado, cabendo à sociedade internacional , por seus membros, decidir quanto ao momento apropriado para reconhecer o novo Estado.
Trata-se de um ato soberano dos Estados preexistentes, que decidem politicamente quanto ao reconhecimento do novo Estado
Entretanto, a partir do momento em que o novo Estado está apto ao reconhecimento, os demais Estados não devem recusar-se ao seu reconhecimento.
MODALIDADES DE RECONHECIMENTO DOS ESTADOS
INDIVIDUAL OU COLETIVO
DE DIREITO (DE JURE) OU DE FATO (DE FACTO): A primeira forma resultante de uma declaração expressa, como o estabelecimento de relações diplomáticas (ato definitivo e irrevogável). A segunda forma decorre de um fato que implique essa intenção, como um acordo limitado e de caráter provisório. (provisório e revogável)
MODALIDADES DE RECONHECIMENTO DOS ESTADOS
EXPRESSO OU TÁCITO: a primeira forma decorre de um reconhecimento por meio de um documento escrito oriundo do Estado que o realiza, independentemente da forma do instrumento. A segunda ocorrerá pela prática de atitude implícita dos demais membros da sociedade internacional, de reconhecer como um ente soberano o novo Estado.
	OBS: A simples participação de um Estado num tratado multilateral do qual participa Estado não reconhecido não é sinal de reconhecimento. Também, a simples presença ou votação em assembléias de organizações internacionais não implica em reconhecimento implícito por parte dos demais Estados participantes. 
MODALIDADES DE RECONHECIMENTO DOS ESTADOS
INCONDICIONADO OU CONDICIONADO: conforme dependa ou não de condições impostas para o reconhecimento. Normalmente o reconhecimento é incondicionado, e será irrevogável. No outro extremo, nada impede a imposição de condições para o reconhecimento internacional da existência de um novo Estado, como o respeito às normas internacionais ou a condição de assegurar direitos a determinadas pessoas ou grupos (como refugiados)
CLASSIFICAÇAO DOS ESTADOS
SIMPLES OU UNITÁRIOS: São aqueles plenamente soberanos em seus negócios externos, composto de um todo territorial indivisível e uniforme (integral) e sem repartição de competências, existindo um Poder Legislativo único e um governo Central
CENTRALIZADOS: O poder central é exercido com exclusividade, em todo o território nacional
DESCENTRALIZADOS: É aquele repartido pela Constituição em municípios ou províncias
DESCONCENTRADOS: São os que existem divisões territoriais dotadas de um representante do poder central 
CLASSIFICAÇAO DOS ESTADOS
COMPOSTOS: São os que reúnem dentro de si vários Estados independentes ou províncias autônomas, sob o manto de um mesmo governo, com representação internacional 
POR COORDENAÇAO: Quando os países que o formam se encontram em condição de igualdade. Constituem-se pelo agrupamento de outros Estados soberanos em plano de igualdade, com plena autonomia interna, mas sob o comando externo de um poder central 
POR SUBORDINAÇAO: Onde uma ou várias de suas unidades constitutivas estão submetidas ao poder de outra 
ESTADOS COMPOSTOS POR COORDENAÇAO
UNIAO PESSOAL: É a união acidental e temporária de dois ou mais Estados independentes, que conservam legislação distinta, governo próprio e autonomia externa, sob a autoridade de um soberano comum. (Portugal/Espanha)
UNIAO REAL: resulta da junção de dois Estados que guardam integralmente sua autonomia interna, mas que integram uma só personalidade internacional, sob a autoridade de um Chefe de Estado ou monarca (Grã-Bretanha e Irlanda do Norte). O que a diferencia da união pessoal é a estabilidade
ESTADOS COMPOSTOS POR COORDENAÇAO
UNIAO INCORPORADA: Resulta da união de vários Estados independentes para o fim de formar um novo Estado. (Inglaterra/Escócia/Irlanda). Os Estados incorporados apenas virtualmente guardam a qualificação de Estados, mas de jure perdem sua independência e desaparecem, dando lugar a um
novo Estado.
CONFEDERAÇAO DE ESTADOS: Trata-se de uma associação internacional de vários Estados independentes e autônomos para fins determinados (defesa, manutenção da paz...) em que os mesmos detém autonomia interna, soberania e personalidade internacionais (EUA)
ESTADOS COMPOSTOS POR COORDENAÇAO
ESTADO FEDERAL: Federação ou União Federal, são aqueles que se constituem por uma associação permanente de estados, que guardam apenas autonomia interna, abdicando de sua soberania externa em favor de um órgão central (governo federal), dotado da capacidade de reger suas relações internacionais e asseguras sua defesa externa
ASSOCIAÇOES SUI GENERIS: são uniões de natureza especial, sem tipologia específica e que não se enquadram em nenhuma das categorias antes mencionadas. Uniao Sovietica e Commonwealth 
ESTADOS COMPOSTOS POR SUBORDINAÇAO
ESTADOS VASSALOS: São os que gozam de direitos reduzidos no plano interno e, no plano esterno são totalmente subordinados a outro Estado. Liechtenstein/Suíça, Mônaco/França e San Marino/Itália
ESTADO PROTEGIDO OU PROTETORADO: São associações instituídas por Estados mediante tratados em que um ou mais Estados assumem a obrigação de proteger outro e recebem o direito de gerir a sua política externa. O estado protetor assume a representação externa do Estado protegido. Egito/Inglaterra, Etiópia/Italia, Tunísia/França
ESTADOS COMPOSTOS POR SUBORDINAÇAO
ESTADOS CLIENTES: São os Estados que confiam ao outro a defesa de alguns de seus interesses específicos, (administração de suas alfândegas), mantendo integra sua personalidade internacional. Panamá, República Dominicana, Haiti, Honduras e Nicarágua em relação aos EUA

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