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PRODUÇÃO DE CARNE EM CONFINAMENTO

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FAZU- Faculdades Associadas de Uberaba
Produção de carne em confinamento 
Ìgor Cesario
Larissa Santos
Paula de Castro
INTRODUÇÃO
Aumento da taxa de desfrute;
 Sazonalidade climática;
 O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo;
 Existe uma iminente cobrança em se intensificar a produção de bovinos de corte;
Confinamento;
Grau de acabamento e conformação da carcaça, com o pensamento de produzir carne e não somente boi, buscando diferenciação e melhor remuneração na atividade (CERVIERI, 2005).
OBJETIVO
 O objetivo desta revisão é apresentar os princípios e fatores que estão diretamente envolvidos na produção de carne bovina em sistema de confinamento. 
 
REVISÃO DE LITERATURA
Produção de carne bovina no Brasil 
O Brasil é o quinto maior país do mundo em território, com 8,5 milhões de km² de extensão, com cerca de 20% da sua área (174 milhões de hectares) ocupada por pastagens;
O Brasil tem o maior rebanho comercial do mundo, sendo a maior parte do rebanho de 209 milhões de cabeças é criada a pasto e estima-se que somente 3% do rebanho são terminados em sistema intensivo (ABIEC, 2015);
O Brasil hoje pode atender qualquer mercado no mundo, sejam nichos específicos com carnes mais nobres (carne gourmet ou culinária) até cortes de menor valor (carne ingrediente), sejam mais magras ou com maior teor de gordura, sob qualquer demanda e volume (ABIEC, 2015).
A tecnologia aplicada à pecuária está cada dia mais presente no rebanho brasileiro. Aliada ao desenvolvimento de pesquisa nacional e de técnicas específicas aos sistemas produtivos, ela está impulsionando os índices de produtividade dos animais e colaborando para uma pecuária cada dia mais eficiente e sustentável. 
Figura 1. Produção de Carne Bovina nos Países Selecionados – 2013/2014
 Fonte: USDA, 2013.
 Do total das propriedades agrícolas existentes no país, 75% se dedicam à atividade pecuária;
360 mil empregos diretos e milhares de empregos entre os fornecedores de insumos, movimentando quase R$ 2 bilhões em insumos nacionais, e gera mais de 1 milhão de empregos fora da porteira;
No 4º trimestre de 2014 foram abatidas 8,525 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Esse valor foi 0,7% maior que o registrado no trimestre imediatamente anterior (8,470 milhões de cabeças) e 4,1% menor que o registrado no 4º trimestre de 2013 (8,888 milhões de cabeças). 
Gráfico 1. Evolução do abate de bovinos por trimestre – Brasil – trimestres 2009-2014
Fonte: IBGE, 2014.
 Figura 2. Exportação de Carne Bovina nos Países Selecionados – 2013/2014.
 Fonte: USDA, 2013
Produção de Carne em Confinamento
Prática de engorda intensiva de animais, via fornecimento de alimentação adequada nos meses de inverno, ou seja, no período de declínio da produção (entressafa) das pastagens;
Objetivo de produzir carne em quantidade e qualidade, respeitando os aspectos sanitários, nutricionais, comportamentais dos animais e do ambiente;
Vantagens do confinamento
Redução da idade de abate;
Maior rendimento das carcaças;
 Obtenção de carne de ótima qualidade em períodos de maior escassez;
 Mortalidade quase nula;
 Possibilidade de exploração intensiva em pequenas propriedades;
Retorno mais rápido do capital de giro investido na engorda, entre outras.
Nos dias de hoje os confinamentos são utilizados de duas maneiras: como estratégia para aumentar a produtividade da propriedade e como atividade isolada, ou seja, como negócio;
Seleção dos animais (pela grande variabilidade, principalmente em termos de potencial genético);
 A escolha de alimentação ao menor custo possível (concentrados e volumosos);
A infraestrutura necessária na propriedade e a decisão sobre o momento adequado para comercialização dos animais;
 Assim o correto dimensionamento da estrutura do confinamento é o fator-chave para o sucesso do empreendimento.
Localização e infraestrutura
Disponibilidade de alimento;
Evitar áreas vizinhas a rodovias ou com grande movimentação;
Isto evita contaminações, furtos e estresse nos animais;
 Áreas muito planas e declives em excesso (acima de 5%) devem ser evitados;
 Proximidade a córregos e rios (que podem ser contaminados com dejetos do confinamento) 
 Áreas com ventos canalizados, pois, no caso de haver vilas ou cidades próximas, seus habitantes poderão ser molestados pelo odor dos animais e das fezes;
Deve ser incluído no projeto um centro de manejo dos animais;
Área para produção de alimentos, silos ou salas de feno;
Área para preparo dos alimentos;
Galpão para máquinas e implementos;
 Currais de engorda e estrutura para coleta de esterco;
 
É importante ressaltar que as instalações já existentes na propriedade poderão e deverão ser aproveitadas, desde que tenham localização adequada .
Sem existir um padrão definido, as instalações deverão ser funcionais e práticas, de modo a facilitar o manejo dos animais e abastecimento e limpeza de cochos e, principalmente, deverão ser simples, pois a sofisticação não traz  retorno econômico,  podendo comprometer a rentabilidade do processo (CARDOSO, 1996).
Animais
Para a engorda em confinamento devem ser utilizados animais sadios, de bom desenvolvimento e potencial de ganho em peso. 
Numerosas comparações têm sido feitas entre as principais raças de corte e seus mestiços. 
Em geral, tais estudos revelam que existem diferenças entre esses vários grupos genéticos, em relação a características como: peso à maturidade, taxa de crescimento, quantidade e distribuição de gordura corporal e total de carne comercializável produzida por unidade animal. 
Aparentemente cada indivíduo tem um potencial inato para crescer e se desenvolver de uma maneira característica, se colocado em um ambiente adequando e submetido a uma dieta apropriada (PEIXOTO, 1987).
Idade e peso de entrada
	Os animais mais jovens são mais eficientes quanto à conversão alimentar, pois o ganho se dá principalmente pelo crescimento da massa muscular, que é um tecido com teor de água relativamente elevado. Ao contrário, animais mais pesados demandam comparativamente maior quantidade de alimento/kg de ganho, pois estarão sintetizando gorduras a taxas mais elevadas.
Figura 3. Crescimento dos tecidos em relação ao peso vivo.
 Fonte: Taylor, 1984.
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 A preferência dos confinados era por animais machos com peso vivo entre 360 a 390 kg. 
Animais escolhidos nesta faixa de peso eram submetidos a um período de alimentação de 100 a 120 dias sendo abatidos com 16 a 18 arrobas dependendo do peso de entrada e da taxa de ganho de peso diária proporcionada pela dieta utilizada, que geralmente encontrava-se entre 0,9 a 1,2 kg. 
Superprecoces são confinados inteiros, com pesos entre 260 a 300 kg. São submetidos a dietas que permitem ganhos entre 1,3 a 1,5 kg/dia, possibilitando o abate após 130 a 150 dias de confinamento, produzindo 16 a 17,5 arrobas (FILHO, 2011).
Confinamento de animais com pesos iniciais em patamares mais elevados, submetidos a dietas com maiores densidades de energia (alta proporção de grãos), permitindo que um curral de confinamento produza dois a três lotes de bois terminados durante o período seco do ano.
 Os produtores que optam por esta estratégia, acreditam em maior rotatividade de animais, exploram intensamente o ganho compensatório, e aperfeiçoam o capital investido. Neste caso os animais acabam sendo confinados com peso vivo entre 420 a 450 kg (FILHO, 2011).
Sexo do animal
Figura 4. Influência do sexo sobre a composição corporal em diferentes pesos.
 Fonte: TAYLOR, 1984.
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 Tabela 1. Médias de quadrados mínimos para peso de abate e peso de carcaça fria, de acordo com o tratamento de castração .
Tratamento
Peso de Abate, kg
Peso de Carcaça Fria, kg
I
514
298
I + CRF
517
293
CN
465
257
CN + CRF
462
266
CD
463
257
C12
440
262
I + CONF
455
260
 I-inteiros; I+CRF-inteiros + creep feeding; CN-castrados
ao nascimento;CN+CRF-
 castrados ao nascimento+ creep feeding; CD-castrados à desmama; C12-castrados 
 a um ano de idade; I+CONF-inteiros confinados após a desmama.
 Fonte: EUCLIDES FILHO, 2001.
Tipo e conformação
Animais com estrutura corporal grande ganham peso mais rapidamente comparativamente a animais de raças pequenas, mas demoram mais tempo para atingir o peso próprio para abate (CARDOSO, 1996).
Raças de tamanho grande e musculatura grossa x raças de tamanho pequeno e musculatura moderada.
São considerados animais de estrutura corporal média aqueles com peso vivo de abate entre 450 e 520 kg para machos e 400 e 475 kg para fêmeas. Animais ou raças de estrutura corporal grande atingem grau da acabamento em pesos superiores a 520 kg para machos e 475 kg para fêmeas.
Figura 5. Relação entre estrutura corporal e peso e composição 
 de carcaça.
 Fonte: TAYLOR, 1984.
Alimentação
	Dietas para bovinos em confinamento incluem alimentos volumosos, concentrados e suplementos;
As exigências nutricionais para bovinos em confinamento variam segundo o sexo, a estrutura corporal, o peso vivo e a taxa de ganho em peso esperada, e assim a formulação de rações deve levar em conta estes fatores para o balanceamento;
Tabela 2. Exigências líquidas de proteína (g) e energia (Mcal) para o ganho de 1,0 kg de peso vivo, para novilhos de cinco grupos raciais.
Diferenças da carne de animais criados em confinamento ou à pasto
 Maior proporção de fibras oxidativas e coloração da carne mais escura em touros alimentados em pastagem do que em confinamento. 
A carne de animais de pasto, quando é mais “dura”, se dá principalmente em função dos animais serem abatidos com idade mais avançada, e muitas vezes por apresentarem acabamento inadequado, fatores estes que tem influência na qualidade da carne, principalmente em maciez, suculência e sabor (BOIN, 2002).
Os sistemas de confinamento resultam em alta proporção de ácidos graxos insaturados oléico e linoléico.
Além disso a carne apresenta menor concentração de Ácido Linoléico. Conjugado (CLA) devido a diminuição na biohidrogenação pelas bactérias do rúmen. O maior conteúdo de ácidos graxos poliinsaturados da dieta, associado à maior biohidrogenação ruminal, gera elevadas concentrações de CLA na carne, o qual apresenta benefícios à saúde humana (NASCIMENTO et al. 2012).
Carcaças muito magras levam ao encurtamento pelo frio e maciez reduzida, e por outro lado, os níveis mais baixos de gordura impactam negativamente nos atributos organolépticos da carne, tais como flavor e suculência.
 MATÉRIA SECA X CONCENTRADO
CONCLUSÃO
Embora o sistema de confinamento de bovinos com toda sua complexidade demande um alto nível de tecnificação e treinamento para sua total e adequada implementação, exigindo um alto custo inicial e baixas margens de lucro, vem demonstrando ser uma estratégia cada vez mais difundida pelo país. 
O confinamento deve ser encarado como uma importante ferramenta dentro do sistema de produção de carne, e que exerce grande impacto sobre a redução da idade ao abate e giro de capital, permitindo principalmente ganhos em escala de produção. 
OBRIGADA

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