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Diuréticos Estrutura x Atividade Introdução Em 1884, Kaschlakoff identificou a caféina como sendo o componente diurético ativo do café. De uns anos pra cá, com o objetivos de descobrir racionalmente novos diuréticos, investiga-se intensamente o papel fisiológico desempenhado pelas prostaglandinas renais na função renal. Conceito e Utilização Estimulam primariamente a excreção de eletrólitos (especialmente íons sódio, cloreto e bicarbonato) e água, principais eletrólitos de fluido extracelular. Diminuem a reabsorção tubular, processo que compreende o transporte de eletrólitos e outros solutos da urina tubular para as células tubulares e a seguir para o fluido extracelular. Empregados principalmente no alívio de edemas e como coadjuvante no controle da hipertensão de outras patologias como glaucoma e cálculos renais. Classificação Os diuréticos podem se classificados de acordo com os seus locais de ação, estruturas químicas, efeitos sobre a excreção de potássio, entre outros Os diuréticos são classificados em: Osmóticos Inibidores da Anidrase carbônica Tiazídicos Diuréticos de alça Poupadores de potássio Local de ação dos Diuréticos Diuréticos osmóticos Propriedades: Baixo peso molecular Pouco metabolizados Atravessam a membrana por difusão passiva Mecanismo de ação: Exerce efeito osmótico diminuindo a reabsorção de sódio e água Estrutura Química dos Diuréticos Osmóticos Sítio de Ação: Túbulo Proximal, Alça de Henle e Túbulo coletor Os principais representantes deste subgrupo são o manitol e a glicerina. Manitol Glicerina Absorção e Indicações Farmacocinetica: Todos os inibidores da anidrase carbónica são bem absorvidos após a administração oral. Um aumento no pH urinário pela diurese de bicarbonato ocorre ao final de 30 minutos, atinge o máximo em 2 horas e persiste por 12 horas após uma dose única. Indicações Terapeuticas: A baixa eficácia diurética dos inibidores da anidrase carbónica faz com que sejam escassamente utilizados nos diferentes tipos de edemas. No entanto, em quadros de edema acompanhados de alcalose metabólica, estes diuréticos podem ser altamente benéficos. Tiazídicos Mecanismo de Ação: Inibem o transporte de Na+/Cl-, assim diminuem a reabsorção de sais e água e aumentam a excreção dos íons Sódio e Potássio . Atualmente não existe no mercado nenhuma tiazida isolada, mas a hidroclorotiazida surge em muitas associações em dose fixa, combinada com um anti-hipertensor ou outro diurético Tiazídicos 1- Substituintes na posição 2: H ou CH3 2- Posição 3: relacionada com a duração e potência do fármaco. 3- Hidrogenação da dupla C3=C4 : aumento de 3 a 10 vezes a potência. 4- Substituintes em 4, 5 e 6: diminuem a diurese. 5- Substituintes em 6 com grupo retirador de elétrons (Cl-, Br- ou NO2- ):essencial para a atividade. 7- Grupo sulfonamido em 7: essencial para a atividade. 10 Tíazidas e Derivados Ação e Indicações Farmacocinética: Com os fármacos de ação mais curta, como hidroclorotiazida, clorotiazida, o efeito máximo é observado em cerca de 4-6 horas, com duração entre 8 a 12 horas Indicações: As tiazidas constituem habitualmente o grupo de diuréticos de primeira opção para o tratamento crónico de edemas associados a doença cardíaca,hepática e renal . Só perante a resistência ao seu efeito, aparecimento de efeitos indesejáveis graves ou em situações de insuficiência renal grave, o seu uso deve ser suspendido ou associado com outros diuréticos Inibidores da Anidrase Carbônica Sulfonamidas foram sintetizadas e testadas quanto à capacidade para inibir a anidrase carbónica; dentre estas, a acetazolamida foi estudada extensivamente. Apesar de se tratar de diuréticos, estes fármacos são usados exclusivamente no tratamento clínico do glaucoma. Ex: Acetazolamida Brinzolamida Dorzolamida Inibidores da Anidrase Carbônica Mecanismo de ação: Os inibidores da anidrase carbónica bloqueiam a reabsorção do bicarbonato de sódio no túbulo proximal, causando diurese de NaHCO3 e diminuição das reservas corporais totais de bicarbonato A acetazolamida foi usada como diurético oral, mas visto que a tolerância se desenvolve rapidamente, hoje em dia, para a administração por via oral, preferem-se as tiazidas. No entanto ela é ainda usada profilaticamente no controle de parasitas. Relação Estrutura x Atividade 1- O anel aromático pode ser outro heterocíclico. 2- O anel aromático pode ser meta-dissulfamoilbenzeno, com substituintes nas seguintes posições: Diuréticos de Alça Mecanismo de ação: Inibem o co-transporte de Na+K+ 2CL- Provocam vasodilatação renal -aumentam a liberação de prostaglandinas renais Ex: Furosemida e a Bumetanida. Relação Estrutura x Atividade 1- Substituintes na posição 1: deve ser ácido (aumenta a diurese) 2- Posição 4: Grupo retirador de elétrons 3- Posição 5: Grupo Sulfonamido (Grupo Farmacofórico) Absorção e Indicações Farmacocinética: Os diuréticos de alça são rapidamente absorvidos pelo trato gastrointestinal e também podem ser administrados por via intravenosa. Ligam-se extensivamente às proteínas plasmáticas, de modo que a filtração glomerular destes fármacos é limitada Quando administrados por via oral, estes diuréticos atuam dentro de uma hora, e quando administrados por via intravenosa, produzem efeito máximo em 30 minutos. Indicações: Hipercaliemia, Insuficiência renal aguda, Dose excessiva de anions. Poupadores de Potássio Mecanismo de Ação: Inibe as ações do hormônio aldrosterona, competindo pelos seus receptores das células renais. A aldesterona é responsável pela reabsorção de NA+. Características São considerados fracos, pois, agem no duto coletor, onde só é absorvido de 1 a 2% do Na+; Esses agentes podem evitar a perda de K+ que ocorrem com os tiazídicos e de alça; Efeitos: anti-hipertensivo, adjuvantes diagnostico, anti-hipopotassêmico. E utilizado me associação a outros diuréticos, para diminuir a excreção de potássio Ex: Espironolactona e Amilorida; Ação e Potência Sua ação se dá diretamente no transporte tubular renal, impedindo a entrada de sódio nas células do túbulo distal coletor. Como consequência, diminui a excreção de potássio, tornando a urina levemente alcalina, é excretado inalterada na urina Possui baixa potência razão pela qual é quase sempre associado com outros diuréticos, como hidroclorotiazida e furosemida. Da mesma forma como espironolactona, é empregado para redução do edema em pacientes com cirrose hepática. Conclusão São utilizados principalmente para tratar a hipertensão arterial e quadros de edema, bem como outros distúrbios como a insuficiência cardíaca congestiva (ICC), insuficiência renal crônica e glaucoma. Apesar de apresentarem diferenças em relação ao local de ação no néfron e duração de ação, os diuréticos têm em comum a propriedade de estimular a eliminação dos íons Na+ pela urina. Como o Na+ não é excretado isoladamente, ele carrega a água do sangue, havendo aumento do volume urinário e a consequente redução da quantidade de líquido nos vasos sanguíneos. Referencias Bibliográficas Korolkovas A, Burckhalter JH. Química Farmacêutica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. BARREIRO, E.J.; FRAGA, C.A M. Química medicinal: As bases moleculares da ação dos fármacos. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. http://www.uff.br/farmacobasicamfl/sites/default/files/13_farmacologia_hipertensao.pdf
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