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av1 jurisdição constitucional

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Prova AV1 – jurisdição constitucional:
Questão 1:
https://qualconcurso.jusbrasil.com.br/artigos/157931879/nova-sumula-vinculante-37-do-stf-e-aumento-de-vencimentos-dos-servidores-publicos
sumula vinculante STF 37
 Durante a tramitação de determinado projeto de lei de iniciativa do Poder Executivo, importantes juristas questionaram a constitucionalidade de diversos dispositivos nele inseridos. Apesar dessa controvérsia doutrinária, o projeto encaminhado ao Congresso Nacional foi aprovado, seguindo-se a sanção, a promulgação e a publicação. Sabendo que a lei seria alvo de ataques perante o Poder Judiciário em sede de controle difuso de constitucionalidade, o Presidente da República resolveu ajuizar, logo no primeiro dia de vigência, uma Ação Declaratória de Constitucionalidade. Diante da narrativa acima, responda aos itens a seguir. 
A) É cabível a propositura da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) nesse caso? 
B) Em sede de Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), é cabível a propositura de medida cautelar perante o Supremo Tribunal Federal? Quais seriam os efeitos da decisão do STF no âmbito dessa medida cautelar?
A) Meus amigos, não cabe Ação Declaratória de Constitucionalidade por mera controvérsia doutrinária. A banca acabou “jogando” essa pegadinha logo no início do enunciado. Comentamos bem isso no curso da 1ª fase. O cabimento da ADC vai ocorrer quando haja controvérsia judicial que esteja pondo em risco a presunção de constitucionalidade da norma impugnada.
E isso irá existir quando estivermos diante de pronunciamentos contraditórios de órgãos jurisdicionais, devendo ser demonstrada inclusive logo na petição inicial a existência de ações em andamento em juízos ou tribunais em que a constitucionalidade da lei esteja sendo impugnada.
A banca foi exatamente nesse sentido. Além de deixar claro nas primeiras linhas do enunciado que estávamos diante de uma mera controvérsia doutrinária, ela ainda trouxe o indicativo do lapso temporal de vigência da lei. Ora, se a lei está em seu primeiro dia de vigência, é difícil imaginar que há a formação consistente de uma controvérsia judicial sobre o tema. Não haveria decisões conflitantes no âmbito do Poder Judiciário para que pudesse subsidiar uma ADC.  Este é o fundamento do art. 14, III da Lei 9.868/99, que em seu dispositivo estabelece que: Art. 14. A petição inicial indicará: III – a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória.
B) O segundo questionamento reside na possibilidade de propositura de medida cautelar perante o STF. Item tranquilo, já que de acordo com Art. 21, caput, da Lei nº 9868/99, cabe ao Supremo Tribunal decidir sobre os efeitos desta em sede de ADC, por decisão da maioria absoluta de seus membros.
A medida cautelar em ADC consistirá na determinação de que os juízes e tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até que esta seja julgada em definitivo pelo STF.
E, aqui, temos efeitos erga omnes e ex nunc, de natureza vinculante, de modo que caberão aos Juízes e Tribunais suspender o julgamento dos processos pendentes que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo, devendo-se verificar o prazo de 180 dias, em razão do disposto no art. 21, parágrafo único da Lei. 9.868/99.
Questão2: 
O deputado federal João da Silva, impulsionado por solicitação do seu partido, quer propor a alteração de alguns dispositivos normativos constantes da Lei nº 1.234, produzida pela via ordinária, em momento anterior à Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Porém, a atual ordem constitucional dispôs que a matéria de que trata a referida Lei nº 1.234 deve ser regulamentada via Lei Complementar. Não sabendo como proceder, o referido deputado procura auxílio de sua assessoria jurídica a fim de sanar as dúvidas a seguir. 
Questão A: É possível considerar que a Lei nº 1.234 tenha mantido a conformidade constitucional com o advento da nova Constituição? Justifique. 
Resposta A: É possível considerar sim, desde que haja é claro compatibilidade material com a nova Constituição. O “status” da norma recepcionada é definido pela nova Constituição. A compatibilidade formal não é necessária. Mesmo que a Lei à época do fato tenha sido ordinária, havendo concordância no conteúdo com a nova Carta (que agora exige Lei Complementar), ela permanecerá válida e vigente. É o fenômeno da recepção das normas Constitucionais.
Questão B: Para a alteração dos dispositivos normativos constantes da Lei nº 1.234, que espécie legislativa deve ser utilizada pelo Deputado João da Silva? Justifique.
Resposta B: Nesse caso, seria Lei complementar. Como o enunciado deixa claro que a nova Constituição dispõe que a matéria tratada pela Lei. 1.234 deva ser regulamentada por Lei Complementar, temos aqui uma reserva constitucional expressa, de modo que qualquer alteração deve ser observada o rito dessa espécie legislativa.
A) Sim, pois, nesse caso, se opera o fenômeno da recepção, que corresponde a uma revalidação das normas que não contrariam, materialmente, a nova Constituição. O importante é que a lei antiga não destoe materialmente da nova Constituição, pouco importando qual a forma com que se revista. Não se deve conferir importância a eventual incompatibilidade de forma com a nova Constituição, pois a forma é regida pela lei da época do ato (tempus regit actum). Assim, mesmo que o ato normativo seja veiculado por instrumento diverso daquele que a nova Carta exige para a regulação de determinada matéria, permanecerá em vigor e válido se houver concordância material, ou seja, no seu conteúdo, com as novas normas constitucionais.
 B) Lei complementar. A partir da promulgação da nova Constituição, a Lei nº 1.234 foi recepcionada como “Lei Complementar”; portanto, diante da reserva constitucional expressa, qualquer alteração no seu texto deverá ser realizada por intermédio desta espécie legislativa.
Questão 3:
O Ministério Público Federal ajuizou Ação Civil Pública em face do INSS, visando obrigar a autarquia a emitir aos segurados certidão parcial de tempo de serviço, com base nos direitos constitucionalmente assegurados de petição e de obtenção de certidão em repartições públicas (CF, art. 5º, XXXIV, b). O INSS alega, por sua vez, que o Decreto 3048/99, em seu art. 130, justifica a recusa. Sustenta, ainda, que a Ação Civil Pública não seria a via adequada para a defesa de um direito individual homogêneo, além de sua utilização consubstanciar usurpação da competência do STF para conhecer, em abstrato, da constitucionalidade dos atos normativos brasileiros. Como deverá ser decidida a ação?
Resposta1: O Ministério Público Federal tem legitimidade para ajuizar ação civil pública em defesa de direitos individuais homogêneos, desde que esteja configurado interesse social relevante.2. Precedentes do STJ.3. A Constituição Federal, em seu art. 5º, XXXIV, ''b'', garante ao segurado a obtenção de certidões perante as repartições públicas, com a finalidade precípua de defesa de seus direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. Não é lícito ao INSS a restrição ao cidadão de obtenção de certidão parcial de tempo de serviço, baseada em norma regulamentar que importa óbice ao exercício de um direito constitucionalmente assegurado. Ademais, não existe no ordenamento pátrio lei em sentido estrito que impeça o segurado de obter mencionada certidão.
STF, RE 472489
Resposta2: desde que a ação civil publica seja proposta atendendo aos seus fins, e não como uma manobra para substituir o controle direto de constitucionalidade, no seu manejo é possível, sim, a discussão incidental de inconstitucionalidade, pela via de controle difuso.

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