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PRINCÍPIOS JURÍDICOS E VALOR DA SEGURANÇA JURÍDICA Limitação Constitucional ao Poder de Tributar: princípios constitucionais tributários e Imunidade Tributária Segurança Jurídica: legalidade, tipicidade, irretroatividade e anterioridade. INTRODUÇÃO. É inegável que o Estado necessita arrecadar recursos financeiros para sustentar suas atividades, assim como garantir a satisfação do interesse público como sua finalidade precípua, através da imposição de tributos às pessoas que integram a sociedade. Entretanto o pode de tributar do Estado, que é irrenunciável e indelegável, não é absoluto, pois a própria Constituição Federal impõe certos limites por meio dos princípios constitucionais tributários e imunidades tributárias. Nos Estados modernos, o poder de tributar é oriundo do Exercício da soberania Estatal dentro de um território delimitado e exercido sobre uma população, de forma que o poder de tributar compete às pessoas jurídicas de direito publico, os entes políticos[16], tendo em vista que os artigos 145 que garante a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios o poder de instituir tributos e o art. 150 que delimita o poder de tributar da União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios . LIMITAÇÃO AO PODER DE TRIBUTAR ADI 939: EC 03/93 - São direitos individuais. Podem gozar tanto de eficácia plena como de eficácia contida - as do 150 ao 152, CF (Fundamento: 142, II, CF). Ex: art. 150, VI, "c", CF. De acordo com os precedentes do STF, as limitações constitucionais ao poder de tributar estabelecidas fora dos artigos 150 a 152 da Constituição Federal podem ser dotadas de eficácia limitada, uma vez que não se configuram direitos e garantias individuais. PRINCÍPIOS I - Princípio da Legalidade Exigir": Instituição do tributo e tipologia tributária (sub princípio da tipicidade cerrada): todos os aspectos de incidência tributária deverão estar descritos em lei, seja de forma determinada, seja de forma determinável. Aspectos de incidência:- Material: descrição do fato típico tributário.- Espacial;- Temporal;- Pessoal;- Quantitativo. Ricardo Lobo Torres: tipicidade aberta. Isto porque defende a existência, em matéria tributária, de normas tributárias em branco. Ex: art. 19, CTN ("território nacional", que pode ser ficto ou geográfico). OBS: Medida Provisória poderia ser considerada exceção ao princípio da legalidade? R: Não (ver art. 62, § 2º, CF). Pode instituir e majorar impostos federais. Ela pode ser utilizada para a instituição do IEG (Imposto Extraordinário de Guerra – art. 154, II, CF), e para majorar os demais. II – PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA Previsão legal: art. 150, II, “a”, CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; A lei tributária não se aplica a fatos ocorridos anteriormente a sua vigência. Regra: a lei a ser aplicada é aquela vigente à época da ocorrência do fato gerador. Ex: ITCMD – Fulano morre em 2009, quando a alíquota é de 5%; em 2013, com alíquota de 2%, é aberta a sucessão. Aplica-se a alíquota de 5% IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA Quando se aplica a lei atual, sem observância do fato gerador? 1º caso – Se a lei atual traz modificação aos critérios de apuração e arrecadação de tributos. 2º caso – Quando a lei atual confere um aumento nos poderes de fiscalização ( = o poder de polícia da Fazenda). 3º caso – Quando se confere maiores garantias e privilégios ao crédito tributário. Art. 144 e parágrafos do CTN . O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. EXCEÇÃO: RETROATIVIDADE BENÉFICA OU BENIGNA ART. 106, CTN 1º caso: lei meramente interpretativa (= STF: lei expressamente interpretativa), desde que não comine sanções ao contribuinte; 2º caso: ato infracional não transitado em julgado, cuja lei posterior deixe de defini-lo como infração ou aplique penalidade menos severa. Obs.: O tribunal administrativo não faz coisa julgada absoluta, cabendo ao Poder Judiciário a determinação da coisa julgada em face do particular (princípio da inafastabilidade de jurisdição – art. 5º, XXXV, CF). S.473, STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. S.584, STF: Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração. PRINC DA ANTERIORIDADE OU NÃO SURPRESA. Faz uma substituição do princípio da anualidade tributária, pelo qual o tributo só poderia ser exigido quando previsto no orçamento anual. Finalidade: dar ao contribuinte uma maior garantia em face dos excessos praticados pelo Estado. Ex: criação de tributos ou ocorrência de aumento com uma exigência imediata. Anterioridade Comum/Exercício/Ânua: todo tributo que for instituído ou aumentado só pode ser exigido no exercício financeiro seguinte ao da publicação da lei. Previsão: art. 150, III, b, CF Anterioridadenonagesimal/noventena/mitigada/mí nima: Entre um exercício e outro é de ter um lapso temporal de noventa dias (é contado em dias, não em meses). Previsão: art. 150, III, c, CF EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA NÃO SURPRESA ART 150§ 1º, CF : Tributos que são exigidos imediatamente: II, IE, IOF, IEG e Empréstimo Compulsório decorrente de calamidade pública e guerra externa. (o de investimento público observa); Tributos que podem ser cobrados no mesmo ano aguardando prazo mínimo de 90 dias contados da publicação da lei: IPI, ICMS incidente sobre combustíveis, CIDE-combustíveis e Contribuições Sociais (art. 195, § 6º, CF); Tributos que devem ser exigidos no ano seguinte sem observância do prazo mínimo de noventa dias: IR e fixação da base de cálculo do IPVA e IPTU. # Questões controversas ???????? I – Redução de tributo: não observa o princípio da anterioridade. II – Medida Provisória e Anterioridade: pode instituir e majorar impostos (art. 62, § 2º CF) QUESTÕES POLÊMICAS: Exemplo: MP editada em ago/2011 majorando a alíquota do ITR; Convertida em lei em 12/12/2011. Quando pode ser exigido? R: 01/01/2012. Fundamento: Se convertida no mesmo ano em que foi editada, o prazo para fins de anterioridade é contado a partir de sua edição, e não da conversão em lei. Exemplo: MP majorou o II em dez/2012; empresas importadoras começaram a recolher o imposto majorado imediatamente; após 120 dias o Congresso Nacional rejeitou a Medida Provisória. Cabe direito de restituição? REVOGAÇÃO DE ISENÇÃO POR PRAZO INDETERMINADO E ANTERIORIDADE Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: § 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição,sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. Súmula 544, STFart. 175 e s. CTN. : Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas. PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO (DA VEDAÇÃO DO CONFISCO) art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: IV - utilizar tributo com efeito de confisco; S 70, STF: É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo. S 323, STF: É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos. IGUALDADE TRIBUTÁRIA Está previsto no art. 150, II da Constituição Federal, que veda que seja instituído “tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos”. Trata, portanto, de reiteração da cláusula pétrea consagrada no caput do art. 5°, que proclama que “Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza .” CAPACIDADE CONTRIBUTIVA De acordo com o § 1° do art. 145, “Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.” Nesse particular, importa assinalar que o princípio da capacidade contributiva se limita aos impostos, não tendo abrangência quanto às demais espécies tributárias. Em outras palavras “cada um deve concorrer para com as despesas públicas consoante suas posses e disponibilidades econômicas IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS É UMA FORMA DE NÃO-INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA, por força de disposições constitucionais. Os casos previstos na Constituição são: imunidade recíproca entre as várias unidades políticas – União, Estados e Municípios (art. 150, VI); de templos de qualquer culto (art. 150, VI, b); partidos políticos, livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão (art. 150, VI, c e d) CASO CONCRETO Caso Concreto Lei federal, publicada no ano passado, majora alíquotas do Imposto de Renda incidente em determinadas importações e determina a incidência sobre o exercício passado cuja declaração será feita neste exercício. Neste caso, inicia-se forte discussão sobre o tema da segurança jurídica e dos princípios tributários atinentes. Para verificação da constitucionalidade do tema, apresente o entendimento do STF e sua evolução até os dias atuais. RESP: SÚMULA 584 do STF que autoriza a aplicação da legislação tributária vigente no exercício da declaração ainda que alcance fatos geradores ocorridos no exercício financeiro anterior. OBJ> C
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