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PRINCIPAIS ASPECTOS DAS RESOLUÇÕES CONAMA RELACIONADAS COM PADRÕES DE EMISSÕES DE POLUENTES ATMÓSFERICOS Thaís Cordeiro Prates, thaispratees@hotmail.com¹ ¹Universidade Federal da Fronteira Sul, Rua Jacob Haupenthal, 1580, Bairro São Pedro. Engenharia Ambiental e Sanitária Controle da Poluição Atmosférica Prof. Bruno M. Wenzel 1. RESOLUÇÃO CONAMA nº 8 A Resolução CONAMA nº 8, de 6 de dezembro de 1990, dispõe sobre o estabelecimento de limites máximos de emissão de poluentes no ar para processos de combustão externa de fontes fixas de poluição com potencias nominais totais de 70 MW (setenta megawatts) e superiores. Na resolução entende-se por processo de combustão externa em fontes fixas toda a queima de substancias combustíveis realizada nos seguintes equipamentos: caldeiras; geradores de vapor; centrais para a geração de energia elétrica; fornos, fornalhas, estufas e secadores para a geração e uso de energia térmica; incineradores e gaseificadores. A resolução estabelece limites de emissão para partículas totais e dióxido de enxofre (SO2), expressos em peso de poluentes por poder colorífico superior do combustível e densidade colorimétrica. O limite para novas fontes fixas com potência nominal total igual ou inferior a 70 MW e para potências superiores a 70 MW são apresentados na tabela 1 e 2, respectivamente. Tabela 1. Limites estabelecidos para paramentos/poluentes para fontes fixas com potência igual ou inferior a 70 MW Tipo de fonte Áreas a serem atmosfericamente conservadas (lazer, turismo, etc.) Classe II e III Limites Partículas totais 120 gramas por milhão de quilocalorias 350 gramas por milhão de quilocalorias (para óleo combustível) 1500 gramas por milhão de quilocalorias (para carvão mineral) Densidade Colorimétrica 20% 20% Dióxido de enxofre (SO2) 2000 gramas por milhão de quilocalorias 5000 gramas por milhão de quilocalorias Consumo de óleo combustível por fonte fixa (correspondente a capacidade Nominal total do(s) equipamento(s)) 3000 toneladas por ano (Consumos superiores estão sujeitos a aprovação do órgão público) - Tabela 2. Limites estabelecidos para paramentos/poluentes para fontes fixas com potências superiores a 70 MW. Tipo de fonte Classe II e III Limites Partículas totais 120 gramas por milhão de quilocalorias (para óleo combustível) 180 gramas por milhão de quilocalorias (para carvão mineral) Densidade Colorimétrica 2% Dióxido de enxofre (SO2) 2000 gramas por milhão de quilocalorias Consumo de óleo combustível por fonte fixa (correspondente a capacidade Nominal total do(s) equipamento(s)) - Para áreas Classe 1 e áreas a serem atmosfericamente preservadas (Unidades de Conservação, com exceção das APA’s) fica proibida qualquer atividade econômica que gere poluição do ar, e em áreas a serem atmosfericamente conservadas (lazer, turismo, etc.) Para potências superiores a 70 MW. Para outros combustíveis, exceto óleo combustível e carvão mineral, caberá aos Órgãos estaduais de meio ambiente o estabelecimento de limites máximos de emissão e cabe aos órgãos estaduais de meio ambiente propor aos governos de seus respectivos Estados o enquadramento de suas áreas Classe I e III, conforme já previsto na Resolução CONAMA no 5/89 e Resolução CONAMA no 3/90. O atendimento aos limites máximos de emissão aqui estabelecidos não exime o empreendedor do atendimento a eventuais exigências de controle complementares. RESOLUÇÃO CONAMA nº 264 A resolução CONAMA nº 264, de 26 de agosto de 1999, dispõe sobre o licenciamento de fornos rotativos de produção de clínquer para atividades de co-processamento de resíduos. Os resíduos co-processados nesta atividade devem ser passíveis de serem utilizados como substituto de matéria prima e ou de combustível. O processo de licenciamento deve ser tecnicamente fundamentado com base nos seguintes estudos: Estudo de Viabilidade de Queima - EVQ; Plano de Teste em Branco (PTB); Relatório de Teste Branco; Plano de Teste de Queima - PTQ; Relatório de Teste de Queima; e Análise de Risco. O EVQ consiste em estudo teórico que visa avaliar a compatibilidade do resíduo a ser co-processado com as características operacionais do processo e os impactos ambientais decorrentes desta prática. Este, deve ser apresentado ao Órgão Ambiental e deve conter dados referentes à fábrica de cimento (nome, endereço, situação com relação ao licenciamento ambiental), o objetivo da utilização do(s) resíduo(s), os dados do(s) resíduo(s), a caracterização dos combustíveis (tipo, poder calorífico inferior e teor de enxofre) e consumo (t/h) assim como a descrição dos sistemas de alimentação de combustíveis ou outras informações que forem consideradas necessárias. Após a aprovação do Estudo de Viabilidade de Queima - EVQ, o Órgão Ambiental analisara e aprovará o Teste em Branco. Este teste do branco é um conjunto de medições realizadas no forno em funcionamento normal, operando sem a alimentação de resíduos, para avaliação das condições operacionais da Unidade de produção de clínquer e do atendimento às exigências técnicas fixadas pelo Órgão Ambiental, sendo que este deve contemplar quesitos como o período previsto para a realização do Teste em Branco, com o acompanhamento por parte dos técnicos do Órgão Ambiental, a descrição e eficiência dos equipamentos de controle de poluição atmosférica, a descrição do plano de auto monitoramento do processo, contemplando entre outros a localização dos pontos de amostragem, parâmetros amostrados nestes pontos e a periocidade das amostragens, q metodologias de coleta de amostra e de análise a serem empregadas, com os respectivos limites de detecção, sendo que as coletas devem ser feitas em triplicata, sendo o tempo mínimo de coleta para material particulado de duas horas, além de apresentar a capacidade de operação da unidade durante o teste, os parâmetros operacionais que serão monitorados no processo: inclui taxas de alimentação (de combustível, de matérias-primas e de material particulado recirculado), equipamentos de controle operacional, com os respectivos limites de detecção, avaliação das emissões atmosféricas para os seguintes parâmetros: material particulado, SOx, NOx, HCl/Cl2, HF e elementos e substâncias inorgânicas listadas na resolução e análise quali-quantitativa dos elementos e substâncias inorgânicas presentes no pó retido no equipamento de controle de poluição. Após a aprovação deste a empresa está apta a apresentar um Plano de Teste de Queima. O PTQ é um plano que contempla dados, cálculos e procedimentos relacionados com as operações de co- processamento propostas para o resíduo. Este plano deve conter o objetivo do teste, fluxogramas do processo produtivo, com indicação dos pontos de alimentação, descrição e capacidade dos sistemas de alimentação (matéria-prima, combustível e resíduo),bem como o perfil de temperaturas do sistema, descrição dos equipamentos do sistema forno, descrição do resíduo e da matéria prima, as condições operacionais propostas para o Teste de Queima, incluindo tempo de residência para gases e sólidos , descrição do sistema de controle de emissões atmosféricas, de seus equipamentos e de suas condições operacionais, descrição do destino final dos resíduos gerados no sistema de controle de emissões atmosféricas: no caso de existirem etapas de tratamento deste sistema que gerem efluentes líquidos, descrever seus equipamentos e operações, seus parâmetros e condições operacionais e sua proposta de monitoramento para sistemas de tratamento destes efluentes. O mesmo se aplica para os efluenteslíquidos gerados em operações de limpeza de pisos e equipamentos, bem como as águas pluviais contaminadas, descrição do sistema de análise e controle de qualidade do clínquer, sob o ponto de vista ambienta, descrição e desenhos esquemáticos de localização de todos os pontos de medição e coleta de amostras para monitoramento da unidade e dos sistemas de controle de emissões e descrição dos sistemas de gerenciamento destes dados, lista de parâmetros a serem monitorados na operação do sistema forno, em todas as etapas do co-processamento, relacionando equipamentos utilizados no monitoramento, lista de parâmetros a serem monitorados em todas as etapas do processo, incluindo, entre outros, metodologias e equipamentos de coleta e análises, seus limites de detecção, frequências de coletas de dados de amostragem e de medições para: combustíveis, matérias-primas, resíduo e correntes de reciclo e de descarte (material particulado, resíduos sólidos gerados, efluentes gasosos e efluentes líquidos), descrição do sistema de intertravamento, das condições em que ocorrem a interrupção e a retomada da alimentação dos resíduos, estimativa dos níveis de emissão resultantes da adoção da taxa de alimentação pretendida, com base no balanço de massa, contemplando os dados de entrada (matéria prima, combustível, resíduo e reciclos.) e de saída (clínquer, gases da exaustão, material particulado retido no ECP e particulado nos gases emitidos para atmosfera.), cronograma do teste de queima e pôr fim a identificação dos técnicos envolvidos no teste. Após a aprovação do PTQ o interessado fixará a data para o Teste de Queima, em comum acordo com o Órgão Ambiental, que acompanhará todas as operações do teste, bem como o controle e inspeção para a liberação dos lotes de resíduos e o transporte destes lotes. O Teste de queima consiste em um conjunto de medições realizadas na unidade operando com a alimentação de resíduos, para avaliar a compatibilidade das condições operacionais da instalação de produção de clínquer com o atendimento aos limites de emissões definidos na presente Resolução e com as exigências técnicas fixadas pelo Órgão Ambiental. Este deverá ser testado o sistema de intertravamento para interromper automaticamente a alimentação de resíduos e durante ele a instalação deverá operar nas mesmas condições operacionais verificadas durante o Teste em Branco e devem ser amostrados no efluente gasoso, os mesmos poluentes avaliados no Teste em Branco, além dos Principais Compostos Orgânicos Perigosos-PCOPs. As coletas deverão ser realizadas em triplicatas, com o tempo mínimo de coleta para o material particulado de duas horas, e os limites de emissão para efluentes gasosos de acordo com a Resolução. As condições previas para o teste são já ter obtido aprovação do PTQ, este não deverá apresentar risco significativo de qualquer natureza à saúde pública e ao meio ambiente e a empresa deve ter todos os equipamentos de monitoramento instalados, calibrados e em condição de funcionamento assim como um sistema de alimentação do resíduo, em condições de segurança e operacionalidade. A respeito da seleção dos Principais Compostos Orgânicos Perigosos (PCOPs), esta deverá ser baseada no grau de dificuldade de destruição de constituintes orgânicos do resíduo, sua toxicidade e concentração no resíduo. Onde a Eficiência de Destruição e Remoção-EDR dos PCOPs, deverá ser de no mínimo noventa e nove por cento e para a confirmação desta EDR, a taxa de alimentação do(s) PCOP(s) selecionado(s) deverá ser compatível com os limites de detecção dos métodos de amostragem e análises das emissões atmosféricas. Esta atividade deverá observar os limites máximos de emissão atmosférica, fixados na Tabela 3, respeitando as emissões máximas dos fornos de clínquer destinados ao co-processamento, tanto no Teste em Branco quanto no Teste de Queima, não deverão ultrapassar os Limites Máximos de Emissão, o limite de 100 ppmv poderá ser exercido desde que os valores medidos de THC não excedam a 20 ppmv, em termos de média horária e que não seja ultrapassado o limite superior de CO de 500 ppmv, corrigido a sete por cento de O2 (base seca), em qualquer instante e o limite de CO para o intertravamento da alimentação de resíduo, será fixado partir dos Testes de Queima estabelecidos com base nas médias horárias e corrigidas continuamente a sete por cento de O2 (gás base seca). Tabela 3. Limites de emissão para poluentes em atividades de co-processamento de resíduos em fornos de clínquer. Poluente Limite de emissão HCL 1,8 kg/h ou 99% de redução HF 5 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) CO 100 ppmv corrigido a 7% de O2 (base seca) / em termo de média horária. MP 70 mg/Nm3 farinha seca corrigido a 11% de O2 (base seca) THC (expresso como propano) 20 ppmv corrigido a 7% de O2 (base seca) Mercúrio (Hg) 0,05 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) Chumbo (Pb) 0,35 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) Cádmio (Cd) 0,10 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) Tálio (TI) 0,10 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) (As+Be+Co+Ni+Se+Te) 1,4 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) (As+Be+Co+Cr+Cu+Mn+Ni+Pb+Sb +Se+Sn+Te+Zn) 7,0 mg/Nm3 corrigido a 7% de O2 (base seca) Estes limites podem ser mais restritivos, a critério do Órgão Ambiental local, em função da capacidade de dispersão atmosférica dos poluentes, considerando as variações climáticas e de relevo locais, ou a intensidade de ocupação industrial e os valores de qualidade de ar da região. Os limites de emissão para os parâmetros SOx e NOx deverão ser fixados pelos Órgãos Ambientais competentes de acordo com as peculiaridades regionais. Os relatórios de monitoramento ambiental devem ser encaminhados ao Órgão Ambiental competente de acordo com a frequência solicitada e a taxa de alimentação do resíduo deve ser controlada através deste. Deverão ser monitorados de forma contínua os seguintes parâmetros: pressão interna, temperatura dos gases do sistema forno e na entrada do precipitador eletrostático, vazão de alimentação do resíduo, material particulado (através de opacímetro), O2, CO,NOx e / ou THC quando necessário. E de forma não continua os SOx, PCOPs, HCl/Cl2, HF, elementos e substâncias inorgânicas listados na resolução. O controle das características dos resíduos deverá ser feito através de amostragem não contínua, fundamentado na análise dos seguintes parâmetros: PCOPs, elementos e substâncias inorgânicas, enxofre, flúor, série nitrogenada e cloro. O monitoramento ambiental da área de entorno deverá ser definido caso a caso, com base na avaliação de riscos à saúde humana, ao meio ambiente e os decorrentes de emissões não acidentais. RESOLUÇÃO CONAMA nº 382 A resolução CONAMA nº 382, de 26 de dezembro de 2006 é complementada pela Resolução no 436 de 2011 e estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas de acordo com o poluente e a tipologia da fonte. Entende-se por fonte fixa qualquer instalação, equipamento ou processo, situado em local fixo, que libere ou emita matéria para a atmosfera, por emissão pontual ou fugitiva. A verificação dos limites de emissão deverá ser efetuada conforme métodos de amostragem e analise especificados em normas técnicas cientificamente reconhecidas e aceitas pelo órgão ambiental licenciador. No caso especifico de material particulado (MP), deverá ser adotado o método de medição de emissão de partículas em fonte pontual, conforme norma NBR 12019 ou NBR 12827, ou outro método equivalente desde que aceito pelo órgão ambiental licenciador. Para os demais poluentes, poderão ser utilizados métodos automáticos de amostrageme analise, desde que previamente aprovados pelo órgão ambiental licenciador e os resultados das medições devem ser apresentados em relatório com periodicidade definida pelo órgão ambiental, contendo todos os resultados da medição, as metodologias de amostragem e analise, as condições de operação do processo incluindo tipos e quantidades de combustível e/ou insumos utilizados, além de outras determinações efetuadas pelo órgão licenciador. Estas emissões ainda devem ser monitoradas, onde este monitoramento poderá ser realizado por métodos descontínuos ou contínuos, em conformidade com o órgão ambiental e atendendo necessariamente aos critérios do artigo 5 desta resolução. Empreendimentos de fontes fixas existentes e em funcionamento deverão ter seus limites de emissão fixados pelo órgão ambiental licenciador, a qualquer momento ou no processo de renovação de licença, mediante decisão fundamentada. Para poluentes atmosféricos provenientes de processos de geração de calor a partir da combustão externa de óleo combustível, os limites são estabelecidos na tabela 4 onde todos os resultados estão expressos em os resultados estão expressos na unidade de concentração mg/Nm3 (condições normais de pressão a 1 atm e temperatura a 273 graus kelvin), em base seca e 3% de excesso de oxigênio. Tabela 4. Limites de emissão para poluentes atmosféricos provenientes de processos de geração de calor a partir da combustão externa de óleo combustível. Potência térmica nominal (MW) MP NOx (como NO2) SOX (como SO2) Menor que 10 300 1600 2700 Entre 10 e 70 250 1000 2700 Maior que 70 100 1000 1800 Para sistemas com potência de até 10 MW, poderá o órgão ambiental licenciador aceitar a avaliação periódica apenas de monóxido de carbono, sendo que neste caso, o limite máximo de emissão deste poluente será de 80 mg/Nm3. Para as fontes de emissão de poluentes gerados em processos de geração de calor, situadas além do mar territorial brasileiro, cujas emissões não atingem significativamente as comunidades, deverá ser realizado somente o controle de eficiência de queima de combustível, obedecido o limite de emissão de 80 mg/Nm3 de monóxido de carbono - CO, independente da potência ou do combustível utilizado. Para poluentes atmosféricos provenientes de processos de geração de calor a partir da combustão externa de gás natural os limites de emissão estão apresentados na tabela 5 onde a unidade de concentração está expressa em mg/Nm3 (condições normais de pressão a 1 atm e temperatura a 273 graus kelvin). Tabela 5. Limites de emissão para poluentes atmosféricos provenientes de processos de geração de calor a partir da combustão externa de gás natural. Potência térmica nominal (MW) NOx (como NO2) Menor que 70 320 Maior que 70 200 Para poluentes atmosféricos gerados em processos de geração de calor a partir da combustão de bagaço de cana-de-açúcar, são monitorados a emissão de a matéria orgânica (MO) e NOx para empreendimentos com potência de 10 a 75 MW, enquanto para atividades com potência de até 10 MW, poderá o órgão ambiental licenciador aceitar o monitoramento periódico apenas de monóxido de carbono. Os limites de Matéria orgânica (MO), NOx e CO seguem expressos na tabela 6 e 7, respectivamente em unidade de concentração mg/Nm3 (condições normais de pressão a 1 atm e temperatura a 273 graus kelvin), em base seca e corrigidos a 8% de oxigênio. Tabela 6. Limites de emissão para poluentes atmosféricos provenientes de processos de geração de calor a partir da combustão de bagaço de cana-de-açúcar. Potência térmica nominal (MW) NOx (como NO2) MO Menor que 10 Não aplicável 280 Entre 10 e 75 350 230 Maior que 75 350 200 Tabela 7. Limites de emissão de CO proveniente de processos de geração de calor a partir da combustão de bagaço de cana-de-açúcar para atividades com potência de até 10 MW, Potência térmica nominal (MW) CO Até 0,05 6500 Entre > 0,05 e = 0,15 3250 Entre > 0,15 e = 1,0 1700 Entre > 1,0 e = 10 1300 Para emissão para poluentes atmosféricos provenientes de processos de geração de calor a partir da combustão de derivados da madeira para fontes fixas industriais e de geração de energia elétrica, em atividades de 10 a 75 MW são monitorados a emissão de a material particulado (MP) e NOx, enquanto para empreendimentos com potência de até 10 MW, poderá o órgão ambiental licenciador aceitar o monitoramento periódico apenas de monóxido de carbono. Os limites para atividades com potência maior que 10 MW seguem expressos na tabela 8, e para atividades com potência inferior a esta na tabela 9, em unidade de concentração mg/Nm3 (condições normais de pressão a 1 atm. e temperatura a 273 graus kelvin), em base seca e corrigidos a 8% de oxigênio, respectivamente. Tabela 8. Limites de emissão para poluentes atmosféricos provenientes de processos de geração de calor a partir da combustão de derivados da madeira. Potência térmica nominal (MW) NOx (como NO2) MP Menor que 10 Não aplicável 730 Entre 10 e 30 650 520 Entre 30 e 70 650 260 Maior que 70 650 130 Tabela 9. Limites de emissão de CO proveniente de processos de geração de calor a partir da combustão de derivados da madeira para atividades com potência de até 10 MW. Potência térmica nominal (MW) CO Até 0,05 6500 Entre > 0,05 e = 0,15 3250 Entre > 0,15 e = 1,0 1700 Entre > 1,0 e = 10 1300 Para poluentes atmosféricos gerados por turbinas destinadas a geração de energia elétrica, movidas a gás natural ou combustíveis líquidos, em ciclo simples ou ciclo combinado, sem queima suplementar, com potência elétrica acima de 100 MW, sendo os limites aqui estabelecidos também são requeridos para cada turbina individualmente, independentemente de sua capacidade de geração. Os limites para esta atividade seguem na tabela 10 em na unidade de concentração mg/Nm3 (condições normais de pressão a 1 atm. e temperatura a 273 graus kelvin), em base seca e 15% de excesso de oxigênio. Tabela 10. Limites de emissão para poluentes atmosféricos gerados por turbinas destinadas a geração de energia elétrica, movidas a gás natural ou combustível, com potência elétrica acima de 100 MW. Turbina por tipo de combustível CO MP NOx (como NO2) SOX (como SO2) Gás natural 65 Não Aplicável 50 Não aplicável Combustível liquido Não aplicável 50 135 200 Para poluentes atmosféricos gerados nos processos de refinarias de petróleo, como fornos e caldeiras queimando gás de refinaria, unidades de craqueamento catalítico, unidades de recuperação de enxofre e conversores de amônia a nitrogênio, os limites são descriminados pelo tipo de fonte, nas tabelas a seguir. Tabela 11. Limites de emissão para poluentes atmosféricos gerados por processos de refinarias de petróleo em fornos e caldeiras. Potência térmica nominal (MW) MP NOx (como NO2) SOX (como SO2) Menor que 10 150 320 70 Entre 10 e 70 125 320 70 Maior que 70 50 200 70 * Unidade das concentrações expressas em mg/Nm3, em base seca e a 3% de oxigênio. Tabela 12. Limites de emissão para poluentes atmosféricos gerados por processos de refinarias de petróleo em unidade de craqueamento catalítico - Caldeiras de monóxido de carbono ou recuperadoras dos gases dos regeneradores MP a 8% O2 NOx (como NO2) a 3% de O2 SOX (como SO2) a 3% de O2 75 mg/Nm3, bs 600mg/Nm3, bs 1200 mg/Nm3, bs * Não sendo contabilizada a massa de sulfato. Nas Unidades de recuperação de Enxofre (URE) deve-se garantir durante todo o seu ciclo de vida a eficiência de recuperação mínima de 96% de enxofre, controlada pela taxa de emissão determinada de acordo com a expressão vigente na resolução. As unidades devem dispor de equipamentos e procedimentos que permitam o acompanhamento da eficiência da unidade. Nos Conversores de amônia o limite de emissão de NOx (expresso em NO2) base seca, com 1% de O, são de 720 mg/Nm³, para unidades com 98% de eficiência. Enquanto os limites para SOx devem ser definido por cada órgão ambiental licenciador considerando que a emissão de SOx e função da quantidade de H2S presente na agua acida que e tratada na segunda torre de esgotamento, a taxa de emissão máxima deve ser calculada em função da carga de H2S da unidade de aguas acidas que alimenta a unidade, as unidades de aguas acidas que contem duas torres de esgotamento devem ser projetadas de forma que pelo menos 90% do H2S que entra na unidade seja esgotado na primeira torre de esgotamento seja enviado para a URE. Já para unidades com combustão mista, ou seja, que utilizem simultaneamente dois ou mais combustíveis, deverão ter limites de emissão diferenciados, obtidos a partir da média ponderada dos limites máximos de emissão em relação as potencias térmicas, calculados segundo equações anexadas na resolução. Em atividades que utilizem gás natural ou óleo combustível, na ocorrência de duas ou mais fontes cujo lançamento final seja efetuado em duto ou chaminé comum, as medições devem ser feitas individualmente e quando houver impossibilidade de realização de medições individuais, de acordo com a metodologia normatizada ou equivalente aceita pelo órgão ambiental licenciador, estas poderão ser efetuadas no duto ou chaminé comum e os limites máximos de emissão devem ser ponderados individualmente com as respectivas potencias térmicas nominais das fontes em questão para o cálculo do novo limite de emissão resultante deve se utilizar as formulas anexadas nesta resolução para cada tipologia. Para poluentes provenientes de fabricação de celulose, os limites de emissão estão apresentados na tabela 13 expressos na unidade de concentração mg/Nm3, em base seca e corrigidos a 8% de oxigênio, com exceção dos limites estabelecidos para o tanque de dissolução. Tabela 13. Limites de emissão para poluentes atmosféricos gerados por processos provenientes da fabricação de celulose. Equipamento MP ERT (como SO2) SOx (como SO2) NO (como NO2) Caldeira de recuperação 100 15 100 470 Tanque de dissolução 0,1 kg/tSS 0,008 kg/tSS - - Forno de cal 100 30 - 470 * tSS – toneladas de sólidos secos. Nestas atividades o lançamento de efluentes gasosos na atmosfera deverá ser realizado através de dutos ou chaminés, cujo projeto deve levar em consideração as edificações do entorno a fonte poluidora e os padrões de qualidade do ar estabelecidos. Em função das características locais da área de influência da fonte poluidora sobre a qualidade do ar, o órgão ambiental licenciador poderá estabelecer limites de emissão mais restritivos. Para demais atividades, os limites seguem anexados a resolução. RESOLUÇÃO CONAMA nº 316 A resolução CONAMA nº 316, de 29 de outubro de 2002, Dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos. Esta resolução considera resíduos como materiais ou substâncias, que sejam inservíveis ou não passíveis de aproveitamento econômico, resultantes de atividades de origem industrial, urbana, serviços de saúde, agrícola e comercial dentre os quais incluem-se aqueles provenientes de portos, aeroportos e fronteiras, e outras, além dos contaminados por agrotóxicos. Todos os sistemas de tratamento térmico de resíduos deverão atender aos critérios técnicos fixados nesta Resolução, complementados, sempre que julgado necessário, pelos órgãos ambientais competentes, de modo a atender às peculiaridades regionais e locais. A adoção de sistemas de tratamento térmico de resíduos deverá ser precedida de um estudo de análise de alternativas tecnológicas que comprove que a escolha da tecnologia adotada está de acordo com o conceito de melhor técnica disponível. Os resíduos recebidos pelo sistema de tratamento térmico deverão ser documentados, por meio de registro, do qual conste sua origem, quantidade e caracterização, consoante disposições específicas dos artigos desta Resolução. O transporte de resíduos para tratamento térmico deverá atenderá legislação específica, constante da política ambiental do Ministério dos Transportes, entre outras. Para o acondicionamento e armazenamento de qualquer resíduo, a ser submetido a processo de tratamento térmico, devem ser adotados procedimentos que garantam sua estanqueidade. Os resíduos de serviços de saúde, recebidos pelo sistema de tratamento térmico, deverão ser documentados por meio de registro dos dados da fonte geradora, contendo, no mínimo, informações relativas à data de recebimento, quantidade e classificação dos resíduos, quando suscetíveis ao tratamento térmico, devem obedecer, segundo a sua classificação, ao que se segue, grupo A resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente, devido à presença de agentes biológicos, devem ser destinados a sistemas especialmente licenciados para este fim, pelo órgão ambiental competente; o grupo B resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido as suas características físicas, químicas e físico-químicas, devem ser submetidos às condições específicas de tratamento térmico para resíduos de origem industrial; e grupo D resíduos comuns devem ser enquadrados nas condições específicas de tratamento térmico para resíduos sólidos urbanos. Para sistema crematório deve-se ter, no mínimo, a câmara de combustão e a câmara secundária para queima dos voláteis. A câmara secundária deverá operar à temperatura mínima de oitocentos graus Celsius, e o tempo de residência dos gases em seu interior não poderá ser inferior a um segundo. O sistema só pode iniciar a operação após a temperatura da câmara secundária atingir a temperatura de oitocentos graus Celsius. Para materiais particulado o limite é de cem miligramas por normal metro cúbico, corrigido pelo teor de oxigênio na mistura de combustão da chaminé para sete por cento em base seca, devendo o monitoramento ser pontual e obedecer à metodologia fixada em normas pertinentes e para o monóxido de carbono (CO) são cem partes por milhão volumétrico, base seca, verificados com monitoramento contínuo, podendo o órgão licenciador exigir registro contínuo. A temperatura da câmara de combustão: os limites mínimos serão determinados por ocasião do teste de queima, devendo o monitoramento ser contínuo, podendo o órgão licenciador exigir registro contínuo. A temperatura da câmara secundária: mínimo de oitocentos graus Celsius, com monitoramento e registro contínuos. A pressão da câmara de combustão: negativa, com monitoramento contínuo, com a utilização de pressostato, podendo o órgão licenciador exigir registro contínuo. O sistema de tratamento térmico de resíduos de origem urbana, ao ser implantado, deve atender os seguintes condicionantes, sem prejuízo de outras exigências estabelecidas no procedimento de licenciamento e legislações complementares: área coberta para o recebimento de resíduos e sistema de coleta e tratamento adequado do chorume. Estes resíduos de origem urbana, recebidos pelo sistema de tratamento térmico, deverão ter registro das informações relativas à área de origem e quantidade. As câmaras deverão operar à temperatura mínima deoitocentos graus Celsius, e o tempo de residência do resíduo em seu interior não poderá ser inferior a um segundo. O tratamento térmico de agrotóxicos e afins, bem como os materiais, produtos ou resíduos por eles contaminados, quando exigível pela legislação específica, deverão atender às disposições da presente Resolução, obedecendo aos mesmos parâmetros e critérios adotados para os resíduos industriais. O processo de licenciamento das unidades de tratamento térmico de resíduos é tecnicamente fundamentado com base no Projetos Básico e de Detalhamento, Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) ou outro estudo, definido pelo órgão ambiental competente, análise de Risco, o plano do Teste de Queima (anexo II), o plano de Contingência, plano de Emergência (anexo IV). E ainda fica estipulado que todo sistema de tratamento térmico de resíduos deverá possuir um responsáveltécnico para o seu funcionamento, devidamente habilitado para este fim, com registro de responsabilidade técnica no órgão profissional competente. A primeira verificação do cumprimento aos Limites Máximos de Emissão será realizada em plena capacidade de operação e deve necessariamente preceder à expedição da Licença de Operação (LO), que por sua vez não poderá ultrapassar os seis meses do início da partida da unidade. Todo e qualquer sistema de tratamento térmico não deve ultrapassar o limite de emissão de material particulado (MP) totais de 70 miligramas por N/m3. E segue expresso na tabela 14 os limites de substâncias inorgânicas na forma particulada, agrupadas em conjuntos de classes. Tabela 14. Limites de substâncias inorgânicas na forma particulada e Gases. *Os fatores de equivalência de toxicidade (FTEQ) são aqueles constantes do anexo I. *Os parâmetros medidos devem ser corrigidos pelo teor de oxigênio, na mistura de gases de combustão, do ponto de descarga, para sete por cento em base seca. *O órgão ambiental competente pode restringir os limites estabelecidos, dependendo das condições de localização e dos padrões de qualidade do ar da região. A verificação dos Limites Máximos de Emissão deve atender aos procedimentos previstos nas normas técnicas em vigor, para a determinação de pontos de amostragem, em dutos e chaminés de fontes estacionárias; efluentes gasosos, em dutos e chaminés de fontes estacionárias – determinação da massa molecular - base seca; efluentes gasosos, em dutos e chaminés de fontes estacionárias – determinação da velocidade e vazão; efluentes gasosos, em dutos e chaminés de fontes estacionárias – determinação de umidade; efluentes gasosos, em dutos e chaminés de fontes estacionárias – determinação do material particulado; efluentes gasosos, em dutos e chaminés de fontes estacionárias - calibração dos equipamentos utilizados em amostragem; efluentes gasosos, em dutos e chaminés de fontes estacionárias – determinação de dióxido de enxofre, trióxido de enxofre e névoas de ácido sulfúrico. Os fatores de Equivalência de Toxicidade -FTEQ ou fatores tóxicos equivalentes para dioxinas e furanos, o Plano do teste de queima, de contingência, de emergência e de desativação, seguem anexados na resolução. Classes Substâncias Limite 1 Cádmio e seus compostos, medidos como cádmio (Cd); mercúrio e seus compostos, medidos como mercúrio (Hg); tálio e seus compostos, medidos como tálio (Tl); 20 e oito centésimos de miligrama por N/m3 2 Arsênio e seus compostos, medidos como arsênio (As); cobalto e seus compostos, medidos como cobalto (Co); níquel e seus compostos, medidos como níquel (Ni); telúrio e seus compostos, medidos como telúrio (Te); selênio e seus compostos, medidos como selênio (Se); 1 miligrama e quatro décimos por N/m3 3 Antimônio e seus compostos, medidos como antimônio (Sb); chumbo e seus compostos, medidos como chumbo (Pb); cromo e seus compostos, medidos como cromo (Cr); cianetos facilmente solúveis, medidos como Cianetos (CN); cobre e seus compostos, medidos como cobre (Cu); estanho e seus compostos, medidos como estanho (Sn); fluoretos facilmente solúveis, medidos como flúor (F); manganês e seus compostos, medidos como manganês (Mn); platina e seus compostos, medidos como platina (Pt); paládio e seus compostos, medidos como paládio (Pd); ródio e seus compostos, medidos como ródio (Rh); vanádio e seus compostos, medidos como vanádio (V). 7 miligramas por N/m3 Gases Óxidos de enxofre (como dióxido de enxofre) 280 miligramas N/m3 Óxidos de nitrogênio (como dióxido de nitrogênio) 570 miligramas N/m3 Monóxido de carbono 100 ppm por N/m3 Compostos clorados inorgânicos (medidos como cloreto de hidrogênio) 80 miligramas N/m3, até 1,8 kg/h, medidos como cloreto de hidrogênio Compostos fluorados inorgânicos (medidos como fluoreto de hidrogênios) 5 miligramas por N/m3 Dioxinas e Furanos (expressos em TEQ da 2,3,7,8 TCDD) 0,50 ng/Nm3 7. REFERÊNCIAS RESOLUÇÃO CONAMA Nº 08. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=105. Acesso em 14 de outubro de 2017. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 382. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=520. Acesso em 10 de outubro de 2017. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 264. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=262. Acesso em 14 de outubro de 2017. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 316. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=338. Acesso em 11 de outubro de 2017.
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