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História Sociedade mineradora

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ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO “PROFESSOR SANTOS PINTO”
AMANDA PERCILIA MAURICIO POMUCHENQ
MAYSA GAVA DO ROSÁRIO
SOCIEDADE MINERADORA - BRASIL COLÔNIA
GOVERNADOR LINDENBERG
2015
A DESCOBERTA E A EXPLORAÇÃO DO OURO
Na segunda metade do século XVII, uma grave crise econômica atingia a Europa. Portugal passava por grandes dificuldades. A principal riqueza do Brasil, o açúcar produzido no nordeste, sofria a concorrência por aqueles produzidos nas Antilhas pelos holandeses. Uma das saídas para a crise era encontrar metais preciosos na colônia brasileira. Muitas expedições foram criadas com esses objetivos como as entradas e as bandeiras que começaram a encontrar minas de ouro em Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, e em pequena quantidade na Bahia. 
Nas regiões das minas predominou o ouro de aluvião, resultante de um longo processo natural de desgaste das rochas. Levado pela água ou pelos ventos o ouro se misturou com o cascalho, areia e argila, era mais facilmente encontrado nos leitos e margens dos rios, em geral na forma de pepitas, isto é, em pedrinhas de ouro. 
A descoberta de ouro no Brasil provocou uma verdadeira “corrida do ouro”, durante todo século XVIII. Milhares de pessoas brasileiras e até mesmo portuguesas foram para as regiões auríferas. Na esperança de enriquecer com a exploração do ouro. Por esses motivos as regiões citadas, desenvolveram-se intelectualmente com a chegada de idéias iluministas trazidas pela elite e economicamente. Estima-se que nesse período a população brasileira tenha passado de 300 mil para cerca de 3 milhões de pessoas e consequentemente várias cidades cresceram e surgiram. 
Como o contrabando era fácil, a coroa portuguesa impôs normas rígidas para a exploração aurífera e taxou pesadamente o metal. Uma das normas para controlar a região mineradora era de que as minas descobertas deveriam ser registradas e divididas em lotes conhecidos como datas. 
	
 Por fim, o ciclo do ouro perdurou até o ocaso do século XVIII, quando se esgotaram as minas, aproximadamente em 1785, em pleno desenrolar da Revolução Industrial.
A GUERRA DOS EMBOABAS
Nos primeiros anos do século XVIII, a população de minas gerais estava dividida entre os forasteiros vindos de diversos pontos da colônia e de Portugal e os paulistas e seus descendentes. O padre jesuíta Antonil relatou em sua obra Cultura e opulência nas Minas Gerais a grande afluência de pessoas para as minas: “a cada ano vêm nas frotas quantidades de portugueses e de estrangeiros, para passarem nas minas. Das cidades, vilas, recôncavos e serões do Brasil vão brancos, pardos, pretos, muitos índios de que os paulistas se servem”.
Os paulistas julgavam-se donos das lavras de ouro descobertas. Eles chamavam os portugueses e pessoas vindas de outras regiões da colônia de emboabas e não eram bem quistos pelos demais moradores dessas áreas.
Em 1709-1710, a disputa pelo controle da área mineradora levou a um conflito armado entre paulistas e emboabas. Cerca de 300 paulistas perderam suas vidas, tentativas de negociações foram empreendidas, mas sem sucesso, os paulistas foram traídos pelos emboabas, estes últimos asseguraram poupar a vida dos paulistas que se entregassem, mas não foi isso que aconteceu quando os paulistas entregaram as armas, pois vários foram mortos, este acontecimento ficou conhecido na história como Capão da Traição. Os paulistas organizaram-se em São Paulo e empreenderam um novo conflito com os emboabas,  mas este não teve sucesso.
A guerra terminou com a vitória dos emboabas e a saída dos paulistas, que foram procurar metais preciosos em outras áreas, como Goiás e Mato Grosso. Outros se dirigiram para o sul da colônia, onde foram criar gado. 
As autoridades portuguesas viam as disputas em minas gerais e temiam perder o controle e o ouro da região. Para firmar a autoridade real e manter a segurança na área mineradora, foram fundadas vilas administradas por funcionários ligados à coroa. As primeiras foram Vila Rica ( atual Ouro Preto) , Ribeirão de Nossa Senhora do Carmo (atual Mariana ) e Nossa Senhora da Conceição do Sabará. Também houve a transferência da capital colonial de Salvador para o Rio de Janeiro.
 
A COBRANÇA DE IMPOSTOS
O principal imposto sobre a extração do ouro era o quinto, ou seja, 20% do metal encontrado pelos mineradores pertenciam à coroa portuguesa. Entre 1735 e 1750, instituiu-se também o sistema de capitação (per capita, isto é, por cabeça, por pessoa), que previa a cobrança de 17 gramas de ouro por escravo. 
Em 1750, o governo manteve apenas o imposto do quinto e fixou uma cota de 100 arrobas (cerca de 1500 quilos) anuais para toda área mineradora. Era essa quantidade de ouro que a capitania de Minas Gerais tinha de entregar anualmente às autoridades lusas. 
Para pressionar os mineiros a cumprir a exigência, a coroa instituiu a derrama, ou seja, a cobrança de impostos atrasados. Ela estabelecia que a população completasse a cota de ouro com seus próprios recursos, caso a meta não fosse atingida. 
No final do século XVIII, com o rápido esgotamento das minas, o montante de ouro entregue à coroa ficou cada ano mais distante da meta exigida. A ameaça de aplicação da derrama tornou-se, então, motivo de constante preocupação e descontentamento para os mineradores.
 
 TRABALHADORES ESCRAVOS NA MINERAÇÃO 
No inicio da extração aurífera, o trabalho nas minas era realizado principalmente pelos próprios descobridores, embora vários deles possuíssem escravos indígenas. Com o tempo cresceu bastante o número de escravos negros, comprados no Rio de Janeiro, do nordeste e trazidos da África.
O escravo africano tornou-se tão importante nas minas que as maiores datas eram concedidas aos proprietários com maior número de cativos. As chances de conseguir a alforria eram maiores que no engenho, mas ainda eram pequenas. Uma delas, instituída pelo governo, libertava o escravo que descobrisse um diamante de 20 quilates (4 gramas ou mais). Como o número de mulheres brancas em Minas Gerais era reduzido, muitas cativas conseguiam a liberdade por meio do casamento ou do concubinato com homens livres. 
O trabalho nas minas era exaustivo extraindo o ouro de aluvião, o escravo ficava longas horas com os pés embaixo da água com isso eles contraiam constantemente doenças pulmonares como a tuberculose. Nas galerias subterrâneas, os cativos estavam sujeitos à asfixia dos gases e aos riscos de soterramento. 
As péssimas condições de trabalho ajudam a explicar as constantes rebeliões de escravos na área mineradora. Fugas, assassinatos de feitores e senhores e a formação de quilombos foram respostas dos negros diante da escravidão. 
CRÉDITOS
Área de mineração no Brasil (séc. XVIII).
Lavagem de ouro em mina, gravura de Rugendas século XIX.
Imagem de madeira de Nossa Senhora do Rosário séc. XVIII, escavada para ficar mais leva e fácil de carregar nas procissões. Mas esse tipo de imagem também servia para contra- bandear ouro (santo de pau oco).
Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto. Ainda hoje a cidade conserva a beleza arquitetônica do século XVIII.

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