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EUTANÁSIA O que é Eutanásia? INTRODUÇÃO Envolve questões polêmicas como: bioética; religião; direito da integridade e o respeito pela vida. Em alguns países essa técnica é permitida, no Brasil, é vista como ato criminoso. É importante mencionar o papel da enfermagem. O termo EUTANÁSIA foi criado por Sir Francis Bacon (1561-1626). Influenciado pela corrente de pensamento da filosofia experimental dominante na época. Bacon sustentou a tese de que, nas enfermidades consideradas incuráveis, era absolutamente humano e necessário dar uma boa morte e abolir o sofrimento dos enfermos. Basicamente, seu sentido seria o de uma boa ou bela morte (prefixo eu = beleza + sufixo tanatos = morte). Em sentido mais amplo, significaria "ajuda para morrer ". DEFINIÇÃO É quando uma pessoa gravemente doente, normalmente de doença incurável, resolve acabar com a própria vida. É apressar a morte sem que haja sofrimento do paciente que já está condenado a morte. Atualmente a eutanásia é classificada de várias formas, de acordo com o critério considerado. ENTÃO... A prática da eutanásia data dos primórdios da existência humana; A história da eutanásia pode ser dividida em três épocas: ritualizada; medicalizada; autonomizada. HISTÓRICO RITUALIZADA: O tratamento dos doentes era realizado por curandeiros, pela própria família ou por sacerdotes. Os rituais tinham o intuito de humanizar o momento da morte e, em alguns casos, este momento era promovido. HISTÓRICO MEDICALIZADA: Desenvolvimento da medicina científica, na Grécia. Início da discussão a cerca dos valores sociais, culturais e religiosos envolvidos na questão da eutanásia. Platão, Epícuro e Sócrates X Aristóteles, Pitágoras e Hipócrates. HISTÓRICO AUTONOMIZADA: Hoje: o paciente é visto como um ser portador de direitos. A vida é sagrada Não se questiona mais se o estado tem o poder de decidir sobre a vida do indivíduo, mas se este, tem o direito de reivindicar a própria morte. O médico deixou de desempenhar o papel de senhor da vida. HISTÓRICO Em algumas comunidades pré-celtas e celtas (conjunto de povos, organizados em múltiplas tribos, pertencentes à família linguística indo- europeia que se espalhou pela maior parte do noroeste da Europa a partir do segundo milênio a.C.), os filhos matavam os seus pais quando estes estivessem muito velhos e doentes. Na Índia, os doentes incuráveis eram atirados ao rio, depois de terem boca e narinas tampadas com uma lama ritual. HISTÓRICO Em Esparta (Grécia) tal prática era comum, e em alguns casos, obrigatória, como no caso de recém- nascidos com alguma deficiência. Os birmaneses (povos que viviam em Burma ou Miamar) enterravam vivos idosos e enfermos graves. Populações rurais sul-americanas, nômades por fatores ambientais, sacrificavam anciães e enfermos, para não os expor a ataques de animais. HISTÓRICO Na Grécia antiga, por exemplo, filósofos como Platão, Sócrates e Epicuro defendiam a idéia de que o sofrimento de uma doença dolorosa seria uma boa justificativa para o suicídio. Já Aristóteles, Pitágoras e Hipócrates condenavam o suicídio. No Egito, Cleópatra VII criou uma Academia para estudar formas menos dolorosas de morte. Ao longo da história, prosseguia-se a discussão sobre o tema, participaram nomes como Lutero e Karl Marx. Em 1985, na Prússia, foi proposto que o Estado deveria prover meios para realizar a eutanásia em pessoas que não a pudessem solicitar. HISTÓRICO Quanto ao tipo de ação: Eutanásia ativa Eutanásia passiva CLASSIFICAÇÃO Quando há um acordo entre médico e/ou família e o paciente para terminar com a vida do último. Seja ministrando uma dose letal de medicamento ou retirando o aparelho de respiração, sem o qual o paciente morre em questão de segundos, a interferência de outra pessoa é ativa. Eutanásia Ativa Eutanásia Passiva A morte ocorre dentro de uma situação de terminalidade, pela ausência de possibilidades terapêuticas. É a omissão de condutas terapêuticas que prolongariam a vida, não se inicia uma ação médica para o prolongamento da vida, como não se utilizar ventilador mecânico, somente promover alívio da dor. Quando o médico ou qualquer pessoa do relacionamento do paciente lhe provê todo o material necessário para que se suicide, mas não realiza ativamente o ato final. Ela somente se assegura de que a dose ministrada irá matar e faz com que o paciente a aplique em si mesmo. Quanto ao consentimento do paciente: Eutanásia voluntária: quando a morte é provocada atendendo a uma vontade do paciente. Eutanásia involuntária: quando a morte é provocada contra a vontade do paciente. Eutanásia não voluntária: quando a morte é provocada sem que o paciente tivesse manifestado sua posição em relação a ela. CLASSIFICAÇÃO Distanásia A distanásia é o antônimo da eutanásia e é considerado antiético pelo Código de Ética Médica. Consiste em persistir em um tratamento que não irá curar ou melhorar o estado de saúde do paciente, mas apenas prolongar uma dor que pode chegar até mesmo à tortura. Ortotanásia A ortotanásia consiste em suspender um tratamento de uma doença incurável que só irá prolongar o sofrimento do paciente. Ela é o meio termo entre eutanásia e distanásia, pois visa trazer qualidade de vida à fase terminal do paciente. Mistanásia Eutanásia social. Leonard Martin sugeriu o termo mistanásia para denominar a morte miserável, fora e antes da hora. O autor destaca três importantes situações: Primeiro: a grande massa de doentes e deficientes que, por motivos políticos, sociais e econômicos, não chegam a ser pacientes, pois não conseguem ingressar efetivamente no sistema de atendimento médico; Segundo: os doentes que conseguem ser pacientes para, em seguida, se tornar vítimas de erro médico; Terceiro: os pacientes que acabam sendo vítimas de má prática por motivos econômicos, científicos ou sociopolíticos. Eutanásia - Morte de acordo com as aspirações do sujeito. Para a bioética esse conceito é contrário quando a decisão deve ser tomada por um familiar, sem a ótica do paciente. O Guia Europeu de Ética Médica (1987, art. 13) é menos explícito, e um relatório do Institute of Medical Ethics Working Party é favorável à admissão de eventual ajuda à morte de um "doente terminal", por parte do médico. A tradição deontólogica, com efeito, é claramente oposta à eutanásia, desde Hipócrates. BRASIL - No ordenamento jurídico pátrio, a prática da eutanásia não está elencada, de forma explícita e objetiva, no Código Penal. - Aplica-se a tipificação prevista no art. 121, ou seja, homicídio, simples ou qualificada, sendo considerado crime a sua prática em qualquer hipótese (art. 122 do Código Penal). - Homicídio privilegiado. - Pena de reclusão de 2 a 5 anos. BRASIL Projeto de lei 125 de 96 (reformulação): - Iniciativa do senador amapaense Gilvan Borges. - Único projeto de lei sobre a eutanásia a ser tramitado no Congresso Nacional. - Jamais foi colocado em votação. - Propõe que a eutanásia seja permitida, desde que uma junta de cinco médicos ateste a inutilidade do sofrimento físico ou psíquico do doente. Direito à vidaX Eutanásia A Constituição Federal, no título "Dos Direitos e Garantias Fundamentais", consagra o direito à vida como sendo o mais fundamental dos direitos, já que é dele que derivam os demais direitos. O direito à vida é o direito à própria existência do indivíduo, o direito deste manter-se vivo, dignamente. Como características de tal direito encontram-se a indisponibilidade, a inviolabilidade e irrenunciabilidade. Desta forma, o direito à vida não pode ser desrespeitado, sendo vedado, então, ao indivíduo renunciá-lo, almejando sua morte, estando tal violação sob pena de responsabilidade criminal. Entende-se, portanto, que ao indivíduo é garantido o direito à vida e não o direito sobre esta. Ao Estado cabe garantir e assegurar o direito à vida, o que nos leva, desta forma, a proibição da eutanásia, visto que esta é uma morte provocada e vai de encontro ao direito que nos é ou deveria ser assegurado pelo Estado. A discussão sobre a eutanásia é multifocal e leva a uma reflexão sobre o significado da dignidade humana, seja no sentido de respeitar o direito de viver, seja na oportunidade de respeitar o direito de morrer com dignidade, a partir do instante que a morte é justa. • Tem a intenção de amenizar o sofrimento físico e psíquico do paciente e de seus familiares • A dor, sofrimento e o esgotamento do projeto de vida, são situações que levam as pessoas a desistirem de viver. • Ética médica • Fatores religiosos • Legislação O enfermeiro encontra-se diante do problema da eutanásia como líder da equipe de enfermagem e também como membro da equipe multiprofissional. É importante que ele tenha atitudes conforme o código de ética (Art 29) “É proibido ao profissional de enfermagem promover à eutanásia ou cooperar em prática destinada em antecipar a morte do cliente.” A eutanásia é um tema que apresenta visões variadas e às vezes ambíguas. Não trata-se de um simples conceito trabalhado e definido, apresenta vários tipos de abordagens teóricas. Dependendo do caso, a visão acerca do contexto histórico do paciente necessita ser aprofundada. De acordo com a visão bioética, é contraditória ao princípio vital. A legislação brasileira não trata desse tema de forma específica incluindo-a dentro do código adotado para outros crimes. Enfim, a morte não é um mero evento técnico-científico. É um evento cultural, moral e religioso. As diferentes visões culturais, morais e religiosas da morte nos dão uma compreensão e apontam para comportamentos, compromissos e ações mais apropriadas. O fim da vida humana, antes atribuído à obra do acaso ou à ação de um ser superior, leva hoje a marca da intervenção e autodeterminação humanas. •A Eutanásia na Visão das Granes Religiões Mundiais (Budismo, Islamismo, Judaísmo e Cristianismo). Pessini, L. São Pailo, SP. •A eutanásia no direito brasileiro. Disponível em: http://www.oabsp.org.br. Acesso em: 14 de setembro de 2009. •Breve Histórico da Eutanásia. Disponível em http://www.ufrgs.br/bioetica/euthist.htm. Acesso em 13 de setembro de 2009. •CAMPI, Sandra. O valor intrínseco da vida e a autonomia: reflexões sobre a eutanásia. Florianópolis: UFSC, 2004.101p. Dissertação de Mestrado – Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004. •DWORKIN, Ronald. Life’s Dominion: an argument about abortion, euthanasia, and individual freedom. New York: Vintage Books, 1994, 273 p. •Eutanásia e Distanásia.Disponívelem:http://eutanasiaedistanasia.blogspot.com. Acesso em 14 de setembro de 2009. •Rosa, Isaac Peixoto Costa. A eutanásia no direito brasileiro. Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/1783/1/a-eutanasia-no-direito-brasileiro/pagina1.html. Acesso em: 11 de setembro de 2009. •Tipos de Eutanásia. Disponível em http://www.ufrgs.br/bioetica/eutantip.htm. Acesso em 13 de setembro de 2009.
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