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BIOETICA - SEMINÁRIO

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SEMINÁRIO DE BIOÉTICA
EUTANÁSIA
Gabriela Santiago
Giovana Rossi
Giovanna Manzoni
Lizandra Olivetti
Maria Raquel 
Naomi Yoshihisa
Nathiely Brito
Nicole Hingst
Paula Fuentes
Sabrina Mathidios
Turma medicina 16B
Prof. João Oba 
O que é eutanásia?
A discussão sobre o uso da eutanásia vem desde a Grécia Antiga, daí a origem etimológica da palavra eutanásia. Eu + thanatos que significa boa morte ou morte sem dor. Para outros estudiosos, eutanásia também significa “morte fácil e sem dor”, “morte boa e honrosa”, “alívio da dor”. Em sentido geral, a eutanásia é uma interferência na vida, é o ato de provocar a morte por compaixão em um doente incurável ou em estado terminal, com uma morte serena para acabar com o sofrimento intenso. Não se aplicará jamais a eutanásia em pessoas que se encontram em pleno gozo de saúde, não importando se é jovem ou idoso.
Quando foi criada?
A palavra eutanásia foi criada no séc. XVII pelo filósofo inglês Francis Bacon, quando prescreveu, na sua obra “História vitae et mortis”, como tratamento mais adequado para as doenças incuráveis. 
Quanto a sua origem, a eutanásia é um fenômeno bastante antigo. Nas sociedades antigas já era comum sua prática. O que regia os povos eram suas crenças e seus costumes e não nenhum tipo de código, com normas tipificadas. Vários povos tinham a prática de os filhos matarem os pais quando estes estivessem velhos, e, também, de que crianças com anomalias fossem sacrificadas. Em Atenas, o Senado tinha o poder de definir sobre a morte dos velhos e incuráveis, através do envenenamento. O motivo de tal ato era que essas pessoas não contribuíam para a economia, apenas davam despesas ao governo. Na Esparta, recém-nascidos eram jogados de um precipício se nascessem deformados. Durante a Idade Média, guerreiros feridos em batalhas recebiam um punhal para que tirassem a própria vida, e assim se livrassem da dor e do sofrimento.
Tipos de eutanásia:
Eutanásia passiva: é um tipo de eutanásia em que o médico deixa o paciente morrer, deixando de fazer uma série de procedimentos, como o uso de medicamentos, aparelhos, entre outros, deixando de prolongar artificialmente a vida desse paciente. 
Eutanásia ativa: é um tipo de eutanásia em que, ao invés de simplesmente deixar o paciente morrer, o médico faz alguma coisa para matar ou abreviar a vida do paciente, como por exemplo, a utilização de um produto letal.
Eutanásia voluntária: é um tipo de eutanásia que ocorre quando é o paciente quem escolhe morrer e pede isso ao médico.
Eutanásia não voluntária: ocorre quando alguns pacientes não são capazes de manifestar seu desejo em relação à eutanásia. Por exemplo, um paciente em estado terminal ou com algum tipo de deficiência grave que pode ser incapaz de manifestar qualquer desejo. Nesses casos, é a família que deve decidir pela eutanásia. Por isso, é chamada de eutanásia não voluntaria, já que não foi escolhida pela pessoa afetada.
Diferença entre eutanásia, ortotanásia, distanásia e mistanásia:
Eutanásia: é a conduta pela qual se traz à um paciente em estado terminal ou portador de enfermidade incurável que esteja em sofrimento constante, uma morte rápida, sem dor e mais humanizada, com menos sofrimento. A prática é realizada por um profissional da saúde a partir de um pedido formal documentado da pessoa doente.
Ortotanásia: é o termo utilizado pelos médicos para definir a morte natural, sem interferência da ciência, permitindo ao paciente uma morte digna, sem sofrimento, deixando a evolução e percurso da doença.
Distanásia: é um método que visa prolongar, através de meios artificiais e desproporcionais, a vida de um paciente terminal (com uma doença incurável).
Mistanásia: representa a morte miserável, antes da hora, conhecida como eutanásia social. Pode ocorrer em casos de omissão de socorro, erro médico, negligência, imprudência e imperícia.
Eutanásia X suicídio assistido
Na eutanásia, o médico utiliza uma substância com ação letal no indivíduo. Enquanto no suicídio assistido, o profissional ajuda o paciente o dando a substância e ele é quem toma por conta própria. Em ambos os casos, o paciente tem que passar por uma análise de sua capacidade cognitiva de fazer juízo para que seja considerado apto a fazer essa escolha.
Religião
A religião é considerada a principal barreira para discussão da eutanásia
Imagem 1: Representantes das três principais religiões abraâmicas, o judaísmo, o cristianismo e o islã, juntaram-se em Roma para assinar uma declaração conjunta sobre os cuidados em fim de vida, que inclui uma condenação à eutanásia.
Cristianismo:
No cristianismo, a prática da eutanásia é condenada, pois é usado os ensinamentos da bíblia e um mandamento dado por Deus é: “Não matarás”
Os países que são em sua maioria católicos, acreditam em uma crença de que Deus determina o nascimento, a vida e a morte, e que uma pessoa não teria o direito de interromper esse fluxo natural
Eles consideram a eutanásia um pecado contra os ensinamentos cristãos, pois Jesus deu sua vida para salvar os pecadores e limpá-los de todo pecado.
Para os cristãos o sofrimento não é motivo de abandonar a vida porque o que eles mais esperam não é a cura física, mas sim a salvação de suas almas, coisa impossível de alcançar se anteciparem sua morte
Islamismo:
É unanime a opinião de que a eutanásia é vista como algo ilícito, pois vai de desacordo com a crença das doutrinas das quatro grandes escolas islâmicas.
O autor da eutanásia será punido, pois o consentimento da vítima equivale a renúncia de reclamar a aplicação da pena. Portanto, o autor deve responder por seus atos perante Deus
A vida, assim como no cristianismo, é considerada como um bem sagrado, pois deriva de um ser supremo, sendo esse o único que tem arbitrariedade de tirar a vida que ele deu.
Há apenas uma exceção, em caso de uma pessoa se encontrar em estado vegetativo, é inútil a manutenção da vida
Budismo:
No Budismo, a vida não é considerada divina. E acredita-se que a personalidade deriva da interação da atividade corporal, sensações, percepções, consciência e vontade. 
Sendo a vontade a mais importante, pois representa a capacidade de escolha e de orientar a consciência. Um ser humano é considerado morto quando não puder mais exercer sua vontade consciente.
Diante dessa crença, a eutanásia ativa e passiva pode ser aplicada em numerosos casos.
Hinduísmo:
Os doutrinadores hindus acreditam que a alma é imortal e sustenta todos os prazeres e as dores do corpo, portanto não é lícito abreviar a vida. Se isso chegar a acontecer causará um problema grave podendo afetar ao karma do paciente e do médico causando danos, pois, isso fará com que a alma e o corpo sejam separados em um momento não natural.
Judaísmo:
A tradição legal hebraica se declara contra a eutanásia, pelo fato do médico servir como um meio de Deus para preservar a vida humana, sendo-lhe proibido se adequar da prerrogativa divina de decisão entre a vida e a morte de seus pacientes.
A vida não pode ser terminada ou abreviada, mesmo com a motivação da conveniência do paciente ou empatia com o sofrimento do mesmo.
Já o halaklan distingue o prolongamento da vida, que é obrigatório, com o prolongamento da agonia, que não o é. Assim, se o médico está convencido de que seu paciente é terminal, e poderá morrer em três dias, pode suspender as manobras de prolongamento da vida e também o tratamento não-analgésico
Aspectos legais no Brasil e visão do médico e paciente sobre eutanásia
Aspectos legais no Brasil:
Assim como a eutanásia, o suicídio assistido também é proibido no Brasil. Os termos ou expressões referentes a esses procedimentos não constam no Código Penal, mas quem praticá-los pode ser acusado de homicídio doloso, com pena de até 20 anos. Uma reforma tramita no Senado desde 2012. O texto prevê que matar um paciente terminal pode deixar de ser crime em casos de ‘laços de afeição’, por exemplo. E se comprovada piedade ou compaixão, viraria um crime específico, com pena entre dois e quatro anos de prisão. É prevista em lei, no Brasil, como crime dehomicídio. No Brasil, a eutanásia é um crime previsto em lei como assassinato, no entanto, existe um atenuante que é verificado no caso do ato ter sido realizado a pedido da vítima e tendo em vista o alívio de um sofrimento latente e inevitável, que reduz a pena para a reclusão de 3 a 6 anos. No Brasil, a eutanásia é ilícita e a ortotanásia, embora permitida, não é regulamentada. 
Status legal da eutanásia no Brasil
Ante a ausência de um tipo penal particular, a prática pode ser eventualmente enquadrada como auxílio ao suicídio, homicídio praticado por motivo piedoso ou até mesmo como omissão de socorro.
· O primeiro código criminal brasileiro, de 1830, previa o crime de auxílio ao suicídio, caracterizado no artigo 196: “Ajudar alguém a suicidar-se ou fornecer-lhe meios para esse fim”, cuja punição era de prisão por dois a seis anos.
· Mais adiante, o diploma penal de 1890, em seu artigo 299, alterou para quatro anos a pena máxima concernente ao crime de assistência em suicídio. 
· Já o Código Penal de 1940, atualmente em vigência, restaurou a previsão de pena de reclusão de dois a seis anos ao agente que “induzir ou instigar alguém a suicidar-se”, conforme o artigo 122.
Art. 121 do Código Penal, equiparando o crime de homicídio, nos seguintes termos: “Matar alguém. Pena: reclusão, de seis a vinte anos”. Não existe qualquer excludente de ilicitude apta a eximir a punição do agente ativo que realiza esta conduta.
Além da possível interpretação da eutanásia à luz dos artigos 121 e 122, parte da doutrina (DODGE, 2009) fala em crime de omissão de socorro, consubstanciado, no caso, na falta de prestação de assistência à “pessoa inválida ou ferida”, nos termos do art. 135 do código penal. A omissão de socorro também prevê a sanção de detenção de um a seis meses, ou multa. Neste diapasão, quem pratica a eutanásia incorrerá criminalmente no artigo 121, parágrafo primeiro, artigo 122 ou no artigo 135, todos do Código Penal vigente, a depender das particularidades do caso concreto. “Em uma palavra, a eutanásia é considerada homicídio. Há, aqui, uma prevalência do direito à vida, em detrimento da dignidade”. É por isso que, ao analisar a legislação existente sobre eutanásia no Brasil, Raquel Dodge (2009, p. 5) conclui pela ilicitude absoluta da prática, não havendo, no ordenamento pátrio, dispositivo legal apto a convalidar o instituto, mesmo nos casos em que há consentimento do paciente: “A eutanásia sempre foi considerada conduta ilícita no Direito brasileiro. É crime, tal o grau de rejeição à sua prática, em coerência com os valores fundamentais que estruturam o ordenamento jurídico do país, notadamente o respeito à vida humana. Por isso, o consentimento do paciente à prática da eutanásia ou a motivação piedosa de quem a pratica não retiram a ilicitude do ato, tampouco exoneram de culpa quem a praticou.”
A ortotanásia e a Resolução nº 1.805/200619 do CFM
Em 2006, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou a Resolução nº 1.805, possibilitando que o médico limite ou suspenda “procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal”. Desta forma, no Brasil a ortotanásia é permitida e praticada, embora não haja uma legislação clara nesse sentido. Para João Paulo Orsini Martinelli (2015), “em tese, não haveria necessidade de qualquer alteração na legislação, pois os direitos à liberdade e à dignidade humana estão previstos na Constituição Federal e devem ser aplicados na interpretação do Código Penal”. A norma foi questionada pelo Ministério Público Federal, que defendeu que o direito à vida é indisponível, de modo que só pode ser restringido por lei em sentido estrito. Argumentou, ademais, que a resolução teria natureza inconstitucional, tendo em vista que afrontava o direito à vida. Posteriormente, a Procuradoria Geral da República manifestou-se no sentido de que “a ortotanásia não constitui crime de homicídio, interpretado o Código Penal à luz da Constituição Federal”. Em dezembro de 2010, o próprio Ministério Público Federal reconheceu-se que a permissão para a interrupção do tratamento a pedido do doente em estado terminal não fere a Lei Maior de 1988. 
Debate público
Nas eleições de 2018, pautas como a corrupção, descriminalização do uso da maconha, redução da maioridade penal, casamento das pessoas do mesmo sexo e legalização do aborto dominaram os debates eleitorais. Além de não figurar entre os temas mais debatidos no Brasil, a legalização da eutanásia também conta com baixa adesão popular. Em pesquisa de 2007, apenas 36% dos brasileiros se posicionaram a favor da eutanásia
Perspectivas atuais e projetos legislativos
As tentativas de tipificação ou legalização da eutanásia ainda não lograram sucesso plano legiferante. Uma iniciativa de lei no Senado (Projeto n° 125, de 1996) que pretendia “autorizar a prática da morte sem dor em casos específicos”, foi arquivada ao final da legislatura.
Já o projeto de Lei nº 236/12 do Senado Federal (novo Código Penal) inovou ao trazer, em seu artigo 122, a tipificação da eutanásia, nos seguintes termos: “Art. 122. Matar, por piedade ou compaixão, paciente em estado terminal, imputável e maior, a seu pedido, para abreviar-lhe sofrimento físico insuportável em razão de doença grave: Pena – prisão, de dois a quatro anos”
O anteprojeto do Código Penal também prevê (§ 2°) a exclusão de ilicitude em casos de ortotanásia, ou seja, naqueles em que “o autor deixa de fazer uso de meios artificiais para manter a vida do paciente em caso de doença grave e irreversível”, desde que haja consentimento do paciente e que a enfermidade seja confirmada por outros dois médicos.
Em fevereiro de 2018, um projeto de lei de autoria do senador Pedro Chaves (PSC/MS), propôs emendar o texto do Código Penal, acrescendo, a seu artigo Art. 13 (que trata dos crimes de omissão), o seguinte dispositivo: “§ 3º Não se considera omissão penalmente relevante a falta de instituição de suporte de vida ou a não realização de tratamento ou procedimento médico ou odontológico recusados expressamente pelo paciente ou, nos casos em que o paciente não possa expressar sua vontade, por seu representante legal” 34. Na prática, a norma pretende isentar penalmente os médicos que pratiquem a eutanásia passiva e a ortotanásia, viabilizando procedimentos omissivos que possam viabilizar abreviar a vida do paciente com uma doença terminal e/ou incurável. De acordo com o senador, a proposta seria capaz de dirimir os conflitos existentes na relação médico-paciente. Argumenta, “(...) tal medida oferecerá maior proteção aos pacientes, os quais, ao conhecerem melhor os seus direitos, poderão participar ativamente das decisões a respeito de seu tratamento. De outro lado, cremos também que o projeto, caso aprovado, será um importante instrumento de amparo à atividade do médico, visto que, ao tornar claras as responsabilidades dos pacientes quanto às suas escolhas terapêuticas, respaldará o médico na hipótese de eventuais questionamentos.”
Embora a eutanásia não esteja expressamente prevista em nosso ordenamento jurídico, a leitura do diploma penal à luz das premissas insculpidas na Constituição de 1988 possibilita a sua caracterização como homicídio ou auxílio ao suicídio. Por isso, o consentimento do paciente ou a motivação piedosa de quem pratica a eutanásia não afastam a ilicitude do ato, tampouco isentam de culpa o agente. No que concerne à ortotanásia, embora não exista isenção expressa no Código Penal, a melhor doutrina tem entendido pela inocorrência de tipicidade desta figura, à luz do princípio constitucional da dignidade humana. Neste diapasão, a prática tem sido socialmente aceita e praticada pela comunidade médica.
Há alguns projetos de lei que pretendem tipificar a conduta da eutanásia e outros vários com a ideia de explicitar categoricamente a licitude da ortotanásia. Entendemos que a introdução destes institutos na legislação é importante para fornecer mais segurança à relação médico-paciente e contribuir para uma aplicação mais correta e efetiva da lei.
Países que permitema eutanásia
A eutanásia ou o suicídio assistido é uma prática legalizada na Holanda, Bélgica, Suíça, Luxemburgo, Alemanha, Colômbia, Canadá e em mais 5 estados norte-americanos
Imagem 2
Holanda:
Foi o primeiro país europeu a legalizar e regulamentar a prática da eutanásia, em abril de 2002, dando contorno legais a uma prática que já era tolerada. 
A “Lei sobre a Cessação da Vida a Pedido e o Suicídio Assistido” determina que é crime quem matar alguém a pedido do próprio, mas isenta desta condenação o ato cometido por médico que cumpra as exigências legais.
Essa exigência legal é o pedido expresso, reiterado e convicto do paciente, que tem de estar consciente, sofrer de doença incurável e sem possibilidade de melhoria.
Esse processo precisa ser em comum acordo de dois médicos. E a eutanásia pode ser pedida por menores a partir dos 12 anos, com o consentimento dos pais.
Bélgica:
Aprovou a legalidade da eutanásia logo após a Holanda e adotou exigências legais muito semelhantes.
É permitido a prática da eutanásia a menores de qualquer idade.
Para essa prática, a lei impõe condições obrigatórias, como o fato de ser vítima de uma doença incurável, que tenha capacidade de discernimento (avaliado pelo médico responsável e por um psiquiatra infantil) e que essa eutanásia resulte do pedido do paciente e dos seus representantes legais.
Suíça:
É apenas permitido o suicídio assistido, desde que não seja feito por “motivos egoístas” (como por exemplo, receber uma herança).
Esta formulação legal que tem permitido a atividade de empresas que ajudam os pacientes a cometer suicídio (conhecida como “turismo da morte”)
Apesar disso, a prática da eutanásia é proibida. O homicídio a pedido da vítima é punido com pena de prisão de até 3 anos ou multa.
Estados Unidos:
A eutanásia é criminalizada, porém o suicídio assistido é permitido em 5 estados. 
Os pacientes têm que apresentar uma doença incurável e uma previsão de menos de 6 meses de vida. Para isso é necessário, ser maior de idade, estar consciente e apresentar um pedido reiterado, por duas vezes de forma verbal e uma terceira, por escrito, diante de uma testemunha. 
Esses estados são: Oregon, Washington, Vermont, Montana e Califórnia
Canadá:
Foi o último país a legalizar a prática da eutanásia para doentes terminais em 2016.
A proibição do direito ao suicídio assistido foi considerada institucional pelo Supremo Tribunal que entrou com uma iniciativa legislativa para alterar a lei com um prazo de 1 ano.
Através disso, os juízes consideraram, de forma unânime, que o direito à vida não obriga a uma absoluta proibição da morte assistida, sustentando que isso criaria um “dever de viver” ao invés de um “direito à vida”.
Cuidados paliativos e Eutanásia 
-Ambos os processos são intervenções possíveis devem ser feitas no fim da vida do paciente.
-Estas práticas tendem a ser conflituosas entre si.
Cuidados paliativos: assistência promovida por uma equipe multidisciplinar com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente e de seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento.
Eutanásia: ato de proporcionar morte sem sofrimento a um doente atingido por afecção incurável que produz dores intoleráveis.
Ambos valorizam a autonomia do paciente para o planejamento da vida que lhe resta.
Entretanto, enquanto a eutanásia propõe antecipar a morte, os cuidados paliativos não apoiam esta prática. Não desejam adiar a morte, mas propõem permitir que a doença incurável siga o seu percurso natural, e para isso, oferece todo o apoio para que qualquer sofrimento seja evitado e tratado, gerando um fim de vida com dignidade. 
Argumentos contra X argumentos a favor à eutanásia
Contra:
· O direito à vida é um valor absoluto e inviolável
· Os cuidados paliativos permitem o tratamento da dor e do sofrimento.
· Um pedido de eutanásia é a procura de atenção e de calor humano, que tão dificilmente são proporcionados ao doente terminal.
· A dificuldade de se prognosticar com exatidão o tempo de vida do paciente e a possibilidade do prognóstico médico estar errado conduziria a mortes prematuras e sem sentido.
· A eutanásia é uma ameaça à integridade da medicina, pois os médicos devem prolongar e não encurtar a vida.
A favor:
· A eutanásia não defende a morte, mas a opção pela mesma por parte de quem entende como sendo a melhor opção.
· Aliviar o sofrimento de um doente incurável não é uma atitude cruel, é uma ação humanitária.
· O ser humano não deve ter apenas direito à vida, deve igualmente ter direito à morte
· Deve ser uma escolha ciente e informada
· A eutanásia coloca o interesse individual acima do da sociedade
Visão do Médico e do Paciente:
Discussão acerca do vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=mxuLYUjpf5o
Visão dos médicos:
“O juramento de Hipócrates, que é a essência de qualquer médico, não nos permite aceitar a eutanásia”. A frase é de Germano de Sousa, antigo bastonário da Ordem dos Médicos e, acredita a generalidade das pessoas, aplica-se a todos os que, no início da profissão médica, proferiram aquelas palavras. Hoje, muitos médicos, sobretudo os mais novos mas não só, mostram-se mais abertos ao respeito pela autonomia e à questão do sofrimento do doente, enquanto parte de uma geração mais velha se mantém fiel a uma tradição judaico-cristã 
"Está nas mãos da sociedade, que, bem ou mal, dialoga com o Estado sobre o aborto, por exemplo. Para a eutanásia, entretanto, existe um pacto de silêncio sobre o que mais tememos na vida [a morte] e que, ao mesmo tempo, desejamos que seja sem dor e aquele espetáculo de UTI. Mas e se não acontecer dessa forma? Diante do sofrimento de uma doença irremediável, a saída que nós temos é o suicídio", avalia Bertolli.
Há seis anos trabalhando em UTIs na Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o psicólogo Adriano Facioli é a favor da prática. A legalização, para ele, tem efeito preventivo a suicídios comuns, com morte traumática. "Sem eutanásia as pessoas sofrem. Muitos que poderiam ocupar aquele leito morrem porque tem alguém condenado submetido a uma distanásia. O que o Estado faz é investir no sofrimento das pessoas, uma vez que não existe acesso aos cuidados paliativos nem a legalização da eutanásia", afirma. Adriano criou há três anos o grupo fechado “Eutanásia Brasil”, no Facebook. Com 804 membros, a página existe para discutir e informar sobre o assunto.
“Quando você vê países que regulamentaram a questão do fim da vida, percebe que as leis foram geradas a partir dos estímulos dos cidadãos, como um direito de cidadania de ter um controle sobre essa situação”, afirma. E completa: “As pessoas devem ter todos os recursos para reverter ou minimizar uma situação de doença. Mas mesmo com tudo isso, ela pode decidir por não continuar. Neste momento, tem que ser dada a ela a possibilidade de escolha”.
A morte deve ser respeitada e acontecer no momento certo. Somos a favor da humanização da morte, evitando os prolongamentos abusivos. E evitar procedimentos fúteis não significa abandonar o paciente, mas cuidar, diminuindo o sofrimento. Gilson Roberto, Presidente da AME (Associação de Médico-Espírita) do Brasil
Querer morrer está associado, em cerca de 20% dos casos, a um quadro depressivo, afirma Henrique Ribeiro, professor colaborador do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e psiquiatra da Unidade de Dor e Cuidados Paliativos Infantil da Santa Casa. Entretanto, Ribeiro acredita que a eutanásia promove a autonomia do paciente. "É um ato de misericórdia, de preservação da dignidade. As pessoas deveriam ter esse direito quando os cuidados terapêuticos se esgotarem", afirma.
Visão do paciente:
"As pessoas têm o direito de decidir se estão dispostas a viver e/ou sobreviver conectadas a uma máquina. Nas minhas condições - como tive saúde plena, uma vida ativa e de total independência por muitos anos - entendo claramente o que significa poder ter o direito de decidir sobre o próprio corpo".
Possibilitar a eutanásia não é dar um chequeem branco para as pessoas serem mortas. Não é uma política pública impositiva, mas regulamentar e descriminalizar o direito de querer ou não continuar vivendo 
João Paulo Ferreira, integrante da Comissão de Direito Constitucional da OAB-SP
Rostos, nomes e vidas que obtiveram o direito à eutanásia.
Sigmund Freud 
Possuía câncer de laringe. Foi submetido a 32 operações para eliminar lesões pré-cancerosas. Entretanto, o problema não foi eliminado e Freud pediu a eutanásia para pôr fim aos sofrimentos.
Imagem 3
Piergiorgio Welby 
O poeta e pintor sofria de distrofia muscular há 30 anos. Chegou um momento em que deixou de respirar autonomamente, tendo que ser ligado a um respirador artificial.
Enviou uma carta para o presidente italiano da época, explicando sua vontade de morrer, dizendo que o que lhe restava não era mais uma boa vida.
Sendo assim, recebeu o direito da eutanásia.
Imagem 4
Fontes 
https://jus.com.br/artigos/81213/status-legal-da-eutanasia-e-ortotanasia-no-brasil
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/eutanasia.htm
https://comunidadeelabrasil.ning.com/profiles/blogs/nao-podemos-fugir-do-tema-vida-e-morte
 http://tab.uol.com.br/direito-morte/#vida-ou-morte
ABREU, FS. Eutanásia e legislação penal. Rev Âmbito Jurídico [Internet] Rio Grande, XVIII, n. 142, nov 2015 [acesso em 16 maio 2019]. Disponível em http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=16522
The Stanford Encyclopedia of Philosophy. Voluntary Euthanasia [Internet]. Abr 1996 [acesso 15 maio 2019]. Disponível: https://plato.stanford.edu/entries/euthanasia-voluntary/
GONÇALVES, Rafael Junior Silva. Eutanásia no ponto de vista das grandes religiões. Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo. Disponível em: file:///C:/Users/Sabri/Downloads/3522-8860-1-PB.pdf (imagem 1)
FRANCISCO, Susete. Os países que permitem a eutanásia. Diário de notícias, 03 de dezembro de 2017. Disponível em: https://www.dn.pt/portugal/os-paises-que-permitem-a-eutanasia-8959570.html (imagem 2)
https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/19198/1/SANDRA%20CRISITNA.pdf (imagem 3 e 4)
https://www.scielosp.org/article/csc/2008.v13suppl2/2123-2132/#:~:text=Nesta%20perspectiva%2C%20h%C3%A1%20quem%20veja,em%20especial%20dos%20dias%20ou

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