Prévia do material em texto
INSTITUTO FEDERAL DE EDUAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DO RN CAMPUS NATAL CENTRAL DEPARTAMENTTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO TÉCNICO DE EDIFICAÇÕES MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO PROF. EDILBERTO VITORINO DE BORJA AGREGADOS 2013.1 2 ÍNDICE 1 AGREGADOS PARA CONCRETO - GENERALIDADES 3 2 CLASSIFICAÇÃO DOS AGREGADOS QUANTO AS DIMENSÕES 4 3 AGREGADO MIÚDO (AREIA) 5 Obtenção 5 Classificação da areia pela sua natureza 5 Classificação pela granulometria 5 Classificação pela Compacidade 5 Limites Granulométricos de Agregado Miúdo 6 Massa Específica e Unitária 6 Incompressibilidade 6 Umidade 6 Inchamento 6 Coeficientes de Vazios 6 Impurezas 7 Areia para Construção 7 Ensaios 7 4 AGREGADO GRAÚDO (BRITA) 8 Obtenção 8 Classificação quanto à constituição 8 Classificação de acordo com as dimensões 8 Massa Específica e Unitária 8 Classificação quanto ao peso 8 Inchamento 9 Umidade 9 Coeficientes de Vazios 9 Impurezas 9 Limites Granulométricos 9 Ensaios 9 5 OUTROS AGREGADOS 10 Argila Expandida 10 Vermiculita 10 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS / BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 10 3 AGREGADOS Definição Os agregados podem ser definidos como materiais de forma granular, de origem natural ou artificial, relativamente inertes, classificados em função das dimensões de suas partículas e que, ao serem misturados com aglomerantes, em presença de água e eventualmente aditivos, adquirem um aspecto compacto (concreto e/ou argamassa). São considerados agregados: • Areia; • Brita; • Pó de Pedra; • Argila Expandida; • Seixo Rolado. Aglomerantes são materiais minerais que misturados com água ou produto químico líquido (aditivos), formam pastas e endurecem em certo tempo, fazendo aderir entre si os componentes do agregado, atribuindo resistência à mistura. São exemplos de aglomerantes: • Cimento; • Cal; • Gesso; • Argila; • Asfalto. Aglomerante é o elemento que cola os grãos do agregado entre si para que possam resistir aos esforços. Importância dos Agregados Desempenham importante papel, do ponto de vista econômico ou técnico. O agregado tem a finalidade técnica de atribuir ao produto final gerado: resistência a esforços e diminuição da retração, aumentando a resistência ao desgaste. Do ponto de vista econômico, diminui o consumo do aglomerante, geralmente mais caro, sem prejudicar a resistência aos esforços mecânicos, pois os agregados de boa qualidade têm resistências mecânicas superiores à pasta aglomerante (água + cimento). Propriedades dos concretos influenciadas pelos agregados: � Trabalhabilidade; � Resistências mecânicas; � Módulo de deformação; � Massa específica; � Durabilidade; � Exsudação1. 1 Exsudação – Nata de cimento que atravessa os poros e se deposita nas superfícies. 4 Algumas características negativas dos agregados, que devem ser evitadas quando do emprego em concreto: � Excesso ou deficiência de partículas finas; � Grãos de formato lamelar; � Excesso de impurezas orgânicas; � Excesso de torrões de argila; � Agregados em decomposição; � Baixa resistência mecânica dos grãos. CLASSIFICAÇÃO DOS AGREGADOS QUANTO AS DIMENSÕES (Tamanho): A NBR-7211:2005 - “Agregados para Concreto” classifica os agregados da seguinte forma: � Agregados Miúdos – Areias – agregados cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 150 µm, em ensaio realizado de acordo com a ABNT NBR NM 248, com peneiras deffinidas pela ABNT NBR NM ISSO 3310-1 e, � Agregados Graúdos – Britas – agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm, em ensaio realizado acordo com a ABNT NBR NM 248, com peneiras deffinidas pela ABNT NBR NM ISSO 3310-1. OBS: Se o material apresentar mais do que 15% retidos ou passando na peneira de 4,75mm de abertura, considera-se o agregado como uma mescla de miúdo e graúdo. O modo mais comum de se classificar os agregados quanto as suas dimensões baseia-se na composição granulométrica, que consiste em separar os grãos em diferentes peneiras, cujas aberturas estão definidas na NBR-7211:2005. Relacionam-se à análise granulométrica os seguintes parâmetros: � Módulo de finura: valor resultante da soma das porcentagens retidas acumuladas em massa de um agregado, em todas as peneiras da série normal (75 mm; 37,5 mm; 19 mm; 9,5 mm; 4,75 mm; 2,36 mm; 1,18 mm; 600 µm ; 300 µm; 150 µm), divididos por 100. Quanto maior o módulo de finura, mais grosso é o agregado. � Dimensão máxima característica: grandeza associada à distribuição granulométrica do agregado, correspondendo à abertura nominal, em mm, da malha da peneira da série normal ou intermediária na qual o agregado apresenta uma porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a 5% em massa. 5 AGREGADO MIÚDO - AREIA A areia é o agregado miúdo por excelência. Dá-se o nome de areia aos fragmentos de rocha reduzidos a partículas de diâmetro entre 4,75 mm e 150 µm (15% no máximo ficam retidos na peneira 4,75 mm), nos quais predomina a sílica. Obtenção A areia pode ser natural ou artificial. A areia natural provém da desagregação de rochas em conseqüência da ação de agentes físicos e posterior deposição resultando em depósitos naturais, chamados jazidas, associados a ambientes fluviais, marinhos e eólicos. As areias apresentam-se normalmente associadas a outros materiais conforme o ambiente de formação do depósito; é freqüente a mistura com materiais finos, restos de elementos orgânicos ou não. A areia do mar é indesejável, por conter sais perniciosos à argamassa, sendo também por isso, muito higroscópica. A areia artificial é obtida pela trituração mecânica das rochas, empregando-se geralmente os resíduos de britagem e peneiramento de pedreiras; é geralmente a que consegue reunir melhor angulosidade e maior pureza, porém seu uso é pequeno devido ao custo elevado. Classificação da areia pela sua natureza Segundo sua natureza, as areias são classificadas em silicosas, calcárias, argilosas ou vulcânicas, conforme o material de origem. Limites granulométricos do Agregado miúdo Fonte: NBR 7211:2005. 6 Classificação pela Compacidade Quanto à compacidade, a TB-3 as classifica em: • Fofas (ou soltas); • Medianamente compactas, e • Compactas. Massa específica e Unitária A areia apresenta uma Massa específica que varia entre 2,60 a 2,65 t/m3; e uma Massa Unitária entre 1,25 e 1,70 t/m3. Incompressibilidade Comportam-se como líquidos na compressão. Na vibração ela se reorganiza, ou seja, os grãos se rearrumam sofrendo adensamento, repartindo uniformemente as pressões (incompressíveis). Umidade A areia é muito higroscópica; sua superfície, sendo grande em relaçãoao volume, retém muita água de aderência. Conforme sua umidade, as areias podem estar pouco (<5%), úmidas (de 5 a 9%) ou muito úmidas (>9%). Em igualdade de volume, à medida que aumenta a umidade, diminui a densidade, isso porque ocorre o fenômeno de inchamento. Inchamento Quando a umidade superficial aumenta, envolvendo os grãos de areia, afasta uns dos outros, aumentando o volume de vazios e, portanto, o volume total. Como a água é mais leve do que a areia, resulta diminuição de peso na unidade de volume. Coeficientes de vazios A areia é um material granuloso e como tal, apresenta um grande volume de vazios. O coeficiente de vazios é expresso pela relação entre os volumes de vazios e o volume total parente. Impurezas As impurezas prejudiciais à areia de construção são: • Argila; • Materiais pulverulentos; • Matéria orgânica; A argila é nociva por ser coloidal2 e por isso requer maior quantidade de água para envolvê-la, alterando a dosagem adequada. Além disso, forma uma película isolante em volta dos grãos de areia, diminuindo a aderência do aglomerante. A argila também é responsável pelo aumento da retração das argamassas. Não obstante, há alguma divergência dobre o grau de nocividade da argila. 2 Coloidal - Da natureza da cola; gelatinoso, colóide: substância coloidal. 7 As especificações brasileiras estabelecem para as areias a serem usadas em concreto, um máximo de 1,5% de torrões de argila, mas já foi demonstrado que um teor de até 8% é benéfico, e que há um aumento máximo de resistência quando esse teor é de 3%. Nessas condições ela serve para preencher os vazios e para melhorar a trabalhabilidade. A matéria orgânica geralmente sob a forma de detritos de origem vegetal (pequenos ramos, folhas ou partículas minúsculas em decomposição) pode prejudicar e até mesmo impedir o endurecimento das argamassas e concretos. Sabe-se que basta um teor de 1% dos ácidos encontrados nos húmus para tornar inútil a areia. Areia para construção Nem toda areia de construção é destinada a argamassas. Pode ser destinada também para: • Drenos; • Enchimentos; • Passeios; • Outros fins. Independente do uso, a areia que melhor resultado apresenta é a silicosa (quartzosa). A resistência de uma areia para o concreto ou argamassa deve ser, no mínimo, igual a dos aglomerantes que a envolvem. Tanto quanto possível, a areia deve ser angulosa e áspera ao tato, para imprimir maior coesão às argamassas. Ensaios AGREGADO GRAÚDO - BRITA São considerados agregados graúdos: pedregulho, seixos rolados (agregado natural resultado da fragmentação e retrabalhamento natural de rochas) ou a brita, obtida pela trituração mecânica de rochas, ou a mistura de alguns deles, cujos grãos passam por uma peneira de malha quadrada com abertura nominal (ABNT) de 76mm e ficam retidos na peneira 4,8mm (no máximo 15% passam na peneira 4,8mm). A forma dos grãos pode ser arredondada, como os seixos ou angular com arestas vivas como as britas. 8 Obtenção Um primeiro modo de classificação do agregado graúdo é quanto à origem, como anteriormente visto para as areias: Natural e Artificial. Como agregado natural, emprega-se o seixo rolado, que é o resultado da fragmentação e retrabalhamento natural de rochas; e a brita (considerado agregado artificial), obtida pela trituração mecânica de rochas. Classificação quanto à constituição: • Silicosos; • Calcários; • Argilosos; • Vulcânicos. Classificação de acordo com as dimensões: Nome Comercial Diâmetro Máximo (mm) Brita no 0 ou B19 19 Brita no 1 ou B25 25,0 Brita no 2 ou B38 38,0 Brita no 3 ou B50 50,0 Brita no 4 ou B75 76,0 Massa Específica e Unitária: Massa Específica (kg/dm3) Massa Unitária (kg/dm3) 2,67 a 2,72 1,38 a 1,42 Classificação das britas quanto ao peso: A relação entre a massa de um determinado agregado e o volume ocupado por seus grãos, incluindo-se os vazios, é denominada “massa unitária”. Através da massa unitária podemos classificar os agregados em : - Leves: Massa unitária menor que 1 t/m3. Ex.: Pedra pomes, vermiculita e argila expandida. - Normais: Massa unitária superior a 1 t/m3 e inferior a 2 t/m3. Ex.: Seixos e pedras britadas. - Pesados: Massa unitária superior a 2 t/m3. Ex.: barita, magnetita e a limonita . Inchamento O inchamento na brita é desprezível na prática, já que o peso de cada grão impede o deslocamento e o aumento apreciável de volume quando absorve umidade. 9 Umidade A brita é praticamente seca (não sendo quase higroscópica); a quantidade de vazios permite boa circulação de ar e favorece a evaporação da umidade. Coeficientes de vazios Fortemente variável, depende dos mesmos fatores que a densidade. É normalmente menor que o da areia. Impurezas Também são comuns as impurezas nas britas. Para o concreto ela deve ser limpa, isenta de matéria orgânica. A calcedônia, opala, cristobalita, tridimita e outros tipos similares reagem com os álcalis do cimento. Limites Granulométricos do Agregado Graúdo Em relação ao tamanho dos grãos, é preciso considerar o uso que se pretende dar ao concreto. As normas brasileiras para concreto estabelecem que a brita ou seixo rolado tenha diâmetro máximo igual ou inferior a ¼ da menor dimensão da peça a concretar, e menor que ¾ do espaço livre entre as malhas da armadura. Atendendo ao espaçamento usual dos elementos da armadura, convém que o diâmetro máximo usado seja o de 25mm para as vigas e 19mm para as lajes, para evitar que se prendam às malhas da ferragem. 10 Outros Agregados Além da brita e da areia, são usados outros agregados, na maior parte das vezes coma finalidade de obtenção de argamassas ou concretos leves. Assim, é usual britar pedras artificiais (tijolos, telhas, caliça) para casos especiais de concretos leves, embora de menor resistência. São usadas também a pedra-pome (resíduo vulcânico), escórias de alto-forno, cinzas de carvão de pedra, etc. Para serem usados, devem ter composição conhecida, para efeitos de cálculos e de eliminação de elementos nocivos. a) Argila expandida A argila expandida é um agregado leve, obtido pela expansão à quente (1.000 a 1.200oC) de determinados tipos de argilas, em fornos rotativos. O produto exibe grande resistência, constitui um excelente isolante termoacústico, tendo sido empregada até como sucedâneo3 de chapas de ferro na fabricação de navios. Propriedades da argila expandida Ao substituir a brita ou cascalho, a argila expandida reduz o peso do concreto de 30 a 50%. A argila expandida brasileira permite concreto com 1700 kg/m3 (usando-se brita, o peso é da ordem de 2100 a 2200 kg/m3) e resistência à compressão de 230 kg/cm2 em 28 dias. É estável à variação de temperatura. Não reage com o cimento nem se deteriora. Tem maior resistência ao fogo do que as pedras. É ótima isolante termoacústico. b) Vermiculita A vermiculita, também conhecida como Cortiça mineral, constitui um agregado leve, usado para isolantes termoacústicos. As argamassas compostas de vermiculita têm pouca resistência, aspecto esponjoso, acentuado desgaste quando desprotegidas, mas são altamente isolantes de som e calor. É também bastante usada como carga de enchimento plástico (substancia que se misturam com as resinas para diminuir o custo). 3 Sucedâneo - Qualquer coisa capaz de substituir outra. 11 BIBLIOGRAFIA � Minerais do Paraná S/A – Secretaria do Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo – SEIT. (www.pr.gov.br/mineropar/ctagred.html);� www.nutec.ce.gov.br/laboratorios/ditec/maconci/baixo.htm; � Concretos – massa, estrutural, projetado e compactado com rolo. Ensaios e Propriedade – PINI. � Construções de Concreto – Francisco R. Andriolo; � Materiais de Construção – J. Dáfico Alves; � Materiais de Construção – E. J. Verçosa; � Materiais de Construção – E. G. R. Petrucci; � Métodos, Especificações e Normas. ABNT; � Patologia e Terapia do Concreto Armado – Manoel F. Cánovas; � Propriedades do Concreto – Adam M. Neville;