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Tratamento de Efluentes Volume 3

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ANEXO 03 
DZ-077.R-0 – DIRETRIZ PARA ENCERRAMENTO DE ATIVIDADE EFETIVA 
OU POTENCIALMENTE POLUIDORA OU DEGRADADORA DO AMBIENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO 04 
EMBASAMENTO LEGAL
Reúne-se, neste anexo, o arcabouço legal estruturado (esferas federal e estadual), a ser 
utilizado inicialmente em consonância com o que ora está sendo apresentado. Cabe 
destacar que faz parte do escopo da elaboração do PERS a Proposição de Normas e 
Diretrizes para a Disposição Final Ambientalmente Adequada de Rejeitos. 
- LEGISLAÇÃO E NORMAS FEDERAIS 
Lei Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 que Institui a Política Nacional de Resíduos 
Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. 
Resoluções do Conselho Nacional do meio Ambiente (CONAMA): 
 Nº 03 de 28 de junho de 1990 que instituiu o Programa Nacional de Controle da 
Qualidade do Ar "PRONAR”. 
 Nº 10 de 1º de outubro de 1993 que estabelece os parâmetros básicos para análise 
dos estágios de sucessão da Mata Atlântica. 
 Nº 006, de 04 de maio de 1994 que determina a apresentação de parâmetros 
mensuráveis para análise dos estágios de sucessão ecológica da Mata Atlântica. 
 Nº 237, de 19 de dezembro de 1997 que Dispõe sobre licenciamento ambiental; 
competência da União, Estados e Municípios; listagem de atividades sujeitas ao 
licenciamento; Estudos Ambientais, Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de 
Impacto Ambiental. 
 Nº 303, de 20 de março de 2002 Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de 
Áreas de Preservação Permanente. 
 N° 307, de 5 de julho de 2002, Alterada pela Resolução nº 448/12 (altera os artigos 2º, 
4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10 e 11 e revoga os artigos 7º, 12 e 13); Alterada pela Resolução nº 
431/11 (alterados os incisos II e III do art. 3º); Alterada pela Resolução nº 348/04 
(alterado o inciso IV do art. 3º); Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a 
gestão dos resíduos da construção civil. 
 Nº 357, de 17 de março de 2005 que Dispõe sobre a classificação dos corpos de água 
e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as 
condições e padrões de lançamento de efluentes, e da outras providencias. 
 Nº 420, de 28 de dezembro de 2009, que dispõe sobre critérios e valores orientadores 
de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece 
diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas 
substâncias em decorrência de atividades antrópicas. 
 N° 430, de 13 de maio de 2011 - Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento 
de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do 
Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. 
Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): 
 NBR 10.004 – Resíduos Sólidos – Classificação. 
 NBR 10005 - Lixiviação de Resíduos. 
 NBR-11.682 – Estabilidade de Encostas. 
 NBR 13133 – Execução de levantamento topográfico. 
 NBR 8.419 – Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos 
Urbanos. 
 NBR 8.849 – Apresentação de projetos de aterros controlados de resíduos sólidos 
urbanos. 
 NBR 13.896 – Aterros de resíduos não perigosos – critérios para projetos, implantação 
e operação – procedimento. 
 NBR 6484 - Solo - Sondagens de simples reconhecimento com SPT – Método de 
ensaio. 
 NBR 13.292 – Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos granulares à 
carga constante 
 NBR 13.895 (1997) - Construção de Poços de Monitoramento e Amostragem. 
 NBR 14.545 (2000) – Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos 
argilosos à carga variável 
- LEGISLAÇÃO E NORMAS ESTADUAIS 
Decreto-lei nº 134, de 16 de junho de 1975 que Dispõe sobre a prevenção e o controle da 
poluição do meio ambiente no Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências. 
Lei Estadual nº 5.101, de 4 de outubro de 2007 que Dispõe sobre a Criação do Instituto 
Estadual Do Ambiente – INEA e sobre outras Providências para Maior Eficiência na 
Execução das Políticas Estaduais de Meio Ambiente, de Recursos Hídricos e Florestais. 
Decreto Estadual nº 42.159, de 2 de dezembro de 2009 que Dispõe sobre o Sistema de 
Licenciamento Ambiental -SLAM e dá outras providências. 
Manual de Sinalização de Trânsito do CONTRAN e nos casos omissos o Manual do 
DNIT, além de recomendações do DER-RJ. 
Diretrizes (DZ), Normas (NT) e Instruções Técnicas (IT) do INEA: 
 DZ-077.R-0 - Diretriz para Encerramento de Atividades Potencialmente Poluidoras ou 
Degradadoras do Meio Ambiente. 
 DZ-703 R.4 - Roteiro para Apresentação de Projeto de Tratamento de Efluentes 
Líquidos. 
 DZ-215.R-4 – Diretriz de Controle de Carga Orgânica Biodegradável em Efluentes 
Líquidos de Origem Sanitária 
 DZ-205.R-6 - Diretriz de Controle de Carga Orgânica em Efluentes Líquidos de Origem 
Industrial. 
 DZ- 1313.R-1 - Diretriz para Impermeabilização Inferior e Superior de Aterros de 
Resíduos Industriais Perigosos. 
 NT-202.R-10 - Critérios e Padrões para Lançamento de Efluentes Líquidos. 
 NT-213.R-4 - Critérios e Padrões para Controle da Toxicidade em Efluentes Líquidos 
Industriais. 
 IT-1302.R-1 - Instrução Técnica para Requerimento de Licenças para Aterros 
Sanitários. 
 
 
 
ANEXO 05 
MINUTA DE TERMO DE REFERÊNCIA DE PROJETO PARA ÁREA DEGRADA POR LIXÃO 
 
1 OBJETO 
O presente documento tem por objetivo a contratação de empresa especializada, para 
“Elaboração de Projeto do Atual Vazadouro no Município............................. no Estado do 
Rio de Janeiro”, o qual deverá levar em consideração as recomendações e 
determinações da Legislação em vigor, da SEA e das especificações constantes deste 
Termo de Referência. 
O serviço contratado consiste no desdobramento do Programa Lixão Zero, que se refere 
à remediação do atual Vazadouro no Município de ......................................, que faz parte 
do Consórcio............................., constituído pelos municípios de 
..................................................................................., no Estado do Rio de Janeiro. 
2 JUSTIFICATIVA 
O Governo Estadual através da SEA lançou o Programa Pacto pelo Saneamento que tem 
o subprograma Lixão Zero, visando aperfeiçoar a integração entre os diversos atores em 
atendimento a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei n° 12.305 promulgada em 
2010, onde a SEA busca alcançar a erradicação dos lixões existentes em vários 
municípios. 
Este termo de referência objetiva fornecer subsídios básicos e orientar a empresa 
executora dos quanto aos estudos mínimos que deverão compor o produto final a ser 
entregue a SEA. Este produto deverá ser capaz de nortear a remediação do atual 
vazadouro no município de .........................., no Estado do Rio de Janeiro. 
3 ESCOPO DOS SERVIÇOS 
A contratada deverá desenvolver o projeto básico adequado em termos técnicos, 
econômicos e ambientais, ou seja, encontrar a melhor solução para a remediação do 
atual vazadouro no município de ......................................... 
As atividades e serviços a seguir fazem parte do objeto, porém não se limitam, devendo a 
CONTRATADA proceder todos os serviços necessários ao perfeito cumprimento do 
objeto. 
3.1 Informações Preliminares 
Dentre as informações preliminares a serem levantadas podem ser citadas as seguintes: 
 Localização; 
 Acessos externos (estudo preliminar de tráfego); 
 Disponibilidade de matérias, ferramentas e equipamentos na região; 
 Disponibilidadede abastecimento de energia elétrica e água potável; 
 Caracterização qualitativa e quantitativa dos resíduos dispostos; 
 Dados climáticos; 
 Mapas Hidrográficos, geológicos, pedológicos, etc, 
 Presença de catadores e suas organizações (trabalhador avulso, cooperativas, 
associações, etc.; 
 Identificação de apoio local para reciclagem envolvendo o poder público municipal, 
iniciativa privada e organizações da sociedade civil; 
 Relatório fotográfico do vazadouro e da área do entorno. 
3.2 Serviços de Campo 
Os serviços de campo servirão para caracterização da área do atual vazadouro e 
deverão constar de no mínimo o especificado a seguir. 
3.2.1 Levantamento Topográfico Planialtimétrico e Cadastral 
O levantamento topográfico, planialtimétrico e cadastral da área do lixão deverá ser feito 
com utilização de instrumentos eletrônicos de elevada precisão e apresentado em meio 
digital (formato DWG) com curvas de nível distanciadas entre si de no máximo 1m, sendo 
apresentado em plantas no sistema UTM na escala 1:500 ou 1:1000, com coordenadas 
coerentes com as adotadas pelo IBGE. As altitudes serão referenciadas à rede oficial de 
nivelamento – DATUM IBGE (DATUM vertical). Os serviços deverão ser executados 
segundo as diretrizes da norma ABNT NBR 3.1333. 
Deverão ser colocados RN's (referências de níveis) nos vértices das poligonais da área, 
sendo materializados através de marcos de concreto em quantidade suficiente (mínimo 
três) que facilite a execução da remediação do lixão. Destes RN´s deverão ser 
apresentados as monografias respectivas. 
Deverão ser incluídos no levantamento topográfico, planialtimétrico e cadastral da área 
do lixão todos os elementos de interesse tais como, planta de situação, cotas em pontos 
notáveis inclusive dos RN`s, confrontantes, benfeitorias, redes de serviços públicos, vias 
existentes, muros, cercas, árvores e outros elementos para definir os detalhes do 
cadastro e a topografia da área como um todo. 
3.2.2 Sondagem Geotécnica 
A sondagem geotécnica do subsolo deverá ser feita fazendo uso do ensaio de 
penetração standard (“Standard Penetration Test” - SPT) com caracterização dos 
materiais encontrados, camada a camada, em pontos tais que possibilitem a consistente 
caracterização das diversas feições da área, sendo que os furos de sondagem deverão, 
preferivelmente, ser prolongados até o nível do lençol freático; ou, caso este não seja 
atingido antes, até o limite máximo de 15m em relação à superfície, no local de cada furo, 
a menos da hipótese de se encontrar material considerado impenetrável à percussão a 
menor profundidade. O número de furos irá depender do tamanho da área e 
características do lixão, porém, sempre observando uma quantidade mínima de 1 
furo/hectare. 
Deverão ser executados também furos de sondagem a trado, até a profundidade de 5m, 
na porção perimetral da área ocupada pelo lixão visando delimitar a real ocupação do 
lixão bem como caracterizar o subsolo quanto a sua possível contaminação pelo chorume 
ali existente. 
Deverá ser feita também a caracterização geotécnica dos materiais componentes do solo 
subsuperficial (até cerca de 5m abaixo da superfície, em cada ponto de coleta de 
amostras), de modo a definir sua eventual aptidão para uso como selo impermeável para 
a base (no caso de valas), bem como para material de cobertura (ensaios de 
caracterização, inclusive granulometria e limites de Atterberg; e de compactação (P.N.). 
O número de pontos de coleta de amostras para os ensaios geotécnicos deverá ser, no 
mínimo, igual ao de furos de sondagem realizados e sua localização deverá, sempre que 
tecnicamente possível ser nas proximidades dos furos de sondagem SPT. 
Os resultados da sondagem geotécnica “in situ” deverão ser apresentados em relatório 
específico no formato A4 contendo planta em formato DWG da localização dos furos e 
coleta de amostras (devidamente georreferenciados com coordenadas UTM inclusive 
com cota da boca do furo) e quadro resumo com classificação SUCS e HRB. 
3.3 Aspectos Socioambientais 
3.3.1 Aspectos Sociais 
Consistirá no cadastro dos catadores de material reciclável que dependem desta 
atividade para sua sobrevivência; identificação de redes de apoio local que apoiem a 
cadeia produtiva da reciclagem; verificação dos catadores incluídos nas políticas públicas 
de proteção social; perfil das lideranças; histórico das conquistas sociais e mapeamento 
dos valores culturais presentes na área. 
Elaboração de plano social específico para os catadores de produtos recicláveis 
existentes no vazadouro em fase de encerramento, elaborado em harmonia com o plano 
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, no que diz respeito à inclusão social e 
as políticas públicas, municipal e do Estado. 
3.3.2 Aspectos Ambientais 
Consistirá no levantamento das características ambientais (caracterização da cobertura 
vegetal dominante, bem como de corpos d’água existentes na área de interesse e/ou em 
seu entorno imediato, etc.), em conformidade com a legislação e as normas ambientais 
em vigor. 
Deverá ser feito um estudo do ambiente hidrográfico, bacias, sub-bacias e aquíferos, da 
área do lixão, do sistema de drenagem natural e uma caracterização hidrogeológica 
desta área e seu entorno. Deverá ser apresentado um relatório completo contendo o 
mapa hidropotenciométrico em escala adequada bem como o balanço hídrico da região. 
Deverão ser realizados ensaios de lixiviação (mínimo três), segundo a NBR 10005 - 
Lixiviação de Resíduos, com amostras extraídas do corpo do lixão. Serão avaliados a 
DBO, DQO, zinco, chumbo, coliformes totais e o pH, e comparados com padrões limites 
de aceitação. 
3.4 Plano de Manejo de Vetores 
Dever-se-á ser apresentado o plano de manejo e controle de pragas e vetores para a 
área do lixão, notadamente, de roedores (ratos). Para tal deverá ser apresentado um 
projeto de desratização no qual serão definidos os meios e métodos de eliminação 
específica de roedores fixando: tipo de isca, local e frequência de aplicação, e pessoal 
envolvido. Recomenda-se que a desratização, precedida de uma operação de 
despulização, seja inicializada no mínimo três meses antes do início das obras de 
remediação ambiental do lixão. 
3.5 Fechamento Perimetral da Área 
O fechamento da área poderá ser efetivado através da instalação de um portão de 
acesso à área e de mourões de concreto de 0,10 x 0,10 x 2,50m, chumbados no terreno, 
espaçados de 2,5m em 2,5m, fixados com 5 fios de arame farpado de aço zincado de 
dois fios 7 classe 350 categorias B ou C, vide desenho 02. A cada 15 espaços de 2,5m e 
a cada mudança de direção deverá ser previsto estaiamento ao chão dos mourões. 
3.6 Análise de Estabilidade 
A análise de estabilidade dos taludes aterrados consistirá no cálculo da estabilidade dos 
taludes e da capacidade de suporte do subsolo da área a ser remediada. Tal análise 
poderá contemplar também a dos taludes resultantes da exploração da área de 
empréstimo. 
Será apresentado o método utilizado para estes cálculos, observando o roteiro a seguir. 
3.6.1 Objetivo 
A análise de estabilidade terá como objetivo, dentre outros: 
 definir a configuração do talude do maciço que proporcione às atividades de 
remediação e posterior encerramento dos lixões a segurança necessária contra 
perdas humanas, materiais e ambientais; 
 definir as declividades dos taludes resultantes dos serviços de exploração das 
áreas de empréstimo; 
 e estabelecer, a partir da capacidade de suporte do subsolo, a grandeza dos 
recalques do terreno que possa comprometer a integridade do maciço de lixo e da 
obra de remediação como um todo. 
3.6.2 Metodologia 
A metodologia a ser empregada para a análise de estabilidade englobará três atividades 
distintas, porém, complementares denominadas de campo, laboratório e de escritório. 
Nasatividades, denominadas de campo, deverão ser levantadas, a partir das sondagens 
geotécnicas feitas em campo, as características geomecânicas do subsolo, tais como 
resistência à penetração, estratificação, consistência, compacidade, profundidade do 
lençol freático, etc. 
Nas atividades, denominadas de laboratório, deverão ser levantadas a partir da 
caracterização laboratorial feita em amostras coletadas dos materiais dos sítios a serem 
remediados, informações complementares às de campo, tais como, classificação, peso 
específico, parâmetros de resistência, etc. 
Nas atividades, denominadas de escritório, deverá ser levada a cabo a análise de 
estabilidade propriamente dita fazendo uso dos recursos computacionais necessários 
bem como das caracterizações acima citadas e das configurações atuas e futuras dos 
lixões (seção mais crítica). 
 
 
3.6.3 Avaliação Preliminar Após a Visita de Campo 
Na avaliação preliminar, após a visita de campo, deverão ser levantados, dentre outros, 
os seguintes aspectos: 
 presença de recalques e/ou rupturas localizadas na massa de lixo; 
 presença de rupturas e/ou afundamentos (recalques) no terreno; 
 caracterização tátil-visual da massa de lixo e do subsolo; 
 profundidade dos poços para captação de água próximos; 
 represamentos de chorume e de águas de chuva; 
 direção preferencial do escoamento superficial das águas de chuva e, se possível, 
do lençol freático. 
3.6.4 Análise das Informações Existentes 
Visando balizar as informações levantadas a partir da visita de campo e da campanha de 
exploração geotécnica, deverão ser levantadas e analisadas outras informações 
existentes tais como mapas geológicos, geomorfológicos e hidrogeológicos da região. 
Cabe destacar que na eventual divergência no cruzamento destas informações serão 
realizadas novas baterias de ensaios. 
3.6.5 Elaboração do Modelo Geomecânico 
Para a análise de estabilidade dos taludes, onde esta prevista a remediação dos lixões, o 
modelo geomecânico a ser adotado será a do equilíbrio limite. Uma hipótese corriqueira e 
ainda insubstituível de que a ruptura ocorre simultaneamente em todos os pontos de uma 
hipotética superfície de rotura, na maioria dos casos, com formato cilíndrico. 
Será utilizado o método de Bishop como critério desse equilíbrio, devido à comprovada 
eficácia do método em obras similares à em pauta. Muito embora haja outros métodos 
teoricamente melhores, porém mais complexos, o significado dos valores dos fatores de 
segurança é muito melhor conhecido para o método de Bishop que para os demais 
métodos. 
3.6.6 Avaliação dos Parâmetros de Resistência dos Taludes Atuais, a Partir das Rupturas 
Observadas 
Com base nas informações obtidas através das sondagens geotécnicas, das rupturas 
observadas (sejam de tração ou não) e das feições dos lixões, deverão ser definidos os 
parâmetros a serem utilizados (massa de lixo e subsolo) para as análises de estabilidade 
dos taludes atuais e resultantes do projeto de remediação e da área de empréstimo (se 
aplicável). 
Na ausência do conhecimento do nível piezométrico a formar-se efetivamente dentro do 
maciço de lixo, poderá ser utilizado o parâmetro de poro-pressão Ru, de forma a poder 
incluir a influência da poro-pressão nas análises de estabilidade, variando-se seu valor de 
0,1 a 0,5. 
 
 
3.6.7 Avaliação da Estabilidade dos Taludes da Área a ser Remediada 
A avaliação dos resultados dos fatores de segurança das feições analisadas deverá ser 
feita à luz da norma NBR-11682 – Estabilidade de Encostas da Associação Brasileira das 
Normas Técnicas – ABNT, onde é definido que o fator de segurança tem que atender aos 
padrões citados na tabela a seguir. 
GRAU DE SEGURANÇA. PERDA DE VIDAS 
 
ALTO MÉDIA BAIXO 
GRAU DE SEGURANÇA. 
PERDAS MATERIAIS E AMBIENTAIS 
Alto 1,5 1,4 1,3 
Médio 1,4 1,3 1,2(*) 
Baixo 1,4 1,3 1,1(*) 
(*) A adoção de fatores de segurança iguais ou inferiores a 1,2 só será permitida quando os 
parâmetros de resistência do solo puderem ser confirmados por retroanálise, para as condições 
mais desfavoráveis de poro-pressões. 
Considerando os riscos envolvidos na remediação dos lixões, deverá ser adotado um 
fator de segurança igual ou superior a 1,3. 
3.6.8 Laudos das Avaliações de Estabilidade 
Deverá ser apresentado um laudo técnico das avaliações de estabilidade no qual serão 
estabelecidas, dentre outras, 
 as declividades dos taludes que deverão ser previstos no projeto para os serviços 
de terraplenagem (escavação e aterro), inclusive da área de empréstimo; 
 as declividades dos taludes que deverão ser previstos no projeto para a 
reconformação do maciço do lixão uma vez remediado; 
 a estimativa das deformações do subsolo que poderão vir a ocorrer por conta da 
disposição e/ou presença da massa de resíduos; 
 e o nível piezométrico que poderá comprometer a estabilidade do depósito de lixo. 
3.7 Projeto de Terraplenagem 
A execução do projeto de terraplenagem terá por finalidade a estimativa dos volumes de 
movimentação de terra e de lixo (cortes e aterros), contemplando o projeto das vias, 
interseções, pátios e na sua apresentação deverá constar: 
 Texto contendo a descrição da concepção do Projeto; 
 Planilha mostrando os volumes e uma orientação da terraplenagem; 
 Planta geral mostrando a situação dos empréstimos e bota-fora; 
 Seções transversais de terraplenagem, obtidas a partir das seções transversais tipo 
espaçadas a cada 50m, mostrando a conformação dos taludes de corte e aterros, 
desenhadas na escala horizontal igual à do projeto em planta e com deformação 
vertical de 10:1 ou 5:1; 
 Demais plantas que elucidem a concepção do projeto; 
 Perfil geotécnico indicando a constituição do terreno; 
 Folhas de cubação; 
 Quadro de distribuição dos materiais; 
 Quadro de orientação da terraplenagem. 
Das “Especificações Complementares” a serem elaboradas, deverão constar os 
procedimentos que serão obedecidos pelos empreiteiros no sentido de, na execução da 
terraplanagem, ser aproveitado ao máximo a camada de terra vegetal que servirá de 
capeamento às áreas cortadas e aterradas. 
Nota: Para a especificação dos serviços de corte serão observadas as recomendações 
indicadas na “ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO DNER-ES-T 03-70 CORTES”. Para a 
especificação dos serviços de aterro serão observadas as recomendações indicadas na 
“ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO DNER-ES-T 05-70 ATERROS”. E para a especificação 
dos serviços de empréstimo serão observadas as recomendações indicadas na 
“ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO DNER-ES-T 04-70 EMPRÉSTIMOS”. 
3.8 Projeto de Remediação de Taludes 
Para a elaboração do projeto da remediação dos taludes deverão ser levados em 
consideração, basicamente, o rebatimento e estabilização do(s) talude(s) da massa de 
lixo e a construção de um caminho de serviço por cima do depósito de lixo e/ou ao longo 
das margens lixo/solo natural. 
Basicamente os serviços a serem contemplados no projeto para o rebatimento dos 
taludes e a construção do caminho de serviço serão os seguintes: 
Remoção de pontos de acumulo de chorume e/ou de vegetação e solos degradados para 
locais adequados; 
Regularização, nivelamento e compactação do platô do vazadouro (de preferência de 
baixo para cima), observando-se uma declividade de 2% a 5% a fim de que as águas 
superficiais provenientes de chuvas sejam encaminhadas para os dispositivos de 
drenagem superficial; 
Rebatimento dos taludes do lixo, cortando e empurrando o material cortado para níveis 
inferiores, procurando obter taludes com inclinação 2(h):1(v), criando-se bermas de 
equilíbrio (se necessário) a cada 4m ao longo do talude com largura aproximada de 
3m e declividade adequada à implantação do sistema de drenagem pluvial; 
Desmatamento (se necessário), limpeza e regularização dasmargens do lixão/solo 
natural visando a implantação e/ou remediação do acesso interno. 
3.8.1 Proteção dos Taludes e Recobrimento das Áreas Aterradas 
O projeto da proteção dos taludes e recobrimento das áreas aterradas consistirá, 
basicamente, na cobertura da massa de lixo utilizando-se solo local ou de áreas de 
empréstimo próximas (devidamente delimitadas e caracterizadas) com camada 
devidamente compactada numa espessura em torno de 60cm. Cabe destacar que esta 
parte do projeto deverá ser elaborada, somente, depois de verificada a estabilidade do 
maciço de lixo e definida a sua conformação. 
Na porção destinada ao recebimento de lixo, será prevista a criação de uma área 
adequada e para tal finalizada, isto é, a criação de um platô devidamente recoberto com 
camada de solo argiloso numa espessura aproximada de 1m e caimento em torno de 1%. 
Em se tratando de área de empréstimo fora da área de domínio do lixão, será previsto, 
como parte dos projetos de remediação dos lixões, o projeto de exploração da área de 
empréstimo. 
3.8.2 Plantio, Manutenção e Limpeza do Cinturão Verde 
O projeto do plantio, manutenção e limpeza do cinturão verde deverá apresentar as 
orientações e recomendações que deverão ser seguidas para o plantio e manutenção 
das espécies vegetais que farão parte deste cinturão verde, notadamente das espécies 
arbóreas, recomendando-se, dentre outras, que: 
de forma consorciada ao plantio de espécies arbóreas, deverão ser plantadas 
espécies de leguminosas herbáceas para produzir uma rápida cobertura protetora 
para o solo; 
o plantio deve ser executado com o maior cuidado possível, preferencialmente em 
meses de maior índice pluviométrico; em condições de estiagem deve ser realizada 
irrigação imediatamente após o plantio das mudas estendendo-se por um período 
mínimo de 30 dias; 
sejam realizadas regularmente (até dois anos após o plantio) operações de limpeza 
com capina manual para eliminação de ervas daninhas e controle de formigas; 
sejam substituídas mudas que não tenham sobrevivido ao plantio definitivo, ou 
alternativamente, após observância do desempenho das diferentes espécies 
utilizadas, sejam substituídas por aquelas espécies que estejam apresentando um 
melhor desenvolvimento; 
e que, uma vez atingido pelas mudas o porte ideal de crescimento, seja realizada a 
poda da copa no estágio após a floração e frutificação. 
3.9 Projeto de Remediação das Coleções Hídricas 
O projeto da remediação das coleções hídricas englobará os projetos do Sistema de 
Drenagem de Águas Superficiais e do Sistema de Proteção de Nascentes e Córregos, 
conforme a seguir. 
3.9.1 Sistema de Drenagem de Águas Superficiais 
O projeto do sistema de drenagem de águas superficiais consistirá basicamente na 
locação e detalhamento de canaletas e caixas de passagem a serem implantadas por 
cima (ao longo das cristas, pés e saias dos taludes) e perimetralmente ao vazadouro, de 
tal forma interceptar o deflúvio de água e conduzi-lo lateralmente para fora da área do 
lixão (se possível até algum corpo de água próximo). Salienta-se que o projeto deste 
sistema objetivará também diminuir a infiltração da água para o interior do lixo e 
consequentemente diminuir a geração de chorume. 
Caso o lixão venha ainda receber resíduos, na área ou praça operacional o sistema de 
drenagem de águas superficiais terá caráter provisório e será composto basicamente de 
canaletas escavadas “in situ”. 
Deverão ser indicados os pontos de deságue (sistemas naturais hídricos) demonstrando 
a capacidade de recepção dos mesmos bem como da canalização (galeria pluvial) 
utilizada para um período de retorno de 20 anos. 
Nas plantas deverá aparecer a localização de todos os dispositivos de drenagem bem 
como dos dispositivos com finalidade de coleta, condução e despejo final. Deverão ser 
especificados os tipos de revestimentos a serem empregados assim como deverão ser 
apresentados os desenhos dos projetos tipo dos dispositivos utilizados. 
Tal sistema deverá ser dimensionado utilizando critérios hidráulicos e hidrológicos locais 
e levantados de literatura técnica específica; dentre outros, a intensidade crítica de 
precipitação, o tempo de concentração, a equação de Chezy e o método racional válido 
para áreas menores a 50 hectares. 
3.9.2 Sistema de Drenagem de Águas Sub-superficiais e/ou Subterrâneas (se 
aplicável) 
Tal sistema consistirá basicamente numa rede coletora do fluxo d’água subsuperficial ou 
subterrânea concebida nos moldes de trincheiras drenantes no formato de espinha de 
peixe. A sua implantação dar-se-á seguindo, basicamente, o roteiro a seguir: 
escavação de valas; 
regularização, nivelamento e compactação da base da vala; 
envelopamento da vala com geotêxtil, ou similar, prevendo as sobras necessárias ao 
envelopamento do preenchimento de brita; 
preenchimento da vala com brita (berço da tubulação); 
assentamento de tubo dreno; 
preenchimento da vala; 
fechamento das sobras do geotêxtil (envelopamento da brita); 
reaterro com areia grossa por cima do envelopamento; 
reaterro da vala (onde necessário), com o material escavado, até atingir a cota do 
terreno; 
comunicação da saída da linha de drenos com caixa de passagem/inspeção. 
3.9.3 Proteção de Nascentes e Córregos 
O projeto do sistema de proteção de nascentes e córregos deverá contemplar a 
implantação de sistemas interceptores consistentes, basicamente, em barreiras 
hidráulicas, ativas ou não. 
Deverá ser apresentado todo o detalhamento necessário para sua implantação, 
notadamente, a sua configuração geométrica, composição e locação horizontal e vertical 
através de perfis longitudinais e transversais. 
Na eventual presença de nascente no terreno do lixão deverá ser proposta no projeto de 
remediação, por se tratar de uma área de proteção permanente - APP, além da barreira 
hidráulica acima citada, a retirada (se viável) do lixo existente neste local e o seu 
reflorestamento num raio de 50m. 
3.10 Projeto do Sistema de Drenagem e Coleta de Chorume 
O projeto do sistema de drenagem e coleta de chorume poderá ser elaborado 
considerando duas feições, a do maciço remediado e a do maciço em operação. 
Para o maciço remediado, onde os serviços de disposição não serão mais permitidos, o 
projeto da drenagem e coleta dos efluentes será proposta nos moldes de barreiras 
hidráulicas (trincheiras drenantes), ativas ou não, função das características próprias do 
lixão a ser remediado. 
Para a porção do maciço, onde ainda será recebido lixo, o projeto da drenagem e coleta 
do chorume será proposta no projeto deste sistema nos moldes de espinha de peixe e de 
poços de acumulação/equalização. 
Em ambos casos, o efluente coletado será conduzido para a estação de tratamento que 
será apresentado, no respectivo projeto, nos moldes de geotubes que basicamente 
consiste na mistura do efluente com um aglutinador (polímero aniônico ou catiônico, 
função das características da mistura) para posterior filtragem num saco de geotêxtil. 
A estimativa da vazão dos percolados será feita utilizado o método suíço e/ou 
alternativamente fazendo uso do método de balança hídrico. 
Cabe destacar que para atingir a eficiência esperada neste tipo de sistema, o chorume 
será misturado com esgoto doméstico levado em caminhões limpa-fossa. Para tal será 
apresentado no presente projeto a logística mais viável para a coleta e transporte do 
esgoto doméstico. A proporção chorume-esgoto doméstico será inicialmente de 1:4, a 
qual será avaliada fazendo uso das análises do efluente tratado. 
3.11 Estação de Tratamento de Chorume (ETC) 
Deve-se avaliar a possibilidade de tratar o chorume fazendo uso da tecnologia de 
geobags, haja vista, que esta é uma técnica que a SEA vem adotando para tal finalidade. 
As peças gráficas deverão conter plantas, cortes, indicação das bases de apoiode 
equipamentos, localização de aberturas de passagens de tubulações, indicações nas 
plantas a localização dos cortes, dimensão geral das diversas unidades, coordenadas 
geográficas e tudo mais que houver no sentido de permitir a sua perfeita compreensão. 
No dimensionamento do projeto, deverão ser observadas as seguintes condições: 
 A eficiência do sistema ficará condicionada à capacidade de depuração do corpo 
receptor e baseando-se na legislação para o lançamento de efluentes; 
 o perfil hidráulico da ETC e principalmente detalhes das interligações das unidades; 
 tempo de detenção hidráulica; 
 manutenção e operação simplificados para o sistema. 
 
3.12 Drenagem e Queima de Gases 
O projeto do sistema de drenagem e queima de gases deverá consistir basicamente na 
locação dos drenos fazendo uso das coordenadas UTM e no detalhamento dos mesmos. 
Considerando que na maioria dos casos, não se conhece a altura do maciço de lixo, a 
profundidade dos drenos será limitada pelo comprimento da lança da escavadeira, ou 
similar, utilizada para instalação dos mesmos. 
Nos locais onde ainda poderá ser recebido lixo, a sua construção dar-se-á de forma 
progressiva acompanhando o alteamento do maciço. 
Os drenos de gás consistirão basicamente em tubos de concreto, perfurados, justa 
postos (ponta e bolsa), envoltos com uma camada de brita sustentada por tela metálica 
ou pelas paredes das cavas formadas para a instalação dos mesmos. 
Inicialmente deverá ser prevista a queima dos gases em flares. Função da vazão desses 
gases (estimativa feita utilizando o Método Scholl Canyon, por exemplo) poderá, a critério 
do órgão ambiental competente, serem reaproveitados. 
3.13 Monitoramento Geotécnico e Ambiental 
3.13.1 Monitoramento Geotécnico 
Dever-se-á apresentar em planta a localização da instrumentação utilizada para o 
monitoramento geotécnico que trata, basicamente, da medição da movimentação 
horizontal e vertical do maciço utilizando-se marcos superficiais e do nível do chorume 
utilizando-se piezômetros (se necessário). 
Devem ser apresentados em plantas tipo a conformação geométrica dos piezômetros e a 
dos marcos superficiais. Deverá ser também apresentada a periodicidade dessas 
medições após remediação do lixão. 
3.13.2 Monitoramento Ambiental 
Deverá ser apresentado o projeto de monitoramento ambiental da qualidade do solo e 
das águas superficiais e subterrâneas, determinando a frequência de coleta das amostras 
para as análises pertinentes, inclusive com a localização dos pontos e profundidades de 
coleta e demais critérios para localização das sondagens e dos poços de monitoramento 
de acordo com a NBR 13895/97. 
Deverá ser prevista antes do início das obras de recuperação ambiental do lixão uma 
campanha destas análises. 
Nessas análises poderão com, prévia anuência do órgão ambiental competente, ser 
avaliados os seguintes parâmetros: Demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda 
química de oxigênio (DQO), Oxigênio dissolvido (OD), pH, temperatura, nitrito, nitrato, 
nitrogênio amoniacal total, nitrogênio Kjeldahl, carbono orgânico total, cloretos, sulfato, 
fósforo total, fósforo solúvel, alcalinidade total, dureza total, condutividade, sólidos 
dissolvidos totais, sólidos totais, sólidos fixo totais, sólidos voláteis totais, cor, ferro 
dissolvido (somente para águas superficiais), ferro total (somente para água 
subterrânea), manganês, fluoreto, óleos e graxas (OG), detergente (MBAS), fenóis, 
alumínio dissolvido, arsênio, bário, cádmio, cálcio, chumbo, cobre dissolvido, cromo total, 
cromo hexavalente, cromo trivalente, mercúrio, níquel, potássio, sódio, zinco, coliformes 
totais e coliformes termotolerantes. 
3.14 Paisagismo 
Uma vez atingida a estabilidade do maciço de lixo e a conformação prevista em projeto, 
inclusive da proteção dos taludes e do recobrimento das áreas aterradas, o projeto da 
cobertura definitiva deverá contemplar, basicamente, o plantio de gramíneas (grama) 
após o lançamento e regularização de uma camada de solo vegetal, por cima do material 
de cobertura acima citado, observando uma espessura adequada ao revestimento 
vegetal (aprox. 40cm). 
Cabe destacar que é fundamental e estratégica a elaboração do projeto paisagístico, isto 
porque a tendência natural deste tipo de passivo ambiental (lixão) é afetar o meio 
ambiente, que pode ser regenerado através de uma recomposição paisagística. 
Nota: Alternativamente, após ser avaliada a possibilidade de ser aproveitado o biogás, o 
projeto da cobertura definitiva poderá contemplar o projeto de uma camada composta, de 
cima para baixo, pelos seguintes materiais: camada de solo vegetal, manta geotêxtil não 
entrelaçado, camada granular, manta geotêxtil não entrelaçado e plástico preto ou 
alternativamente geomembrana de PEAD. 
O programa de uso da área, uma vez encerradas as atividades de disposição, a ser 
elaborado como parte dos projetos de remediação, visará transformar as áreas ocupadas 
pelos lixões em grandes reservas verdes. Esta proposição tem como vertente maior, a 
social, extensiva a toda comunidade local. 
A opção pela reserva verde advém da sua atual carência nos centros urbanos, sobretudo 
nos países em desenvolvimento. Sem um planejamento que possa acompanhar esse 
desenvolvimento, as áreas verdes geralmente são relegadas, esquecidas e 
principalmente, desconhecidas pela especulação imobiliária. 
As reservas verdes têm o grande mérito de amenizar o clima e reduzir a temperatura das 
cidades. Assim o uso proposto poderá ser parcialmente autossustentável, com a 
produção de mudas diversas, sobretudo de espécies vegetais nativas, seja para uso 
próprio, ou da comunidade. 
3.15 Segurança no Trabalho 
Na execução do projeto básico deverão ser obedecidas as normas pertinentes à 
Segurança do Trabalho, incluindo, sem restringir, a Consolidação das Leis do Trabalho, 
bem como a Legislação Complementar e Portarias e Normas Regulamentadoras 
pertinentes. 
3.15.1 Equipamento de Proteção Individual (EPI) 
Deverá ser previsto que os envolvidos com o encerramento/remediação do lixão devam 
usar os seguintes EPI(s): 
proteção das mãos: luvas grossas de látex ou polipropileno, ou duas luvas de látex, 
punho longo, descartáveis e sem talco; 
proteção para o corpo: aventais de PVC, impermeáveis, frente fechada, mangas 
longas e uniforme composto de calça comprida e camisa com manga, no mínimo ¾ 
de tecido resistente e de cor clara; 
proteção respiratória: máscara de proteção de carvão ativado com filtro N95; 
proteção para os pés: botas de PVC, impermeáveis, resistentes, cor clara, com cano 
¾ e solado antiderrapante; 
proteção para os olhos: óculos de proteção, com lentes panorâmicas, incolores, de 
plástico resistente, com armação em plástico flexível, com proteção lateral e 
válvulas para ventilação. 
3.16 Disposição em Valas 
Em situações onde a quantidade de lixo for pequena e as condições do terreno permita a 
implantação de valas para a destinação final do lixo deverá ser aventada esta opção, 
porém sempre observando as especificações técnicas citadas a seguir. 
3.16.1 Locação das Valas 
A locação das valas deverá ser concebida visando maximizar a ocupação da área, 
prevendo a circulação de máquinas entre as mesmas, e aproveitar da melhor forma 
possível o caimento natural do terreno visando o escoamento das águas pluviais para 
fora da área das valas. 
3.16.2 Formação das Valas 
A escavação do terreno propiciará além do preparo das unidades receptoras de lixo 
(valas), melhorar o confinamento dos resíduos e dos líquidos gerados, assim como ter 
um melhor controle da captação dos líquidos percolados gerados. 
Para terrenos escavados deverá ser prevista para os taludes uma declividade de 
1(H):1(V). Já para terrenos aterrados uma declividade de 1,5(H):1(V). 
O solo oriundo das operações de escavação será estocadoem Bota Fora, interno à área 
de implantação do aterro, para posterior uso como material de cobertura e de aterro, à 
critério da Fiscalização. 
3.16.3 Impermeabilização da Vala 
Função das características do solo da área, notadamente da sua permeabilidade, para a 
impermeabilização da vala deverão ser avaliadas as duas alternativas a seguir: 
 Impermeabilizado com uma camada do solo escavado (matriz argilosa) com 
espessura de 100 cm e caimento mínimo em direção à saída do chorume de 1%. Tal 
camada deverá ser compactada em camadas soltas de 20 cm de espessura e grau de 
compactação (P.N.) mínimo de 95%. 
 Impermeabilização com geomembrana de PEAD com espessura de 1,5 mm sobre leito 
devidamente regularizado e compactado com caimento mínimo na base de 1% e em 
direção à saída do chorume. 
 
3.16.4 Drenagem de Chorume 
O chorume deverá ficar retido dentro das valas por certo tempo (função do tamanho da 
vala e da vazão gerada) de forma a poder utilizar as mesmas como reatores anaeróbios. 
Assim, após atingir a lâmina do chorume certa altura acima do nível do fundo da vala, a 
saída dos líquidos percolados será efetivada por um tubo extravasor. Estes tubos serão 
comunicados a um tubo principal denominado de “chorume-duto” (tubo PVC, tipo fortilit 
marrom ocre, de 200 mm de diâmetro), localizado na parte central da plataforma das 
valas, que encaminhará o percolado até um tanque de acumulação para posterior 
tratamento. 
3.16.5 Disposição de Resíduos na Vala 
Para a disposição dos resíduos dentro da vala poderá ser utilizado um dos taludes como 
rampa de acesso. 
A compactação realizada por trator de esteira deverá atingir uma taxa mínima de 
compactação de 3:1. Em locais onde a compactação com trator não é possível ser feita, 
poderá ser utilizado algum outro equipamento, tais como, placas compactadoras; barril 
metálico preenchido com concreto, dotado nas suas extremidades de puxadores para o 
deslocamento do mesmo, etc. 
3.16.6 Impermeabilização Superior 
A impermeabilização superior consistirá nas operações de cobertura do lixo disposto nas 
valas de acordo com o cronograma de operação, com uma frequência diária denominada 
de cobertura diária e final denominada de cobertura final. 
A cobertura diária, executada com solo com espessura em torno de 30 cm, minimiza os 
riscos de transmissão de vetores e ocorrência de pontos de fogo, a geração de odores, o 
transporte de lixo leve pela ação do vento, além do que promove uma melhor 
apresentação visual do aterro. 
Já a cobertura final deve ser vista como fator decisivo no sucesso do fechamento da vala 
e revegetação da plataforma. Para tal, deverá ser prevista a colocação de uma camada 
de terra ligeiramente compactada, com uma espessura aproximadamente de 60 
(sessenta) centímetros ligeiramente compactada. Deverá ser previsto que a porção 
superior de tal camada fique acima do nível do terreno bem como o seu caimento 
acompanhe da plataforma, visando a continuidade do escoamento das águas 
superficiais. 
3.17 Apresentação do Projeto 
O Memorial Descritivo deverá apresentar o detalhamento histórico do objeto projetado, na 
forma de texto, tabelas e gráficos, onde são apresentadas as soluções técnicas 
adotadas, bem como suas justificativas, necessárias ao pleno entendimento do mesmo, 
complementando as informações contidas nos desenhos. Deverão ser apresentadas as 
planilhas orçamentárias do projeto básico com Memória de Cálculo, preço EMOP ou 
similares, contendo o mês de referência. Para preços não encontrados, será apresentado 
no mínimo 3 (três) cotações, devendo optar pela média. 
Os desenhos a serem apresentados consistirão na representação gráfica do objeto a ser 
executado, elaborado de modo a permitir sua visualização em escala adequada, 
demonstrando formas, dimensões, funcionamento e especificações, perfeitamente 
definida em plantas, cortes, elevações, esquemas e detalhes, obedecendo às normas 
técnicas pertinentes. 
ANEXO 06 
MODELO DE FICHA CADASTRAL DE ÁREA DEGRADADA POR LIXÃO 
FICHA CADASTRAL DE ÁREA DEGRADADA POR LIXÃO 
Responsável pela coleta de dados: _________________________________________________ 
Data da coleta: ____/____/____ 
Prefeitura:______________________________________________________________________ 
Endereço, tel., etc.: _____________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________ 
Contato: Nome:_________________________________________________________________ 
 Função: _______________________________________________________________ 
 
•Principal atividade econômica do Município: ________________________________________ 
•População total do Município: ___________________________________________habitantes 
• População urbana: ____________________________________________________habitantes 
• População rural: _____________________________________________________habitantes 
• Cobertura do serviço de coleta: ________________________________________________% 
• Quantidade de lixo coletado: ______________________________________________ t/mês 
 ____________________________________________ m
3
/mês 
• Localização do aterro/lixão (especificar se a disposição de resíduos é feita próximo de rios 
e/ou canais): ___________________________________________________________________ 
• Proximidade de APAs e similares _________________________________________________ 
• Causas da ocorrência do lixão: ___________________________________________________ 
• Área do aterro/lixão: _________________________ m2 
• Altura média do aterro/lixão: ___________________ m 
• Volume aproximado depositado _________________ m3 
 
Tempo de uso ________________________________ anos 
• Forma de disposição: Em Vala ( ) Em Área Plana ( ) Em Meia Encosta ( ) 
• Algum outro município (distrito) vaza no aterro/lixão? Sim ( ) Não ( ) 
Qual(is)?________________________________________________________________________ 
• Quantidade de lixo recebido no aterro/lixão por tipo de resíduo: 
Domiciliar:_________________________t/dia 
Hospitalar: ________________________t/dia 
Entulho e podas ____________________t/dia 
Feiras e mercados __________________t/dia 
Total:_____________________________t/dia 
 
• Existe alguma nascente d’água na área? Sim ( ) Não ( ) 
• Em que manancial ela deságua? __________________________________________________ 
• Qual o manancial (corpo hídrico superficial ) mais próximo da área? Qual é o seu nome e a 
que distância aproximada ele fica da área? 
_______________________________________________________________________________ 
• Situação do acesso ao aterro/lixão (iluminação, pavimentação,.etc.):_________________ 
______________________________________________________________________________ 
• Topografia da área e da estrada de acesso: _______________________________________ 
______________________________________________________________________________ 
• Disponibilidade de abastecimento de energia elétrica e água potável: 
_______________________________________________________________________________ 
• Disponibilidade de material de cobertura (de preferência solo argiloso): 
_______________________________________________________________________________ 
• Existem poços para captação de água subterrânea nas proximidades? Sim ( ) Não ( ) 
 
- Distância ao lixão_______________________________________________________ 
- Profundidade do(s) poço(s)_______________________________________________ 
• Existe drenagem de águas pluviais? Sim ( ) Não ( ) 
• Existe drenagem de líquido percolado? Sim ( ) Não ( ) 
• Existe drenagem de gás? Sim ( ) Não ( ) 
• Existe estação de tratamento de chorume?Sim ( ) Não ( ) 
• Presença de catadores? Sim ( ) Não ( ) 
• A área se encontra cercada? Sim ( ) Não ( ) 
• O lixão se encontra coberto com solo? Sim ( ) Não ( ) 
• Existem afloramentos de chorume (descrever sucintamente): 
_______________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________ 
• Informações complementares do aterro/lixão: 
 Forma mais adequada de recuperação do lixão:__________________________ 
 Previsão de encerramento: ___________________________________________ 
 
ANEXO 07 
EXEMPLO DE APLICAÇÃO DE REMEDIAÇÃO DE ÁREA DEGRADA POR LIXÃO 
No Anexo 07 a seguir apresenta-se, como exemplo de aplicação das especificações 
contidas nesta Guia Técnica, a remediação da área degradada por lixão no município de 
Rio das Ostras-RJ (fonte: Prefeitura Municipal de Rio das Ostras-RJ, 2004). 
1 LOCALIZAÇÃO 
O antigo vazadouro do Município de Rio das Ostras, ora já remediado, localiza-se nas 
coordenadas UTM, N=7.510.705m e E=198.974m, dentro do perímetro urbano, no bairro 
Âncora, a aproximadamente 10km do centro de Rio das Ostras. O acesso a este terreno, 
que pertence a terceiros, pode ser feito partindo-se do centro urbano de Rio das Ostras 
indo pela RJ-106 (Rodovia Amaral Peixoto) sentido Macaé, onde, virando-se à esquerda 
no km 152, pega-se a estrada Cantagalo. A localização da área do lixão pode ser vista, 
em destaque, na Ilustração 1-1 a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustração 1-1: Localização do Antigo Lixão de Rio das Ostras-RJ 
 
2 CONFIGURAÇÃO 
O lixo gerado na sede municipal de Rio das Ostras era disposto (configuração próxima ao 
método da “área”), de forma conjunta, num vazadouro de mediano porte a céu aberto. A 
área não possuía cerca nem portão de acesso. 
Estimou-se que o vazadouro esteja ocupando uma área em torno de 34.000m². Possuía 
uma altura máxima em torno de 10m com taludes suaves a jusante e bastante íngremes 
à montante e nas laterais do lixão. Na porção à jusante parte do lixão encontrava-se 
coberto com solo local, formando um platô com uma altura próxima a 6,5m. O lixo após o 
despejo era eventualmente espalhado, porém, não era coberto com terra. 
3 SERVIÇOS DE TOPOGRAFIA 
Os serviços de topografia consistiram no levantamento topográfico planialtimétrico da 
área-objeto, na escala 1:500, com curvas de nível de metro em metro de forma a melhor 
definir o projeto e calcular os volumes de serviços a serem contemplados no mesmo. 
O levantamento topográfico planialtimétrico incluiu o cadastramento da infraestrutura 
existente, da situação fundiária, e a avaliação e cadastro de benfeitorias. Foi prevista a 
materialização física dos RN’s, inclusive o transporte de cotas. 
4 ESTUDO GEOTÉCNICO 
Foi executado um total de 04 (quatro) sondagens à percussão na área do lixão, num total 
de 41,80m perfurados, onde, três desses furos foram realizados perimetralmente ao lixão 
e um quarto no próprio depósito de lixo. 
Foram também realizadas investigações geotëcnicas de laboratório, em amostra 
proveniente da área localizada do lado direito do lixão (jazida de empréstimo de terra), 
consistentes em análise granulométrica, limite de liquidez, limite de plasticidade, 
densidade real dos grãos e ensaio de compactação. 
4.1 Análise dos Resultados 
Não foi evidenciada a presença do nível freático até a profundidade de 10,45m 
(profundidade limite do ensaio). 
A descrição do subsolo (silto-argiloso), aliada à compacidade apresentada crescente com 
a profundidade, indica que deva-se tratar de um subsolo de baixa permeabilidade 
((Terzaghi e Peck, 1967) com coeficiente de permeabilidade em torno de 10-4 a 10-5 cm/s. 
Esta observação explicou o porquê da formação na época de poças de líquidos 
percolados à montante do lixão. 
- Capacidade Portante 
De posse da caracterização tátil / visual do solo e dos valores de índices de resistência à 
penetração SPT obtidos através das sondagens geotécnicas foi possível estimar a 
capacidade de suporte do terreno onde fica assente o lixão, conforme descrito a seguir. 
- O subsolo onde fica assente o lixão, foi caracterizado como sendo uma argila siltosa, 
com areia fina, média e grossa, média a rija, sem a presença d’água e com resistência 
média à penetração em torno de 11 golpes. 
- Através de correlações, para um solo argiloso siltoso, com valor de SPT em torno de 11 
golpes e compacidade média a rija, estimou-se uma capacidade de suporte do solo em 
torno de 1,75 kg/cm2, equivalente a 17,5t/m2. Admitindo-se um peso específico do lixo 
igual a 1,10t/m3 (lixo mais solo de cobertura) a capacidade de suporte do solo 
corresponde a um aterro da ordem de 16m de altura (obs.: no projeto foi prevista uma 
altura máxima de 13m). 
5 ENSAIOS DE LIXIVIAÇÃO 
Foram realizados ensaios de lixiviação, em duas amostras extraídas do corpo do 
vazadouro, uma da porção mais “velha” do lixão que possui cobertura de terra, doravante 
denominada de “aterro velho”, e outra da mais “nova” que não possui cobertura, 
doravante denominada de “aterro novo”, ambas a uma profundidade aproximada de 2m. 
Basicamente, segundo a NBR 10005 - Lixiviação de Resíduos, o ensaio de lixiviação 
consiste em separar certas substâncias presentes nos resíduos por meio de lavagem, 
através de agitação mecânica e as quantidades obtidas, compará-las a padrões limites 
de aceitação. 
Foram determinados nesses ensaios de lixiviação o pH, DQO, DBO, zinco, chumbo, 
coliformes fecais e coliformes totais, conforme quadro a seguir. 
Quadro 5-1: Ensaios de Lixiviação – Lixão de Rio das Ostras/RJ 
PARÂMETROS “Aterro Velho” “Aterro Novo” 
pH 5,2 4,0 
DQO em mg/L 30 35 
DBO em mg/L 15 20 
Zinco em mg/L 0,28 0,22 
Chumbo em mg/L 0,19 0,60 
Colimetria Fecal em NMP/100mL < 2,2 < 2,2 
Colimetria Total em NMP/100mL < 2,2 < 2,2 
 
6 MEMORIAL DESCRITIVO/TÉCNICO DO PROJETO EXECUTIVO 
6.1 Condicionantes para o Projeto 
Foram detectados vários condicionantes para a remediação da área degrada, sendo os 
principais: 
 Necessidade de desratização; 
 Necessidade de fechamento da área e retirada dos catadores; 
 Ampliação e revestimento dos acessos internos (estabelecimento de rampas 
inferiores a 9%); 
 Remoção das poças de chorume existentes à montante do lixão; 
 Remoção e substituição (se for o caso) dos solos degradados por presença das 
poças de chorume; 
 Remoção dos pontos de lixo existentes ao longo dos acessos internos e externos 
ao vazadouro; 
 Necessidade de um dique periférico, principalmente à montante do lixão, onde a 
delimitação do mesmo não está bem definida (obs.: a porção à jusante, que 
possui cobertura, a delimitação do lixão está bem definida); 
 Reconformação e cobertura do lixão, limitando-se a altura do mesmo, medida a 
partir da plataforma dos acessos (estaca +0,00; cota 50,00m) em 13m (cota 
63,00m); 
 Necessidade de um volume adicional para o recebimento de lixo, ainda durante a 
fase de elaboração do projeto até a inauguração do Aterro Sanitário desse 
município ou até a normalização das rotinas operacionais deste aterro (na porção 
que possui cobertura, deu-se preferência à disposição de resíduos inertes, tais 
como, resíduos da construção civil, entulho, etc.), visando o controle de vetores 
no lixão; 
 Necessidade da execução de um sistema de drenagem pluvial; 
 Necessidade da execução de intercepção e drenagem dos efluentes líquidos (os 
efluentes líquidos do lixão oriundos do “aterro velho” não apresentaram perigo de 
contaminação; já os oriundos do “aterro novo” apresentaram um certo grau 
potencial poluidor principalmente devido a que nesta porção do lixão, a geração 
de chorume, encontrava-se em sua fase inicial); 
 Necessidade da execução de umsistema drenagem vertical de gás; 
 Necessidade de caimento nos platôs visando a drenagem superficial das águas 
de chuva; 
 Necessidade de obtenção de solo para execução dos aterros, cobertura dos 
resíduos e recomposição de solos degradados; 
 Abatimento e reconformação (criação de bermas) dos taludes da jazida ao lado do 
lixão; 
 Recomposição vegetal da área e de seu entorno. 
6.2 Partido Adotado 
Tendo em vista a configuração apresentada pelo lixão de Rio das Ostras: 
 existência de dos desníveis, um a 6,5m e outro a 10m de altura; 
 existência de acesso, em terra batida, perimetralmente (parcial) ao lixão; 
 delimitação não definida do lixão à montante do mesmo; 
 e o vazadouro encontra-se parcialmente coberta com terra; 
concebeu-se um partido que permitisse a recuperação deste vazadouro, através da 
reconformação, regularização e compactação do mesmo, conforme a seguir: 
 Criação de dois desníveis, um na cota 58m (por cima do platô existente) e outro 
na cota 63m (topo do lixão recuperado), ambos com caimento mínimo de 1%. 
Entre essas duas camadas (desníveis) foi prevista uma berma de equilíbrio de 4m 
de largura. Esta berma foi também utilizada como um “dique periférico”, visando a 
delimitação do lixão à montante do mesmo. 
 Não obstante a espessura do material de cobertura, à jusante do lixão, ser 
aproximadamente igual a 40cm, foi prevista, nesta porção do vazadouro, uma 
camada adicional de terra (com bastante teor orgânico para o plantio de espécies 
vegetais), visando cobrir locais que eventualmente possam apresentar cobertura 
de espessura inferior à encontrada nesse local, e de proporcionar a espessura e 
declividade necessárias para as canaletas de drenagem superficial e para o 
escoamento superficial das águas de chuva. Parte desta camada adicional 
(principalmente a porção inferior) foi feita com materiais provenientes de resíduos 
da construção civil e demolições e entulho. 
 O alinhamento horizontal dos acessos existentes foi praticamente mantido. 
Basicamente foi prolongado periféricamente ao lixão, de tal forma permitir o 
acesso das máquinas e veículos à porção à montante do lixão. 
 Visando a intercepção e captação dos efluentes líquidos, rente à margem interna 
dos acessos internos (margem que confronta com o lixão), foi construída uma 
barreira drenante (trincheira drenante com tratamento passivo). 
 E finalmente, o local do lixão que possui cobertura foi utilizado como bota-fora 
provisório. 
6.3 Metodologia Empregada 
Logo após a instalação do canteiro de obras e da mobilização dos equipamentos e 
equipe, deu-se início à obra de recuperação propriamente dita. 
É importante ressaltar que foi mobilizada uma equipe técnica para supervisão e 
acompanhamento da obra de remediação do lixão de Rio das Ostras. 
Assim sendo, a remediação desse lixão foi efetivada nas etapas descritas a continuação. 
Etapa 1 – Desratização 
A desratização foi precedida por uma operação de despulização. Esta etapa foi 
executada pelo menos dois meses antes de dar-se início à remedição do lixão 
propriamente dito. 
A área desratizada compreendeu o local do lixão, margens do rio Jundiâ, e o entorno ao 
lixão onde estão incluídas algo em trono de 200 casas particulares (Condomínios Novo 
Horizonte, Praia Âncora e Cláudio Ribeiro). 
Etapa 2 - Implantação da infraestrutura 
Numa segunda etapa, viabilizou-se a implantação de toda a infra-estrutura básica das 
obras de recuperação, a saber: construção do canteiro de obras, fechamento da área, 
preparo da área destinada à estocagem de materiais e escavação das canaletas de 
drenagem superficial provisória. 
Etapa 3 – Intervenção inicial 
Uma vez instalada a infraestrutura básica das obras de recuperação deu-se início 
propriamente à remediação da área degrada pelo lixão removendo-se os pontos de 
acumulo de chorume e/ou vegetação e de solos degradados para locais adequados. O 
chorume, que ocupa uma área em torno de 40m x 50m, foi encaminhado em carro “pipa” 
a uma Unidade de Tratamento definida pela Prefeitura de Rio das Ostras, ficando, por 
conta desta administração municipal, os custos envolvidos com o tratamento deste 
líquido. 
Foram prolongados os acessos internos, à montante do lixão, com largura aproximada de 
6m e revestidos com solo-brita na sua totalidade de maneira a permitir a passagem das 
maquinárias e dos veículos. 
Etapa 4 – Reconformação do maciço do lixão 
A reconformação do lixão foi efetivada através da execução das seguintes operações: 
 rebatimento dos taludes do lixo, cortando e empurrando o material cortado, 
procurando obter dois platôs nas cotas 58m e 63m, e taludes com inclinação 
1(v):2(h), criando-se bermas de equilíbrio na cota 58m numa largura de 4m de 
maneira a permitir a passagem do trator e a implantação do sistema de drenagem 
pluvial (esta berma, na porção a montante do lixão, também foi utilizada como 
dique periférico para a delimitação do lixo nesta porção da área); 
 rebatimento dos taludes que possuem cobertura, até uma declividade próxima a 
1(v):2(h), com material inerte composto basicamente de resíduos da construção 
civil e entulho; 
 regularização, nivelamento e compactação dos taludes e dos platôs (de 
preferência de baixo para cima), observando-se uma declividade mínima de 1% 
nos platôs a fim de que as águas superficiais provenientes de chuvas sejam 
encaminhadas para os dispositivos de drenagem superficial. 
Etapa 5 – Cobertura dos resíduos 
A cobertura dos resíduos foi efetiva através da cobertura da massa de lixo utilizando solo 
local ou de áreas próximas de empréstimo (devidamente delimitadas e caracterizadas) 
observando uma espessura em torno de 0,60m nos platôs e de 30cm nos taludes, e 
compactação através do tráfego do trator. 
Etapa 6 – Execução do sistema de drenagem pluvial 
O sistema de drenagem pluvial consistiu na execução de canaletas provisórias, canaletas 
de berma, canaletas dos acessos, descidas em gabião, bueiros, e caixas de passagem. 
Etapa 7 – execução da trincheira drenante 
A execução da trincheira drenante foi efetivada através da execução dos serviços: 
 demarcação do eixo e largura da trincheira; 
 abertura da vala até a profundidade definida nos desenhos de projeto; 
 regularização da superfície da vala; 
 colocação de manta geotêxtil; 
 colocação do material de preenchimento da vala; 
 construção das caixas de passagem e dos poços de acumulação. 
Etapa 8 – execução do sistema de drenagem vertical de gás 
O sistema de drenagem de gás consistiu na execução de drenos verticais consistentes 
em colunas de brita (ou rachão) executadas in situ, com diâmetro de 40cm 
aproximadamente, e espaçados a cada 50m aproximadamente. 
Etapa 9 – Revegetação 
A revegetação do platô e dos taludes resultantes das obras de recuperação do lixão 
consistiu no plantio de grama em placas ou por hidrossemeadura consistente na 
aplicação de uma massa pastosa composta por fertilizantes, sementes, “mulch”, adesivos 
e matéria orgânica viva. 
Nota: Cabe ressaltar que todas as operações acima citadas foram levadas a cabo com 
êxito, somente após a relocação dos catadores que atuam e/ou moram atualmente dentro 
do vazadouro. Tal relocação foi coordenada pelos devidos órgãos públicos competentes. 
6.4 Projeto Geométrico e de Terraplenagem 
6.4.1 Fechamento da Área 
O fechamento da área foi viabilizado através da instalação de um portão e de uma cerca 
arame farpado fixada em mourões de concreto espaçados de 2,5m em 2,5m, sendo que 
a cada 15 espaços de 2,5m, e a cada mudança de direção, foi prevista a colocação de 
um esticador. 
6.4.2 Projeto Geométrico e de Terraplenagem 
O projeto geométrico de locação da recuperação do lixão foi executado através da 
locação de linhas de off- set utilizando seções e distâncias medidas a partir doseixos de 
locação. 
Os taludes mínimos observados durante as obras de recuperação do lixão foram: 
 taludes de corte em solo natural: 1(v):1(h); 
 taludes de aterro em solo natural: 1(v):1,5(h); 
 taludes do depósito de lixo (inclusive dos que possuem cobertura): 1(v):2(h). 
Na execução dos serviços de corte foram observadas e seguidas as recomendações 
indicadas na “ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO DNER-ES-T 03-70 CORTES”. 
Na execução dos serviços de aterro foram observadas e seguidas as recomendações 
indicadas na “ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO DNER-ES-T 05-70 ATERROS”. 
Na execução dos serviços de empréstimo foram observadas e seguidas as 
recomendações indicadas na “ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO DNER-ES-T 04-70 
EMPRÉSTIMOS”. 
6.4.3 Revestimento dos Acessos 
Para os acessos foi previsto somente revestimento primário (solo mais brita), numa 
espessura constante em torno de 30cm, executado sobre leito regularizado e/ou 
reforçado. 
Este sistema desenvolveu-se de tal forma que se possa atingir o local à montante do 
lixão, local mais distante da área, com declividade transversal e rampas adequadas, e em 
condições de tráfego. 
6.5 Impermeabilizacão Superior 
A impermeabilização superior, consistente nas operações de cobertura do depósito de 
lixo após sua reconformação, regularização e compactação, foi considerada como um 
fator decisivo no sucesso da revegetação do lixão e consequentemente do fechamento 
do mesmo. 
Foi utilizada nos platôs uma espessura de solo de cobertura em torno de 60cm e nos 
taludes de 30cm. Visando o plantio de grama esta camada de terra possui um alto teor de 
solo orgânico, principalmente próximo à superfície da mesma, e encontra-se ligeiramente 
compactada. 
Esse solo para cobertura foi trazido de jazida de empréstimo externa à área de 
intervenção com características mecânicas próprias de impermeabilização (solo argiloso) 
localizada a aproximadamente 4km do lixão. 
6.6 Projeto de Drenagem de Águas Pluviais 
Na falta ou diante um deficiente sistema de drenagem superficial, a erosão (arraste de 
material e assoreamento de corpos de água) pode provocar sérios danos aos taludes, 
induzindo a instabilidades geotécnicas que podem eventualmente ser danosos ao meio 
ambiente traduzidos na destruição da vida vegetal, além do que, quando as águas 
superficiais se misturam com o líquido percolado, adquirem as características deste 
último. 
Por tais motivos, é imprescindível a implantação de um eficaz sistema de drenagem de 
águas superficiais, construído desde o início das obras, de forma a evitar ao máximo o 
ingresso destas águas no interior do depósito de resíduos sólidos e serem evacuadas 
para fora da área de intervenção. 
6.6.1 Drenagem Superficial Provisória 
Visando captar o afluxo das águas, oriundas principalmente das precipitações 
pluviométricas, foi prevista a execução de canaletas escavadas “in situ” dentro e 
perimetralmente ao lixão de forma a interceptar o deflúvio das águas que vier a afetar os 
serviços de remediação. 
6.6.2 Drenagem Superficial Definitiva 
Uma vez concluída a formação do depósito (regularização, compactação e cobertura da 
massa de resíduos sólidos), deu-se continuidade à execução da drenagem superficial 
das águas de chuva, que irão se precipitar por cima dos platôs e taludes, através de 
caimento mínimo de 1%, da proteção dos mesmos através do gramado das superfícies 
expostas à intempérie, e da instalação dos seguintes dispositivos: 
 canaleta triangular escavada “in situ” e revestida com pedrisco apiloado 
(canaletas das bermas); 
 canaleta meia-calha de concreto (canaletas dos acessos); 
 descidas de água em gabião; 
 bueiros (inclusive a boca) e; 
 caixas de passagem. 
6.6.3 Dimensionamento Dos Dispositivos 
O sistema de drenagem superficial foi dimensionado observando os critérios técnicos 
estabelecidos pelas ciências da hidrologia e da hidráulica, critérios estes que nortearam a 
definição do dimensionamento de todos os dispositivos que o compõem. 
- Intensidade crítica de precipitação 
 i = (1/tc)*(0,21*lnTr+0,52)*(0,54*tc 0.25 - 0,50)* P 60,10 
onde: 
i = intensidade da chuva (mm/min) 
tc = tempo de concentração (min) 
Tr = período de retorno (período adotado = 5 anos) 
P 60,10 = parâmetro de chuva igual a 60 mm (ref. Garcez e Alvarez, 2.002) 
- Tempo de concentração tc 
 tc = 5,3 (L/i)1/3 
onde: 
tc = tempo de concentração (min) 
L = comprimento da trajetória (km) 
i = declividade média do talvegue (m/m) 
- Coeficiente de escoamento superficial 
Foram adotados como premissas de projeto os seguintes valores: 
Solos naturais sem cobertura vegetal: C = 0,2 
Solos compactados sem cobertura vegetal: C = 0,3 
Áreas gramadas: C = 0,4 
- Coeficiente de Manning (n) 
Foram adotados como premissas de projeto os seguintes valores: 
Concreto: n = 0,013 
Revestimento de pedra e cascalho: n = 0,035 
- Deflúvio 
O cálculo das vazões afluentes aos dispositivos do sistema de drenagem superficial de 
águas de chuva deu-se através do método RACIONAL, aplicável para áreas de 
contribuição menores a 50 há, a saber: 
Q = C x i x A 
onde: 
Q = vazão; 
C = coeficiente de escoamento superficial; 
A = área de contribuição; 
i = intensidade de chuva crítica. 
- Dimensionamento dos dispositivos 
O cálculo do dimensionamento dos dispositivos do sistema de drenagem, tais como 
canaletas, bueiros, etc., deu-se através da equação de CHEZY, a saber: 
Q = (1/n) x Rh2/3) x (i1/2) x A 
onde: 
Q = vazão; 
n = coeficiente de rugosidade de Manning 
Rh = raio hidráulico; 
i = declividade; 
A = área molhada. 
6.7 Projeto de Drenagem de Líquidos Percolados e de Gases 
6.7.1 Arranjo do Sistema de Drenagem de Efluentes Líquidos 
O líquido percolado gerado pela massa de lixo é coletado perifericamente através de 
trincheira drenante, projetada para esta finalidade. 
A trincheira drenante conduz os líquidos coletados até os poços de acumulação visando 
sua detenção por um dia e meio aproximadamente para posterior tratamento. Estes 
poços ficaram localizados nos pontos (três no total) mais baixos do alinhamento vertical 
da trincheira. 
A trincheira drenante foi concebida de forma tal que possa agir como elemento de 
tratamento “passivo” através dos processos químicos citados a seguir: 
 adsorção (os contaminantes ficaram retidos no corpo da trincheira) e; 
 precipitação (os contaminantes passaram para o estado sólido para logo serem 
retidos na trincheira). 
A adsorção foi prevista através da mistura do material granular (brita 3) de preenchimento 
da trincheira com carvão mineral. Já a precipitação (principalmente para a retenção de 
chumbo) foi prevista através da mistura da brita com pedra calcárea. 
6.7.2 Arranjo do Sistema de Drenagem de Gases 
O sistema de drenagem de gás consistiu na execução de drenos verticais, espaçados a 
cada 50m aproximadamente, cuja execução contemplou as atividades descritas ora a 
seguir: 
 Escavação da massa de lixo, no ponto destinado ao poço, previamente locado, 
com o auxílio de uma retro-escavadeira. A escavação foi feita em uma área 
aproximada de 1.0m x 1.0m, sendo sua profundidade delimitada pelo braço da 
lança (em torno de 3m). 
 Deslocamento de uma manilha de concreto armado de 0.40m de diâmetro, içada 
de sua bolsa, com auxílio de cabo de aço (ou através de furos diametralmente 
opostos, previamente perfurados), até o fundo da escavação. 
 Preenchimento da manilha com rachão e do espaço entre a manilha e as paredes 
de lixo com o lixo retirado na escavação. 
 Içamento da manilha verticalmente até o novo nível da escavação e 
preenchimento de todo o buraco da escavação (nível do solo). 
 Colocação definitiva da manilha no final do poço, já no nível do solo, e preenchida 
com rachão para queima do gás.Obs.: Na disponibilidade de tubulão de aço com diâmetro idêntico ao especificado para a 
manilha, foi indicado que sejam utilizados em substituição desta, eliminando assim o risco 
de quebra da manilha. Desta forma, a manilha seria apenas utilizada definitivamente, na 
cota final do lixão recuperado, para a queima do gás. 
6.7.3 Dimensionamento do Sistema Proposto de Drenagem de Líquidos 
Percolados 
a) Vazão Média de Percolado 
O cálculo da vazão média do percolado visando o dimensionamento dos poços de 
acumulação, dos poços sumidouros e da trincheira drenante, foi feito utilizando-se o 
método do balanço hídrico, conforme a seguir: 
Q = PER.A / t 
onde: 
PER = percolado = 10,58 mm / mês (média mensal) 
A (área de contribuição) = 33.820 m2 
t = segundos / mês = 2.628.400 s/mês 
Q (vazão de percolado) = 0,14 l/s 
Tendo em vista que foram propostos três locais para a instalação dos poços, tem-se: 
Qp = 0,14 / 3 = 0,05 l/s = 4,32 m3/dia 
b) Dimensionamento do Poço de Acumulação 
- Chuva crítica 
Para o cálculo do dimensionamento da capacidade dos poços de acumulação para a 
chuva crítica, foi considerado que o valor desta chuva, que resulta na maior vazão no 
ponto de implantação do poço, tem duração igual ao tempo de concentração da área de 
contribuição. 
Assim sendo, para a estimativa do tempo de concentração (tc) foi utilizada a equação de 
Ven Te Chow expressa por: 
 tc = 5,3 x (L/i) 0,333 
onde: 
tc = tempo de concentração (min); 
L = comprimento do percurso (km); 
i = declividade média (m/m). 
tc = 5,3 x (0,24/0,015) 0,333 = 13,34 min = 800,4 s 
Para uma vazão de 0,05 x 10-3 m3/s, tem-se: 
Capacidade do poço = 0,05 x 10-3 x 800,4 = 0,04m3. 
Então, na escolha de manilhas de 1,2m de diâmetro e 1m de altura, foi prevista a 
implantação de três manilhas justapostas, face às cotas de implantação da trincheira 
drenante (obs.: o volume de 0,04m3 corresponde a aproximadamente 1,2% da 
capacidade do poço). 
- Tempo de Detenção 
Considerando-se que foi feita a instalação de dois poços, cada um deles de 3m de altura 
e 1,2m de diâmetro, o tempo de detenção deste sistema para a vazão calculada no 
anterior item será igual a: 
Capacidade dos poços = 2 x 3,00 x ( x 1,2^2)/4 = 6,79m3; 
Tempo de detenção = 6,79 / 4,32 = 1,57 dias = 38 horas. 
c) Dimensionamento da Trincheira Drenante 
Tendo em vista que todo sistema de drenagem deve manter suas características 
drenantes por longo tempo, deu-se a devida atenção na escolha adequada dos materiais 
componentes da trincheira drenante, tanto no que se refere ao elemento filtrante quanto 
ao aspecto de livre escoamento das águas. 
Assim sendo, foi definido um dreno subterrâneo composto por uma vala preenchida com 
material granular (brita 3 + pedra calcárea + carvão mineral), envolto com manta sintética, 
tendo basicamente a função de captar através de suas paredes o escoamento sub-
superficial dos líquidos percolados. 
O cálculo da área necessária para a trincheira, adotando-se como material de 
preenchimento da trincheira a brita 3 com Cv = 12,02 cm/seg, foi feito utilizando as 
equações citadas ora, a seguir: 
v = Cv * i 
0,54 
onde: 
v = velocidade no material granular; 
i = declividade do dreno. 
v = 12,02 x 0,010,54 = 1,00 cm/s = 1,00 x 10-2 m/s 
Sabe-se, pela equação da continuidade da Mecânica dos Fluidos, que: 
Q = A * v 
onde: 
Q = vazão; 
v = velocidade; 
A = seção transversal. 
Daí: A = Q / v = 0,14 x 10-3 / 1,00 x 10-2 = 0,014 m2 
A capacidade final da trincheira foi maiorada por 2, visando compensar possíveis 
reduções de seção transversal devido à problemas de colmatação, daí: 
A = 2 x 0,014 = 0,028 m2.  0,03m2 
Finalmente, as dimensões adotadas para a trincheira drenante são as seguintes: 
Altura do dreno = 1,00m; 
Base do dreno = 0,50m. 
6.8 Projeto de Desratização 
A operação para tratamento em ninhos de ratos, principalmente onde há grande 
quantidade de alimentos como lixo, é um trabalho onde a observação e as condutas 
disciplinadas, são quesitos para que o tratamento tenha eficácia. Dados importantes 
deverão ser levados em consideração como: fatores que identificam a atividade do ninho, 
localização, presença da prole no interior da ninheira, presença da mãe, caminhos e 
pegadas ao redor, buracos falsos, distância da fonte de alimentação, além de quantificar, 
e se possível, mapear sua localização. Estas observações são necessárias porque foi 
previsto o retorno dos aplicadores com uma periodicidade de no máximo 10 dias, para 
novas vistorias às ninheiras e aplicação de tratamento adequado, através de iscas 
granuladas e parafinadas, conforme cada situação discutida, avaliada e planejada pela 
coordenação. 
Assim sendo, a desratização foi efetivada através de duas atividades básicas distintas, 
porém inseparáveis ora, a saber: a desratização ativa e a desratização passiva (anti-
ratização). 
A desratização ativa, precedida de uma operação de despulização (combate às pulgas do 
rato – Xenopsylla Cheops) foi inicializada dois meses antes do início das obras de 
recuperação, consistindo no emprego de meios e métodos de eliminação específica de 
roedores. 
Para que se obtenha um extermínio de todos os roedores, foi necessário que o 
tratamento obedeça a uma forma de controle assíduo e rotineiro, mantendo em 
baixíssimos níveis os números de ninheiras por metro quadrado. 
Os animais possuem em seu instinto natural, forma de defesa extremamente 
característica da espécie. Ao encontrar um outro roedor morto perto de seu ninho, os 
ratos sobreviventes não se alimentarão de nada nas proximidades de seu parente morto, 
procurando outra fonte de alimento, e muitas vezes transferindo a toca, o que dificulta o 
serviço, exigindo dos técnicos maior perseverança para encontrar novas ninheiras ativas, 
para trata-las “in loco”, trocando de formulação e o tipo de veneno a ser usado. 
Os raticidas utilizados foram do tipo isca granulada e isca parafinada (aplicado nas 
margens do rio Jundiâ) e foram aplicados em dose única, cujo princípio ativo é o 
brodifacoum. 
A eficiência do tratamento foi observada em poucos dias nos locais tratados, com 
resultados surpreendentes, mantendo-se a periodicidade do tratamento. 
As equipes de campo foram compostas por 1 coordenador que setorizou a área 
trabalhada e 5 aplicadores, devidamente protegidos, que buscaram as ninheiras e 
utilizaram as iscas aplicadas. 
As equipes que participaram das buscas às ninheiras, estavam munidos e protegidos 
com botas, luvas, mochilas e lanternas, além dos venenos adequados à situação. 
A desratização passiva, ou anti-ratização, procurou incentivar a mobilização social da 
população visando a sua participação no combate a roedores. 
6.9 Revestimento Vegetal 
Nas áreas dos platôs e dos taludes do lixão foi previsto, de acordo com finalização das 
obras de cobertura, o plantio de grama em placas ou por hidrossemeadura, que além do 
aspecto paisagístico tem ainda a função de contenção da erosão. Também foi previsto o 
plantio de uma cerca viva de Sansão do Campo, rente à cerca de arame farpado. 
A criação de áreas verdes, através do plantio de grama, inclusive de diversas espécies 
palmáceas, arbóreas e arbustivas, proporcionam melhorias no ambiente excessivamente 
impactado e benefícios para os habitantes de áreas circundantes. A função ecológica 
deve-se ao fato da presença da vegetação no solo não impermeabilizado e, de uma 
fauna mais diversificada nessas áreas, promovendo melhorias no clima e na qualidade do 
ar, água e solo. 
A função social está intimamente relacionada com a possibilidade de lazer que essas 
áreas podem oferecer à população. Com relação a este aspecto, deve-se considerar a 
necessidade de hierarquização, segundo as tipologias e categorias de espaços livres,

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