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ANEXO 03 DZ-077.R-0 – DIRETRIZ PARA ENCERRAMENTO DE ATIVIDADE EFETIVA OU POTENCIALMENTE POLUIDORA OU DEGRADADORA DO AMBIENTE ANEXO 04 EMBASAMENTO LEGAL Reúne-se, neste anexo, o arcabouço legal estruturado (esferas federal e estadual), a ser utilizado inicialmente em consonância com o que ora está sendo apresentado. Cabe destacar que faz parte do escopo da elaboração do PERS a Proposição de Normas e Diretrizes para a Disposição Final Ambientalmente Adequada de Rejeitos. - LEGISLAÇÃO E NORMAS FEDERAIS Lei Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 que Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Resoluções do Conselho Nacional do meio Ambiente (CONAMA): Nº 03 de 28 de junho de 1990 que instituiu o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar "PRONAR”. Nº 10 de 1º de outubro de 1993 que estabelece os parâmetros básicos para análise dos estágios de sucessão da Mata Atlântica. Nº 006, de 04 de maio de 1994 que determina a apresentação de parâmetros mensuráveis para análise dos estágios de sucessão ecológica da Mata Atlântica. Nº 237, de 19 de dezembro de 1997 que Dispõe sobre licenciamento ambiental; competência da União, Estados e Municípios; listagem de atividades sujeitas ao licenciamento; Estudos Ambientais, Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental. Nº 303, de 20 de março de 2002 Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. N° 307, de 5 de julho de 2002, Alterada pela Resolução nº 448/12 (altera os artigos 2º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10 e 11 e revoga os artigos 7º, 12 e 13); Alterada pela Resolução nº 431/11 (alterados os incisos II e III do art. 3º); Alterada pela Resolução nº 348/04 (alterado o inciso IV do art. 3º); Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Nº 357, de 17 de março de 2005 que Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e da outras providencias. Nº 420, de 28 de dezembro de 2009, que dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. N° 430, de 13 de maio de 2011 - Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): NBR 10.004 – Resíduos Sólidos – Classificação. NBR 10005 - Lixiviação de Resíduos. NBR-11.682 – Estabilidade de Encostas. NBR 13133 – Execução de levantamento topográfico. NBR 8.419 – Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos Urbanos. NBR 8.849 – Apresentação de projetos de aterros controlados de resíduos sólidos urbanos. NBR 13.896 – Aterros de resíduos não perigosos – critérios para projetos, implantação e operação – procedimento. NBR 6484 - Solo - Sondagens de simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio. NBR 13.292 – Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos granulares à carga constante NBR 13.895 (1997) - Construção de Poços de Monitoramento e Amostragem. NBR 14.545 (2000) – Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos argilosos à carga variável - LEGISLAÇÃO E NORMAS ESTADUAIS Decreto-lei nº 134, de 16 de junho de 1975 que Dispõe sobre a prevenção e o controle da poluição do meio ambiente no Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências. Lei Estadual nº 5.101, de 4 de outubro de 2007 que Dispõe sobre a Criação do Instituto Estadual Do Ambiente – INEA e sobre outras Providências para Maior Eficiência na Execução das Políticas Estaduais de Meio Ambiente, de Recursos Hídricos e Florestais. Decreto Estadual nº 42.159, de 2 de dezembro de 2009 que Dispõe sobre o Sistema de Licenciamento Ambiental -SLAM e dá outras providências. Manual de Sinalização de Trânsito do CONTRAN e nos casos omissos o Manual do DNIT, além de recomendações do DER-RJ. Diretrizes (DZ), Normas (NT) e Instruções Técnicas (IT) do INEA: DZ-077.R-0 - Diretriz para Encerramento de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Degradadoras do Meio Ambiente. DZ-703 R.4 - Roteiro para Apresentação de Projeto de Tratamento de Efluentes Líquidos. DZ-215.R-4 – Diretriz de Controle de Carga Orgânica Biodegradável em Efluentes Líquidos de Origem Sanitária DZ-205.R-6 - Diretriz de Controle de Carga Orgânica em Efluentes Líquidos de Origem Industrial. DZ- 1313.R-1 - Diretriz para Impermeabilização Inferior e Superior de Aterros de Resíduos Industriais Perigosos. NT-202.R-10 - Critérios e Padrões para Lançamento de Efluentes Líquidos. NT-213.R-4 - Critérios e Padrões para Controle da Toxicidade em Efluentes Líquidos Industriais. IT-1302.R-1 - Instrução Técnica para Requerimento de Licenças para Aterros Sanitários. ANEXO 05 MINUTA DE TERMO DE REFERÊNCIA DE PROJETO PARA ÁREA DEGRADA POR LIXÃO 1 OBJETO O presente documento tem por objetivo a contratação de empresa especializada, para “Elaboração de Projeto do Atual Vazadouro no Município............................. no Estado do Rio de Janeiro”, o qual deverá levar em consideração as recomendações e determinações da Legislação em vigor, da SEA e das especificações constantes deste Termo de Referência. O serviço contratado consiste no desdobramento do Programa Lixão Zero, que se refere à remediação do atual Vazadouro no Município de ......................................, que faz parte do Consórcio............................., constituído pelos municípios de ..................................................................................., no Estado do Rio de Janeiro. 2 JUSTIFICATIVA O Governo Estadual através da SEA lançou o Programa Pacto pelo Saneamento que tem o subprograma Lixão Zero, visando aperfeiçoar a integração entre os diversos atores em atendimento a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei n° 12.305 promulgada em 2010, onde a SEA busca alcançar a erradicação dos lixões existentes em vários municípios. Este termo de referência objetiva fornecer subsídios básicos e orientar a empresa executora dos quanto aos estudos mínimos que deverão compor o produto final a ser entregue a SEA. Este produto deverá ser capaz de nortear a remediação do atual vazadouro no município de .........................., no Estado do Rio de Janeiro. 3 ESCOPO DOS SERVIÇOS A contratada deverá desenvolver o projeto básico adequado em termos técnicos, econômicos e ambientais, ou seja, encontrar a melhor solução para a remediação do atual vazadouro no município de ......................................... As atividades e serviços a seguir fazem parte do objeto, porém não se limitam, devendo a CONTRATADA proceder todos os serviços necessários ao perfeito cumprimento do objeto. 3.1 Informações Preliminares Dentre as informações preliminares a serem levantadas podem ser citadas as seguintes: Localização; Acessos externos (estudo preliminar de tráfego); Disponibilidade de matérias, ferramentas e equipamentos na região; Disponibilidadede abastecimento de energia elétrica e água potável; Caracterização qualitativa e quantitativa dos resíduos dispostos; Dados climáticos; Mapas Hidrográficos, geológicos, pedológicos, etc, Presença de catadores e suas organizações (trabalhador avulso, cooperativas, associações, etc.; Identificação de apoio local para reciclagem envolvendo o poder público municipal, iniciativa privada e organizações da sociedade civil; Relatório fotográfico do vazadouro e da área do entorno. 3.2 Serviços de Campo Os serviços de campo servirão para caracterização da área do atual vazadouro e deverão constar de no mínimo o especificado a seguir. 3.2.1 Levantamento Topográfico Planialtimétrico e Cadastral O levantamento topográfico, planialtimétrico e cadastral da área do lixão deverá ser feito com utilização de instrumentos eletrônicos de elevada precisão e apresentado em meio digital (formato DWG) com curvas de nível distanciadas entre si de no máximo 1m, sendo apresentado em plantas no sistema UTM na escala 1:500 ou 1:1000, com coordenadas coerentes com as adotadas pelo IBGE. As altitudes serão referenciadas à rede oficial de nivelamento – DATUM IBGE (DATUM vertical). Os serviços deverão ser executados segundo as diretrizes da norma ABNT NBR 3.1333. Deverão ser colocados RN's (referências de níveis) nos vértices das poligonais da área, sendo materializados através de marcos de concreto em quantidade suficiente (mínimo três) que facilite a execução da remediação do lixão. Destes RN´s deverão ser apresentados as monografias respectivas. Deverão ser incluídos no levantamento topográfico, planialtimétrico e cadastral da área do lixão todos os elementos de interesse tais como, planta de situação, cotas em pontos notáveis inclusive dos RN`s, confrontantes, benfeitorias, redes de serviços públicos, vias existentes, muros, cercas, árvores e outros elementos para definir os detalhes do cadastro e a topografia da área como um todo. 3.2.2 Sondagem Geotécnica A sondagem geotécnica do subsolo deverá ser feita fazendo uso do ensaio de penetração standard (“Standard Penetration Test” - SPT) com caracterização dos materiais encontrados, camada a camada, em pontos tais que possibilitem a consistente caracterização das diversas feições da área, sendo que os furos de sondagem deverão, preferivelmente, ser prolongados até o nível do lençol freático; ou, caso este não seja atingido antes, até o limite máximo de 15m em relação à superfície, no local de cada furo, a menos da hipótese de se encontrar material considerado impenetrável à percussão a menor profundidade. O número de furos irá depender do tamanho da área e características do lixão, porém, sempre observando uma quantidade mínima de 1 furo/hectare. Deverão ser executados também furos de sondagem a trado, até a profundidade de 5m, na porção perimetral da área ocupada pelo lixão visando delimitar a real ocupação do lixão bem como caracterizar o subsolo quanto a sua possível contaminação pelo chorume ali existente. Deverá ser feita também a caracterização geotécnica dos materiais componentes do solo subsuperficial (até cerca de 5m abaixo da superfície, em cada ponto de coleta de amostras), de modo a definir sua eventual aptidão para uso como selo impermeável para a base (no caso de valas), bem como para material de cobertura (ensaios de caracterização, inclusive granulometria e limites de Atterberg; e de compactação (P.N.). O número de pontos de coleta de amostras para os ensaios geotécnicos deverá ser, no mínimo, igual ao de furos de sondagem realizados e sua localização deverá, sempre que tecnicamente possível ser nas proximidades dos furos de sondagem SPT. Os resultados da sondagem geotécnica “in situ” deverão ser apresentados em relatório específico no formato A4 contendo planta em formato DWG da localização dos furos e coleta de amostras (devidamente georreferenciados com coordenadas UTM inclusive com cota da boca do furo) e quadro resumo com classificação SUCS e HRB. 3.3 Aspectos Socioambientais 3.3.1 Aspectos Sociais Consistirá no cadastro dos catadores de material reciclável que dependem desta atividade para sua sobrevivência; identificação de redes de apoio local que apoiem a cadeia produtiva da reciclagem; verificação dos catadores incluídos nas políticas públicas de proteção social; perfil das lideranças; histórico das conquistas sociais e mapeamento dos valores culturais presentes na área. Elaboração de plano social específico para os catadores de produtos recicláveis existentes no vazadouro em fase de encerramento, elaborado em harmonia com o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, no que diz respeito à inclusão social e as políticas públicas, municipal e do Estado. 3.3.2 Aspectos Ambientais Consistirá no levantamento das características ambientais (caracterização da cobertura vegetal dominante, bem como de corpos d’água existentes na área de interesse e/ou em seu entorno imediato, etc.), em conformidade com a legislação e as normas ambientais em vigor. Deverá ser feito um estudo do ambiente hidrográfico, bacias, sub-bacias e aquíferos, da área do lixão, do sistema de drenagem natural e uma caracterização hidrogeológica desta área e seu entorno. Deverá ser apresentado um relatório completo contendo o mapa hidropotenciométrico em escala adequada bem como o balanço hídrico da região. Deverão ser realizados ensaios de lixiviação (mínimo três), segundo a NBR 10005 - Lixiviação de Resíduos, com amostras extraídas do corpo do lixão. Serão avaliados a DBO, DQO, zinco, chumbo, coliformes totais e o pH, e comparados com padrões limites de aceitação. 3.4 Plano de Manejo de Vetores Dever-se-á ser apresentado o plano de manejo e controle de pragas e vetores para a área do lixão, notadamente, de roedores (ratos). Para tal deverá ser apresentado um projeto de desratização no qual serão definidos os meios e métodos de eliminação específica de roedores fixando: tipo de isca, local e frequência de aplicação, e pessoal envolvido. Recomenda-se que a desratização, precedida de uma operação de despulização, seja inicializada no mínimo três meses antes do início das obras de remediação ambiental do lixão. 3.5 Fechamento Perimetral da Área O fechamento da área poderá ser efetivado através da instalação de um portão de acesso à área e de mourões de concreto de 0,10 x 0,10 x 2,50m, chumbados no terreno, espaçados de 2,5m em 2,5m, fixados com 5 fios de arame farpado de aço zincado de dois fios 7 classe 350 categorias B ou C, vide desenho 02. A cada 15 espaços de 2,5m e a cada mudança de direção deverá ser previsto estaiamento ao chão dos mourões. 3.6 Análise de Estabilidade A análise de estabilidade dos taludes aterrados consistirá no cálculo da estabilidade dos taludes e da capacidade de suporte do subsolo da área a ser remediada. Tal análise poderá contemplar também a dos taludes resultantes da exploração da área de empréstimo. Será apresentado o método utilizado para estes cálculos, observando o roteiro a seguir. 3.6.1 Objetivo A análise de estabilidade terá como objetivo, dentre outros: definir a configuração do talude do maciço que proporcione às atividades de remediação e posterior encerramento dos lixões a segurança necessária contra perdas humanas, materiais e ambientais; definir as declividades dos taludes resultantes dos serviços de exploração das áreas de empréstimo; e estabelecer, a partir da capacidade de suporte do subsolo, a grandeza dos recalques do terreno que possa comprometer a integridade do maciço de lixo e da obra de remediação como um todo. 3.6.2 Metodologia A metodologia a ser empregada para a análise de estabilidade englobará três atividades distintas, porém, complementares denominadas de campo, laboratório e de escritório. Nasatividades, denominadas de campo, deverão ser levantadas, a partir das sondagens geotécnicas feitas em campo, as características geomecânicas do subsolo, tais como resistência à penetração, estratificação, consistência, compacidade, profundidade do lençol freático, etc. Nas atividades, denominadas de laboratório, deverão ser levantadas a partir da caracterização laboratorial feita em amostras coletadas dos materiais dos sítios a serem remediados, informações complementares às de campo, tais como, classificação, peso específico, parâmetros de resistência, etc. Nas atividades, denominadas de escritório, deverá ser levada a cabo a análise de estabilidade propriamente dita fazendo uso dos recursos computacionais necessários bem como das caracterizações acima citadas e das configurações atuas e futuras dos lixões (seção mais crítica). 3.6.3 Avaliação Preliminar Após a Visita de Campo Na avaliação preliminar, após a visita de campo, deverão ser levantados, dentre outros, os seguintes aspectos: presença de recalques e/ou rupturas localizadas na massa de lixo; presença de rupturas e/ou afundamentos (recalques) no terreno; caracterização tátil-visual da massa de lixo e do subsolo; profundidade dos poços para captação de água próximos; represamentos de chorume e de águas de chuva; direção preferencial do escoamento superficial das águas de chuva e, se possível, do lençol freático. 3.6.4 Análise das Informações Existentes Visando balizar as informações levantadas a partir da visita de campo e da campanha de exploração geotécnica, deverão ser levantadas e analisadas outras informações existentes tais como mapas geológicos, geomorfológicos e hidrogeológicos da região. Cabe destacar que na eventual divergência no cruzamento destas informações serão realizadas novas baterias de ensaios. 3.6.5 Elaboração do Modelo Geomecânico Para a análise de estabilidade dos taludes, onde esta prevista a remediação dos lixões, o modelo geomecânico a ser adotado será a do equilíbrio limite. Uma hipótese corriqueira e ainda insubstituível de que a ruptura ocorre simultaneamente em todos os pontos de uma hipotética superfície de rotura, na maioria dos casos, com formato cilíndrico. Será utilizado o método de Bishop como critério desse equilíbrio, devido à comprovada eficácia do método em obras similares à em pauta. Muito embora haja outros métodos teoricamente melhores, porém mais complexos, o significado dos valores dos fatores de segurança é muito melhor conhecido para o método de Bishop que para os demais métodos. 3.6.6 Avaliação dos Parâmetros de Resistência dos Taludes Atuais, a Partir das Rupturas Observadas Com base nas informações obtidas através das sondagens geotécnicas, das rupturas observadas (sejam de tração ou não) e das feições dos lixões, deverão ser definidos os parâmetros a serem utilizados (massa de lixo e subsolo) para as análises de estabilidade dos taludes atuais e resultantes do projeto de remediação e da área de empréstimo (se aplicável). Na ausência do conhecimento do nível piezométrico a formar-se efetivamente dentro do maciço de lixo, poderá ser utilizado o parâmetro de poro-pressão Ru, de forma a poder incluir a influência da poro-pressão nas análises de estabilidade, variando-se seu valor de 0,1 a 0,5. 3.6.7 Avaliação da Estabilidade dos Taludes da Área a ser Remediada A avaliação dos resultados dos fatores de segurança das feições analisadas deverá ser feita à luz da norma NBR-11682 – Estabilidade de Encostas da Associação Brasileira das Normas Técnicas – ABNT, onde é definido que o fator de segurança tem que atender aos padrões citados na tabela a seguir. GRAU DE SEGURANÇA. PERDA DE VIDAS ALTO MÉDIA BAIXO GRAU DE SEGURANÇA. PERDAS MATERIAIS E AMBIENTAIS Alto 1,5 1,4 1,3 Médio 1,4 1,3 1,2(*) Baixo 1,4 1,3 1,1(*) (*) A adoção de fatores de segurança iguais ou inferiores a 1,2 só será permitida quando os parâmetros de resistência do solo puderem ser confirmados por retroanálise, para as condições mais desfavoráveis de poro-pressões. Considerando os riscos envolvidos na remediação dos lixões, deverá ser adotado um fator de segurança igual ou superior a 1,3. 3.6.8 Laudos das Avaliações de Estabilidade Deverá ser apresentado um laudo técnico das avaliações de estabilidade no qual serão estabelecidas, dentre outras, as declividades dos taludes que deverão ser previstos no projeto para os serviços de terraplenagem (escavação e aterro), inclusive da área de empréstimo; as declividades dos taludes que deverão ser previstos no projeto para a reconformação do maciço do lixão uma vez remediado; a estimativa das deformações do subsolo que poderão vir a ocorrer por conta da disposição e/ou presença da massa de resíduos; e o nível piezométrico que poderá comprometer a estabilidade do depósito de lixo. 3.7 Projeto de Terraplenagem A execução do projeto de terraplenagem terá por finalidade a estimativa dos volumes de movimentação de terra e de lixo (cortes e aterros), contemplando o projeto das vias, interseções, pátios e na sua apresentação deverá constar: Texto contendo a descrição da concepção do Projeto; Planilha mostrando os volumes e uma orientação da terraplenagem; Planta geral mostrando a situação dos empréstimos e bota-fora; Seções transversais de terraplenagem, obtidas a partir das seções transversais tipo espaçadas a cada 50m, mostrando a conformação dos taludes de corte e aterros, desenhadas na escala horizontal igual à do projeto em planta e com deformação vertical de 10:1 ou 5:1; Demais plantas que elucidem a concepção do projeto; Perfil geotécnico indicando a constituição do terreno; Folhas de cubação; Quadro de distribuição dos materiais; Quadro de orientação da terraplenagem. Das “Especificações Complementares” a serem elaboradas, deverão constar os procedimentos que serão obedecidos pelos empreiteiros no sentido de, na execução da terraplanagem, ser aproveitado ao máximo a camada de terra vegetal que servirá de capeamento às áreas cortadas e aterradas. Nota: Para a especificação dos serviços de corte serão observadas as recomendações indicadas na “ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO DNER-ES-T 03-70 CORTES”. Para a especificação dos serviços de aterro serão observadas as recomendações indicadas na “ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO DNER-ES-T 05-70 ATERROS”. E para a especificação dos serviços de empréstimo serão observadas as recomendações indicadas na “ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO DNER-ES-T 04-70 EMPRÉSTIMOS”. 3.8 Projeto de Remediação de Taludes Para a elaboração do projeto da remediação dos taludes deverão ser levados em consideração, basicamente, o rebatimento e estabilização do(s) talude(s) da massa de lixo e a construção de um caminho de serviço por cima do depósito de lixo e/ou ao longo das margens lixo/solo natural. Basicamente os serviços a serem contemplados no projeto para o rebatimento dos taludes e a construção do caminho de serviço serão os seguintes: Remoção de pontos de acumulo de chorume e/ou de vegetação e solos degradados para locais adequados; Regularização, nivelamento e compactação do platô do vazadouro (de preferência de baixo para cima), observando-se uma declividade de 2% a 5% a fim de que as águas superficiais provenientes de chuvas sejam encaminhadas para os dispositivos de drenagem superficial; Rebatimento dos taludes do lixo, cortando e empurrando o material cortado para níveis inferiores, procurando obter taludes com inclinação 2(h):1(v), criando-se bermas de equilíbrio (se necessário) a cada 4m ao longo do talude com largura aproximada de 3m e declividade adequada à implantação do sistema de drenagem pluvial; Desmatamento (se necessário), limpeza e regularização dasmargens do lixão/solo natural visando a implantação e/ou remediação do acesso interno. 3.8.1 Proteção dos Taludes e Recobrimento das Áreas Aterradas O projeto da proteção dos taludes e recobrimento das áreas aterradas consistirá, basicamente, na cobertura da massa de lixo utilizando-se solo local ou de áreas de empréstimo próximas (devidamente delimitadas e caracterizadas) com camada devidamente compactada numa espessura em torno de 60cm. Cabe destacar que esta parte do projeto deverá ser elaborada, somente, depois de verificada a estabilidade do maciço de lixo e definida a sua conformação. Na porção destinada ao recebimento de lixo, será prevista a criação de uma área adequada e para tal finalizada, isto é, a criação de um platô devidamente recoberto com camada de solo argiloso numa espessura aproximada de 1m e caimento em torno de 1%. Em se tratando de área de empréstimo fora da área de domínio do lixão, será previsto, como parte dos projetos de remediação dos lixões, o projeto de exploração da área de empréstimo. 3.8.2 Plantio, Manutenção e Limpeza do Cinturão Verde O projeto do plantio, manutenção e limpeza do cinturão verde deverá apresentar as orientações e recomendações que deverão ser seguidas para o plantio e manutenção das espécies vegetais que farão parte deste cinturão verde, notadamente das espécies arbóreas, recomendando-se, dentre outras, que: de forma consorciada ao plantio de espécies arbóreas, deverão ser plantadas espécies de leguminosas herbáceas para produzir uma rápida cobertura protetora para o solo; o plantio deve ser executado com o maior cuidado possível, preferencialmente em meses de maior índice pluviométrico; em condições de estiagem deve ser realizada irrigação imediatamente após o plantio das mudas estendendo-se por um período mínimo de 30 dias; sejam realizadas regularmente (até dois anos após o plantio) operações de limpeza com capina manual para eliminação de ervas daninhas e controle de formigas; sejam substituídas mudas que não tenham sobrevivido ao plantio definitivo, ou alternativamente, após observância do desempenho das diferentes espécies utilizadas, sejam substituídas por aquelas espécies que estejam apresentando um melhor desenvolvimento; e que, uma vez atingido pelas mudas o porte ideal de crescimento, seja realizada a poda da copa no estágio após a floração e frutificação. 3.9 Projeto de Remediação das Coleções Hídricas O projeto da remediação das coleções hídricas englobará os projetos do Sistema de Drenagem de Águas Superficiais e do Sistema de Proteção de Nascentes e Córregos, conforme a seguir. 3.9.1 Sistema de Drenagem de Águas Superficiais O projeto do sistema de drenagem de águas superficiais consistirá basicamente na locação e detalhamento de canaletas e caixas de passagem a serem implantadas por cima (ao longo das cristas, pés e saias dos taludes) e perimetralmente ao vazadouro, de tal forma interceptar o deflúvio de água e conduzi-lo lateralmente para fora da área do lixão (se possível até algum corpo de água próximo). Salienta-se que o projeto deste sistema objetivará também diminuir a infiltração da água para o interior do lixo e consequentemente diminuir a geração de chorume. Caso o lixão venha ainda receber resíduos, na área ou praça operacional o sistema de drenagem de águas superficiais terá caráter provisório e será composto basicamente de canaletas escavadas “in situ”. Deverão ser indicados os pontos de deságue (sistemas naturais hídricos) demonstrando a capacidade de recepção dos mesmos bem como da canalização (galeria pluvial) utilizada para um período de retorno de 20 anos. Nas plantas deverá aparecer a localização de todos os dispositivos de drenagem bem como dos dispositivos com finalidade de coleta, condução e despejo final. Deverão ser especificados os tipos de revestimentos a serem empregados assim como deverão ser apresentados os desenhos dos projetos tipo dos dispositivos utilizados. Tal sistema deverá ser dimensionado utilizando critérios hidráulicos e hidrológicos locais e levantados de literatura técnica específica; dentre outros, a intensidade crítica de precipitação, o tempo de concentração, a equação de Chezy e o método racional válido para áreas menores a 50 hectares. 3.9.2 Sistema de Drenagem de Águas Sub-superficiais e/ou Subterrâneas (se aplicável) Tal sistema consistirá basicamente numa rede coletora do fluxo d’água subsuperficial ou subterrânea concebida nos moldes de trincheiras drenantes no formato de espinha de peixe. A sua implantação dar-se-á seguindo, basicamente, o roteiro a seguir: escavação de valas; regularização, nivelamento e compactação da base da vala; envelopamento da vala com geotêxtil, ou similar, prevendo as sobras necessárias ao envelopamento do preenchimento de brita; preenchimento da vala com brita (berço da tubulação); assentamento de tubo dreno; preenchimento da vala; fechamento das sobras do geotêxtil (envelopamento da brita); reaterro com areia grossa por cima do envelopamento; reaterro da vala (onde necessário), com o material escavado, até atingir a cota do terreno; comunicação da saída da linha de drenos com caixa de passagem/inspeção. 3.9.3 Proteção de Nascentes e Córregos O projeto do sistema de proteção de nascentes e córregos deverá contemplar a implantação de sistemas interceptores consistentes, basicamente, em barreiras hidráulicas, ativas ou não. Deverá ser apresentado todo o detalhamento necessário para sua implantação, notadamente, a sua configuração geométrica, composição e locação horizontal e vertical através de perfis longitudinais e transversais. Na eventual presença de nascente no terreno do lixão deverá ser proposta no projeto de remediação, por se tratar de uma área de proteção permanente - APP, além da barreira hidráulica acima citada, a retirada (se viável) do lixo existente neste local e o seu reflorestamento num raio de 50m. 3.10 Projeto do Sistema de Drenagem e Coleta de Chorume O projeto do sistema de drenagem e coleta de chorume poderá ser elaborado considerando duas feições, a do maciço remediado e a do maciço em operação. Para o maciço remediado, onde os serviços de disposição não serão mais permitidos, o projeto da drenagem e coleta dos efluentes será proposta nos moldes de barreiras hidráulicas (trincheiras drenantes), ativas ou não, função das características próprias do lixão a ser remediado. Para a porção do maciço, onde ainda será recebido lixo, o projeto da drenagem e coleta do chorume será proposta no projeto deste sistema nos moldes de espinha de peixe e de poços de acumulação/equalização. Em ambos casos, o efluente coletado será conduzido para a estação de tratamento que será apresentado, no respectivo projeto, nos moldes de geotubes que basicamente consiste na mistura do efluente com um aglutinador (polímero aniônico ou catiônico, função das características da mistura) para posterior filtragem num saco de geotêxtil. A estimativa da vazão dos percolados será feita utilizado o método suíço e/ou alternativamente fazendo uso do método de balança hídrico. Cabe destacar que para atingir a eficiência esperada neste tipo de sistema, o chorume será misturado com esgoto doméstico levado em caminhões limpa-fossa. Para tal será apresentado no presente projeto a logística mais viável para a coleta e transporte do esgoto doméstico. A proporção chorume-esgoto doméstico será inicialmente de 1:4, a qual será avaliada fazendo uso das análises do efluente tratado. 3.11 Estação de Tratamento de Chorume (ETC) Deve-se avaliar a possibilidade de tratar o chorume fazendo uso da tecnologia de geobags, haja vista, que esta é uma técnica que a SEA vem adotando para tal finalidade. As peças gráficas deverão conter plantas, cortes, indicação das bases de apoiode equipamentos, localização de aberturas de passagens de tubulações, indicações nas plantas a localização dos cortes, dimensão geral das diversas unidades, coordenadas geográficas e tudo mais que houver no sentido de permitir a sua perfeita compreensão. No dimensionamento do projeto, deverão ser observadas as seguintes condições: A eficiência do sistema ficará condicionada à capacidade de depuração do corpo receptor e baseando-se na legislação para o lançamento de efluentes; o perfil hidráulico da ETC e principalmente detalhes das interligações das unidades; tempo de detenção hidráulica; manutenção e operação simplificados para o sistema. 3.12 Drenagem e Queima de Gases O projeto do sistema de drenagem e queima de gases deverá consistir basicamente na locação dos drenos fazendo uso das coordenadas UTM e no detalhamento dos mesmos. Considerando que na maioria dos casos, não se conhece a altura do maciço de lixo, a profundidade dos drenos será limitada pelo comprimento da lança da escavadeira, ou similar, utilizada para instalação dos mesmos. Nos locais onde ainda poderá ser recebido lixo, a sua construção dar-se-á de forma progressiva acompanhando o alteamento do maciço. Os drenos de gás consistirão basicamente em tubos de concreto, perfurados, justa postos (ponta e bolsa), envoltos com uma camada de brita sustentada por tela metálica ou pelas paredes das cavas formadas para a instalação dos mesmos. Inicialmente deverá ser prevista a queima dos gases em flares. Função da vazão desses gases (estimativa feita utilizando o Método Scholl Canyon, por exemplo) poderá, a critério do órgão ambiental competente, serem reaproveitados. 3.13 Monitoramento Geotécnico e Ambiental 3.13.1 Monitoramento Geotécnico Dever-se-á apresentar em planta a localização da instrumentação utilizada para o monitoramento geotécnico que trata, basicamente, da medição da movimentação horizontal e vertical do maciço utilizando-se marcos superficiais e do nível do chorume utilizando-se piezômetros (se necessário). Devem ser apresentados em plantas tipo a conformação geométrica dos piezômetros e a dos marcos superficiais. Deverá ser também apresentada a periodicidade dessas medições após remediação do lixão. 3.13.2 Monitoramento Ambiental Deverá ser apresentado o projeto de monitoramento ambiental da qualidade do solo e das águas superficiais e subterrâneas, determinando a frequência de coleta das amostras para as análises pertinentes, inclusive com a localização dos pontos e profundidades de coleta e demais critérios para localização das sondagens e dos poços de monitoramento de acordo com a NBR 13895/97. Deverá ser prevista antes do início das obras de recuperação ambiental do lixão uma campanha destas análises. Nessas análises poderão com, prévia anuência do órgão ambiental competente, ser avaliados os seguintes parâmetros: Demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO), Oxigênio dissolvido (OD), pH, temperatura, nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal total, nitrogênio Kjeldahl, carbono orgânico total, cloretos, sulfato, fósforo total, fósforo solúvel, alcalinidade total, dureza total, condutividade, sólidos dissolvidos totais, sólidos totais, sólidos fixo totais, sólidos voláteis totais, cor, ferro dissolvido (somente para águas superficiais), ferro total (somente para água subterrânea), manganês, fluoreto, óleos e graxas (OG), detergente (MBAS), fenóis, alumínio dissolvido, arsênio, bário, cádmio, cálcio, chumbo, cobre dissolvido, cromo total, cromo hexavalente, cromo trivalente, mercúrio, níquel, potássio, sódio, zinco, coliformes totais e coliformes termotolerantes. 3.14 Paisagismo Uma vez atingida a estabilidade do maciço de lixo e a conformação prevista em projeto, inclusive da proteção dos taludes e do recobrimento das áreas aterradas, o projeto da cobertura definitiva deverá contemplar, basicamente, o plantio de gramíneas (grama) após o lançamento e regularização de uma camada de solo vegetal, por cima do material de cobertura acima citado, observando uma espessura adequada ao revestimento vegetal (aprox. 40cm). Cabe destacar que é fundamental e estratégica a elaboração do projeto paisagístico, isto porque a tendência natural deste tipo de passivo ambiental (lixão) é afetar o meio ambiente, que pode ser regenerado através de uma recomposição paisagística. Nota: Alternativamente, após ser avaliada a possibilidade de ser aproveitado o biogás, o projeto da cobertura definitiva poderá contemplar o projeto de uma camada composta, de cima para baixo, pelos seguintes materiais: camada de solo vegetal, manta geotêxtil não entrelaçado, camada granular, manta geotêxtil não entrelaçado e plástico preto ou alternativamente geomembrana de PEAD. O programa de uso da área, uma vez encerradas as atividades de disposição, a ser elaborado como parte dos projetos de remediação, visará transformar as áreas ocupadas pelos lixões em grandes reservas verdes. Esta proposição tem como vertente maior, a social, extensiva a toda comunidade local. A opção pela reserva verde advém da sua atual carência nos centros urbanos, sobretudo nos países em desenvolvimento. Sem um planejamento que possa acompanhar esse desenvolvimento, as áreas verdes geralmente são relegadas, esquecidas e principalmente, desconhecidas pela especulação imobiliária. As reservas verdes têm o grande mérito de amenizar o clima e reduzir a temperatura das cidades. Assim o uso proposto poderá ser parcialmente autossustentável, com a produção de mudas diversas, sobretudo de espécies vegetais nativas, seja para uso próprio, ou da comunidade. 3.15 Segurança no Trabalho Na execução do projeto básico deverão ser obedecidas as normas pertinentes à Segurança do Trabalho, incluindo, sem restringir, a Consolidação das Leis do Trabalho, bem como a Legislação Complementar e Portarias e Normas Regulamentadoras pertinentes. 3.15.1 Equipamento de Proteção Individual (EPI) Deverá ser previsto que os envolvidos com o encerramento/remediação do lixão devam usar os seguintes EPI(s): proteção das mãos: luvas grossas de látex ou polipropileno, ou duas luvas de látex, punho longo, descartáveis e sem talco; proteção para o corpo: aventais de PVC, impermeáveis, frente fechada, mangas longas e uniforme composto de calça comprida e camisa com manga, no mínimo ¾ de tecido resistente e de cor clara; proteção respiratória: máscara de proteção de carvão ativado com filtro N95; proteção para os pés: botas de PVC, impermeáveis, resistentes, cor clara, com cano ¾ e solado antiderrapante; proteção para os olhos: óculos de proteção, com lentes panorâmicas, incolores, de plástico resistente, com armação em plástico flexível, com proteção lateral e válvulas para ventilação. 3.16 Disposição em Valas Em situações onde a quantidade de lixo for pequena e as condições do terreno permita a implantação de valas para a destinação final do lixo deverá ser aventada esta opção, porém sempre observando as especificações técnicas citadas a seguir. 3.16.1 Locação das Valas A locação das valas deverá ser concebida visando maximizar a ocupação da área, prevendo a circulação de máquinas entre as mesmas, e aproveitar da melhor forma possível o caimento natural do terreno visando o escoamento das águas pluviais para fora da área das valas. 3.16.2 Formação das Valas A escavação do terreno propiciará além do preparo das unidades receptoras de lixo (valas), melhorar o confinamento dos resíduos e dos líquidos gerados, assim como ter um melhor controle da captação dos líquidos percolados gerados. Para terrenos escavados deverá ser prevista para os taludes uma declividade de 1(H):1(V). Já para terrenos aterrados uma declividade de 1,5(H):1(V). O solo oriundo das operações de escavação será estocadoem Bota Fora, interno à área de implantação do aterro, para posterior uso como material de cobertura e de aterro, à critério da Fiscalização. 3.16.3 Impermeabilização da Vala Função das características do solo da área, notadamente da sua permeabilidade, para a impermeabilização da vala deverão ser avaliadas as duas alternativas a seguir: Impermeabilizado com uma camada do solo escavado (matriz argilosa) com espessura de 100 cm e caimento mínimo em direção à saída do chorume de 1%. Tal camada deverá ser compactada em camadas soltas de 20 cm de espessura e grau de compactação (P.N.) mínimo de 95%. Impermeabilização com geomembrana de PEAD com espessura de 1,5 mm sobre leito devidamente regularizado e compactado com caimento mínimo na base de 1% e em direção à saída do chorume. 3.16.4 Drenagem de Chorume O chorume deverá ficar retido dentro das valas por certo tempo (função do tamanho da vala e da vazão gerada) de forma a poder utilizar as mesmas como reatores anaeróbios. Assim, após atingir a lâmina do chorume certa altura acima do nível do fundo da vala, a saída dos líquidos percolados será efetivada por um tubo extravasor. Estes tubos serão comunicados a um tubo principal denominado de “chorume-duto” (tubo PVC, tipo fortilit marrom ocre, de 200 mm de diâmetro), localizado na parte central da plataforma das valas, que encaminhará o percolado até um tanque de acumulação para posterior tratamento. 3.16.5 Disposição de Resíduos na Vala Para a disposição dos resíduos dentro da vala poderá ser utilizado um dos taludes como rampa de acesso. A compactação realizada por trator de esteira deverá atingir uma taxa mínima de compactação de 3:1. Em locais onde a compactação com trator não é possível ser feita, poderá ser utilizado algum outro equipamento, tais como, placas compactadoras; barril metálico preenchido com concreto, dotado nas suas extremidades de puxadores para o deslocamento do mesmo, etc. 3.16.6 Impermeabilização Superior A impermeabilização superior consistirá nas operações de cobertura do lixo disposto nas valas de acordo com o cronograma de operação, com uma frequência diária denominada de cobertura diária e final denominada de cobertura final. A cobertura diária, executada com solo com espessura em torno de 30 cm, minimiza os riscos de transmissão de vetores e ocorrência de pontos de fogo, a geração de odores, o transporte de lixo leve pela ação do vento, além do que promove uma melhor apresentação visual do aterro. Já a cobertura final deve ser vista como fator decisivo no sucesso do fechamento da vala e revegetação da plataforma. Para tal, deverá ser prevista a colocação de uma camada de terra ligeiramente compactada, com uma espessura aproximadamente de 60 (sessenta) centímetros ligeiramente compactada. Deverá ser previsto que a porção superior de tal camada fique acima do nível do terreno bem como o seu caimento acompanhe da plataforma, visando a continuidade do escoamento das águas superficiais. 3.17 Apresentação do Projeto O Memorial Descritivo deverá apresentar o detalhamento histórico do objeto projetado, na forma de texto, tabelas e gráficos, onde são apresentadas as soluções técnicas adotadas, bem como suas justificativas, necessárias ao pleno entendimento do mesmo, complementando as informações contidas nos desenhos. Deverão ser apresentadas as planilhas orçamentárias do projeto básico com Memória de Cálculo, preço EMOP ou similares, contendo o mês de referência. Para preços não encontrados, será apresentado no mínimo 3 (três) cotações, devendo optar pela média. Os desenhos a serem apresentados consistirão na representação gráfica do objeto a ser executado, elaborado de modo a permitir sua visualização em escala adequada, demonstrando formas, dimensões, funcionamento e especificações, perfeitamente definida em plantas, cortes, elevações, esquemas e detalhes, obedecendo às normas técnicas pertinentes. ANEXO 06 MODELO DE FICHA CADASTRAL DE ÁREA DEGRADADA POR LIXÃO FICHA CADASTRAL DE ÁREA DEGRADADA POR LIXÃO Responsável pela coleta de dados: _________________________________________________ Data da coleta: ____/____/____ Prefeitura:______________________________________________________________________ Endereço, tel., etc.: _____________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ Contato: Nome:_________________________________________________________________ Função: _______________________________________________________________ •Principal atividade econômica do Município: ________________________________________ •População total do Município: ___________________________________________habitantes • População urbana: ____________________________________________________habitantes • População rural: _____________________________________________________habitantes • Cobertura do serviço de coleta: ________________________________________________% • Quantidade de lixo coletado: ______________________________________________ t/mês ____________________________________________ m 3 /mês • Localização do aterro/lixão (especificar se a disposição de resíduos é feita próximo de rios e/ou canais): ___________________________________________________________________ • Proximidade de APAs e similares _________________________________________________ • Causas da ocorrência do lixão: ___________________________________________________ • Área do aterro/lixão: _________________________ m2 • Altura média do aterro/lixão: ___________________ m • Volume aproximado depositado _________________ m3 Tempo de uso ________________________________ anos • Forma de disposição: Em Vala ( ) Em Área Plana ( ) Em Meia Encosta ( ) • Algum outro município (distrito) vaza no aterro/lixão? Sim ( ) Não ( ) Qual(is)?________________________________________________________________________ • Quantidade de lixo recebido no aterro/lixão por tipo de resíduo: Domiciliar:_________________________t/dia Hospitalar: ________________________t/dia Entulho e podas ____________________t/dia Feiras e mercados __________________t/dia Total:_____________________________t/dia • Existe alguma nascente d’água na área? Sim ( ) Não ( ) • Em que manancial ela deságua? __________________________________________________ • Qual o manancial (corpo hídrico superficial ) mais próximo da área? Qual é o seu nome e a que distância aproximada ele fica da área? _______________________________________________________________________________ • Situação do acesso ao aterro/lixão (iluminação, pavimentação,.etc.):_________________ ______________________________________________________________________________ • Topografia da área e da estrada de acesso: _______________________________________ ______________________________________________________________________________ • Disponibilidade de abastecimento de energia elétrica e água potável: _______________________________________________________________________________ • Disponibilidade de material de cobertura (de preferência solo argiloso): _______________________________________________________________________________ • Existem poços para captação de água subterrânea nas proximidades? Sim ( ) Não ( ) - Distância ao lixão_______________________________________________________ - Profundidade do(s) poço(s)_______________________________________________ • Existe drenagem de águas pluviais? Sim ( ) Não ( ) • Existe drenagem de líquido percolado? Sim ( ) Não ( ) • Existe drenagem de gás? Sim ( ) Não ( ) • Existe estação de tratamento de chorume?Sim ( ) Não ( ) • Presença de catadores? Sim ( ) Não ( ) • A área se encontra cercada? Sim ( ) Não ( ) • O lixão se encontra coberto com solo? Sim ( ) Não ( ) • Existem afloramentos de chorume (descrever sucintamente): _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ • Informações complementares do aterro/lixão: Forma mais adequada de recuperação do lixão:__________________________ Previsão de encerramento: ___________________________________________ ANEXO 07 EXEMPLO DE APLICAÇÃO DE REMEDIAÇÃO DE ÁREA DEGRADA POR LIXÃO No Anexo 07 a seguir apresenta-se, como exemplo de aplicação das especificações contidas nesta Guia Técnica, a remediação da área degradada por lixão no município de Rio das Ostras-RJ (fonte: Prefeitura Municipal de Rio das Ostras-RJ, 2004). 1 LOCALIZAÇÃO O antigo vazadouro do Município de Rio das Ostras, ora já remediado, localiza-se nas coordenadas UTM, N=7.510.705m e E=198.974m, dentro do perímetro urbano, no bairro Âncora, a aproximadamente 10km do centro de Rio das Ostras. O acesso a este terreno, que pertence a terceiros, pode ser feito partindo-se do centro urbano de Rio das Ostras indo pela RJ-106 (Rodovia Amaral Peixoto) sentido Macaé, onde, virando-se à esquerda no km 152, pega-se a estrada Cantagalo. A localização da área do lixão pode ser vista, em destaque, na Ilustração 1-1 a seguir. Ilustração 1-1: Localização do Antigo Lixão de Rio das Ostras-RJ 2 CONFIGURAÇÃO O lixo gerado na sede municipal de Rio das Ostras era disposto (configuração próxima ao método da “área”), de forma conjunta, num vazadouro de mediano porte a céu aberto. A área não possuía cerca nem portão de acesso. Estimou-se que o vazadouro esteja ocupando uma área em torno de 34.000m². Possuía uma altura máxima em torno de 10m com taludes suaves a jusante e bastante íngremes à montante e nas laterais do lixão. Na porção à jusante parte do lixão encontrava-se coberto com solo local, formando um platô com uma altura próxima a 6,5m. O lixo após o despejo era eventualmente espalhado, porém, não era coberto com terra. 3 SERVIÇOS DE TOPOGRAFIA Os serviços de topografia consistiram no levantamento topográfico planialtimétrico da área-objeto, na escala 1:500, com curvas de nível de metro em metro de forma a melhor definir o projeto e calcular os volumes de serviços a serem contemplados no mesmo. O levantamento topográfico planialtimétrico incluiu o cadastramento da infraestrutura existente, da situação fundiária, e a avaliação e cadastro de benfeitorias. Foi prevista a materialização física dos RN’s, inclusive o transporte de cotas. 4 ESTUDO GEOTÉCNICO Foi executado um total de 04 (quatro) sondagens à percussão na área do lixão, num total de 41,80m perfurados, onde, três desses furos foram realizados perimetralmente ao lixão e um quarto no próprio depósito de lixo. Foram também realizadas investigações geotëcnicas de laboratório, em amostra proveniente da área localizada do lado direito do lixão (jazida de empréstimo de terra), consistentes em análise granulométrica, limite de liquidez, limite de plasticidade, densidade real dos grãos e ensaio de compactação. 4.1 Análise dos Resultados Não foi evidenciada a presença do nível freático até a profundidade de 10,45m (profundidade limite do ensaio). A descrição do subsolo (silto-argiloso), aliada à compacidade apresentada crescente com a profundidade, indica que deva-se tratar de um subsolo de baixa permeabilidade ((Terzaghi e Peck, 1967) com coeficiente de permeabilidade em torno de 10-4 a 10-5 cm/s. Esta observação explicou o porquê da formação na época de poças de líquidos percolados à montante do lixão. - Capacidade Portante De posse da caracterização tátil / visual do solo e dos valores de índices de resistência à penetração SPT obtidos através das sondagens geotécnicas foi possível estimar a capacidade de suporte do terreno onde fica assente o lixão, conforme descrito a seguir. - O subsolo onde fica assente o lixão, foi caracterizado como sendo uma argila siltosa, com areia fina, média e grossa, média a rija, sem a presença d’água e com resistência média à penetração em torno de 11 golpes. - Através de correlações, para um solo argiloso siltoso, com valor de SPT em torno de 11 golpes e compacidade média a rija, estimou-se uma capacidade de suporte do solo em torno de 1,75 kg/cm2, equivalente a 17,5t/m2. Admitindo-se um peso específico do lixo igual a 1,10t/m3 (lixo mais solo de cobertura) a capacidade de suporte do solo corresponde a um aterro da ordem de 16m de altura (obs.: no projeto foi prevista uma altura máxima de 13m). 5 ENSAIOS DE LIXIVIAÇÃO Foram realizados ensaios de lixiviação, em duas amostras extraídas do corpo do vazadouro, uma da porção mais “velha” do lixão que possui cobertura de terra, doravante denominada de “aterro velho”, e outra da mais “nova” que não possui cobertura, doravante denominada de “aterro novo”, ambas a uma profundidade aproximada de 2m. Basicamente, segundo a NBR 10005 - Lixiviação de Resíduos, o ensaio de lixiviação consiste em separar certas substâncias presentes nos resíduos por meio de lavagem, através de agitação mecânica e as quantidades obtidas, compará-las a padrões limites de aceitação. Foram determinados nesses ensaios de lixiviação o pH, DQO, DBO, zinco, chumbo, coliformes fecais e coliformes totais, conforme quadro a seguir. Quadro 5-1: Ensaios de Lixiviação – Lixão de Rio das Ostras/RJ PARÂMETROS “Aterro Velho” “Aterro Novo” pH 5,2 4,0 DQO em mg/L 30 35 DBO em mg/L 15 20 Zinco em mg/L 0,28 0,22 Chumbo em mg/L 0,19 0,60 Colimetria Fecal em NMP/100mL < 2,2 < 2,2 Colimetria Total em NMP/100mL < 2,2 < 2,2 6 MEMORIAL DESCRITIVO/TÉCNICO DO PROJETO EXECUTIVO 6.1 Condicionantes para o Projeto Foram detectados vários condicionantes para a remediação da área degrada, sendo os principais: Necessidade de desratização; Necessidade de fechamento da área e retirada dos catadores; Ampliação e revestimento dos acessos internos (estabelecimento de rampas inferiores a 9%); Remoção das poças de chorume existentes à montante do lixão; Remoção e substituição (se for o caso) dos solos degradados por presença das poças de chorume; Remoção dos pontos de lixo existentes ao longo dos acessos internos e externos ao vazadouro; Necessidade de um dique periférico, principalmente à montante do lixão, onde a delimitação do mesmo não está bem definida (obs.: a porção à jusante, que possui cobertura, a delimitação do lixão está bem definida); Reconformação e cobertura do lixão, limitando-se a altura do mesmo, medida a partir da plataforma dos acessos (estaca +0,00; cota 50,00m) em 13m (cota 63,00m); Necessidade de um volume adicional para o recebimento de lixo, ainda durante a fase de elaboração do projeto até a inauguração do Aterro Sanitário desse município ou até a normalização das rotinas operacionais deste aterro (na porção que possui cobertura, deu-se preferência à disposição de resíduos inertes, tais como, resíduos da construção civil, entulho, etc.), visando o controle de vetores no lixão; Necessidade da execução de um sistema de drenagem pluvial; Necessidade da execução de intercepção e drenagem dos efluentes líquidos (os efluentes líquidos do lixão oriundos do “aterro velho” não apresentaram perigo de contaminação; já os oriundos do “aterro novo” apresentaram um certo grau potencial poluidor principalmente devido a que nesta porção do lixão, a geração de chorume, encontrava-se em sua fase inicial); Necessidade da execução de umsistema drenagem vertical de gás; Necessidade de caimento nos platôs visando a drenagem superficial das águas de chuva; Necessidade de obtenção de solo para execução dos aterros, cobertura dos resíduos e recomposição de solos degradados; Abatimento e reconformação (criação de bermas) dos taludes da jazida ao lado do lixão; Recomposição vegetal da área e de seu entorno. 6.2 Partido Adotado Tendo em vista a configuração apresentada pelo lixão de Rio das Ostras: existência de dos desníveis, um a 6,5m e outro a 10m de altura; existência de acesso, em terra batida, perimetralmente (parcial) ao lixão; delimitação não definida do lixão à montante do mesmo; e o vazadouro encontra-se parcialmente coberta com terra; concebeu-se um partido que permitisse a recuperação deste vazadouro, através da reconformação, regularização e compactação do mesmo, conforme a seguir: Criação de dois desníveis, um na cota 58m (por cima do platô existente) e outro na cota 63m (topo do lixão recuperado), ambos com caimento mínimo de 1%. Entre essas duas camadas (desníveis) foi prevista uma berma de equilíbrio de 4m de largura. Esta berma foi também utilizada como um “dique periférico”, visando a delimitação do lixão à montante do mesmo. Não obstante a espessura do material de cobertura, à jusante do lixão, ser aproximadamente igual a 40cm, foi prevista, nesta porção do vazadouro, uma camada adicional de terra (com bastante teor orgânico para o plantio de espécies vegetais), visando cobrir locais que eventualmente possam apresentar cobertura de espessura inferior à encontrada nesse local, e de proporcionar a espessura e declividade necessárias para as canaletas de drenagem superficial e para o escoamento superficial das águas de chuva. Parte desta camada adicional (principalmente a porção inferior) foi feita com materiais provenientes de resíduos da construção civil e demolições e entulho. O alinhamento horizontal dos acessos existentes foi praticamente mantido. Basicamente foi prolongado periféricamente ao lixão, de tal forma permitir o acesso das máquinas e veículos à porção à montante do lixão. Visando a intercepção e captação dos efluentes líquidos, rente à margem interna dos acessos internos (margem que confronta com o lixão), foi construída uma barreira drenante (trincheira drenante com tratamento passivo). E finalmente, o local do lixão que possui cobertura foi utilizado como bota-fora provisório. 6.3 Metodologia Empregada Logo após a instalação do canteiro de obras e da mobilização dos equipamentos e equipe, deu-se início à obra de recuperação propriamente dita. É importante ressaltar que foi mobilizada uma equipe técnica para supervisão e acompanhamento da obra de remediação do lixão de Rio das Ostras. Assim sendo, a remediação desse lixão foi efetivada nas etapas descritas a continuação. Etapa 1 – Desratização A desratização foi precedida por uma operação de despulização. Esta etapa foi executada pelo menos dois meses antes de dar-se início à remedição do lixão propriamente dito. A área desratizada compreendeu o local do lixão, margens do rio Jundiâ, e o entorno ao lixão onde estão incluídas algo em trono de 200 casas particulares (Condomínios Novo Horizonte, Praia Âncora e Cláudio Ribeiro). Etapa 2 - Implantação da infraestrutura Numa segunda etapa, viabilizou-se a implantação de toda a infra-estrutura básica das obras de recuperação, a saber: construção do canteiro de obras, fechamento da área, preparo da área destinada à estocagem de materiais e escavação das canaletas de drenagem superficial provisória. Etapa 3 – Intervenção inicial Uma vez instalada a infraestrutura básica das obras de recuperação deu-se início propriamente à remediação da área degrada pelo lixão removendo-se os pontos de acumulo de chorume e/ou vegetação e de solos degradados para locais adequados. O chorume, que ocupa uma área em torno de 40m x 50m, foi encaminhado em carro “pipa” a uma Unidade de Tratamento definida pela Prefeitura de Rio das Ostras, ficando, por conta desta administração municipal, os custos envolvidos com o tratamento deste líquido. Foram prolongados os acessos internos, à montante do lixão, com largura aproximada de 6m e revestidos com solo-brita na sua totalidade de maneira a permitir a passagem das maquinárias e dos veículos. Etapa 4 – Reconformação do maciço do lixão A reconformação do lixão foi efetivada através da execução das seguintes operações: rebatimento dos taludes do lixo, cortando e empurrando o material cortado, procurando obter dois platôs nas cotas 58m e 63m, e taludes com inclinação 1(v):2(h), criando-se bermas de equilíbrio na cota 58m numa largura de 4m de maneira a permitir a passagem do trator e a implantação do sistema de drenagem pluvial (esta berma, na porção a montante do lixão, também foi utilizada como dique periférico para a delimitação do lixo nesta porção da área); rebatimento dos taludes que possuem cobertura, até uma declividade próxima a 1(v):2(h), com material inerte composto basicamente de resíduos da construção civil e entulho; regularização, nivelamento e compactação dos taludes e dos platôs (de preferência de baixo para cima), observando-se uma declividade mínima de 1% nos platôs a fim de que as águas superficiais provenientes de chuvas sejam encaminhadas para os dispositivos de drenagem superficial. Etapa 5 – Cobertura dos resíduos A cobertura dos resíduos foi efetiva através da cobertura da massa de lixo utilizando solo local ou de áreas próximas de empréstimo (devidamente delimitadas e caracterizadas) observando uma espessura em torno de 0,60m nos platôs e de 30cm nos taludes, e compactação através do tráfego do trator. Etapa 6 – Execução do sistema de drenagem pluvial O sistema de drenagem pluvial consistiu na execução de canaletas provisórias, canaletas de berma, canaletas dos acessos, descidas em gabião, bueiros, e caixas de passagem. Etapa 7 – execução da trincheira drenante A execução da trincheira drenante foi efetivada através da execução dos serviços: demarcação do eixo e largura da trincheira; abertura da vala até a profundidade definida nos desenhos de projeto; regularização da superfície da vala; colocação de manta geotêxtil; colocação do material de preenchimento da vala; construção das caixas de passagem e dos poços de acumulação. Etapa 8 – execução do sistema de drenagem vertical de gás O sistema de drenagem de gás consistiu na execução de drenos verticais consistentes em colunas de brita (ou rachão) executadas in situ, com diâmetro de 40cm aproximadamente, e espaçados a cada 50m aproximadamente. Etapa 9 – Revegetação A revegetação do platô e dos taludes resultantes das obras de recuperação do lixão consistiu no plantio de grama em placas ou por hidrossemeadura consistente na aplicação de uma massa pastosa composta por fertilizantes, sementes, “mulch”, adesivos e matéria orgânica viva. Nota: Cabe ressaltar que todas as operações acima citadas foram levadas a cabo com êxito, somente após a relocação dos catadores que atuam e/ou moram atualmente dentro do vazadouro. Tal relocação foi coordenada pelos devidos órgãos públicos competentes. 6.4 Projeto Geométrico e de Terraplenagem 6.4.1 Fechamento da Área O fechamento da área foi viabilizado através da instalação de um portão e de uma cerca arame farpado fixada em mourões de concreto espaçados de 2,5m em 2,5m, sendo que a cada 15 espaços de 2,5m, e a cada mudança de direção, foi prevista a colocação de um esticador. 6.4.2 Projeto Geométrico e de Terraplenagem O projeto geométrico de locação da recuperação do lixão foi executado através da locação de linhas de off- set utilizando seções e distâncias medidas a partir doseixos de locação. Os taludes mínimos observados durante as obras de recuperação do lixão foram: taludes de corte em solo natural: 1(v):1(h); taludes de aterro em solo natural: 1(v):1,5(h); taludes do depósito de lixo (inclusive dos que possuem cobertura): 1(v):2(h). Na execução dos serviços de corte foram observadas e seguidas as recomendações indicadas na “ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO DNER-ES-T 03-70 CORTES”. Na execução dos serviços de aterro foram observadas e seguidas as recomendações indicadas na “ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO DNER-ES-T 05-70 ATERROS”. Na execução dos serviços de empréstimo foram observadas e seguidas as recomendações indicadas na “ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO DNER-ES-T 04-70 EMPRÉSTIMOS”. 6.4.3 Revestimento dos Acessos Para os acessos foi previsto somente revestimento primário (solo mais brita), numa espessura constante em torno de 30cm, executado sobre leito regularizado e/ou reforçado. Este sistema desenvolveu-se de tal forma que se possa atingir o local à montante do lixão, local mais distante da área, com declividade transversal e rampas adequadas, e em condições de tráfego. 6.5 Impermeabilizacão Superior A impermeabilização superior, consistente nas operações de cobertura do depósito de lixo após sua reconformação, regularização e compactação, foi considerada como um fator decisivo no sucesso da revegetação do lixão e consequentemente do fechamento do mesmo. Foi utilizada nos platôs uma espessura de solo de cobertura em torno de 60cm e nos taludes de 30cm. Visando o plantio de grama esta camada de terra possui um alto teor de solo orgânico, principalmente próximo à superfície da mesma, e encontra-se ligeiramente compactada. Esse solo para cobertura foi trazido de jazida de empréstimo externa à área de intervenção com características mecânicas próprias de impermeabilização (solo argiloso) localizada a aproximadamente 4km do lixão. 6.6 Projeto de Drenagem de Águas Pluviais Na falta ou diante um deficiente sistema de drenagem superficial, a erosão (arraste de material e assoreamento de corpos de água) pode provocar sérios danos aos taludes, induzindo a instabilidades geotécnicas que podem eventualmente ser danosos ao meio ambiente traduzidos na destruição da vida vegetal, além do que, quando as águas superficiais se misturam com o líquido percolado, adquirem as características deste último. Por tais motivos, é imprescindível a implantação de um eficaz sistema de drenagem de águas superficiais, construído desde o início das obras, de forma a evitar ao máximo o ingresso destas águas no interior do depósito de resíduos sólidos e serem evacuadas para fora da área de intervenção. 6.6.1 Drenagem Superficial Provisória Visando captar o afluxo das águas, oriundas principalmente das precipitações pluviométricas, foi prevista a execução de canaletas escavadas “in situ” dentro e perimetralmente ao lixão de forma a interceptar o deflúvio das águas que vier a afetar os serviços de remediação. 6.6.2 Drenagem Superficial Definitiva Uma vez concluída a formação do depósito (regularização, compactação e cobertura da massa de resíduos sólidos), deu-se continuidade à execução da drenagem superficial das águas de chuva, que irão se precipitar por cima dos platôs e taludes, através de caimento mínimo de 1%, da proteção dos mesmos através do gramado das superfícies expostas à intempérie, e da instalação dos seguintes dispositivos: canaleta triangular escavada “in situ” e revestida com pedrisco apiloado (canaletas das bermas); canaleta meia-calha de concreto (canaletas dos acessos); descidas de água em gabião; bueiros (inclusive a boca) e; caixas de passagem. 6.6.3 Dimensionamento Dos Dispositivos O sistema de drenagem superficial foi dimensionado observando os critérios técnicos estabelecidos pelas ciências da hidrologia e da hidráulica, critérios estes que nortearam a definição do dimensionamento de todos os dispositivos que o compõem. - Intensidade crítica de precipitação i = (1/tc)*(0,21*lnTr+0,52)*(0,54*tc 0.25 - 0,50)* P 60,10 onde: i = intensidade da chuva (mm/min) tc = tempo de concentração (min) Tr = período de retorno (período adotado = 5 anos) P 60,10 = parâmetro de chuva igual a 60 mm (ref. Garcez e Alvarez, 2.002) - Tempo de concentração tc tc = 5,3 (L/i)1/3 onde: tc = tempo de concentração (min) L = comprimento da trajetória (km) i = declividade média do talvegue (m/m) - Coeficiente de escoamento superficial Foram adotados como premissas de projeto os seguintes valores: Solos naturais sem cobertura vegetal: C = 0,2 Solos compactados sem cobertura vegetal: C = 0,3 Áreas gramadas: C = 0,4 - Coeficiente de Manning (n) Foram adotados como premissas de projeto os seguintes valores: Concreto: n = 0,013 Revestimento de pedra e cascalho: n = 0,035 - Deflúvio O cálculo das vazões afluentes aos dispositivos do sistema de drenagem superficial de águas de chuva deu-se através do método RACIONAL, aplicável para áreas de contribuição menores a 50 há, a saber: Q = C x i x A onde: Q = vazão; C = coeficiente de escoamento superficial; A = área de contribuição; i = intensidade de chuva crítica. - Dimensionamento dos dispositivos O cálculo do dimensionamento dos dispositivos do sistema de drenagem, tais como canaletas, bueiros, etc., deu-se através da equação de CHEZY, a saber: Q = (1/n) x Rh2/3) x (i1/2) x A onde: Q = vazão; n = coeficiente de rugosidade de Manning Rh = raio hidráulico; i = declividade; A = área molhada. 6.7 Projeto de Drenagem de Líquidos Percolados e de Gases 6.7.1 Arranjo do Sistema de Drenagem de Efluentes Líquidos O líquido percolado gerado pela massa de lixo é coletado perifericamente através de trincheira drenante, projetada para esta finalidade. A trincheira drenante conduz os líquidos coletados até os poços de acumulação visando sua detenção por um dia e meio aproximadamente para posterior tratamento. Estes poços ficaram localizados nos pontos (três no total) mais baixos do alinhamento vertical da trincheira. A trincheira drenante foi concebida de forma tal que possa agir como elemento de tratamento “passivo” através dos processos químicos citados a seguir: adsorção (os contaminantes ficaram retidos no corpo da trincheira) e; precipitação (os contaminantes passaram para o estado sólido para logo serem retidos na trincheira). A adsorção foi prevista através da mistura do material granular (brita 3) de preenchimento da trincheira com carvão mineral. Já a precipitação (principalmente para a retenção de chumbo) foi prevista através da mistura da brita com pedra calcárea. 6.7.2 Arranjo do Sistema de Drenagem de Gases O sistema de drenagem de gás consistiu na execução de drenos verticais, espaçados a cada 50m aproximadamente, cuja execução contemplou as atividades descritas ora a seguir: Escavação da massa de lixo, no ponto destinado ao poço, previamente locado, com o auxílio de uma retro-escavadeira. A escavação foi feita em uma área aproximada de 1.0m x 1.0m, sendo sua profundidade delimitada pelo braço da lança (em torno de 3m). Deslocamento de uma manilha de concreto armado de 0.40m de diâmetro, içada de sua bolsa, com auxílio de cabo de aço (ou através de furos diametralmente opostos, previamente perfurados), até o fundo da escavação. Preenchimento da manilha com rachão e do espaço entre a manilha e as paredes de lixo com o lixo retirado na escavação. Içamento da manilha verticalmente até o novo nível da escavação e preenchimento de todo o buraco da escavação (nível do solo). Colocação definitiva da manilha no final do poço, já no nível do solo, e preenchida com rachão para queima do gás.Obs.: Na disponibilidade de tubulão de aço com diâmetro idêntico ao especificado para a manilha, foi indicado que sejam utilizados em substituição desta, eliminando assim o risco de quebra da manilha. Desta forma, a manilha seria apenas utilizada definitivamente, na cota final do lixão recuperado, para a queima do gás. 6.7.3 Dimensionamento do Sistema Proposto de Drenagem de Líquidos Percolados a) Vazão Média de Percolado O cálculo da vazão média do percolado visando o dimensionamento dos poços de acumulação, dos poços sumidouros e da trincheira drenante, foi feito utilizando-se o método do balanço hídrico, conforme a seguir: Q = PER.A / t onde: PER = percolado = 10,58 mm / mês (média mensal) A (área de contribuição) = 33.820 m2 t = segundos / mês = 2.628.400 s/mês Q (vazão de percolado) = 0,14 l/s Tendo em vista que foram propostos três locais para a instalação dos poços, tem-se: Qp = 0,14 / 3 = 0,05 l/s = 4,32 m3/dia b) Dimensionamento do Poço de Acumulação - Chuva crítica Para o cálculo do dimensionamento da capacidade dos poços de acumulação para a chuva crítica, foi considerado que o valor desta chuva, que resulta na maior vazão no ponto de implantação do poço, tem duração igual ao tempo de concentração da área de contribuição. Assim sendo, para a estimativa do tempo de concentração (tc) foi utilizada a equação de Ven Te Chow expressa por: tc = 5,3 x (L/i) 0,333 onde: tc = tempo de concentração (min); L = comprimento do percurso (km); i = declividade média (m/m). tc = 5,3 x (0,24/0,015) 0,333 = 13,34 min = 800,4 s Para uma vazão de 0,05 x 10-3 m3/s, tem-se: Capacidade do poço = 0,05 x 10-3 x 800,4 = 0,04m3. Então, na escolha de manilhas de 1,2m de diâmetro e 1m de altura, foi prevista a implantação de três manilhas justapostas, face às cotas de implantação da trincheira drenante (obs.: o volume de 0,04m3 corresponde a aproximadamente 1,2% da capacidade do poço). - Tempo de Detenção Considerando-se que foi feita a instalação de dois poços, cada um deles de 3m de altura e 1,2m de diâmetro, o tempo de detenção deste sistema para a vazão calculada no anterior item será igual a: Capacidade dos poços = 2 x 3,00 x ( x 1,2^2)/4 = 6,79m3; Tempo de detenção = 6,79 / 4,32 = 1,57 dias = 38 horas. c) Dimensionamento da Trincheira Drenante Tendo em vista que todo sistema de drenagem deve manter suas características drenantes por longo tempo, deu-se a devida atenção na escolha adequada dos materiais componentes da trincheira drenante, tanto no que se refere ao elemento filtrante quanto ao aspecto de livre escoamento das águas. Assim sendo, foi definido um dreno subterrâneo composto por uma vala preenchida com material granular (brita 3 + pedra calcárea + carvão mineral), envolto com manta sintética, tendo basicamente a função de captar através de suas paredes o escoamento sub- superficial dos líquidos percolados. O cálculo da área necessária para a trincheira, adotando-se como material de preenchimento da trincheira a brita 3 com Cv = 12,02 cm/seg, foi feito utilizando as equações citadas ora, a seguir: v = Cv * i 0,54 onde: v = velocidade no material granular; i = declividade do dreno. v = 12,02 x 0,010,54 = 1,00 cm/s = 1,00 x 10-2 m/s Sabe-se, pela equação da continuidade da Mecânica dos Fluidos, que: Q = A * v onde: Q = vazão; v = velocidade; A = seção transversal. Daí: A = Q / v = 0,14 x 10-3 / 1,00 x 10-2 = 0,014 m2 A capacidade final da trincheira foi maiorada por 2, visando compensar possíveis reduções de seção transversal devido à problemas de colmatação, daí: A = 2 x 0,014 = 0,028 m2. 0,03m2 Finalmente, as dimensões adotadas para a trincheira drenante são as seguintes: Altura do dreno = 1,00m; Base do dreno = 0,50m. 6.8 Projeto de Desratização A operação para tratamento em ninhos de ratos, principalmente onde há grande quantidade de alimentos como lixo, é um trabalho onde a observação e as condutas disciplinadas, são quesitos para que o tratamento tenha eficácia. Dados importantes deverão ser levados em consideração como: fatores que identificam a atividade do ninho, localização, presença da prole no interior da ninheira, presença da mãe, caminhos e pegadas ao redor, buracos falsos, distância da fonte de alimentação, além de quantificar, e se possível, mapear sua localização. Estas observações são necessárias porque foi previsto o retorno dos aplicadores com uma periodicidade de no máximo 10 dias, para novas vistorias às ninheiras e aplicação de tratamento adequado, através de iscas granuladas e parafinadas, conforme cada situação discutida, avaliada e planejada pela coordenação. Assim sendo, a desratização foi efetivada através de duas atividades básicas distintas, porém inseparáveis ora, a saber: a desratização ativa e a desratização passiva (anti- ratização). A desratização ativa, precedida de uma operação de despulização (combate às pulgas do rato – Xenopsylla Cheops) foi inicializada dois meses antes do início das obras de recuperação, consistindo no emprego de meios e métodos de eliminação específica de roedores. Para que se obtenha um extermínio de todos os roedores, foi necessário que o tratamento obedeça a uma forma de controle assíduo e rotineiro, mantendo em baixíssimos níveis os números de ninheiras por metro quadrado. Os animais possuem em seu instinto natural, forma de defesa extremamente característica da espécie. Ao encontrar um outro roedor morto perto de seu ninho, os ratos sobreviventes não se alimentarão de nada nas proximidades de seu parente morto, procurando outra fonte de alimento, e muitas vezes transferindo a toca, o que dificulta o serviço, exigindo dos técnicos maior perseverança para encontrar novas ninheiras ativas, para trata-las “in loco”, trocando de formulação e o tipo de veneno a ser usado. Os raticidas utilizados foram do tipo isca granulada e isca parafinada (aplicado nas margens do rio Jundiâ) e foram aplicados em dose única, cujo princípio ativo é o brodifacoum. A eficiência do tratamento foi observada em poucos dias nos locais tratados, com resultados surpreendentes, mantendo-se a periodicidade do tratamento. As equipes de campo foram compostas por 1 coordenador que setorizou a área trabalhada e 5 aplicadores, devidamente protegidos, que buscaram as ninheiras e utilizaram as iscas aplicadas. As equipes que participaram das buscas às ninheiras, estavam munidos e protegidos com botas, luvas, mochilas e lanternas, além dos venenos adequados à situação. A desratização passiva, ou anti-ratização, procurou incentivar a mobilização social da população visando a sua participação no combate a roedores. 6.9 Revestimento Vegetal Nas áreas dos platôs e dos taludes do lixão foi previsto, de acordo com finalização das obras de cobertura, o plantio de grama em placas ou por hidrossemeadura, que além do aspecto paisagístico tem ainda a função de contenção da erosão. Também foi previsto o plantio de uma cerca viva de Sansão do Campo, rente à cerca de arame farpado. A criação de áreas verdes, através do plantio de grama, inclusive de diversas espécies palmáceas, arbóreas e arbustivas, proporcionam melhorias no ambiente excessivamente impactado e benefícios para os habitantes de áreas circundantes. A função ecológica deve-se ao fato da presença da vegetação no solo não impermeabilizado e, de uma fauna mais diversificada nessas áreas, promovendo melhorias no clima e na qualidade do ar, água e solo. A função social está intimamente relacionada com a possibilidade de lazer que essas áreas podem oferecer à população. Com relação a este aspecto, deve-se considerar a necessidade de hierarquização, segundo as tipologias e categorias de espaços livres,
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