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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA CRIMINAL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA/PR O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ, por sua Promotora de Justiça abaixo assinada, vem perante Vossa Excelência, com fulcro no art. 581, I, do CP, interpor, tempestivamente, o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO contra a r. decisão prolatada nos Autos de Ação Penal n. 0000380-40.2016.8.16.0196, que rejeitou a denúncia oferecida em desfavor de SILMARA SOLANGE DA SILVA RODRIGUES, pelo crime de tráfico de drogas. Abaixo seguem as razões recursais. Nestes termos, pede o processamento o recurso e, caso Vossa Excelência entenda que deva ser mantida a respeitável decisão, que seja encaminhado ao Egrégio Tribunal de Justiça com as inclusas razões. Curitiba, data. _____/ Promotora de Justiça RAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Autos n.0000380-40.2016.8.16.0196 Recorrente: MINISTÉRIO PÚBLICO Recorrido: SILMARA SOLANGE DA SILVA RODRIGUES EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA COLENDA CÂMARA CRIMINAL PRECLAROS JULGADORES DOUTA PROCURADORIA DE JUSTIÇA I- Relatório: Trata-se de ação penal em que SILMARA SOLANGE DA SILVA RODRIGUES, já qualificada nos autos, foi denunciada perante este r. Juízo sob a acusação de ter incorrido, em tese, no crime descrito no art. 33 da Lei n. 11.343. Após notificação da defesa, houve o oferecimento de defesa preliminar, ocasião em que optou por reservar-se para apreciar o mérito da causa em alegações finais. Conforme despacho liminar, o D. Magistrado rejeitou a denúncia. Irresignado com a decisão, o Ministério Público interpôs o presente recurso, para que seja reformada a decisão, a fim de que a DENÚNCIA seja RECEBIDA em face SILMARA SOLANGE DA SILVA RODRIGUES. É breve o relatório. Segue o arrazoado. II- Do mérito: O D. Magistrado, quando de seu despacho, não recebeu a denúncia ofertada por esta Promotoria de Justiça, com fundamento no art. 395, III, do CPP, por entender não estar preenchido o requisito de justa causa para o exercício da ação penal, aduzindo, nesse sentido, a ausência de prova da materialidade delitiva e indícios de autoria. A justa causa, condição de procedibilidade da ação penal, consubstancia-se no lastro probatório mínimo e firme, qual seja, o juízo de probabilidade e não de certeza. No caso em análise, há prova segura da materialidade e autoria delitiva. Vejamos: Resta evidenciada a materialidade delitiva da prática da mercancia ilícita de entorpecentes, considerando não apenas a apreensão da droga, mas pelas circunstancias, quais sejam: a divisão em pequenas quantidades da droga devidamente embaladas e individualizadas, pronta para a venda. Da mesma forma, a autoria é certa e recai sobre a pessoa da denunciada. SOLANGE foi autuada em flagrante delito, o que, na lição clássica, indica a certeza visual do ato e sua autoria. Sendo assim, restou devidamente demonstrado a existência de lastro probatório mínimo apto para a instauração da presente ação penal. Não é possível, portanto, o acolhimento da tese da recorrida, vez que, embora tenha se declarado viciada, não produziu prova neste sentido. Neste contexto, não se pode pressupor que a quantidade e variedade de drogas apreendidas com a denunciada seriam apenas para seu consumo pessoal. Ademais, em análise ao tipo penal descrito no art. 33 da Lei de Drogas, conclui-se que o legislador não limitou a tipificação ao comércio, vez que incluiu os verbos transportar, guardar, trazer consigo, ocultar. Vê-se que o fato de a autoridade policial não presenciar a mercancia ilícita não permite a exclusão do processo penal em definitivo, isto é, constatou-se a existência de um mínimo embasamento probatório, o qual será analisado em ocasião de instrução processual. Outrossim, quando do juízo de admissibilidade da denúncia, vigora o princípio in dubio pro societate, segundo o qual, caso ocorra dúvida quanto à autoria delitiva, esta deve militar em favor da apuração judicial dos fatos, com o necessário recebimento da denúncia. Assim, conclui-se, que, para o início da ação penal, basta a existência de lastro probatório mínimo. Diante deste cenário, conclui-se que os elementos informativos angariados nos autos, tanto de materialidade, quanto de autoria, são suficientes para que a denúncia seja recebida, em atenção, precipuamente, ao interesse social aplicável a esta etapa processual. Nesta senda, o Ministério Público requer seja reformada a decisão que rejeito a exordial acusatória, a fim de que esta seja recebida, com a consequente instrução e julgamento do feito. III- Pedidos: 1. Diante de tudo o que foi exposto, o Ministério Público requer seja realizado JUÍZO DE RETRATAÇÃO pelo juízo a quo, a fim de que seja RECEBIDA a denúncia oferecida em face de ROBERTO CARLOS CARNEIRO, com o consequente prosseguimento da ação penal; 2. Sucessivamente, caso não seja exercido o juízo de retratação pelo juízo a quo, requer seja o presente recurso encaminhado ao Egrégio Tribunal de Justiça, para que seja CONHECIDO E PROVIDO pelo juízo ad quem com vistas a reformar a decisão ora impugnada, pelos motivos acima expostos, a fim de que seja RECEBIDA a denúncia oferecida em face de SILMARA, com o consequente prosseguimento da ação penal.
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