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Imunodeficiência
Benigno Rocha
Introdução
• Imunodeficiência é a falha do sistema imune em 
proteger contra doença ou malignidade. 
• Existem dois tipos
- Imunodeficiência primária é causada por defeitos no 
desenvolvimento ou genéticos no sistema imune. Esses 
defeitos estão presentes no nascimento mas devem 
aparecer mais tarde na vida. 
- Imunodeficiência secundária ou adquirida é a perda da 
função do sistema imune como resultado da exposição 
a agentes de doenças, fatores ambientais, 
imunosupressão ou envelhecimento.
IMUNODEFICIÊNCIAS SECUNDÁRIAS 
(ADQUIRIDAS)
• Imunodeficiências associadas com infecções
Infecções bacterianas, virais, por 
protozoários, helmínticas e por fungos podem 
levar a deficiências de células B, T, PMN e 
macrófagos. A mais importante entre elas é a 
síndrome de imunodeficiência adquirida 
(SIDA). Imunodeficiências secundárias são 
também encontradas em malignidades.
IMUNODEFICIÊNCIAS SECUNDÁRIAS 
(ADQUIRIDAS)
• Anormalidade imunológicas na SIDA
Todas as imunodeficiências adquiridas estão 
compreendidas através do entendimento da SIDA, que é 
causada pelo Virus da Imunodeficiência Humana (HIV)-1.
• Existem dois tipos principais de HIV: HIV-1 e 2, sendo o 
primeiro a linhagem frequentemente encontrada na 
América. 
• HIV descoberto em 1983, é um retrovirus de RNA que é 
transcrito para DNA pela transcritase reversa (RT) após a 
sua entrada na célula. 
• O DNA é integrado no genoma da célula como um provirus
que é replicado junto com a célula. 
IMUNODEFICIÊNCIAS SECUNDÁRIAS 
(ADQUIRIDAS)
• HIV-1 consiste em uma capa viral constituida de 
uma camada externa lipídica bilaminar da célula 
hospedeira na qual estão incorporadas 
glicoproteínas compostas da gp41 
transmembrana junto com a gp120 associada. 
• A gp120 se liga ao CD4 expressado nas células do 
hospedeiro. 
• O genoma viral consiste de duas moléculas de 
RNA fita simples associadas com duas moléculas 
de RT assim como outras enzimas incluindo uma 
protease e uma integrase.
IMUNODEFICIÊNCIAS SECUNDÁRIAS 
(ADQUIRIDAS)
• Ciclo de replicação
• O virus se liga à molécula de CD4 nas células Th, 
monócitos e células dendríticas através de gp120 do 
HIV. 
• Após a fusão do envoltório do HIV com a membrana do 
hospedeiro, o nucleo capsídio entra na célula. 
• O RT sintetiza o DNA viral que é transportado ao núcleo 
onde se integra com o DNA da célula na forma de um 
provirus. 
• Pode permanecer latente até que a seja ativada
• Virions, consistindo do RNA viral transcrito e proteínas 
são produzidos. 
IMUNODEFICIÊNCIAS SECUNDÁRIAS 
(ADQUIRIDAS)
• Alterações Imunológicas
O virus se replica rapidamente e dentro de 
duas semanas o paciente desenvolve febre. 
• O carga viral no sangue aumenta 
significantemente a atinge um pico em dois 
meses
IMUNODEFICIÊNCIAS SECUNDÁRIAS 
(ADQUIRIDAS)
• Alterações Imunológicas
Ocorre um repentino declínio devido ao fato de o 
virus latente ser encontrado em centros germinativos 
dos nódulos linfáticos.
• CTL se desenvolve muito precocemente enquanto 
que anticorpos podem ser detectados em 3-8 
semanas. A morte de CTL de células Th em 4-8 
semanas leva a um decréscimo em células T CD4+ . 
Quando a contagem de célula T CD4+ decresce para 
menos de 200 por mm cúbico a SIDA se desenvolve 
com força total.
IMUNODEFICIÊNCIAS SECUNDÁRIAS 
(ADQUIRIDAS)
• Imunoterapia
Existem algumas barreiras contra o desenvolvimento 
de uma vacina anti-HIV eficiente.
• Vacinas atenuadas podem induzir a doença
• Células T CD4+ podem ser destruídas pela vacina
• Variação antigênica do HIV
• Baixa imunogenicidade do virus pela regulação 
negativa de moléculas de MHC
• Falta de modelos animais
• Falta de testes in vitro
IMUNODEFICIÊNCIAS SECUNDÁRIAS 
(ADQUIRIDAS)
• Imunoterapia
Os seguintes reagentes têm sido considerados no 
desenvolvimento de vacinas
• Imunização com mutantes portadores de deleções 
para reduzir a patogenicidade
• Vacinação com proteínas recombinantes
• Genes codificando proteínas introduzidos em virus
vetores podem ser usados para vacinação
• Quimiocinas que competem pelos co-receptores
• IL-2 para intensificar células Th.
Imunodeficiências associadas com o 
envelhecimento
• Estas incluem um decréscimo progressivo no 
córtex tímico, hipo-celularidade e redução no 
tamanho do timo, um decréscimo nas funções 
celulares e portanto um aumento na auto-
reatividade, uma diminuição nas funções das 
células CD4. Contrariamente as funções das 
células B podem estar um pouco elevadas.
Imunodeficiências associadas com 
malignidades e outras doenças
• Deficiências de células B têm sido notadas no mieloma
múltiplo, macroglobulinemia de 
Waldenstrom, leucemia linfocítica crônicae em 
linfomas bem diferenciados. 
• Doença de Hodgkin tumores sólidos avançados são 
associados com células T com funções bloqueadas
• Outras condições nas quais imunodeficiências 
secundárias ocorrem são anemia por células 
ciclêmicas, diabetes melitus, má nutrição calórica de 
proteínas, queimaduras, cirrose alcoólica, artrite 
reumatóide, disfunção renal, etc.
IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS
• Imunodeficiências primárias são defeitos 
herdados do sistema imune.
• Esses defeitos podem ser nos mecanismos 
específicos ou não específicos imunes. 
• Eles se classificam com base no local da lesão 
nas vias do desenvolvimento ou de 
diferenciação do sistema imune.
IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS
SISTEMA IMUNE ESPECÍFICO
• Existe uma variedade de imunodeficiências que 
resultam de defeitos na diferenciação de células 
tronco e envolvem células T, células B e/ou 
imunoglobulinas de diferentes classes e 
subclasses.
• Um defeito no início da hematopoiese que 
envolve células tronco resulta em disgenesia
reticular que leva a defeitos imunes gerais e 
subsequente susceptibilidade a infecções. Esta 
condição é frequentemente fatal mas muito rara.
SISTEMA IMUNE ESPECÍFICO
• Imunodeficiência da linhagem linfóide
• Se as células linfóides progenitoras são defeituosas, 
então as linhagens de células T e B são afetadas e 
resultam em imunodeficiência combinada severa 
(IDCS).
• Em cerca de 50% dos pacientes de IDCS, a 
imunodeficiência é ligada ao X enquanto que na outra 
metade a deficiência é autossômica. Ambas se 
caracterizam por uma ausência de imunidade por 
células T e B e ausência.
• O diagnóstico é baseado na enumeração de células T e 
B e medida da imunoglobulina. 
SISTEMA IMUNE ESPECÍFICO
• Desordens das células T
• Síndrome de DiGeorge (Síndroma da deleção 
do 22)
Esta é a mais claramente definida 
imunodeficiência de células T e é também 
conhecida como aplasia tímica congênita, 
ouimunodeficiência com hipoparatireoidismo. 
SISTEMA IMUNE ESPECÍFICO
• Deficiências de células T com graus variados 
de deficiência de células BAtaxia-
telangiectasia
• Ataxia-telangiectasia é uma deficiência de 
células T associada com uma ausência de 
coordenação de movimentos (ataxia) e 
dilatação de pequenos vasos sanguíneos da 
área da face (telangiectasia). Células T e suas 
funções estão reduzidas em vários graus
SISTEMA IMUNE ESPECÍFICO
• Síndrome de Wiskott-Aldrich
Esta síndrome está associada com números 
normais de células T com função reduzida, que 
piora progressivamente. 
• Deficiência de MHC (Síndrome do linfócito 
desnudo)
Uma variedade de classes de imunodeficiências 
têm sido descritas nas quais ocorre um defeito no 
gene para a proteína trans-ativadora (CIITA) da 
molécula de MHC classe II, que leva à ausência da 
molécula de MHC classe II na sua APC. 
SISTEMA IMUNE ESPECÍFICO
• Desordens de linfócitos B
• Há uma variedade de doenças nas quais os 
números de células T e funções são normais: 
númerosde células B podem ser baixos ou 
normais mas os níveis de imunoglobulinas são 
baixos. 
SISTEMA IMUNE ESPECÍFICO
• Hipogamaglobulinemia infantil ligada ao X
Também referida como hipoglobulinemia de 
Bruton ou agamaglobulinemia, é a 
hipogamaglobulinemia mais severa, na qual os 
números de células B e todos os níveis de 
imunoglobulinas é muito baixo. 
SISTEMA IMUNE ESPECÍFICO
• Hipogamaglobulinemia transitória
Crianças ao nascimento têm níveis de IgG
comparáveis com o da mãe. Devido à vida 
média da IgG ser de cerca de 30 dias, esse 
nível cai gradualmente, mas aos três meses de 
idade as crianças normais começam a 
sintetizar suas próprias IgG. Em algumas 
crianças, entretanto, a síntese de IgG pode 
não começar antes dos 2 ou 3 anos de idade. 
SISTEMA IMUNE ESPECÍFICO
• Hipogamaglobulinemia variável comum 
(hipogamaglobulinemia de inicício tardio)
Esses indivíduos têm deficiências adquiridas 
de IgG e IgA na 2ª e 3ª década de suas vidas e 
são susceptíveis a uma variedade de bactérias 
piogênicas e protozoários intestinais. 
SISTEMA IMUNE ESPECÍFICO
• Deficiência de IgA
Deficiência de IgA é a mais comum de todas as 
imunodeficiências 
• Cerca de 20% dos indivíduos com deficiência 
de IgA também têm baixo IgG. Pacientes 
deficientes em IgA são muito susceptíveis a 
infecções gastrointestinais, dos olhos e 
nasofaringeanas. 
SISTEMA IMUNE ESPECÍFICO
• Deficiência IgG seletiva
Esses pacientes são susceptíveis a infecções 
piogênicas.
• Imunodeficiência hiper-IgM
Indivíduos com este tipo de imuinodeficiência
têm baixas concentrações de IgA e IgG com 
níveis anormalmente elevados de IgM. 
SISTEMA IMUNE ESPECÍFICO
• SISTEMA IMUNE NÃO ESPECÍFICO
• Imunodeficiências primárias do sistema imune 
não específico incluem defeitos nas células 
fagocíticas e células NK
• Defeitos no sistema fagocitário
• Neutropenia cíclica
Esta é marcada por baixos números de 
neutrófilos circulantes aproximadamente a 
cada três semanas. 
SISTEMA IMUNE ESPECÍFICO
• SISTEMA IMUNE NÃO ESPECÍFICO
• Doença granulomatosa crônica (DGC)
DGC é caracterizada pela marcante linfo-adenoparia, 
hepato esplenomegalia e drenagem crônica de nódulos 
linfáticos
• Deficiência de adesão leucocitária
• Síndrome de Chediak-Higashi
A síndrome de Chediak-Higashi é marcada pela morte 
intracelular reduzida (taxas mais baixas) e movimento 
quimiotáctico acompanhado de inabilidade do 
fagossomo e fusão lisossômica e deficiência de 
proteína cinase
SISTEMA IMUNE ESPECÍFICO
• DESORDENS DO SISTEMA DO COMPLEMENTO
• Anormalidades do complemento também 
levam à susceptibilidade aumentada a 
infecções. Existem deficiências genéticas para 
vários componentes do sistema do 
complemento, que levam ao aumento de 
infecções. A mais séria entre elas é a 
deficiência de C3, que surge da baixa síntese 
de C3 ou deficiência no fator I ou fator H.

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