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05 Renda e Receita Administração e Economia Empresarial 201601

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5. Renda e Receita Página 83 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.1 Detalhando o Modelo 
 
A receita recebida pelas Unidades Produtivas (igual ao valor de compra das 
famílias) é distribuída como remuneração dos fatores de produção, isto é: 
 
 Parte é usada para pagar insumos adquiridos de outras empresas 
 Parte é usada para pagar os funcionários 
 Parte é usada para pagar os proprietários do capital que a empresa usa 
(credores e proprietários da fábrica, das máquinas, do terreno) sob a 
forma de juros sobre empréstimos, 
 Parte sob a forma de lucro é usada para pagar os empreendedores 
 Parte é guardada ou gasta como investimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mercado de Fatores - local onde ocorre um processo de compra de fatores 
de produção pelas empresas em troca de remuneração (salários, aluguéis, 
juros, etc.). É onde se mede o Custo da Produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Renda e Receita 
 
5 
 
Unidades 
Produtivas 
Pessoas 
Remuneração 
dos fatores 
Demanda 
Despesas 
Oferta 
Receita 
Mercado de 
Produtos 
Demanda Oferta 
Mercado de Fatores 
Renda (fichinhas) 
Fatores de 
Produção 
Trabalho e 
Capital 
5. Renda e Receita Página 84 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.2 Noção de Renda 
 
Renda é o valor agregado das remunerações dos fatores de produção, 
representando o valor monetário da produção. 
 
Conforme se incluam ou não as depreciações, tem-se: 
 Renda Nacional Bruta, que é igual ao PIB a custo de fatores (PIBCF) 
 Renda Nacional Líquida (simplesmente chamada de Renda Nacional) 
que é igual ao Produto interno líquido a custo de fatores (PILCF). 
 
5.3 A Demanda Intermediária 
 
Nem toda a produção das unidades produtivas é destinada ao mercado. 
Uma parcela irá servir de insumo para outras unidades produtivas 
gerarem seus produtos. 
 
Existe uma demanda intermediária (antes do produto chegar ao mercado 
para atender a Demanda Final) que ocorre entre unidades produtivas. 
 
Assim, durante o processo de produção, as empresas consomem parte dos 
produtos gerados no processo, de modo que o que chega ao mercado 
(Demanda Final) é quantitativamente menor do que o total produzido de 
fato. 
 
Se chamarmos de 
 X = produção total 
 Y = oferta de produtos (que é igual a renda), 
 tem-se que: X > Y  X - Y foi usada como insumo nas unidades produtivas 
 houve um investimento (ex-post) de parte da renda Y (obtida ex-ante) 
na compra desses insumos  houve poupança. 
 
A diferença X - Y constitui a Demanda Intermediária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, sem melhorar a tecnologia, para se crescer a produção (crescer Y, 
crescer o PIB) é necessário que haja um crescimento da poupança, de 
modo que se tenha mais recursos para realizar investimentos (compras de 
insumos). 
 
Se a poupança for inferior às necessidades de manutenção ou crescimento 
da produção (PIB), pode-se realizar empréstimos externos, aumentando o 
endividamento da economia. 
 
A 
X 
Y 
X - Y 
Oferta Demanda 
compras interempresas 
(ex-post) 
X - Y 
Unidades Produtivas 
Pessoas (Proprietários) 
Poupança (ex-ante) 
5. Renda e Receita Página 85 
5.4 Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF). 
 
Direcionamento do investimento: 
 parte deve ser destinada à compras interempresas, 
 parte deve ser destinada à reposição (devido à depreciação das 
máquinas, equipamentos, etc.), não contribuindo para o 
crescimento do PIB, 
 parte é investida em pesquisa de novas tecnologias e 
produtos(que pode resultar ou não em aumento de produção). 
Esse montante recebe o nome de Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF) 
(que deve ser igual à poupança das famílias). 
 
Assim, a FBKF deve ser destinada ao menos à: 
 Compras interempresas 
 Depreciação 
 Pesquisa de novas tecnologias e produtos 
 
5.5 A Demanda Final 
 
Considerando o modelo, para as famílias e unidades produtivas, ter-se-ia: 
 
Total de compras das famílias (consumidores) = Receita total das 
empresas = Salários + Rendimentos do capital + compras interempresas 
 
Assim, as compras são de dois tipos: 
 Realizadas pelas famílias, consumidoras do produto final 
 Realizadas por empresas que usam os produtos de outras empresas 
como insumos para fabricar seus próprios produtos. 
 
Demanda Total - compras interempresas = Demanda Final 
 
Isto é, na Demanda Final cai toda à produção menos a consumida na 
Demanda Intermediária. Mas, Receitas totais menos compras de outras 
empresas é igual ao valor adicionado das empresas à economia: 
 
Demanda Final = Valor Adicionado = Salários + Rendimentos de Capital. 
 
Portanto: Os gastos das famílias são iguais ao valor adicionado pelas 
empresas, que por sua vez são iguais à renda das famílias, que possuem 
capital e a mão de obras usados nas empresas. 
 
5.6 A Igualdade Renda - Produto 
 
A soma da Renda obtida pelos trabalhadores (salários) com a Renda obtida 
pelo capital (lucros e juros, retornados dos investimentos, e frutos da 
poupança), chega ao mercado como a Demanda Final das famílias. É 
evidente que ela deve ser igual ao valor adicionado pelas empresas, que, 
por sinal, é o próprio valor do PIB total. Assim, para as unidades 
produtivas é evidente a igualdade entre Renda e Produto. 
 
 As unidades produtivas não ficam com nada. Pagam renda (salários, 
aluguéis, lucros, juros, etc.) aos donos dos fatores de produção 
(pessoas) e jogam produtos no mercado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observação: 
Formação Bruta de Capital Fixo 
(FBKF) = investimento privado + 
investimento público 
 
De outra parte: 
Poupança total (para financiar os 
investimentos) = poupança privada + 
poupança do governo (em conta 
corrente) + poupança externa (= 
déficit em transações correntes). 
 
Investimento total = FBKF + variação 
de estoques 
 
A poupança necessária para financiar 
este investimento vem de: poupança 
líquida do setor privado + 
depreciação + saldo do governo em 
conta corrente + saldo da balança 
em transações correntes 
 
5. Renda e Receita Página 86 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O fluxo real de bens e serviços é inseparável do fluxo monetário 
representado pela renda, pois este último é o medidor do primeiro. 
 
 A demanda (que ocorre no mercado) seria sempre igual a oferta se 
não existissem escapamentos (exportações, poupança, impostos, 
depreciação, etc.). E iria reproduzir (no mercado) a identidade: Renda 
= Produção, que ocorre nas unidades produtivas 
 
 Se o volume das fichinhas que chega ao mercado aumentar sem o 
correspondente aumento no volume de produtos gerados no processo, 
então, cada produto irá demandar mais fichinhas para ser comprado, 
isto é, os produtos irão sofrer um aumento de preços (inflação) e as 
fichinhas irão se desvalorizar. 
 
 Quando não se consegue comprar toda a produção com a renda (por 
causa dos escapamentos descontrolados), a economia entra em 
recessão. Assim: 
 
Muita renda e poucos produtos  Aquecimento, expansão  Inflação 
Pouca renda e muitos produtos  Desaquecimento, recessão  Deflação 
 
 A estabilizaçãode uma economia é o equilíbrio entre oferta e a 
demanda, que ocorre no mercado. 
 
5.7 Comentários sobre Riqueza, Receita e Despesa 
 
Conforme foi visto, denomina-se valor adicionado em determinada etapa 
de produção à diferença entre o valor bruto da produção e os consumos 
intermediários nessa etapa. Assim, o produto nacional pode ser 
concebido como a "soma dos valores adicionados, em determinado 
período de tempo, em todas as etapas dos processos de produção do país". 
 
A origem dos valores adicionados provém dos pagamentos das empresas a 
indivíduos sob a forma de salários, juros, aluguéis, lucros distribuídos e 
mais os lucros retidos e depreciações (valores adicionados brutos). 
 
 O Aumento de riqueza ou investimento ou formação de capital - surge 
na medida em que as mercadorias produzidas não são consumidas, 
ficando assim disponíveis para consumo ou para uso na produção de 
outros bens e serviços para consumo futuro. 
 Receita - representa um acréscimo sobre os recursos desfrutados por 
um grupo. 
 Despesa - representa uma redução sobre os recursos desfrutados por 
um grupo. 
 
5.8 Economia autônoma com escapamentos 
 
Numa economia bastante simples, como a economia autônoma e fechada, 
ocorrem escapamentos quando: 
 Parte da produção das empresas não é vendida no mercado, e sim 
retida pelas mesmas. É o caso da fabricação de equipamentos para 
indústrias (que aumentam a produção), estoques de matérias-primas, 
trabalhos em execução, estoque de produtos acabados, produtos que 
não conseguiram ser vendidos no mercado, etc. 
5. Renda e Receita Página 87 
 Parte da renda das pessoas não é gasta na aquisição de produtos no 
mercado, e sim guardada no cofre. 
 
A parcela da produção retida nas empresas significa que naquele 
momento algum dono de um fator de produção (normalmente o 
empresário) deixou de receber integralmente a sua renda devida 
(naturalmente trocando por título não monetários, ação, que também é 
renda, para recebê-la mais tarde). O valor desta parcela dá-se o nome de 
investimento bruto (se for deduzida a depreciação chama-se investimento 
líquido), e corresponde a uma acumulação de riqueza. 
 
A parcela da renda das pessoas não gasta nos bens de consumo, i.e., 
guardada no cofre, dá-se o nome de poupança. Corresponde a um 
exercício de parcimônia. Assim, quando qualquer mercadoria ou serviço 
produzido não for imediatamente consumido, é porque alguém evitou o 
este consumo, i.e., poupou. Assim: 
 
(A) Poupança – é a parcela da renda não consumida, representando 
um ato de abstenção de consumo. Depende basicamente de três fatores: 
 Desejo de poupar (/querer/) 
 Capacidade de poupar (/poder/) 
 Oportunidade de poupar (/saber/) 
(B) Investimento - é a aplicação da renda com o objetivo de aumentar 
o estoque de riqueza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um país tem uma produção nacional, que pode ser feita com pleno 
emprego (todos os fatores de produção são usados; não há ociosidade), ou 
com algum emprego. Essa produção nacional é: 
 
 Comprada pelas pessoas (consumo) 
 Comprada pelas empresas (investimentos físicos) 
 Comprada pelo resto do mundo (exportações) 
 Comprada pelo governo (gastos do setor público) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidades 
Produtivas 
Pessoas 
Remuneração 
dos fatores 
Demanda 
Despesas 
Oferta 
Produtos 
Mercado de 
Produtos 
Demanda Oferta 
Mercado de Fatores 
Renda (fichinhas) 
Fatores de 
Produção 
Trabalho e 
Capital 
Poupança 
Investimentos 
 
Aplicações 
Abstenções 
5. Renda e Receita Página 88 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A soma dos gastos desses quatro agentes tem que ser igual ao total da 
produção nacional. 
 
A sociedade humana é um sistema dinâmico interligado onde todos têm 
que querer algo para que outros possam fazê-lo. Quando esta vontade 
desaparece, ou é reduzida, o sistema entra em colapso e se instala um 
processo de recessão/depressão. 
 
5.9 A Interdependência entre os Setores 
 
O produto gerado por um determinado setor da economia, muitas vezes é 
necessário como insumo em muitos outros setores e possivelmente 
também como insumo para si próprio. Portanto, o nível "correto" de 
produção de um setor depende das necessidades de insumo de todos os 
"n" setores além de ter que atender a demanda final dos consumidores. 
 
Em função dessa interdependência nas relações intersetoriais, qualquer 
conjunto de níveis "corretos" de produção dos "n" setores precisa ser 
consistente com as necessidades de insumos da economia de modo que 
não surjam outros pontos de estrangulamento em nenhum lugar. 
 
Assim, quando a produção de um setor é alterada, esta mudança afeta 
também muitos outros setores. Esta interdependência é perdida quando se 
mede apenas os fluxos de produtos para o mercado. 
 
As mudanças em uma parte da economia se propaga em toda a economia. 
Tudo está interrelacionado. Não existe isolamento. 
 
Assim, a decomposição setorial da economia se justifica devido à 
necessidade de se medir a interdependência entre os setores, isto é, medir 
a parcela da produção de um setor destinada a ser usada como insumo por 
outros setores. 
 
Como convencionou-se só computar no PIB o valor dos bens e serviços 
finais produzidos durante o período, i.e., bens e serviços que não foram 
destruídos para a fabricação de outros bens, então o consumo 
intermediário não pode ser considerado no PIB. 
 
Em matemática, um objeto que captura e modela as interrelações são as 
matrizes. Assim, uma maneira da modelagem das relações de 
interdependência de uma economia são as matrizes de duplo ingresso, em 
que: 
 
 As linhas (na horizontal) - mostram o quanto de produto de um 
determinado setor está sendo fornecido para os demais setores da 
economia (aqui o setor age como um produtor). 
 As colunas (na vertical) - mostram o quanto de insumo um 
determinado setor consome dos demais setores para gerar seus 
produtos (setor como consumidor). 
 A diagonal - mostra o consumo próprio dos setores por eles próprios 
 
 
5. Renda e Receita Página 89 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.10 Hipóteses 
 
Para simplificar a modelagem do sistema macroeconômico as seguintes 
hipóteses são adotadas: 
 
a) Cada setor produz apenas uma mercadoria homogênea de valor xij; 
b) Cada setor usa uma razão fixa de insumos para a produção: 
c) A produção em todos os setores está sujeita a rendimentos constantes 
de escala, de modo que, se todos os insumos variam na mesma proporção 
k, o produto varia exatamente nessa proporção, i.e., a função de 
produção é linear e sem termo independente: X = k x 
 
Dessas hipóteses é fácil ver que para a produção de uma unidade 
monetária da j-ésima mercadoria, os insumos necessários da i-ésima 
mercadoria são, necessariamente, uma quantidade fixa k = aij. 
 
5.11 O Modelo de Leontief 
 
Considere: Produção Bruta = Demanda Intermediária + Demanda Final 
 
Define-se: 
xij = fornecimento do setor i para o setor j (demanda intermediária) 
Yi = fornecimento do setor i para o mercado (demanda final) 
Xi = valor bruto da produção do setor i 
 
Então, para um determinado setor i da economia tem-se:: 
Xi = xi1 + xi2 + .... + xi2 + Yi 
Considerando-se todos os setores da economia, e chamando de M a matriz 
com a demanda intermediária, então: 
 
Dividindo cada um dos fornecimentos intermediários da matriz M pelo 
valor bruto da produção correspondente dos setores obteremos a matriz 
de coeficientes técnicos de insumo-produto, ou matriz das relaçõestécnicas de produção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xi1 xi2 xi3 .... .... xin 
x1j 
x2j 
x3j 
....
xij..
.. 
xnj 
Fornecimento do setor-i 
Insumos do setor-j 
x1j 
x2j 
x3j 
....
xij..
.. 
xnj 
Xj = 
nnnn
n
n
xxx
xxx
xxx
M
...
............
...
...
21
22221
11211

5. Renda e Receita Página 90 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os coeficientes aij da matriz "A": 
 São denominados de coeficientes técnico de produção 
 São relativamente constantes a curto prazo. 
 Se alteram quando se modificam as relações de fornecimento e 
aquisição entre os setores de produção (como por exemplo, ocorre 
quando nova tecnologia é empregada) 
 Evoluem a médio e longo prazos. 
 Traduzem os avanços na tecnologia empregada na geração do produto 
 
Na matriz A pode-se notar que as alternativas para crescimento da 
produção são: 
 Manter a técnica aij (o processo, proporções de insumos) e aumentar a 
quantidade dos insumos xi. 
 Manter os insumos xi e mudar a técnica aij 
 Aumentar os insumos xi e mudar a técnica aij 
 
Assim, a Demanda intermediária, que representa os fornecimentos e 
aquisições de cada setor em relação a si próprio e aos demais, é modelada 
na matriz "A" de coeficientes técnicos de insumo-produto, ou matriz de 
Leontief. 
 
Esta matriz indica as proporções da origem e do destino dos insumos e 
produtos da economia, isto é, a matriz "A" mostra toda a estrutura de 
demanda intermediária, indicando os graus de dependência de cada 
indústria em relação às demais. 
 
5.12 Determinação do Valor Bruto da Produção 
 
Conhecendo-se os coeficientes técnicos da estrutura de produção da 
economia e os valores da demanda final que se deseja alcançar, pode-se 
calcular o valor bruto da produção de cada setor, bem como os requisitos 
intersetoriais de fornecimento: 
 
Relembrando que a Produção Bruta = Demanda Intermediária + Demanda 
Final, tem-se: 
 
 
nnnn
n
n
aaa
aaa
aaa
A
...
............
...
...
21
22221
11211

j
ij
ij
X
x
a 
Percentual da produção Xi destinada ao setor j 
nnnnnn
n
n
n Y
Y
Y
X
X
X
aaa
aaa
aaa
X
X
X
......
...
............
...
...
...
2
1
2
1
21
22221
11211
2
1

5. Renda e Receita Página 91 
Isto é: X = A  X + Y  X – A  X = Y 
Logo: [I - A]  X = Y 
Pré-multiplicando ambos os lados por [I - A]-1 
[I - A]-1  [I - A]  X = [I - A]-1  Y 
Mas [I - A]-1  [I - A] = I 
 
Logo: (equação de Leontief) 
 
Assim: 
 Dada a demanda final Y pode-se determinar qual deve ser o nível da 
produção bruta X da economia 
 Fixando-se uma determinada taxa de crescimento do PIB, pode-se 
determinar os crescimentos necessários de cada setor para que não 
ocorram gargalos ou pontos de estrangulamento nos fornecimentos 
intersetoriais 
 
5.13 A igualdade "ex-post": Poupança e Investimento 
 
Considerando que a parte dos lucros que permaneçam nas unidades 
produtivas (denominado investimento) estarão automaticamente 
poupados pelos seus donos (pessoas), tem-se: 
 Poupança = Investimento 
ou seja: S  I 
 
5.14 A Matriz de Relações Intersetoriais do Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Onde: 
1 = AGROPECUARIA 6 = ELEM.QUIMICO 11 = TRNSPORTES E 
COMUNICAÇÕES 
2 = IND. EXTRATIVA 7 = METÁL / N. METÁL 12 = OUTROS SERVIÇOS 
3 = CIMENTO 8 = OUTRAS 
INDÚSTRIAS 
 13 = CONSTRUÇÃO 
CIVIL 
4 = MAT.NAO FERR 9 = ENERGIA ELETRICA 14 = MAT.ELETRICO 
5 = CELULOSE / PAPEL 10 = COMERCIO 
 
5.15 Equilíbrio da economia autônoma com escapamentos 
 
Conforme foi mostrado, a renda Y recebida pelas pessoas das unidades 
produtivas pode ser dedicada a dois objetivos: 
 Gasta em compras de mercadorias e serviços (C) 
 Poupada (S) 
Assim é evidente que: Y = C + S , mas considerando que S = I, então: 
Y C I  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
X = [I - A]-1  Y 
Observação: 
(i) A igualdade é dita "ex-post" 
porque se relaciona a um quadro 
de transações já efetuadas. No 
caso, as estatísticas utilizadas se 
referem às rendas já realizadas e 
às despesas também já 
realizadas, enquanto que as 
rendas e a despesas planejadas 
ou esperadas estão estimadas na 
poupança e no investimento. 
Correspondem portanto a 
expectativas. Pensa-se não no 
que já aconteceu, mas no que irá 
acontecer (ex-post). 
(ii) Por convenção utilizam-se as 
letras: 
S (de Savings) - para a variável 
poupança, 
I (de Investments)-para a variável 
investimento. 
 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 
1 0,1118 0,0028 0,000135 0,000312 0,01591 0,006358 0,01241 0,1161 0,000546 0,002305 0,000137 0,000213 0,000451 0,000037 
2 0,0 0,078 0,05505 0,01874 0,002983 0,03871 0,02309 0,005485 0,004684 0,000009 0,000057 0,0 0,005928 0,000831 
3 0,0 0,0 0,2302 0,0 0,0 0,0 0,007045 0,000017 0,0 0,0 0,0 0,0 0,02903 0,0 
4 0,0 0,000198 0,0 0,2834 0,000723 0,001309 0,01957 0,005269 0,0 0,000079 0,0 0,000035 0,004942 0,07278 
5 0,0 0,0 0,003652 0,002342 0,2311 0,0 0,000543 0,01057 0,0 0,000961 0,0 0,000789 0,0 0,001726 
6 0,0 0,003578 0,000947 0,02303 0,02413 0,1253 0,00554 0,005588 0,0 0,000121 0,000034 0,000091 0,001233 0,001652 
7 0,0 0,009942 0,01055 0,06902 0,00235 0,01365 0,2889 0,03943 0,0 0,004638 0,003921 0,000091 0,2174 0,08813 
8 0,1299 0,1499 0,1488 0,0623 0,1479 0,1881 0,08732 0,283 0,03579 0,06849 0,2239 0,01824 0,1307 0,09437 
9 0,00073 0,01921 0,02719 0,02233 0,02459 0,04918 0,01229 0,005887 0,09573 0,01027 0,002353 0,004887 0,000884 0,004864 
10 0,03381 0,03089 0,04098 0,09408 0,05803 0,05273 0,07141 0,06343 0,01 0,04063 0,07791 0,009804 0,1386 0,06621 
11 0,001468 0,005116 0,006763 0,007651 0,005062 0,01515 0,006669 0,01055 0,001774 0,00203 0,01101 0,005337 0,004666 0,004517 
12 0,01865 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,007036 0,007774 0,020960 0,003084 0,0 
13 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 
14 0,0 0,0 0,0 0,000156 0,0 0,000561 0,000832 0,006764 0,02342 0,001325 0,01265 0,000678 0,02278 0,1154 
 
5. Renda e Receita Página 92 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.16 Estimação da Taxa de Crescimento do PIB pela 
Poupança - Modelo Harrod Dagmar 
 
A poupança (investimento) é avaliada através da estatística FBKF 
(Formação Bruta de Capital Fixo). 
 
A estimativa da taxa de crescimento do PIB, no modelo Harrod Dagmar, 
pode ser determinada diretamente, a partir da FBKF, pela expressão: 
TPIB
FBKF
FCP

 5%
 
onde: 
FBKF = Formação Bruta de Capital Fixo em % do PIB (é o nível de poupança 
do país). 
FCP = Fator Capital-Produto, estima o número médio de anos para 
retorno de um investimento, depende da infraestrutura construída (o 
número de anos para retorno da educação é 25, i.e., uma geração). 
 
No Brasil o valor de FBKF é cerca de 18% (naépoca do Geisel chegou a 
23%, e no governo Collor caiu para 14%, no Japão este valor é de 30%) 
No Brasil o valor de FCP é de aproximadamente 3,5 anos (nos EUA é 2.0 
anos). 
Assim, 
TPIB 


18% 5%
3 5
3 71
,
,
 
5.17 As contas de uma economia autônoma com 
escapamentos 
 
Em termos de forma, as contas dessa economia têm a apresentação 
seguinte: 
(A) Forma matricial 
A cifra correspondente a investimento representa o acréscimo de riqueza 
resultante do excesso do valor da produção (isto é, além da quantia gasta 
no consumo). Esta cifra é colocada em coluna e linha independente com o 
nome de capital, pois tal excedente representa o valor de acréscimo ao 
equipamento fixo (dito capital fixo), estoques, trabalho em andamento e 
produtos acabados. 
 
 Despesas 
unid. Prod. 
Despesas 
das pessoas 
Despesas 
de capital 
Total 
Receitas das unid. 
produtivas 
--- C I C + I 
Renda das pessoas Y --- --- Y 
Renda de capital --- S --- S 
Total Y C + S I 
 
Considerando que S = I e Y = C + I então: 
 Despesas 
unid. Prod. 
Despesas 
das pessoas 
Despesas 
de capital 
Total 
Receitas das unid. 
produtivas 
--- C I Y 
Renda das pessoas Y --- --- Y 
Renda de capital --- I --- I 
Total Y Y I 
 
5. Renda e Receita Página 93 
(B) Forma contábil 
 
Corresponde à forma utilizada no método de contabilidade em partidas 
dobradas, que nesta situação exige uma conta adicional para registrar as 
transações de "capital". 
 
O fluxo de valor para as unidades produtivas, que denomina-se 
investimento, é registrado como uma receita, e a dívida para com as 
pessoas é registrada como um pagamento, i.e, despesa: 
 
Conta Produção (unidades produtivas) 
Receitas Despesas 
Vendas para as 
pessoas 
C Compra dos serviços Y 
Investimento bruto I de fatores das pessoas 
 C + I Y 
 
Conta Consumo (pessoas) 
Receitas Despesas 
Vendas dos serviços 
de fatores para as 
 
Y 
Compra das mercadorias 
das unidades produtivas 
 
C 
unidades produtivas Poupança S 
 Y C + S 
 
Conta Capital (Excedente) 
Receitas Despesas 
Poupança das pessoas S Investimento bruto 
das unidades produtivas 
I 
 S I 
 
5.18 Investimentos 
 
Sabemos que muita coisa irá mudar e ocorrer dentro de um certo tempo, 
mas nesse meio tempo não sabemos se estaremos vivos. 
 
Uma pessoa não investe em algo cujo o benefício seja superior à sua 
expectativa de vida (por exemplo empreendimentos com maturidade de 
100 anos), exceto se beneficiar a sua descendência (o que requer um 
princípio religioso) 
 
O capitalista privado não investe em empreendimentos com prazos 
superiores à sua expectativa de vida (25 anos). Todos seguem o princípio: 
“Prefiro comer um bife hoje do que amanhã” (amanhã não sei se poderei 
come-lo). 
 
Além da maturidade (25 anos), para prazos superiores a 35 anos, é 
necessário a intervenção dos governos para que certos empreendimentos 
ocorram. Os governos têm por obrigação a realização de investimentos em 
empreendimentos com prazos superiores a 35 anos. 
 
Para prazos entre 25 anos e 35 anos entram os Fundos de Pensão. Assim, 
o quadro geral é: 
 
 
 
 
5. Renda e Receita Página 94 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prazos Investidores Típicos 
Até 25 anos Capitalistas 
Entre 25 e 35 anos Fundos de Pensão 
Acima de 35 anos Governo 
 
5.19 Investimento Médio Para se gerar um Posto de 
Trabalho 
 
Setor US$ 
Químico 220.000,00 
Metalúrgico 145.000,00 
Pecuária 100.000,00 
Bens de Capital 98.000,00 
Automobilístico 91.000,00 
Indústria Geral 83.000,00 
Telecomunicações 78.000,00 
Turismo 66.000,00 
Bens de Consumo 44.000,00 
Agricultura 37.000,00 
Fruticultura Irrigada 6.000,00 
 Fonte: O Globo, 26/09/99, pag.36 
 
5.20 Exercícios Propostos 
 
5.20.1 A produtividade do trabalho é calculada dividindo-se o PIB pela 
quantidade de pessoas ocupadas (PEA) ou pelo total de horas 
trabalhadas, isto é: Pd  PIB / PEA 
(A) Dado que em um ano houve crescimento do PIB de 4% em relação ao 
ano anterior, e sabendo-se que nesse mesmo período a PEA cresceu 4%, 
houve crescimento da produtividade? 
(B) Se o PIB em relação ao ano anterior não cresceu (nem decresceu) e, se 
a PEA reduziu 5%, devido ao desemprego (ou mesmo a redução da 
população), houve crescimento da produtividade? 
 
5.20.2 Existe uma demanda intermediária ocorrendo entre unidades 
produtivas, 
PORQUE 
Durante a produção, as empresas consomem parte dos produtos gerados 
no processo, de modo que o que chega ao mercado (Demanda Final) é 
quantitativamente inferior ao total produzido. 
 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
(A) As duas asserções são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa da 
primeira. 
(B) As duas asserções são verdadeiras, mas a segunda não é uma 
justificativa da primeira. 
(C) A primeira asserção é verdadeira, e a segunda é falsa. 
(D) A primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira. 
(E) As duas asserções são proposições falsas. 
5. Renda e Receita Página 95 
5.20.3 Considerando a Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF), as empresas 
destinam parte do seu investimento para: 
I. Comprar insumos de outras empresas 
II. Repor máquinas, equipamentos, etc. (devido à depreciação), 
III. Pesquisar novas tecnologias e produtos 
IV. Pagar os empreendedores 
É incorreto apenas o que se afirma em 
(A) I e II. 
(B) II e IV. 
(C) I, II e III. 
(D) IV. 
(E) I, III e IV. 
 
5.20.4 Sabendo-se que a FBKF de um ano influencia o crescimento do PIB 
no ano seguinte, segundo o modelo de Harrod Dagmar, se em 2004 a FBKF 
(Formação Bruta de Capital Fixo) no Brasil foi de 16,9%, que valor você 
estima para o PIB de 2005? (usar para retorno de um investimento o fator 
FCP de aproximadamente 3,5 anos) 
 
 
5.21 Para saber mais 
[1] WONNACOTT, Paul; WONNACOTT, Ronald. Introdução à Economia. São 
Paulo: Editora McGraw-Hill do Brasil, 1994. 
[2] MOCHÓN, Francisco. Princípios da Economia. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2007. 
[3] MANKIW, N. Gregory. Introdução À Economia. São Paulo: Cengage 
Learning, 2014. 
[4] IBGE: http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/lista_tema.aspx?op=1&no=1 
(acessado em 02/09/2014) 
[5] SEI - Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia 
http://www.sei.ba.gov.br/index.php?option=com_content&id=135&Itemid
=218 (acessado em 02/09/2014) 
[6] CEIC Data Euromoney Institutional Investor http://www.ceicdata.com/ 
(acessado em 02/09/2014) 
[7] Folha de São Paulo - Como é gasto o dinheiro dos impostos - 
http://www1.folha.uol.com.br/infograficos/2013/09/31619-como-e-gasto-
o-dinheiro-dos-impostos.shtml 
[8] Folha de São Paulo - como acompanhar a elaboração e a execução do 
Orçamento - 
http://dinheiropublico.blogfolha.uol.com.br/2013/10/14/saiba-como-
acompanhar-a-elaboracao-e-a-execucao-do-orcamento/ 
[9] Folha de São Paulo - Como acompanhar o orçamento do governo 
http://www1.folha.uol.com.br/infograficos/2013/10/78527-como-
acompanhar-o-orcamento-do-governo.shtml

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