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5. Renda e Receita Página 83 5.1 Detalhando o Modelo A receita recebida pelas Unidades Produtivas (igual ao valor de compra das famílias) é distribuída como remuneração dos fatores de produção, isto é: Parte é usada para pagar insumos adquiridos de outras empresas Parte é usada para pagar os funcionários Parte é usada para pagar os proprietários do capital que a empresa usa (credores e proprietários da fábrica, das máquinas, do terreno) sob a forma de juros sobre empréstimos, Parte sob a forma de lucro é usada para pagar os empreendedores Parte é guardada ou gasta como investimento Mercado de Fatores - local onde ocorre um processo de compra de fatores de produção pelas empresas em troca de remuneração (salários, aluguéis, juros, etc.). É onde se mede o Custo da Produção. Renda e Receita 5 Unidades Produtivas Pessoas Remuneração dos fatores Demanda Despesas Oferta Receita Mercado de Produtos Demanda Oferta Mercado de Fatores Renda (fichinhas) Fatores de Produção Trabalho e Capital 5. Renda e Receita Página 84 5.2 Noção de Renda Renda é o valor agregado das remunerações dos fatores de produção, representando o valor monetário da produção. Conforme se incluam ou não as depreciações, tem-se: Renda Nacional Bruta, que é igual ao PIB a custo de fatores (PIBCF) Renda Nacional Líquida (simplesmente chamada de Renda Nacional) que é igual ao Produto interno líquido a custo de fatores (PILCF). 5.3 A Demanda Intermediária Nem toda a produção das unidades produtivas é destinada ao mercado. Uma parcela irá servir de insumo para outras unidades produtivas gerarem seus produtos. Existe uma demanda intermediária (antes do produto chegar ao mercado para atender a Demanda Final) que ocorre entre unidades produtivas. Assim, durante o processo de produção, as empresas consomem parte dos produtos gerados no processo, de modo que o que chega ao mercado (Demanda Final) é quantitativamente menor do que o total produzido de fato. Se chamarmos de X = produção total Y = oferta de produtos (que é igual a renda), tem-se que: X > Y X - Y foi usada como insumo nas unidades produtivas houve um investimento (ex-post) de parte da renda Y (obtida ex-ante) na compra desses insumos houve poupança. A diferença X - Y constitui a Demanda Intermediária. Assim, sem melhorar a tecnologia, para se crescer a produção (crescer Y, crescer o PIB) é necessário que haja um crescimento da poupança, de modo que se tenha mais recursos para realizar investimentos (compras de insumos). Se a poupança for inferior às necessidades de manutenção ou crescimento da produção (PIB), pode-se realizar empréstimos externos, aumentando o endividamento da economia. A X Y X - Y Oferta Demanda compras interempresas (ex-post) X - Y Unidades Produtivas Pessoas (Proprietários) Poupança (ex-ante) 5. Renda e Receita Página 85 5.4 Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF). Direcionamento do investimento: parte deve ser destinada à compras interempresas, parte deve ser destinada à reposição (devido à depreciação das máquinas, equipamentos, etc.), não contribuindo para o crescimento do PIB, parte é investida em pesquisa de novas tecnologias e produtos(que pode resultar ou não em aumento de produção). Esse montante recebe o nome de Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF) (que deve ser igual à poupança das famílias). Assim, a FBKF deve ser destinada ao menos à: Compras interempresas Depreciação Pesquisa de novas tecnologias e produtos 5.5 A Demanda Final Considerando o modelo, para as famílias e unidades produtivas, ter-se-ia: Total de compras das famílias (consumidores) = Receita total das empresas = Salários + Rendimentos do capital + compras interempresas Assim, as compras são de dois tipos: Realizadas pelas famílias, consumidoras do produto final Realizadas por empresas que usam os produtos de outras empresas como insumos para fabricar seus próprios produtos. Demanda Total - compras interempresas = Demanda Final Isto é, na Demanda Final cai toda à produção menos a consumida na Demanda Intermediária. Mas, Receitas totais menos compras de outras empresas é igual ao valor adicionado das empresas à economia: Demanda Final = Valor Adicionado = Salários + Rendimentos de Capital. Portanto: Os gastos das famílias são iguais ao valor adicionado pelas empresas, que por sua vez são iguais à renda das famílias, que possuem capital e a mão de obras usados nas empresas. 5.6 A Igualdade Renda - Produto A soma da Renda obtida pelos trabalhadores (salários) com a Renda obtida pelo capital (lucros e juros, retornados dos investimentos, e frutos da poupança), chega ao mercado como a Demanda Final das famílias. É evidente que ela deve ser igual ao valor adicionado pelas empresas, que, por sinal, é o próprio valor do PIB total. Assim, para as unidades produtivas é evidente a igualdade entre Renda e Produto. As unidades produtivas não ficam com nada. Pagam renda (salários, aluguéis, lucros, juros, etc.) aos donos dos fatores de produção (pessoas) e jogam produtos no mercado. Observação: Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF) = investimento privado + investimento público De outra parte: Poupança total (para financiar os investimentos) = poupança privada + poupança do governo (em conta corrente) + poupança externa (= déficit em transações correntes). Investimento total = FBKF + variação de estoques A poupança necessária para financiar este investimento vem de: poupança líquida do setor privado + depreciação + saldo do governo em conta corrente + saldo da balança em transações correntes 5. Renda e Receita Página 86 O fluxo real de bens e serviços é inseparável do fluxo monetário representado pela renda, pois este último é o medidor do primeiro. A demanda (que ocorre no mercado) seria sempre igual a oferta se não existissem escapamentos (exportações, poupança, impostos, depreciação, etc.). E iria reproduzir (no mercado) a identidade: Renda = Produção, que ocorre nas unidades produtivas Se o volume das fichinhas que chega ao mercado aumentar sem o correspondente aumento no volume de produtos gerados no processo, então, cada produto irá demandar mais fichinhas para ser comprado, isto é, os produtos irão sofrer um aumento de preços (inflação) e as fichinhas irão se desvalorizar. Quando não se consegue comprar toda a produção com a renda (por causa dos escapamentos descontrolados), a economia entra em recessão. Assim: Muita renda e poucos produtos Aquecimento, expansão Inflação Pouca renda e muitos produtos Desaquecimento, recessão Deflação A estabilizaçãode uma economia é o equilíbrio entre oferta e a demanda, que ocorre no mercado. 5.7 Comentários sobre Riqueza, Receita e Despesa Conforme foi visto, denomina-se valor adicionado em determinada etapa de produção à diferença entre o valor bruto da produção e os consumos intermediários nessa etapa. Assim, o produto nacional pode ser concebido como a "soma dos valores adicionados, em determinado período de tempo, em todas as etapas dos processos de produção do país". A origem dos valores adicionados provém dos pagamentos das empresas a indivíduos sob a forma de salários, juros, aluguéis, lucros distribuídos e mais os lucros retidos e depreciações (valores adicionados brutos). O Aumento de riqueza ou investimento ou formação de capital - surge na medida em que as mercadorias produzidas não são consumidas, ficando assim disponíveis para consumo ou para uso na produção de outros bens e serviços para consumo futuro. Receita - representa um acréscimo sobre os recursos desfrutados por um grupo. Despesa - representa uma redução sobre os recursos desfrutados por um grupo. 5.8 Economia autônoma com escapamentos Numa economia bastante simples, como a economia autônoma e fechada, ocorrem escapamentos quando: Parte da produção das empresas não é vendida no mercado, e sim retida pelas mesmas. É o caso da fabricação de equipamentos para indústrias (que aumentam a produção), estoques de matérias-primas, trabalhos em execução, estoque de produtos acabados, produtos que não conseguiram ser vendidos no mercado, etc. 5. Renda e Receita Página 87 Parte da renda das pessoas não é gasta na aquisição de produtos no mercado, e sim guardada no cofre. A parcela da produção retida nas empresas significa que naquele momento algum dono de um fator de produção (normalmente o empresário) deixou de receber integralmente a sua renda devida (naturalmente trocando por título não monetários, ação, que também é renda, para recebê-la mais tarde). O valor desta parcela dá-se o nome de investimento bruto (se for deduzida a depreciação chama-se investimento líquido), e corresponde a uma acumulação de riqueza. A parcela da renda das pessoas não gasta nos bens de consumo, i.e., guardada no cofre, dá-se o nome de poupança. Corresponde a um exercício de parcimônia. Assim, quando qualquer mercadoria ou serviço produzido não for imediatamente consumido, é porque alguém evitou o este consumo, i.e., poupou. Assim: (A) Poupança – é a parcela da renda não consumida, representando um ato de abstenção de consumo. Depende basicamente de três fatores: Desejo de poupar (/querer/) Capacidade de poupar (/poder/) Oportunidade de poupar (/saber/) (B) Investimento - é a aplicação da renda com o objetivo de aumentar o estoque de riqueza. Um país tem uma produção nacional, que pode ser feita com pleno emprego (todos os fatores de produção são usados; não há ociosidade), ou com algum emprego. Essa produção nacional é: Comprada pelas pessoas (consumo) Comprada pelas empresas (investimentos físicos) Comprada pelo resto do mundo (exportações) Comprada pelo governo (gastos do setor público) Unidades Produtivas Pessoas Remuneração dos fatores Demanda Despesas Oferta Produtos Mercado de Produtos Demanda Oferta Mercado de Fatores Renda (fichinhas) Fatores de Produção Trabalho e Capital Poupança Investimentos Aplicações Abstenções 5. Renda e Receita Página 88 A soma dos gastos desses quatro agentes tem que ser igual ao total da produção nacional. A sociedade humana é um sistema dinâmico interligado onde todos têm que querer algo para que outros possam fazê-lo. Quando esta vontade desaparece, ou é reduzida, o sistema entra em colapso e se instala um processo de recessão/depressão. 5.9 A Interdependência entre os Setores O produto gerado por um determinado setor da economia, muitas vezes é necessário como insumo em muitos outros setores e possivelmente também como insumo para si próprio. Portanto, o nível "correto" de produção de um setor depende das necessidades de insumo de todos os "n" setores além de ter que atender a demanda final dos consumidores. Em função dessa interdependência nas relações intersetoriais, qualquer conjunto de níveis "corretos" de produção dos "n" setores precisa ser consistente com as necessidades de insumos da economia de modo que não surjam outros pontos de estrangulamento em nenhum lugar. Assim, quando a produção de um setor é alterada, esta mudança afeta também muitos outros setores. Esta interdependência é perdida quando se mede apenas os fluxos de produtos para o mercado. As mudanças em uma parte da economia se propaga em toda a economia. Tudo está interrelacionado. Não existe isolamento. Assim, a decomposição setorial da economia se justifica devido à necessidade de se medir a interdependência entre os setores, isto é, medir a parcela da produção de um setor destinada a ser usada como insumo por outros setores. Como convencionou-se só computar no PIB o valor dos bens e serviços finais produzidos durante o período, i.e., bens e serviços que não foram destruídos para a fabricação de outros bens, então o consumo intermediário não pode ser considerado no PIB. Em matemática, um objeto que captura e modela as interrelações são as matrizes. Assim, uma maneira da modelagem das relações de interdependência de uma economia são as matrizes de duplo ingresso, em que: As linhas (na horizontal) - mostram o quanto de produto de um determinado setor está sendo fornecido para os demais setores da economia (aqui o setor age como um produtor). As colunas (na vertical) - mostram o quanto de insumo um determinado setor consome dos demais setores para gerar seus produtos (setor como consumidor). A diagonal - mostra o consumo próprio dos setores por eles próprios 5. Renda e Receita Página 89 5.10 Hipóteses Para simplificar a modelagem do sistema macroeconômico as seguintes hipóteses são adotadas: a) Cada setor produz apenas uma mercadoria homogênea de valor xij; b) Cada setor usa uma razão fixa de insumos para a produção: c) A produção em todos os setores está sujeita a rendimentos constantes de escala, de modo que, se todos os insumos variam na mesma proporção k, o produto varia exatamente nessa proporção, i.e., a função de produção é linear e sem termo independente: X = k x Dessas hipóteses é fácil ver que para a produção de uma unidade monetária da j-ésima mercadoria, os insumos necessários da i-ésima mercadoria são, necessariamente, uma quantidade fixa k = aij. 5.11 O Modelo de Leontief Considere: Produção Bruta = Demanda Intermediária + Demanda Final Define-se: xij = fornecimento do setor i para o setor j (demanda intermediária) Yi = fornecimento do setor i para o mercado (demanda final) Xi = valor bruto da produção do setor i Então, para um determinado setor i da economia tem-se:: Xi = xi1 + xi2 + .... + xi2 + Yi Considerando-se todos os setores da economia, e chamando de M a matriz com a demanda intermediária, então: Dividindo cada um dos fornecimentos intermediários da matriz M pelo valor bruto da produção correspondente dos setores obteremos a matriz de coeficientes técnicos de insumo-produto, ou matriz das relaçõestécnicas de produção xi1 xi2 xi3 .... .... xin x1j x2j x3j .... xij.. .. xnj Fornecimento do setor-i Insumos do setor-j x1j x2j x3j .... xij.. .. xnj Xj = nnnn n n xxx xxx xxx M ... ............ ... ... 21 22221 11211 5. Renda e Receita Página 90 Os coeficientes aij da matriz "A": São denominados de coeficientes técnico de produção São relativamente constantes a curto prazo. Se alteram quando se modificam as relações de fornecimento e aquisição entre os setores de produção (como por exemplo, ocorre quando nova tecnologia é empregada) Evoluem a médio e longo prazos. Traduzem os avanços na tecnologia empregada na geração do produto Na matriz A pode-se notar que as alternativas para crescimento da produção são: Manter a técnica aij (o processo, proporções de insumos) e aumentar a quantidade dos insumos xi. Manter os insumos xi e mudar a técnica aij Aumentar os insumos xi e mudar a técnica aij Assim, a Demanda intermediária, que representa os fornecimentos e aquisições de cada setor em relação a si próprio e aos demais, é modelada na matriz "A" de coeficientes técnicos de insumo-produto, ou matriz de Leontief. Esta matriz indica as proporções da origem e do destino dos insumos e produtos da economia, isto é, a matriz "A" mostra toda a estrutura de demanda intermediária, indicando os graus de dependência de cada indústria em relação às demais. 5.12 Determinação do Valor Bruto da Produção Conhecendo-se os coeficientes técnicos da estrutura de produção da economia e os valores da demanda final que se deseja alcançar, pode-se calcular o valor bruto da produção de cada setor, bem como os requisitos intersetoriais de fornecimento: Relembrando que a Produção Bruta = Demanda Intermediária + Demanda Final, tem-se: nnnn n n aaa aaa aaa A ... ............ ... ... 21 22221 11211 j ij ij X x a Percentual da produção Xi destinada ao setor j nnnnnn n n n Y Y Y X X X aaa aaa aaa X X X ...... ... ............ ... ... ... 2 1 2 1 21 22221 11211 2 1 5. Renda e Receita Página 91 Isto é: X = A X + Y X – A X = Y Logo: [I - A] X = Y Pré-multiplicando ambos os lados por [I - A]-1 [I - A]-1 [I - A] X = [I - A]-1 Y Mas [I - A]-1 [I - A] = I Logo: (equação de Leontief) Assim: Dada a demanda final Y pode-se determinar qual deve ser o nível da produção bruta X da economia Fixando-se uma determinada taxa de crescimento do PIB, pode-se determinar os crescimentos necessários de cada setor para que não ocorram gargalos ou pontos de estrangulamento nos fornecimentos intersetoriais 5.13 A igualdade "ex-post": Poupança e Investimento Considerando que a parte dos lucros que permaneçam nas unidades produtivas (denominado investimento) estarão automaticamente poupados pelos seus donos (pessoas), tem-se: Poupança = Investimento ou seja: S I 5.14 A Matriz de Relações Intersetoriais do Brasil Onde: 1 = AGROPECUARIA 6 = ELEM.QUIMICO 11 = TRNSPORTES E COMUNICAÇÕES 2 = IND. EXTRATIVA 7 = METÁL / N. METÁL 12 = OUTROS SERVIÇOS 3 = CIMENTO 8 = OUTRAS INDÚSTRIAS 13 = CONSTRUÇÃO CIVIL 4 = MAT.NAO FERR 9 = ENERGIA ELETRICA 14 = MAT.ELETRICO 5 = CELULOSE / PAPEL 10 = COMERCIO 5.15 Equilíbrio da economia autônoma com escapamentos Conforme foi mostrado, a renda Y recebida pelas pessoas das unidades produtivas pode ser dedicada a dois objetivos: Gasta em compras de mercadorias e serviços (C) Poupada (S) Assim é evidente que: Y = C + S , mas considerando que S = I, então: Y C I X = [I - A]-1 Y Observação: (i) A igualdade é dita "ex-post" porque se relaciona a um quadro de transações já efetuadas. No caso, as estatísticas utilizadas se referem às rendas já realizadas e às despesas também já realizadas, enquanto que as rendas e a despesas planejadas ou esperadas estão estimadas na poupança e no investimento. Correspondem portanto a expectativas. Pensa-se não no que já aconteceu, mas no que irá acontecer (ex-post). (ii) Por convenção utilizam-se as letras: S (de Savings) - para a variável poupança, I (de Investments)-para a variável investimento. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 1 0,1118 0,0028 0,000135 0,000312 0,01591 0,006358 0,01241 0,1161 0,000546 0,002305 0,000137 0,000213 0,000451 0,000037 2 0,0 0,078 0,05505 0,01874 0,002983 0,03871 0,02309 0,005485 0,004684 0,000009 0,000057 0,0 0,005928 0,000831 3 0,0 0,0 0,2302 0,0 0,0 0,0 0,007045 0,000017 0,0 0,0 0,0 0,0 0,02903 0,0 4 0,0 0,000198 0,0 0,2834 0,000723 0,001309 0,01957 0,005269 0,0 0,000079 0,0 0,000035 0,004942 0,07278 5 0,0 0,0 0,003652 0,002342 0,2311 0,0 0,000543 0,01057 0,0 0,000961 0,0 0,000789 0,0 0,001726 6 0,0 0,003578 0,000947 0,02303 0,02413 0,1253 0,00554 0,005588 0,0 0,000121 0,000034 0,000091 0,001233 0,001652 7 0,0 0,009942 0,01055 0,06902 0,00235 0,01365 0,2889 0,03943 0,0 0,004638 0,003921 0,000091 0,2174 0,08813 8 0,1299 0,1499 0,1488 0,0623 0,1479 0,1881 0,08732 0,283 0,03579 0,06849 0,2239 0,01824 0,1307 0,09437 9 0,00073 0,01921 0,02719 0,02233 0,02459 0,04918 0,01229 0,005887 0,09573 0,01027 0,002353 0,004887 0,000884 0,004864 10 0,03381 0,03089 0,04098 0,09408 0,05803 0,05273 0,07141 0,06343 0,01 0,04063 0,07791 0,009804 0,1386 0,06621 11 0,001468 0,005116 0,006763 0,007651 0,005062 0,01515 0,006669 0,01055 0,001774 0,00203 0,01101 0,005337 0,004666 0,004517 12 0,01865 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,007036 0,007774 0,020960 0,003084 0,0 13 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 14 0,0 0,0 0,0 0,000156 0,0 0,000561 0,000832 0,006764 0,02342 0,001325 0,01265 0,000678 0,02278 0,1154 5. Renda e Receita Página 92 . 5.16 Estimação da Taxa de Crescimento do PIB pela Poupança - Modelo Harrod Dagmar A poupança (investimento) é avaliada através da estatística FBKF (Formação Bruta de Capital Fixo). A estimativa da taxa de crescimento do PIB, no modelo Harrod Dagmar, pode ser determinada diretamente, a partir da FBKF, pela expressão: TPIB FBKF FCP 5% onde: FBKF = Formação Bruta de Capital Fixo em % do PIB (é o nível de poupança do país). FCP = Fator Capital-Produto, estima o número médio de anos para retorno de um investimento, depende da infraestrutura construída (o número de anos para retorno da educação é 25, i.e., uma geração). No Brasil o valor de FBKF é cerca de 18% (naépoca do Geisel chegou a 23%, e no governo Collor caiu para 14%, no Japão este valor é de 30%) No Brasil o valor de FCP é de aproximadamente 3,5 anos (nos EUA é 2.0 anos). Assim, TPIB 18% 5% 3 5 3 71 , , 5.17 As contas de uma economia autônoma com escapamentos Em termos de forma, as contas dessa economia têm a apresentação seguinte: (A) Forma matricial A cifra correspondente a investimento representa o acréscimo de riqueza resultante do excesso do valor da produção (isto é, além da quantia gasta no consumo). Esta cifra é colocada em coluna e linha independente com o nome de capital, pois tal excedente representa o valor de acréscimo ao equipamento fixo (dito capital fixo), estoques, trabalho em andamento e produtos acabados. Despesas unid. Prod. Despesas das pessoas Despesas de capital Total Receitas das unid. produtivas --- C I C + I Renda das pessoas Y --- --- Y Renda de capital --- S --- S Total Y C + S I Considerando que S = I e Y = C + I então: Despesas unid. Prod. Despesas das pessoas Despesas de capital Total Receitas das unid. produtivas --- C I Y Renda das pessoas Y --- --- Y Renda de capital --- I --- I Total Y Y I 5. Renda e Receita Página 93 (B) Forma contábil Corresponde à forma utilizada no método de contabilidade em partidas dobradas, que nesta situação exige uma conta adicional para registrar as transações de "capital". O fluxo de valor para as unidades produtivas, que denomina-se investimento, é registrado como uma receita, e a dívida para com as pessoas é registrada como um pagamento, i.e, despesa: Conta Produção (unidades produtivas) Receitas Despesas Vendas para as pessoas C Compra dos serviços Y Investimento bruto I de fatores das pessoas C + I Y Conta Consumo (pessoas) Receitas Despesas Vendas dos serviços de fatores para as Y Compra das mercadorias das unidades produtivas C unidades produtivas Poupança S Y C + S Conta Capital (Excedente) Receitas Despesas Poupança das pessoas S Investimento bruto das unidades produtivas I S I 5.18 Investimentos Sabemos que muita coisa irá mudar e ocorrer dentro de um certo tempo, mas nesse meio tempo não sabemos se estaremos vivos. Uma pessoa não investe em algo cujo o benefício seja superior à sua expectativa de vida (por exemplo empreendimentos com maturidade de 100 anos), exceto se beneficiar a sua descendência (o que requer um princípio religioso) O capitalista privado não investe em empreendimentos com prazos superiores à sua expectativa de vida (25 anos). Todos seguem o princípio: “Prefiro comer um bife hoje do que amanhã” (amanhã não sei se poderei come-lo). Além da maturidade (25 anos), para prazos superiores a 35 anos, é necessário a intervenção dos governos para que certos empreendimentos ocorram. Os governos têm por obrigação a realização de investimentos em empreendimentos com prazos superiores a 35 anos. Para prazos entre 25 anos e 35 anos entram os Fundos de Pensão. Assim, o quadro geral é: 5. Renda e Receita Página 94 Prazos Investidores Típicos Até 25 anos Capitalistas Entre 25 e 35 anos Fundos de Pensão Acima de 35 anos Governo 5.19 Investimento Médio Para se gerar um Posto de Trabalho Setor US$ Químico 220.000,00 Metalúrgico 145.000,00 Pecuária 100.000,00 Bens de Capital 98.000,00 Automobilístico 91.000,00 Indústria Geral 83.000,00 Telecomunicações 78.000,00 Turismo 66.000,00 Bens de Consumo 44.000,00 Agricultura 37.000,00 Fruticultura Irrigada 6.000,00 Fonte: O Globo, 26/09/99, pag.36 5.20 Exercícios Propostos 5.20.1 A produtividade do trabalho é calculada dividindo-se o PIB pela quantidade de pessoas ocupadas (PEA) ou pelo total de horas trabalhadas, isto é: Pd PIB / PEA (A) Dado que em um ano houve crescimento do PIB de 4% em relação ao ano anterior, e sabendo-se que nesse mesmo período a PEA cresceu 4%, houve crescimento da produtividade? (B) Se o PIB em relação ao ano anterior não cresceu (nem decresceu) e, se a PEA reduziu 5%, devido ao desemprego (ou mesmo a redução da população), houve crescimento da produtividade? 5.20.2 Existe uma demanda intermediária ocorrendo entre unidades produtivas, PORQUE Durante a produção, as empresas consomem parte dos produtos gerados no processo, de modo que o que chega ao mercado (Demanda Final) é quantitativamente inferior ao total produzido. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. (A) As duas asserções são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa da primeira. (B) As duas asserções são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa da primeira. (C) A primeira asserção é verdadeira, e a segunda é falsa. (D) A primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira. (E) As duas asserções são proposições falsas. 5. Renda e Receita Página 95 5.20.3 Considerando a Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF), as empresas destinam parte do seu investimento para: I. Comprar insumos de outras empresas II. Repor máquinas, equipamentos, etc. (devido à depreciação), III. Pesquisar novas tecnologias e produtos IV. Pagar os empreendedores É incorreto apenas o que se afirma em (A) I e II. (B) II e IV. (C) I, II e III. (D) IV. (E) I, III e IV. 5.20.4 Sabendo-se que a FBKF de um ano influencia o crescimento do PIB no ano seguinte, segundo o modelo de Harrod Dagmar, se em 2004 a FBKF (Formação Bruta de Capital Fixo) no Brasil foi de 16,9%, que valor você estima para o PIB de 2005? (usar para retorno de um investimento o fator FCP de aproximadamente 3,5 anos) 5.21 Para saber mais [1] WONNACOTT, Paul; WONNACOTT, Ronald. Introdução à Economia. São Paulo: Editora McGraw-Hill do Brasil, 1994. [2] MOCHÓN, Francisco. Princípios da Economia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. [3] MANKIW, N. Gregory. Introdução À Economia. São Paulo: Cengage Learning, 2014. [4] IBGE: http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/lista_tema.aspx?op=1&no=1 (acessado em 02/09/2014) [5] SEI - Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia http://www.sei.ba.gov.br/index.php?option=com_content&id=135&Itemid =218 (acessado em 02/09/2014) [6] CEIC Data Euromoney Institutional Investor http://www.ceicdata.com/ (acessado em 02/09/2014) [7] Folha de São Paulo - Como é gasto o dinheiro dos impostos - http://www1.folha.uol.com.br/infograficos/2013/09/31619-como-e-gasto- o-dinheiro-dos-impostos.shtml [8] Folha de São Paulo - como acompanhar a elaboração e a execução do Orçamento - http://dinheiropublico.blogfolha.uol.com.br/2013/10/14/saiba-como- acompanhar-a-elaboracao-e-a-execucao-do-orcamento/ [9] Folha de São Paulo - Como acompanhar o orçamento do governo http://www1.folha.uol.com.br/infograficos/2013/10/78527-como- acompanhar-o-orcamento-do-governo.shtml
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