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RESUMO AV3 IED

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RESUMO AV3 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
PROFESSORA: MONICA CAVALIERI 2017.2
A Lei de Introdução às Normas do Direito brasileiro (LINDB)
O Direito brasileiro adotou um critério de especificação em lei de um conjunto de parâmetros de interpretação e aplicação do direito, a ser seguido em todo o ordenamento jurídico, ressalvados aqueles casos em que a legislação específica de cada área do direito apresentar regras próprias de aplicação de suas normas. 
Princípio da obrigatoriedade e da continuidade das leis:
De acordo com a teoria do ordenamento jurídico, o Estado detém o monopólio da criação e da aplicação do direito. Diante disto, apenas o Estado pode criar o Direito, por meio das fontes oficialmente reconhecidas e apenas os tribunais com autoridade estatal podem dar solução aos conflitos de interesse. 
Regra do Art. 3º da LINDB: “Ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece”; é base do princípio da obrigatoriedade da lei. As regras em vigor em nosso ordenamento jurídico são públicas, presumidamente válidas e obrigatórias para todos, não sendo admissível o descumprimento de uma regra com base em suposto desconhecimento de seu conteúdo. O princípio da segurança jurídica cria uma presunção absoluta de conhecimento da lei, que não pode ser elidida (eliminada) sob qualquer fundamento, salvo aqueles previstos em lei, no caso de incapacidade jurídica.
Artigo 2º da LINDB: Continuidade da lei, nos seguintes termos: “Não se destinando a vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue”. Não havendo formalmente revogação nos casos de desuso ou leis anacrônicas(em desacordo com usos e costumes da época). 
Vigência e conhecimentos da lei: 
No direito brasileiro, a vigência de uma lei ocorre com a sua publicação em órgão oficial de imprensa ou similar, sendo que o Art 1º da LINDB dispõe literalmente que “salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada”
Tal dispositivo apresenta uma imprecisão técnica, pois ele trata como vigência o que se refere a eficácia da lei nova. Tal norma é concernente (que tem relação) a denominada vacatio legis (tempo entre a publicação da lei e sua eficácia), uma franquia temporal, dentro da qual a lei revogada ainda preserva os seus efeitos, afim de que a sociedade possa adequar suas relações jurídicas às mudanças trazidas pela lei nova e para conhecer o novo texto e adotar oportunamente ações compatíveis com a mudança legislativa. O prazo padrão é de 45 dias, salvo se a própria legislação nova dispuser sobre prazo diverso ou mesmo quando não for prevista a vacatio legis (esta lei entrará em vigor na data de sua publicação), tornando a legislação imediatamente eficaz. 
Vigência: quando a lei é publicada – entre a publicação e a revogação 
Vigor e eficácia é quando ela pode produzir efeitos 
Existem leis que não tem vigência e ainda tem eficácia (somente no direito penal)
Fontes do Direito
Conceito: 
A expressão fontes do Direito indica as formas pela qual o Direito surge e se manifesta. 
A classificação das fontes: Fontes materiais, fontes históricas e fontes formais.
Fontes Materiais: 
São os fatos sociais, as próprias forças sociais criadoras do Direito; constituem os valores sociais que informam o conteúdo das normas jurídicas. As fontes materiais não são o Direito pronto, mas para sua formação contribuem sob forma de fatos sociais econômicos, políticos, religiosos e morais. 
As fontes materiais subdividem-se em: Fontes materiais diretas ou imediatas:
São aquelas fontes que criam diretamente as normas jurídicas, representadas pelos órgãos legiferantes (refere-se ao ato de legiferar – legislar. Consiste no poder de elaborar leis. Tem função legiferante o órgão competente para criar leis):
O Poder Legislativo: Quando elabora e faz entrar em vigor as leis. 
O Poder Judiciário: Quando elabora jurisprudência ou quando excepcionalmente legisla.
A própria sociedade: Quando consagra determinados costumes (que não sejam contrários à lei) 
O Poder Executivo: Quando excepcionalmente elabora as leis.
Os Doutrinadores: Quando desenvolvem trabalhos, elaboram doutrinas utilizadas pelo aplicador da lei. 
Fontes Materiais Indiretas ou Mediatas: 
São fatos ou fenômenos sociais que ocorrem em determinada sociedade trazendo como consequência o nascimento de novos valores que serão protegidos pela Norma Jurídica.
EX: A comoção social provocada pelo assassinato da atriz Daniela Perez resultou a na criação da Lei dos Crimes Hediondos. 
Fontes Históricas:
São os documentos jurídicos e coleções coletivas do passado que continuam a influir nas legislações do presente.
EX: Fontes históricas do Direito brasileiro: Direito Romano, Direito Canônico, Ordenações Filipinas, Manoelinas, Filipinas, Lei Áurea etc.
Fontes Formais: 
Leis, costumes, doutrina e jurisprudência.
O Positivismo jurídico defende que o Estado é a única fonte do Direito. As forças sociais e os fatos sociais seriam somente causa material, a matéria-prima da elaboração do Direito, ficando sempre a cargo do próprio Estado como causa eficiente. 
A lei seria a causa formal, a forma de manifestação do Direito. Sendo assim, as fontes formais seriam as artérias pelas quais correm e se manifestam as fontes materiais (as leis são os caminhos pelos quais se manifestam forças e fatos sociais). 
As fontes materiais são o conjunto de fatos sociais que contribuem para a formação do conteúdo do direito, os valores que o Direito procura realizar.
As fontes formais são os fatos que dão a uma regra o caráter de Direito Positivo e obrigatório, das fontes materiais, representadas pelos elementos que concorrem para a formação do conteúdo ou matéria ou da norma jurídica. EX: Legislação, costume, jurisprudência e doutrina.

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