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VYGOTSKY E O JOGO DAS CORES PROIBIDAS. Beatriz da Silva Amaral C674JC-4 Debora Oliveira C7646D-6 Polyana Damascena de Souza C556IB-6 Shalomim Fusa Yamaguchi C64JAB-0 Yasmin Barbosa de Freitas C393HB-2 Campus Limeira - São Paulo 2016 UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA Instituto de Ciências Humanas Curso de Psicologia VYGOTSKY E O JOGO DAS CORES PROIBIDAS. Beatriz da Silva Amaral C674JC-4 Debora Oliveira C7646D-6 Polyana Damascena de Souza C556IB-6 Shalomim Fusa Yamaguchi C64JAB-0 Yasmin Barbosa de Freitas C393HB-2 Relatório de pesquisa apresentado para a disciplina Psicologia Sócio- Interacionista do 4° sem. do curso de Psicologia, campus Limeira, sob a orientação da Professora Liliane Neves. Campus Limeira - São Paulo 2016 SUMÁRIO INTRODUÇÃO O presente trabalho foi realizado para a disciplina de Psicologia Sócio Interacionista, tendo como objetivo a apresentação dos resultados através das pesquisas realizadas com crianças representando o Jogo das Cores Proibidas. Essa pesquisa foi criada por Vygotsky, com o objetivo de identificar a história do processo de desenvolvimento através do método experimental. Vygotsky preocupa-se em estudar em profundidade o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, que envolvem o controle do comportamento e que se caracterizam pela sua intencionalidade e liberdade em relação ao aqui e ao agora. No tratamento que dá ao tema da memória, Vygotsky (1978) refere-se aos trabalhos de seus colaboradores a respeito das funções da fala na reorganização da percepção e na criação de novas relações entre as funções psicológicas. Vygotsky refere-se a esses experimentos, bem como a outros realizados por ele mesmo e alguns de seus alunos, como base para as importantes hipóteses teóricas explicativas das relações entre memória e pensamento. Desse modo, nesse trabalho, iremos investigar a utilização de signos como mediadores auxiliares. 8 METODOLOGIA Sujeitos O estudo foi realizado com cinco crianças do sexo feminino, sendo três crianças com idade de quatro anos e duas com nove anos, sendo que a aplicação foi realizada de forma individual e em única sessão. Procedimentos Foi disponibilizado pela professora um roteiro de perguntas organizado em três fases, cada uma com dezoito questões referentes às cores. Cada fase possui duas regras básicas: somente duas das oito cores serão proibidas e essas duas cores não podem ser pronunciadas pela criança; e também não se devem repetir as cores já respondidas. O jogo das cores proibidas foi feito com oito cartões nas cores: azul, amarelo, verde, vermelho, alaranjado, marrom, branco e preto. Cada integrante do grupo utilizou diferentes objetos familiares pertencentes ao universo da criança para representar as cores mencionadas, e para anotações dos comportamentos e respostas das crianças foi utilizadas canetas e folhas de papel. Antes de realizar o procedimento com a criança, a experimentadora instruiu a criança sobre que ela teria que responder algumas questões relativas às cores e que somente ganharia o jogo se não cometesse os erros. Objetivo O objetivo do jogo foi avaliar a habilidade e o desempenho da criança na utilização de instrumentos e signos culturais como auxiliares na lembrança (memória) de instruções em situações de jogos; observar a existência e a frequência da fala egocêntrica usada pela criança na tentativa de dirigir e organizar suas ações; observar como age a capacidade das crianças de memorizar instruções, oferecidas em três situações de jogo. Assim vão se construindo no decorrer de seu desenvolvimento físico e intelectual. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Na concepção de Vygotsky, para que se pudesse entender o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores como atenção, memoria, cognição, não bastava apenas estudar os aspectos físicos e biológicos dos seres humanos, tal como os mecanicistas e deterministas faziam. Isso porque, para os psicólogos sócio históricos, o indivíduo não é compreendido apenas como sendo mete e corpo, mas é também influenciado pela sociedade e cultura em que está inserido. O conceito mais importante para entendermos as teorias de Vygotsky sobre como funciona o cérebro humano é a mediação. “[...] A relação do homem com o mundo não é uma relação direta, mas, fundamentalmente, uma relação mediada.” (OLIVEIRA, 1997, p. 27). De acordo com Vygotsky, "mediação... é o processo de intervenção de um elemento intermediário numa relação; a relação deixa então de ser direta e passa a ser mediada por esse elemento”. (OLIVEIRA, 1997, p.26) Acrescenta ainda que “A mediação é um processo essencial para tornar possíveis atividades psicológicas voluntárias, intencionais, controladas pelo próprio indivíduo”. “[...] o processo simples estímulo-resposta é substituído por um ato complexo, mediado [...]” (VYGOTSKY, p.45). Dois tipos de elementos mediadores foram distinguidos por Vygotsky: o instrumento e o signo. Instrumentos ou instrumentos físicos - elementos externos, ações concretas. De acordo com Oliveira (1997), o instrumento é um elemento interposto entre o trabalhador e o objeto de seu trabalho, ampliando as possibilidades de transformação da natureza. O instrumento é feito ou buscado especialmente para certo objetivo. Ele carrega consigo, portanto, a função para a qual foi criado e o modo de utilização desenvolvido durante a história do trabalho coletivo. É, pois, um objeto social e mediador da relação entre o indivíduo e o meio. Ex.: mão / machado. Os signos ou instrumentos psicológicos são também mediadores, mas elementos internos, ações mentais. De acordo com Oliveira (1997), os signos são orientados para o próprio sujeito, para dentro do indivíduo; dirigem-se ao controle de ações psicológicas, seja do próprio indivíduo, seja de outras pessoas. São ferramentas que auxiliam nos processos psicológicos e não nas ações concretas, como os instrumentos. Ex.: a palavra “mesa”, o número 3, a cartola na porta do banheiro masculino, contagem de varetas, fazer uma lista compras, dar um nó em um lenço. O signo, portanto, é uma representação de um pensamento e para ser compreendido requer uma interpretação do sujeito. Vygotsky dedicou-se, principalmente, ao estudo daquilo que chamamos de funções psicológicas superiores ou processos mentais superiores. Processos Superiores são aqueles que caracterizam o funcionamento psicológico tipicamente humano, ações conscientemente controladas, atenção voluntária, memorização ativa, pensamento abstrato, comportamento intencional. Os processos psicológicos superiores se diferenciam de mecanismos mais elementares, como reflexos, reações automáticas, associações simples. O ser humano tem a possibilidade de pensar em objetos ausentes, imaginar eventos nunca vividos, planejar ações a serem realizados em momentos posteriores. Esse tipo de atividade psicológica e considerada "superiores" na medida em que se diferencia de mecanismos mais elementares tais como ações reflexas (a sucção do seio materno pelo bebê, por exemplo), reações automatizadas (o movimento da cabeça na direção do som forte repentino, por exemplo) ou processos de associação simples entre eventos ( o ato de evitar o contato da mão com a chama de uma vela). (OLIVEIRA, 1997, p.26) Dessa forma, o processo de mediação por meio de instrumentos e signos é fundamental para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, distinguindo o homem dos outros animais. E a mediação é um processo essencial para tornar possíveis atividades psicológicas voluntárias, intencionais, e controladas pelo próprio individuo. A linguagem fornece os conceitos e as formas de organização do real que constituem a mediação entre o sujeito e o objeto de conhecimento. (OLIVEIRA, 1997, p. 42). Porém, é a função do pensamento generalizante (ordena o real por categorias conceituais) que a torna um instrumento de pensamento. O comportamento das crianças pequenas é fortementedeterminado pelas características das situações concretas em que elas se encontram. Só quando adquirem a linguagem passam, portanto, a ser capazes de utilizar a representação simbólica, é que as crianças vão ter a condições de libertar seu funcionamento psicológico dos elementos concretamente presentes no momento atual. (VYGOTSKY, p.110) Vygotsky (1991) afirma que o brinquedo e o jogo simbólico também são importantes no desenvolvimento psicológico do sujeito, pois atuam como mediadores e favorecem o desenvolvimento das funções psicológicas superiores. O brinquedo e a situação de brincadeira, aparentemente sem um papel importante no desenvolvimento, possibilita a criação de uma zona de desenvolvimento proximal na criança, uma vez que é levada a imaginar e vivenciar uma situação muitas vezes impossível de ser experimentada concretamente. Vygotsky define zona de desenvolvimento próxima como “a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. (VYGOTSKY, p.97) Segundo Vygotsky, as diferentes formas de utilização de signos pela criança podem ser estudadas através de manifestações concretas, como são a fala, a escrita, a leitura e a utilização do sistema numérico. (MALUF, 2000, p. 63) A fala egocêntrica acompanha a atividade da criança, começando a ter uma função pessoal, ligada as necessidades do pensamento, a fala egocêntrica aparece como um procedimento de transição, no qual o discurso já tem a função que terá como discurso interior, mas ainda tem a forma da fala socializada externa. (OLIVEIRA, 1997, p. 52) REGRAS DO JOGO E PROCEDIMENTO DE APLICAÇÃO. O procedimento foi realizado da seguinte forma: explicou-se para as crianças de forma clara e simples que se tratava de um jogo e quais eram as regras e o objetivo. Em cada fase eram novamente explicadas as regras e as novas cores. Tarefa 1 - Jogo sem cartões auxiliares e sem ajuda dos pesquisadores Responder a um total de 18 questões, sem repetir cores e nem falar as duas cores proibidas (amarelo e verde). Tarefa 2 - Jogo com cartões auxiliares e sem ajuda dos pesquisadores As regras são as mesmas da tarefa 1(responder a um total de 18 questões, sem repetir cores e nem falar as duas cores proibidas: azul e vermelho). No entanto, fornecer à criança 8 cartões coloridos que pode ser utilizado da forma que desejar. Sinalizar para a criança que os cartões podem ajudá-la a ganhar o jogo. Tarefa 3 - Jogo com cartões auxiliares e com ajuda dos pesquisadores, segue as mesmas regras anteriores porém as cores duas cores proibidas são: marrom e alaranjado Os pesquisadores sugerem o uso dos cartões com o objetivo de ganhar o jogo e mostram à criança, por exemplo, como virar o cartão da cor correspondente na medida em que cada uma é mencionada e também a ficar com os cartões das cores proibidas em suas mãos para se tornar mais fácil de lembrar o que não poderia falar. Vence o jogo quem obedecer rigorosamente as duas regras acima: responder as 18 questões sem falar as cores proibidas e sem repetir as cores já faladas. Em três tarefas, que devem ser aplicadas individualmente numa única vez. Foi explicado as regras do jogo por etapa. Compreenderam as regras do jogo Conheciam todas as cores que faziam parte do jogo. Não apresentaram nenhum tipo de dificuldade de aprendizagem. Sujeito1: M. E. Idade: 4 anos Sexo: Feminino Escolaridade: Pré - 2 Nível social econômico: Classe média.·. Local da pesquisa: Residência da avó do entrevistado Quem anotou: Yasmin Barbosa Quem observou: Yasmin Barbosa Material utilizado: Cartões, questionário, caneta. - Oito cartões confeccionados com folha sulfite, cortadas em forma retangular pequena e pintados nas cores: azul, vermelho, verde, amarelo, laranja, marrom, branco e preto. Um brinquedo azul, um lápis amarelo, uma bolsa marrom, uma camisa branca, um lápis verde, um ursinho verde, uma caneta preta, uma borracha verde, uma caixa azul, um lápis preto, um lápis azul, um brinquedo laranja, um brinquedo amarelo, um lápis laranja, um brinquedo verde e um brinquedo marrom. Sujeito 2: J. Idade: 9 anos Sexo: Feminino Escolaridade: 5 ano Ensino Fundamental Nível social econômico: Classe Média Local da pesquisa: Residência do entrevistado Quem anotou: Beatriz Quem observou: Beatriz Material utilizado: -Cartões, questionário, caneta, cartolina, brinquedos. Sujeito 3: D. Idade: 4 anos Sexo: Feminino Escolaridade: Pré - 2 Nível social econômico: Classe Média Local da pesquisa: Residência do entrevistado Quem anotou: Débora Quem observou: Débora Material utilizado: – Cartolinas, boneca, laço de cabelo, legos, tapetes de Eva, lápis e brinquedos da criança conforme as cores que precisavam. Sujeito 4: N. Idade: 9 anos Sexo: Feminino Escolaridade: 4 ano Ensino Fundamental Nível social econômico: Classe média Local da pesquisa: Residência do entrevistado Quem anotou: Polyana Quem observou: Polyana Material utilizado: Cartões, questionário, caneta, guache, brinquedos, objetos do local, gliters. Sujeito 5: M. Idade: 4 anos Sexo: Feminino Escolaridade: Pré – 2 Nível social econômico: Classe Média Local da pesquisa: Residência do entrevistado Quem anotou: Shalomim Quem observou: Shalomim Material utilizado: Cartões, questionário, caneta, brinquedos da criança. ANÁLISE DOS RESULTADOS Tarefa 1 – Sem cartões e sem ajuda Primeira regra: cores proibidas, amarelo e verde Segunda regra: não repetir cores ERRO A: Falar as cores proibidas ERRO B: Falar cores repetidas RESPOSTA CERTA (C): Ao falar “cor proibida”, “cor repetida”, “não posso falar” ERRO D: Outros erros, falou outras cores ACERTOS DAS CORES: Acertou as cores dos objetos em si. ERRO A ERRO B RESPOSTA CERTA (C) ERRO D ACERTO DAS CORES SUJEITO 1 (4ANOS) 7 6 0 0 5 SUJEITO 2 (9ANOS) 1 1 8 2 6 SUJEITO 3 (4ANOS) 6 6 0 0 6 SUJEITO 4 (9 ANOS) 0 1 11 0 6 SUJEITO 5 (4 ANOS) 0 5 7 0 6 TAREFA 1 12 10 8 6 4 2 0 SUJEITO 1 ( 4 ANOS) SUJEITO 2 ( 9 ANOS ) SUJEITO 3 ( 4 ANOS ) SUJEITO 4 ( 9 ANOS) SUJEITO 5 ( 4 ANOS) ERRO A ERRO B RESPOSTA ERRO D ACERTO DAS CERTA (C ) CORES A idade teve influência significativa nos erros cometidos pelos sujeitos. Houve uma nítida queda no número de erros dos sujeitos de quatro para os de nove anos. Os sujeitos 2 e 4 (9anos) tiveram respostas certas em relação a não citarem as cores que eram proibidas e as cores que já haviam citado, mostrando assim, atenção ao jogo. Em relação aos sujeitos de 4 anos, apenas o sujeito 5 respondeu de forma correta, enquanto os sujeitos 1 e 3 (4 anos) sempre citavam as cores proibidas. Em um determinado momento do jogo, no qual se pergunta “qual é a cor desta bolsa” e “qual é a cor desta caneta?” para não repetir as cores o sujeito 2 inventou cores para se expressar, assim respondendo outras cores ao invés de responder “não posso falar”. Em comparação aos sujeitos de 4 anos, apenas o de 5 anos pareceu de fato compreender as regras, pois soube relatar em alguns momentos quais eram as cores proibidas, apesar de ter repetido algumas cores. Tarefa 2 – Com cartões e sem ajuda Primeira regra: cores proibidas, azul e vermelho Segunda regra: não repetir cores ERRO A: Falar as cores proibidas ERRO B: Falar cores repetidas RESPOSTA CERTA (C): Ao falar “cor proibida”, “cor repetida”, “não posso falar” ERRO D: Outros erros, falou outras cores ACERTOS DAS CORES: Acertou as cores dos objetos em si. ERRO A ERRO B RESPOSTA CERTA (C) ERRO D ACERTOS DAS CORES SUJEITO 1 (4 ANOS) 6 5 0 1 6 SUJEITO 2 (9ANOS) 2 1 9 0 6 SUJEITO 3 (4ANOS) 7 5 0 1 5 SUJEITO 4 (9 ANOS) 1 0 12 0 5SUJEITO 5 (4 ANOS) 2 7 4 1 4 TAREFA 2 14 12 10 8 6 4 2 0 SUJEITO 1 ( 4 ANOS) SUJEITO 2 ( 9 ANOS ) SUJEITO 3 ( 4 ANOS ) SUJEITO 4 ( 9 ANOS) SUJEITO 5 ( 4 ANOS) ERRO A ERRO B RESPOSTA ERRO D ACERTOS CERTA ( C ) DAS CORES A disponibilidade dos cartões coloridos não favoreceu significativamente os sujeitos de 4 anos no seguimento das instruções, pois como podemos observar, os erros permaneceram ao citarem as cores proibidas e repetirem as cores já faladas. Um outro erro comum podemos observar no Erro D entre os sujeitos de 4 anos, os quais falaram cores diferentes das quais se pediam. Os sujeitos de nove anos se beneficiaram dos cartões e tiveram maiores acertos em relação às respostas certas. Tarefa 3 – Com cartões e com ajuda Primeira regra: cores proibidas, marrom e alaranjado Segunda regra: não repetir cores ERRO A: Falar as cores proibidas ERRO B: Falar cores repetidas RESPOSTA CERTA (C): Ao falar “cor proibida”, “cor repetida”, “não posso falar” ERRO D: Outros erros, falou outras cores ACERTOS DAS CORES: Acertou as cores dos objetos em si. ERRO A ERRO B RESPOSTA CERTA (C) ERRO D ACERTOS DAS CORES SUJEITO 1 (4 ANOS) 5 6 0 1 6 SUJEITO 2 (9ANOS) 1 0 11 0 6 SUJEITO 3 (4ANOS) 6 5 0 0 7 SUJEITO 4 (9ANOS) 1 0 11 0 6 SUJEITO 5 (4ANOS) 1 4 6 1 6 TAREFA 3 12 10 8 6 4 2 SUJEITO 1 ( 4 ANOS) SUJEITO 2 ( 9 ANOS ) SUJEITO 3 ( 4 ANOS ) SUJEITO 4 ( 9 ANOS) SUJEITO 5 ( 4 ANOS) 0 ERRO A ERRO B RESPOSTA CERTA ( C ) ERRO D ACERTOS DAS CORES Os sujeitos tiveram maior dificuldade na tarefa 1 do que na tarefa 3 para seguir as instruções do jogo. Isso sugere que a presença da pesquisadora foi fundamental na ação dos sujeitos de 9 anos e do sujeito 5, permitindo a compreensão da função dos cartões como auxiliares externos, ou seja, como signos. Mas, mesmo com todas as instruções e dicas da pesquisadora os sujeitos cometeram erros, cometeram os dois tipos de erros do jogo que eram proibidos. Podemos analisar em todas as tarefas que os sujeitos 1 e 3 (4 anos) citaram mais cores proibidas e repetiram as cores já faladas, por ficarem dispersas e por entenderem o jogo como uma brincadeira. Verificamos que as mesmas, tem maior número de acertos na tarefa 3, em relação a acertar as cores corretas dos objetos em si, pois elas não se beneficiaram dos cartões, tornando assim, o jogo como uma atividade direta (pergunta ----- resposta) Porém sempre apresentaram uma melhoria no desempenho, com uma diminuição dos erros. QUESTIONÁRIO APÓS O TRABALHO PRÁTICO. SUJEITO 1 (M.E, 4 anos) – Entrevistado por Yasmin Barbosa. – Como se apresenta o desempenho da criança nas tarefas envolvendo memória e instruções que lhe foram oferecidas? R: A criança apresentou bom desempenho para idade dela, e se mostrava desinteressada pelo jogo, dispersava com as coisas em seu entorno (brinquedos). – Como se apresenta o desempenho da criança nas tarefas envolvendo memória e instruções que lhe são oferecidas, em que ela pode usar recursos externos consistindo em cartões coloridos? R: O desempenho da criança foi o esperado conforme a teoria explica, o qual a mesma não se beneficia dos cartões. Os cartões ficaram expostos na mesa, porém a criança em nenhum momento os utilizou, apenas olhou para os mesmos, mas respondia as questões de formas diretas. – Como se apresenta o desempenho da criança nas tarefas envolvendo memória de instruções que lhe foram oferecidas em que ela pode utilizar recursos externos consistindo em cartões coloridos, e contar a ajuda do adulto? R: O desempenho da criança continuou conforme explicado pela teoria, mesmo com a intervenção da pesquisadora, a criança não se beneficiou e continuou a realizar a atividade direta (pergunta ---- resposta). – Há variação do desempenho da criança quando comparada consigo mesma nas três diferentes condições estudadas? R: Não houve muita variação, pois a criança levou o jogo como uma brincadeira. – Que estratégias verbais e não verbais a criança utiliza durante a execução das tarefas propostas nas condições estudadas? R: A criança não utilizou estratégias durante a execução das tarefas, a mesma ficava muito dispersa com o entorno (os brinquedos). - Como se dá a interação com o adulto na condição em que a criança pode contar com sua ajuda? E qual faixa etária essa atuação é mais eficiente? R: O adulto a auíliou, com dicas como virar o cartão da cor correspondente na medida em que cada uma é mencionada e também a ficar com os cartões das cores proibidas em suas mãos para se tornar mais fácil de lembrar o que não poderia fala, porém os erros persistiram. Após a finalização do trabalho prático e a discussão em grupo, verificamos que o auxilio do adulto foi mais eficaz com as crianças de 9 anos. SUJEITO 3 (D, 4 anos) – Entrevistado por Debora Oliveira. Como se apresenta o desempenho da criança nas tarefas envolvendo memória de instruções que lhe são oferecidas? R: Para 04 anos a criança apresentou desempenho plausível, dispensou-se durante o jogo. Como se apresenta o desempenho da criança nas tarefas envolvendo memória de instruções que lhe são oferecidas e que ela pode utilizar recursos externos consistindo em cartões coloridos? R: A criança dispensou atenção esperada no uso dos cartões, visto que a teoria demostra que a mesma não se envolveria com clareza quando apresentasse os cartões, ela não usou os cartões Como se apresenta o desempenho da criança nas tarefas, envolvendo memória de instruções que lhe são oferecidos em que pode utilizar recursos externos, consistindo em cartões coloridos, e contar com a ajuda do adulto? R: A criança não se beneficiou dos cartões coloridos, o desempenho da criança foi conforme a teoria destacou. Há variação do desempenho da criança, quando comparado consigo mesma nas três diferentes condições estudadas? R: A criança não teve variações pois durante todo procedimento, entendeu o jogo como uma brincadeira. Que estratégias verbais e não verbais a criança utiliza durante a execução das tarefas propostas nas condições estudadas? R: Esta criança não expôs estratégias verbais e tão pouco não verbais, a criança ficou dispersa com todo aparato de brinquedos que colocamos sobre a mesa para executarmos o jogo. Como se dá á interação com o adulto na condição em que a criança pode contar com sua ajuda? Em que faixa etária esse atuação é mais eficiente? R: Houve a intervenção do adulto, orientou em relação aos cartões e todo manuseio e no momento de mencionar as tonalidades. SUJEITO 4 (N, 9 anos) – Entrevistado por Polyana Souza. 1 – Como se apresenta o desempenho da criança nas tarefas envolvendo memória e instruções que lhe foram oferecidas? R: O desempenho foi considerado bom em relação ao jogo tendo em vista que ela fez uso das regras demonstrou raciocínio lógico encarando realmente como algo sério em que estava disposta a vencer. Como se apresenta o desempenho da criança nas tarefas envolvendo memória e instruções que lhes são oferecidas, em que ela pode usar recursos externos consistindo em cartões coloridos? R: A criança em questão usou os cartões de forma de auxilio sendo notável que frente a cada questão ela os observava e só então respondia, estando assim de acordo com a teoria usada no trabalho. Como se apresenta o desempenho da criança nas tarefas envolvendo memória de instruções que lhe foram oferecidas em que ela po0de utilizar recursos externos consistindo em cartões coloridos, e contar com a ajuda do adulto? R: A criança não se beneficiou da ajuda do adulto utilizando apenas os cartões e sua linguagem de pensamento para realizar o jogo. – Há variação do desempenho da criança quando comparada consigo mesma nas três diferentes condições estudadas? R: Não, seu comportamento foi estável durante o jogo esendo notável o que intuito da criança era obedecer às regras e ganhar o mesmo. – Que estratégias verbais e não verbais a criança utiliza durante a execução das tarefas propostas nas condições estudadas? R: Simplesmente a linguagem de pensamento sendo este não verbal como técnicas de raciocínio na execução do jogo. 06. Como se dá à interação com o adulto na condição em que a criança pode contar com sua ajuda? Em que faixa etária essa atuação é mais eficiente? R: A criança não solicitou muita ajuda, mas em relação as outras crianças de 4 anos, ela foi quem mais interagiu, sempre dizendo que iria ganhar o jogo. Na última tarefa, ficou entristecida por ter citado a cor proibida e ter perdido o jogo. CONCLUSÃO A Utilização de signos como instrumentos psicológicos, norteia o desenvolvimento humano ao longo da história, ajudando o homem em situações que exigem memória ou atenção. O procedimento necessitou que as crianças utilizassem signos para mediar sua atenção e memória. Ficou claro no trabalho realizado a evolução das crianças, que no início se dá pela atenção e simplesmente memória. É moldado na segunda fase do jogo onde se introduz o uso dos cartões como instrumentos psicológicos que ajudam a criança a mediar sua memória e atenção. Também foi notada a diferença entre idades, notamos que conforme mais velha, o sujeito dispõem mais atenção, consegue fixar mais a memória e entender o jogo com mais facilidade. Verificamos isso, quando o sujeito 1 e sujeito 3 (4 anos) entendeu o jogo como uma brincadeira e não como um jogo em si, com regras a serem seguidas. Os mesmos sujeitos se dispersavam facilmente durante o jogo e no final do mesmo diziam que ganhavam, mas não lembravam ás vezes das cores proibidas e o que mais não poderiam falar. Os cartões coloridos são classificados como signos; por si só, seriam apenas “papéis diferentes” com cores distintas, porém, nós seres humanos, dotados de processos psicológicos superiores identificamos de acordo com o que já foi internalizado do contato com o nosso contexto. Quando a criança faz uso dos cartões ela é capaz de estabelecer uma maior atenção manipulando os cartões e principalmente os utilizando como signos para ativar sua memória. A teoria relata que é a partir dos oito anos de idade que a criança vai se utilizar dos cartões como auxiliares psicológicos, e verificamos isso no experimento, quando duas das três crianças de quatro anos não se beneficiaram dos cartões, as mesmas respondiam as questões diretamente. Enquanto as crianças de nove anos, se beneficiaram, respondendo as questões utilizando os mesmos, de forma que ficava claro quando deveriam responder “cor proibida”, “não posso falar”. O uso de mediadores aumentou a capacidade de atenção e de memória, e, sobretudo, permitiu maior controle voluntário da criança sobre sua atividade. Os sujeitos de nove anos deteve o uso da linguagem como instrumento de pensamento com o discurso interior, sendo este não verbal, que a auxiliou nas operações psicológicas frente ao jogo, sendo capaz de realizar uma linha de raciocínio usando esse dialeto pessoal, e através dos signos, conceder a resposta correta quase que totalizando o numero de acertos, obtendo à partir da segunda parte do jogo a ajuda dos cartões e se valer apenas desse instrumento de apoio recusando outras intervenções, demonstrando assim o desenvolvimento da capacidade de utilizar a linguagem como instrumento do pensamento. Considerando as três condições estudadas, os sujeitos tenderam a dar melhores respostas na condição em que a pesquisadora estava presente. Muitas vezes o sujeito demonstrava não ter entendido suficientemente a função dos cartões na segunda tarefa, mas a partir da intervenção da pesquisadora começava a utilizá-los com maior eficácia. Assim, é possível que a pesquisadora tenha atuado na zona de desenvolvimento proximal promovendo aprendizado e que os signos se tenham apresentado como mediadores no desenvolvimento da memória infantil a partir do momento em que ele interferiu facilitando o seu uso. Ou seja, encontram-se no desenvolvimento potencial, o qual a capacidade de desempenhar tarefas exige a ajuda de adultos ou companheiros mais capazes. Os sujeitos dominam as cores, mas precisam da ajuda dos cartões e do entrevistador para realizar a tarefa. Mas mesmo com todas as instruções e dicas da pesquisadora os sujeitos cometeram erros, cometeram os dois tipos de erros do jogo que eram proibidos. Porém sempre apresentaram uma melhoria no desempenho, com uma diminuição dos erros nas duas últimas etapas do jogo. O processo de acerto foi evolutivo de acordo com as fases dos jogos passadas e de acordo com a idade. Quanto ao recurso da fala egocêntrica, foi observado que as crianças quase não demonstraram fala egocêntrica, como instrumento organizador de suas ações, apresentando no máximo alguma fala repetida de uma ou outra questão como uma tentativa de memorização das regras. Conforme é explicado pela teoria, o resultado final do jogo foi o esperado, tanto pelas crianças de 4 anos quanto pelas de 9 anos. 21 BIBLIOGRAFIA MALUF, Maria Regina; MOZZER, Geisa Nunes de Souza. Operações com signos em crianças de 5 a 7 anos. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília , v. 16, n. 1, p. 63-69, Apr. 2000 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 37722000000100009&lng=en&nrm=iso>. access on 01 Oct. 2016. OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky. Aprendizado e Desenvolvimento um processo sócio histórico. 4ª Ed. São Paulo: Scipione, 2001. VIGOTSKI, Lev S. O instrumento e o símbolo no desenvolvimento da criança. In: VIGOTSKI, Liev S. A Formação Social da Mente. (Trad. José Cipolla Neto; Luís Silveira Menna Barreto; Solange Castro Afeche). São Paulo: Martins Fontes, 2008. ANEXOS TRANSCRIÇÃO DO QUESTIONÁRIO CARTA DE APRESENTAÇÃO E TERMO DE CONSENTIMENTO. Tarefa 1 – sem cartões e sem ajuda Cores proibidas: amarelo e verde Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3 Sujeito 4 Sujeito 5 M.e. (4 anos) J. (9 nos) D. (4 nos) N. (9 anos) M. (4 anos) 1. Qual é a cor deste brinquedo? (azul) Azul Azul Azul Azul Azul 2. Qual é a cor do sangue? Vermelho Vermelho Vermelho Vermelho Vermelho 3. Qual é a cor deste lápis? (amarelo) Amarelo Amarelo Amarelo Cor proibida Cor proibida 4. Qual é a cor da terra? Marrom Marrom Marrom Marrom Marrom 5. Qual é a cor do sol? Amarelo Cor proibida Amarelo Cor proibida Cor proibida 6. Qual é a cor das folhas das árvores? Verde Cor proibida Verde Cor proibida Cor proibida 7. Qual é a cor da banana? Amarelo Cor proibida Amarelo Cor proibida Cor proibida 8. Qual é a cor da maçã? Vermelho Vermelho Vermelho Vermelho Vermelho 9. Qual é a cor desta bolsa? (marrom) Preto Rosa Marrom Não posso falar Marrom 10. Qual é a cor da grama? Verde Cor proibida Verde Cor proibida Não posso falar 11. Qual é a cor deste lápis? (verde) Verde Cor proibida Verde Cor proibida Não posso falar 12. Qual é a cor da coca- cola? Preto Preto Preto Preto Preto 13. Qual é a cor deste lenço? (branco) Branco Branco Branco Branco Branco 14. Qual é a cor da laranja? Laranja Laranja Laranja Laranja Laranja 15. Qual é a cor desta bexiga? (verde) Verde Cor proibida Verde Cor proibida Cor proibida 16. Qual é a cor desta caneta? (preta) Preto Roxo Preto Não posso falar Preto 17. Qual é a cor do leite? Branco Cor repetida Branco Não posso falar Branco 18. Qual é a cor do céu? Azul Cor repetida Azul Não posso falar Azul Você acha que ganhou ou perdeu? Ganhei Ganhei Ganhei Ganhei Ganhei O que não podia falar? Amarelo e verde Cor proibida Amarelo e verde Cor proibida Amarelo e verde O que mais? Não lembro Cor repetida Não lembro Cor repetida Não lembro 23 Tarefa 2 – comcartões e sem ajuda Cores proibidas: azul e vermelho Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3 Sujeito 4 Sujeito 5 M.e. (4 anos) J. (9 nos) D. (4 nos) N. (9 anos) M. (4 anos) 1. Qual é a cor desta bexiga? (azul) Azul Cor proibida Azul Cor proibida Azul 2. Qual é a cor deste brinquedo? (verde) Verde Verde Verde Verde Verde 3. Qual é a cor do algodão? Branco Branco Branco Branco Branco 4. Qual é a cor do tronco das árvores? Marrom Cor proibida Marrom Marrom Marrom 5. Qual é a cor do morango? Vermelho Vermelho Vermelho Cor proibida Vermelho 6. Qual é a cor desta folha de papel? Branco Cor proibida Branco Cor proibida Laranja 7. Qual é a cor do café? Preto Marrom Marrom Preto Preto 8. Qual é a cor desta caixa? (vermelha) Vermelho Cor proibida Vermelho Cor proibida Cor proibida 9. Qual é a cor deste lápis de cor? (preto) Preto Preto Preto Não posso falar Preto 10. Qual é a cor da casca da maçã? Vermelho Cor proibida Vermelho Cor proibida Não posso falar 11. Qual é a cor deste lápis? (azul) Azul Cor proibida Azul Cor proibida Cor proibida 12. Qual é a cor deste brinquedo? (alaranjado) Amarelo Laranja Dourado Alaranjado Laranja 13. Qual é a cor da grama? Verde Cor repetida Verde Não posso falar Verde 14. Qual é a cor da terra? Marrom Cor repetida Marrom Não posso falar Marrom 15. Qual é a cor da piscina? Azul Cor proibida Azul Cor proibida Não posso falar 16. Qual é a cor da laranja? Laranja Cor repetida Laranja Não posso falar Laranja 17. Qual é a cor deste brinquedo? (amarelo) Amarelo Amarelo Amarelo Amarelo Amarelo 18. Qual é a cor do cabelo loiro? Amarelo Amarelo Amarelo Não posso falar Amarelo Você acha que ganhou ou perdeu? Ganhei Ganhei Ganhei Quase ganhei Ganhei O que não podia falar? Azul e vermelho Azul e vermelho Azul e vermelho Cor proibida Azul e vermelho O que mais? Não lembro Cor repetida Não lembro Cor repetida Não lembro Tarefa 3 – com cartões e com ajuda Cores proibidas: marrom e alaranjado Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3 Sujeito 4 Sujeito 5 M.e. (4 anos) J. (9 nos) D. (4 nos) N. (9 anos) M. (4 anos) 1. Qual é a cor da melancia por dentro? Vermelho Vermelho Vermelho Vermelho Vermelho 2. Qual é a cor deste lenço? (branco) Branco Branco Branco Branco Branco 3. Qual é a cor desta pasta? (vermelho) Vermelho Cor repetida Vermelho Não posso falar Vermelho 4. Qual é a cor deste lápis? (laranja) Laranja Cor proibida Laranja Cor proibida Não posso falar 5. Qual é a cor desta borracha? (azul) Azul Azul Azul Azul Azul 6. Qual é a cor do abacate? Verde Verde Verde Verde Verde 7. Qual é a cor desta bolsa? (marrom) Preta Marrom Marrom Cor proibida Não posso falar 8. Qual é a cor das nuvens? Branco Cor repetida Branco Não posso falar Branco 9. Qual é a cor deste brinquedo? (verde) Verde Cor repetida Verde Não posso falar Verde 10. Qual é a cor deste outro brinquedo? (alaranjado) Laranja Cor proibida Laranja Cor proibida Não posso falar 11. Qual é a cor do ouro? Amarelo Amarelo Amarelo Amarelo Dourado 12. Qual é a cor do céu? Azul Cor repetida Azul Não posso falar Azul 13. Qual é a cor deste brinquedo? (marrom) Marrom Cor proibida Marrom Cor proibida Cor proibida 14. Qual é a cor da terra? Marrom Cor proibida Marrom Cor proibida Cor proibida 15. Qual é a cor do urubu? Preto Preto Preto Preto Preto 16. Qual é a cor deste brinquedo? (amarelo) Amarelo Cor repetida Amarelo Não posso falar Amarelo 17. Qual é a cor da mexerica? Laranja Cor proibida Laranja Alaranjado Não posso falar 18. Qual é a cor do chocolate? Preto Cor proibida Preto Cor proibida Marrom Você acha que ganhou ou perdeu? Ganhei Ganhei Ganhei Perdi, falei alaranjado Ganhei O que podia falar? Azul,vermelho, preto As cores que não eram proibidas Não sei As cores que não eram proibidas As cores que não eram proibidas O que mais? Não lembro Cor repetida Não lembro Cor repetida Cor repetida 26
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