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Aula 03: Tempo geológico e datação das rochas. A tradução está em português de portugal! A nomeação das unidades estratigráficas deve ser definida ou caracterizada em uma localidade específica onde elas são bem expostas, a fim de haver um padrão de material de referência comum para a sua identificação. ESTRATÓTIPO (seção tipo) é a exposição designada de uma unidade estratigráfica acamadada ou de limites estratigráficos, que é utilizada como referência inicial. Um estratótipo é uma sequencia estratal específica usada para a definição e/ou caracterização de unidades estratigráficas ou de limites que as definem. O requisito mais importante de um estratótipo é que ele represente adequadamente a ideia do tipo de material. A localidade e áreas tipo para os corpos rochosos ígneos ou metamórficos não acamadados deve representar o conceito de material da unidade e ter outros atributos de descrição, definição, localização e de acessibilidade que se aplicam às unidades estratigráficas em camadas. Estratótipo Global de Limite Estratótipo Global de Limite Concepções iniciais da idade da Terra Movimentos que instigaram a curiosidade sobre a idade da terra: 1. Iluminismo: substituição das explicações sobrenaturais por leis naturais – evolução do pensamento científico; 2. Revolução Industrial: demanda por matérias- primas e recursos energéticos. Séculos XVII e XVIII (1601 – 1800) Nils Stensen (Nicolau Steno) enunciou os princípios da geologia (3 leis de Steno). O surgimento da 1ª TABELA DO TEMPO GEOLÓGICO: Giovanni Arduino (1713-1795) nos Alpes, e J.G. Lehmann (1719-1767) na Alemanha: 1. Primária/primitivas: rochas cristalinas com minérios metálicos; 2. Secundárias: rochas estratificadas bem consolidadas com fósseis, como calcários e folhelhos; 3. Terciárias: rochas estratificadas pouco consolidadas, com fósseis marinhos e intercalações vulcânicas; 4. Quaternárias: J. Desnoyers (1829) classificou os sedimentos marinhos que recobrem rochas Terciárias na Bacia de Paris. Segunda metade do século XVIII (1701-1800) Interpretação das subdivisões de rochas em Primárias, Secundárias, Terciárias e Quaternárias à luz da Bíblia: “Quase todas as rochas, incluindo rochas ígneas como granitos e basaltos, teriam se precipitado das águas do mar primordial – NETUNISMO – Netuno, o deus do mar na mitologia greco-romana.” Fairchild T.R et al. 2001. Em busca do passado do planeta: tempo geológico. In: Teixeira, W. et al. Decifrando a terra. James Hutton (1726 – 1797) Escócia Interpretou como intrusivo (e não precipitado...) um granito que cortava calcários e demonstrou que as rochas ígneas eram produto de um material fluído e quente que se resfriava – PLUTONISMO – Plutão, o deus grego das profundezas. Theory of the Earth – 1788 – “todo o registro geológico podia ser explicado pelos mesmos processos que atuam hoje, como erosão, sedimentação, vulcanismo, etc., sem necessidade de apelar para origens especiais ou intervenção divina.” Fairchild T.R et al. 2001. Em busca do passado do planeta: tempo geológico. In: Teixeira, W. et al. Decifrando a terra. Fonte: Wilson, 1944, in: Selley, R.C., 2000. Applied Sedimentology. Sir. Charles Lyell (1797 -1875) Principles of Geology – 14 edições: “O presente seria a chave do passado”. Com base nas discussões de Hutton defendeu o UNIFORMITARISMO – insistência feroz de que os processos que alteram a Terra são uniformes ao longo do tempo. Esta obra influenciou Charles Darwin (1809-1875). A) Nebulosa. B) O Sol irá nascer no centro e os planetas vão se formar no disco; C) Partículas de gás e poeira; D) Planetas se formam; E) No interior, planetas rochosos; No exterior, planetas gasosos, há 4,6 bilhões de anos. NUCLEOSÍNTESE * proto Terra atinge 106 oK (9.999.726,85°C) * favorável à fusão nuclear (nucleosíntese) * átomos de 1H formando 4He 4 4He – 12C 12C + 1H – 13N 12C + 4He – 16O 12C + 12C – 24Mg 12C + 12C – 23Na + 1H 7 4He – 28Si 28Si + 7 4He – 56Ni 56Ni – 56Co + e- 56Co – 56Fe + e- FORMAÇÃO DO SISTEMA TERRA-LUA DATAÇÃO 1 . D A T A Ç Ã O R E L A T I V A 2 . D A T A Ç Ã O A B S O L U T A 1. Datação relativa Determinação da idade de um estrato ou litotipo em relação ao outro, ou seja, qual é o mais antigo e qual é o mais recente. Perfil esquemático de uma região qualquer Datação relativa Permite estabelecer a sucessão temporal das rochas de uma região, formando uma coluna estratigráfica; Essa representação, em coluna estratigráfica, posiciona as rochas mais antigas na base e mais jovens no topo. Método biocronológico O fóssil guia: fósseis que apresentam grande distribuição geográfica, curta amplitude vertical (ter surgido e extinguido rapidamente), devem ser facilmente identificáveis e devem ser abundantes. Datação relativa Uso dos princípios: Princípio da superposição Princípio da horizontalidade original Princípio da continuidade lateral original Princípio da inclusão Princípio da intersecção Princípio da identidade paleontológica e da sucessão faunística Mas e a idade da terra com 4,6 bilhões de anos??? Charles Darwin 1859 – publicou a obra “Origem das Espécies”, e aguçou a curiosidade em descobrir a idade absoluta do registro geológico. Estimou a exposição de rochas fossilíferas cretáceas no sul da Inglaterra em 300* Milhões de anos – portanto... A idade do planeta só poderia ter bilhões de anos! *hoje sabe-se que aquela unidade tem 85 Milhões de anos Datação absoluta ESCALA GEOLÓGICA DO TEMPO Princípios e métodos modernos da datação absoluta PRIMEIROS MÉTODOS DE DATAÇÃO: Observação de processos geológicos e suas taxas. Ex: 1. Charles Darwin afirmou que seriam precisos 300 Ma. para escavar o vale de Wealden, SE da Inglaterra. 2. J. Joly calculou a "idade dos oceanos", comparando a salinidade dos oceanos com a quantidade de sais trazida pelos rios e afluentes, obteve uma idade de quase 100 Ma para o mesmo e para a Terra. 3. Lord Kelvin, defensor da cronologia curta, amparado em cálculos de resfriamento da Terra, estimou da mesma forma idades inferiores a 100 Ma. CATASTROFISMO: corrente de pensamento geológico com idéia de cronologia relativamente curta (100Ma) Princípios e métodos modernos da datação absoluta Compreensão da necessidade de mais tempo para a formação das rochas. Ex: 1. geólogos como Hutton e Lyell defendiam que o tempo geológico era profundo, muito superior ao que a humanidade era capaz de compreender. UNIFORMITARISMO: corrente de pensamento geológico com idéia de um ciclo de tempo longo. *teoria pertinente mas não completamente correto por o tempo geológico é longo mas não infinito ou cíclico, e a história do planeta foi marcada por diversos eventos catastróficos. Nova tecnologia: métodos de datação radiométrico O descobrimento da radioatividade* em 1896 por Becquerel tornou-se o principal instrumento na comprovação do tempo geológico longo. *RADIOATIVIDADE Processo em que certos nuclídeos sofrem desintegração espontânea, liberando energia e formando, em geral, novos nuclídeos. No processo costuma haver emissão de um ou mais tipos de radiação, como raios ou partículas alfa, fótons, gama. Fonte: http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/glossario/conteudo.p hp?conteudo=R Nova tecnologia: métodos de datação radiométrico A partir dos anos 50 ampla aplicação da técnicapelo desenvolvimento do espectrômetro de massa, equipamento que mede concentrações muito pequenas dos isótopos radioativos e radiogênicos contidos nos minerais e rochas. Método O decaimento de cada tipo de átomo ocorre em proporções constantes, segundo taxas exponenciais; Essas taxas não são afetadas por agentes físicos ou químicos externos; A velocidade de decaimento depende apenas da estabilidade dos núcleos radioativos e é constante para cada tipo de isótopo radioativo. N: número atual de núcleos radiotativos; N0 número original; : taxa de decaimento; t: tempo. Meia vida A lei probabilística que rege o decaimento não permite prever quando um determinado átomo deve decair, mas permite afirmar com precisão, que em determinado tempo a metade de uma amostra de isótopos radioativos terá decaído para o isótopo radiogênico. Está relacionado com a taxa de decaimento da seguinte forma: Elemento Pai Elemento Filho Meia - vida (t1/2) 238U 206Pb 4,5 Ga 235U 207Pb 0,733 Ga 232Th 208Pb 14,1 Ga 147Sm 143Nd 108 Ga 87Rb 87Sr 4,7 Ga 40K 40Ar 1,3 Ga Os elementos pai (radioativos), elementos filho (radiogênicos) e suas meias-vidas. Claire Patterson (1956) Método 207PB-206Pb Datou um meteorito do Canyon Diablo – Arizona partindo da premissa de que a Terra e os meteoritos se formaram na mesma época! Técnica corroborada por outros métodos de datação em outros meteoritos! O método de Carbono 14 (14C ® 14N) não é normalmente aplicado em Geologia, pois a meia- vida do 14C é muito curta (= 5730 anos), não sendo compatível com a taxa da maior parte dos processos geológicos. É conveniente apenas para datação em estudos arqueológicos, compreendendo bem o espaço da existência de humanóides na Terra dentro de um intervalo de tempo equivalente a 7-10 meias- vidas do 14C. Métodos de datação radiométricos aplicados na geologia - PREMISSAS 1. A rocha ou mineral tenha se comportado como um sistema fechado após a sua formação; 2. Na sua origem a rocha ou mineral não tenha contido elementos-filho, ou que o número de elementos-filhos existentes inicialmente seja conhecido; 3. A meia-vida do elemento-pai seja compatível com a idade a ser datada; 4. A rocha/mineral contenha os elementos-pai e filho em quantidades analisáveis, o que depende, além da questão comentada no ítem 3, da afinidade geoquímica desses elementos. Métodos de datação radiométricos aplicados na geologia - RESULTADOS Existem métodos diferentes de datação de rocha que dão idades diferentes que correspondem a processos geológicos diferentes sofridos pela rocha: 1. K-Ar: estabilização crustal, vulcanismo recente, sedimentação (diagênese) e eventos metamórficos de diferentes temperaturas; 2. Ar-Ar: eventos metamórficos de diferentes temperaturas; 3. Rb-Sr: magmatismo, metamorfismo; 4. Sm-Nd: idade de separação do magma do manto, idade de formação crustal, metamorfismo, idade de cristalização ígnea. 5. U (ou Th)-Pb: idade de magmatismo e metamorfismo em uma mesma rocha. Rb-Sr Sm-Nd A figura ilustra uma isócrona Sm-Nd que baseia-se no mesmo princípio que a isócrona Rb-Sr. Neste exemplo a isócrona foi obtida para uma rocha a partir de seus minerais constituintes U-Pb A figura ilustra um diagrama discórdia utilizado para obtenção de idades U/Pb. Diversos zircões foram datados e as razões isotópicas Pb/U deles definem uma linha (discórdia) em relação à curva concórdia. As intersecções da discórdia com a concórdia definem as idades de dois eventos geológicos distintos para a mesma rocha (por exemplo magmatismo e metamorfismo). U-Pb Idades U/Pb em zircão também podem ser obtidas pOntualmente através do método analítico SHRIMP. No exemplo abaixo o núcleo e a borda do grão de zircão foram datados e forneceram idades com uma diferença de aproximadamente 100 milhões de anos. Isso quer dizer que o grão de zircão cresceu durante diferentes eventos geológicos. método de traços de fissão Baseia-se no fato de que certos elementos decaem por fissão danificando a estrutura do material circundante (o mineral). Cada emissão de dois núcleos é registrada como “traços”. O número de traços depende da quantidade de urânio no mineral e do tempo decorrido, o que possibilita sua utilização na datação absoluta. Os traços da fissão só ficam registrados nos minerais até uma certa temperatura, acima da qual são apagados. Por outro lado se o tempo decorrido for muito grande, a contagem do número de traços (que é feita com um microscópio) torna-se difícil devido ao excessivo número de traços formados. Assim, o método de traço de fissão só pode ser aplicado para datação de eventos não muito antigos e de baixa temperatura (até 200oC). Traço de fissão em apatita. L E R O A R T I G O :”CARACTERIZAÇÃO, ANÁLISE E MODELAGEM TRIDIMENSIONAL DE RESERVATÓRIOS EM AMBIENTES PARÁLICOS NO INTERVALO EOPERMIANO, REGIÃO DE SÃO GABRIEL – RS PAULA DARIVA DOS REIS1 (UFRGS), JULIANO KÜCHLE2 (UFRGS), MICHAEL HOLZ (UFRGS)” F A Z E R U M R E S U M O S O B R E A S F Á C I E S D E S C R I T A S E D I S C U T I R A O F I N A L C O M O O S A U T O R E S C H E G A R A M N A A N Á L I S E M U L T I E S C A L A R D A Á R E A D E E S T U D O . Exercício para a próxima aula!!!
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