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1 Sociologia jurídica Prof. Carolina Grant Alunas: Camila Montargil Laura Cervinõ AULA DO DIA 19/08 (Camila) Qual a relação entre Direito e Sociologia? Sociologia é o estudo da sociedade (concepção geral); para que se possa entender a sociedade deve se estudar o passado para entender o presente e modificar o necessário no futuro; Sociedade fragmentada, múltiplas identidades; o direito está para criar as individualidades; Público X privado: correlação pois o público Contextualizando a discussão no Direito 1. A crise do ensino e da produção jurídica: 1.1. Os dois problemas apontados por Marcos Nobre: 1.1.1. O isolamento do Direito em relação às demais disciplinas das Ciências Humanas 1.1.2. A confusão entre prática profissional e ensino jurídico AULA DO DIA 01/09 (reposição) (Camila) Na aula anterior, houve a introdução disciplina, onde existiu a pergunta: Por que estudar a sociologia em um curso de direito? Essa pergunta marca o primeiro bloco de conteúdo (primeiro prezi) (introdução a sociologia geral). Para se responder a pergunta, começa com a outra pergunta: o que é direito? Vimos que essa pergunta, ao longo da história teve diversas respostas, cada uma correspondendo a um momento histórico, a uma escola. A depender o conceito que se adote de direito, existe uma maior ou menor necessidade de estudar a sociologia. Sendo o direito objeto cultural, valor, fato social e etc vai se precisar estudar o direito. Se responder o que é o direito é pressuposto, mas não é suficiente, ainda se precisa responder o que sociologia, porque estudar sociologia. A sociologia é o estudo da sociedade. Falando sobre o vídeo de baumam*, como objetivo de identificar os principais temas tratados por ele. Ele vai do micro (relações interpessoais) até uma esfera macro (uma democracia global) e como seria viabilizar isso. Tudo isso faz parte deste estudar sociedade, comportamento, ações, relações, tudo o que o homem produz na sociedade, estruturas sociais. Em todas as esferas poderia se perceber a relação com o direito. Marcos nobre: traz no artigo um apanhado sobre a pesquisa em direito aqui no brasil, como está a produção de conhecimento em direito, podendo-se perceber que o ingresso dessa disciplina aconteceu como resposta a duas crises: crise do direito (apesar de ter Trabalho em grupo (texto base e complementar) (abaixe para ler mais) Seminário (valor: 3,0): 1h para apresentar; (02/09) sorteio dos temas; relação dos textos/temas; Separado em 2 partes: foco na apresentação oral, pode ter vídeo, o que está no texto deve ser dito; pôster (1/90cm) que transmita a mensagem que o grupo quer passar; resumo, logotipo da baiana, nome do professor... (pode ser uma colagem ou digital); 2 contornos específicos por se tratar desta área é decorrência de uma crise maior que afetou toda a produção de conhecimento, em todas as ciências); então, se começa falando da questão especifica do direito e desdobrando para as outras ciências. Faz esse texto para discutir que existe uma crise terrível de qualidade na produção em conhecimento de direito e isso afeta tanto a pesquisa quanto o ensino. Traz como um ensaio, duas possibilidades de repostas para esta crise: decorrência do isolamento dessa ciência em relação as demais ( não seria uma questão nova, tendo a origem dele criado uma tradição agravando o problema; começa com o fato de que o direito foi uma das primeiras carreiras implementadas no brasil, surgindo para tender uma demanda especifica, a de profissionais qualificados para assumirem cargos que demandassem conhecimentos técnicos sobre a cont. conferindo ao direito um status na sociedade, começando a associar essa formação ao alcance de posições. Por isso não era estuda a sociologia, por conta do conhecimento necessário ser meramente técnico, ser tornando uma autonomia, vinculados a poder, o tornando um curso especial. Há um isolamento do direito em relação as outras ciências, e como consequência um prejuízo na forma que se estuda as demandas, os problemas sociais.) e além disso, seria decorrência da confusão entre pratica profissional e ensino jurídico ( o problema é que é bom que se traga exemplos práticos mas não ficar pautado só nisso, colocando limites na atuação destes novos juristas.) Boaventura: traz a questão da mudança de paradigma dominante (como se construiu e como começou a ruir) uma possível solução que ele chama de paradigma emergente. Um discurso sobre as ciências, foi uma palestra que ele deu, que foi transcrita e virou um livro; começa explicando como surge e se consolida o paradigma dominante. O PD, é o majoritário perdurando por séculos (começa a ser criado no sec XVII, com a contribuição de Rene Decartes, com a sua frase “penso, logo existo”, então, começa a questionar todo o conhecimento produzido até então para instaurar a nova forma de construir conhecimento com base na razão. E quando começa a entender o conhecimento através da razão, dá um “ponta pé” inicial para vários desdobramentos. As características são (as principais) (analogia com um guarda-chuva que contempla várias correntes diferentes. (paradigma: modelo de pensamento, “lente para enxergar qualquer coisa”): cientificismo (estourou uma forma de fazer ciência e colocou essa forma como “a forma”) (EX: ciências exatas e naturais) (essa forma deveria ter: um objeto determinado; um método que usando para conhecer esse objeto me permita chegar a conclusões absolutas, certas precisas; a mais perfeita objetividade, neutralidade axiológica (neutralidade em relação a valores)(garantir que o conhecimento fosse preciso, determinado, correto, seguro); então, se tem o cientificismo, pretensão de objetividade e neutralidade, pretensão de certeza, predomínio da descrição (demanda só verificação) em detrimento da análise e interpretação. A característica central é a separação entre sujeito e objeto (é o núcleo) (considerar que existe um objeto a ser estudado diferente do sujeito e existe independentemente do sujeito e que as concepções dos sujeitos não podem interferir no conhecimento produzido a cerca deste objeto) Para dialogar com boaventura: o autor Andrea semprini, vai escrever uma obra chamada multiculturalismo (cap. no górdio epistemológico). Neste capitulo, discute epistemologias (estudo do conhecimento, da ciência e da forma de fazer) como fazer ciência, o que é ciência, como se conhece as coisas. Fazendo relação PD= epistemologia monoculturalismo (quase nos mesmo termos); PE = Ep. Multicultural; 3 Paradigma Dominante: Para essa forma de fazer ciência, a perspectiva adotada monocultural (uma cultura). Tem- se um olhar e se institucionaliza esse olhar como o olhar correto. Essa forma ver a realidade existe independentemente das representações humanas, significa acreditar que a realidade é algo tão objetivo que uma cadeira era uma cadeira antes mesmo de chama-la quanto tal. Significa dizer também que existem coisas que eu ainda não conheço, mas que existem e que em algum momento simplesmente “opa, descobri”. Característica central: a crença no fato de que a realidade existe independentemente das representações, inclusive da linguagem; Além disso, compreende-se que a verdade (conhecimento ultimo sobre todas as coisas) é uma questão de precisão das representações. Esse conhecimento da realidade que é baseado em representações, ele é objetivo, preciso; então, esse conhecimento para que ele o alcance, se precisa do indivíduo, suas funções intelectuais e cognitivas (inteligência emocional e artística seriam descartadas); (características principais); desvalorizafatores culturais e simbólicos da vida coletiva por conta da cultura ser algo que muda muito rápido, e essa mudança gera incerteza e essa ciência está preocupada com algo preciso, não tratando de aspectos que podem ser por demais variáveis; também leva a intender que é possível considerar uma base biológica de comportamento (EX: Lombroso, concebeu a teoria do criminoso nato; partia da ideia de que estudando a anatomia do indivíduo, principalmente o tamanho do crânio, se poderia determinar se ele nasceu criminoso ou não); Orgulho das conquistas do pensamento ocidental, sendo monocultural, é uma forma de fazer ciência que começou no ocidente e essa é a forma da ciência correta, por se demonstrar; Pode-se perceber as falhas desta epistemologia quando começamos a perceber que a realidade não existe independentemente das representações humanas. Surge como alternativa, (Andrea) vai falar de uma outra epistemologia, multicultural, onde se amplia as perspectivas, e ao considerar essas múltiplas perspectivas, se chega à conclusão de que a realidade não é objetiva, não existe independentemente das representações humanas, a realidade ela é uma construção. EX: relatório da aula; isso não significa que não existam parâmetros, que se possa superar a sua forma individual de ver as coisas; sua percepção nunca será igual a de ninguém, existe uma individualidade, existindo parâmetros; os valores são relativos, tendo que se ter em mente quando, principalmente se vai julgar grupos minoritários ou interesses contrapostos. Em um pais como o brasil, se deve considerar mais ainda que os valores são relativos e que, ao invés de se negar isso colocando o direito como absoluto, se precisa aprender a lidar com relatividade dos valores e construir caminhos, mecanismos para resolver conflitos que envolvam valores relativos. E por fim, o conhecimento é um fato político, esse conhecimento não precedente do que acontece ao seu redor, mesmo sendo de exatas, surge de um determinado conceito. Para que se compreenda bem o contexto, e assim, compreenda bem o conhecimento. Paradigma emergente As 3 primeiras, são mais uniformes, consensuais. A última, é mais voltado para o conhecimento do autor, “a cara dele”, é a contribuição. Ele tem esse nome porque desde o final do sec XIX, mas sobretudo no sec XX e principalmente na segunda metade, que eu estou questionando e desconstruindo o PD; isso porque demora para se desconstruir um paradigma. Este paradigma, já está emergindo a algumas décadas, nunca acaba! Não tem a 4 pretensão de alcançar um resultado, uma resposta pronta; sempre há uma construção e reconstrução; Características: Todo conhecimento cientifico natural é também cientifico social, quer dizer que mesmo o conhecimento produzido nas exatas e nas naturais, tem um contexto e que esse contexto pode se estudar como se cientifico social fosse; é um reforço da característica de que o conhecimento é um fato político, tem uma base, um contexto que ensejou esse novo conhecimento (sociais, econômicas) Todo conhecimento é local e total. Quer dizer que, primeiro que ainda que todo conhecimento tem uma origem, que é universal, surgiu em algum lugar e se entende melhor esse conhecimento quando se entende essa origem. Quer dizer que todo o conhecimento que se produz aqui pode afetar o conhecimento de a qualquer lugar, tendo que se levar em conta o que se produziu no mundo também, para dialogar com isso. Todo conhecimento visa constituir-se em um senso comum. Aqui é o autor falando sobre a função social do conhecimento; o conhecimento é produzido para que chegue para as pessoas e tenha alguma relevância no mundo. Direito é uma ciência social aplicada; Já houve o tempo que o direito era ensinado em uma perspectiva mono ou uni disciplinar (uma única disciplina) sobretudo dogmática em que as disciplinas eram visualizadas separadamente, ideia de “compartilhização” do conhecimento. Trazia uma visão fragmentada das coisas, e chegando na pratica, percebia-se que essa visão era insuficiente. Não basta acrescentar, deve se promover uma interrelação entre os conteúdos. Foram acrescentadas disciplinas onde se deve promover essa interação de conteúdo, precisam dialogar entre si! Até que surgiu o estudo transdisciplinar (transcende as fronteiras das disciplinas); a vida é transdisciplinar; Paradigma da razão comunicacional: Não é mais uma razão individual, que pelo uso do método alcança um conhecimento especifico. É uma razão que se estabelece e que estabelece a construção do conhecimento baseado na comunicação, no diálogo. Se constrói na práxis, no sentido de pratica (vivencia), e na intersubjetividade, na interação das pessoas, é um diálogo no sentido da dialética, um diálogo construtivo. Onde se pegue tese e antítese e construa algo produtivo a partir disso. Demandando, portanto, autonomia dos sujeitos, para que cada um possa participar desses diálogos autonomamente, sem constrangimentos e isto leva a necessidade de emancipação do indivíduo ou de grupos sociais. Preservando as identidades, mas também coletivas para que o indivíduo possa manifestar suas questões sendo respeitado e ao mesmo tempo, se quiser pautar coletivamente, também possa fazê- lo promovendo uma autorreflexão e aprendizagens constantes de forma criativa e inovadora. Emile Durkheim Introdução: 5 Fatores históricos dessa ciência para saber como ela se consolidou como tal. A sociologia, assim como outras ciências humanas vai surgir ao longo do séc. XIX, sendo fruto de uma série de fenômenos históricos. Desde o renascimento social e urbano, com a reativação das rotas de comercio, no cruzamento delas começam a surgir feiras periódicas e essas feiras começam a demandar uma estrutura, dando origem a novas cidades, dando origem aos burgos, dando assim origem a classe burguesa. Não se basta reativar o comercio, o que vai incrementar muito esse processo de urbanização é a Rev. Industrial, vindo para transformar a sociedade pois essa sociedade consolida a existência de duas classes: trabalhadora e outra detentora dos meios de produção, ficando mais visível na segunda metade da Rev., quando se tem um mercado mais saturado, onde tem mais desemprego, mão-de-obra barata, fome , pobreza, uma série de problemas sociais, onde temos também a revolução francesa que mudou drasticamente o cenário. Se sai de um ambiente estamental, em que a pessoas eram ensinadas a aceitar a sua condição social (igreja). Quando há essa quebra dessa sociedade estamental, onde se começa a falar em classes onde a mobilidade social pode ser muito mais acessível. Começam a surgir problemas sociais, passando a ser problema público, onde era necessário olhar esses problemas e encontrar soluções para eles. Havendo essa demanda deve se construir conhecimento sobre ele. É nesse contexto que nasce a sociologia. Machado Neto, na sua obra sociologia jurídica. Sua obra está desatualizada, mas traz essa perspectiva histórica. Coloca o que é um debate epistemológico, o que é epistemologia (“é o estudo do fazer cientifico, da forma de como se produz o conhecimento”); se entendia, (idade moderna e contemporânea) que filosofia é o simples amor ao conhecimento, era uma conhecimento produzido pela vontade, pelo prazer, é um saber por saber, para saber, sem o compromisso útil, ela não tem o compromisso de dar respostas, avanços tecnológicos, permitindo valorar, interrogar; a ciência, por outro lado, era um saber de dominação (ter domínio sobre algum elemento, sobre algo, no sentido de conhecer para saber usa-la, manipula-lo)(voltado para uma utilidade, precisava produzir resultados), portanto ciência demanda umaneutralidade axiológica (em relação a valores), paradigma dominante por exigir um conhecimento produzido seja objetivo, seguro, preciso, fundado em um método, necessitando da separação sujeito e objeto. Para a nova ciência era mais fácil se adaptar as já existentes. Uma concepção clássica de ciência, com um paradigma dominante, então a forma e fazer ciência demandava um objeto estabelecido, advindo do método com o objetivo de formar leis gerais que pudessem ser universalizadas sobre aquele objeto. As ciências sociais nascidas no séc. XIX precisavam se adaptar, se enquadrar para serem consideradas ciências. Qual é o objeto próprio dessa nova ciência (se ele existe)? Existiam outras ciências que se tomaram por estudar os problemas sociais, a exemplo do fisicismo. A física tentou estudar os problemas sociais com as categorias e as ferramentas teóricas preexistentes. A física tentou estudar os problemas sociais através das leis gerais e começou a se entender a sociedade como uma máquina, e se eu entender o funcionamento dessa máquina, se consegue perceber as leis gerais que regem. Logo, se tem uma engrenagem que não funciona, ela é trocada, substituída. Ao se tentar fazer isso, se colocou em uma visão mecanicista, acabando por ser uma visão determinista. Essa corrente não deu conta dos problemas sociais. Agora com a biologia tentando estudar a sociedade. Quando se fala em darwinismo social, o instrumental teórico é com base na teoria da evolução das espécies. Trouxe essa ideia de que na natureza existe a seleção natural, acaba selecionando aqueles mais abios, mais adaptados, essa noção para pensar o social. Essa noção que há seres mais adaptados do 6 que outros e para alguns, inferiores e superiores. Logo, se eu penso uma sociedade pós capitalismo industrial, e se pensa a desigualdade como sendo algo natural decorrente da própria evolução da sociedade. Isso acabou servindo para legitimar diversas praticas etnocêntricas. O racismo, trouxe para o social uma ideia que existiriam raças humanas, determinadas, principalmente no ponto de vista fenotípico, e que a cada raça, seria interessante perceber quais são as suas aptidões e quais são suas fraquezas (EX: negros = atividades braçais); começa a se perceber que houve uma crença cientifica por traz do nazismo, por exemplo. Por fim, o organicismo trouxe a ideia que a sociedade poderia ser compreendida tal qual um organismo vivo, e para que ele sobreviva, precisa haver uma harmonia entre os órgãos, em um estado perfeito. As instituições sociais são como partes do corpo que precisam estar em harmonia de forma complementar para que a sociedade sobrevivesse. “Se na crítica ao biologismo e mecanicismo, [Gabriel] Tarde aparece como um precursor do século XX, suas raízes estão ainda bastante presas ao chão espiritual do século XIX, quando ele adere ao reducionismo característico do imperialismo teórico peculiar àquela centúria, tentando filiar objetos das diversas ciências às variantes de um único fenômeno universal – a repetição. É esse fenómeno que, nas suas várias formas, constitui o objeto das diversas ciências; assim: as vibrações ondulatórias, na física, a transmissão hereditária, na biologia, a memória, na psicologia e a imitação, na sociologia. (...).” Com essas três correntes, pode-se perceber que se trouxe da biologia uma corrente que tentava enxergar e explicar como lidar com esses problemas sociais. Eles não conseguiram soluciona-los. A psicologia já chega um pouco mais perto, por trabalhar com o humano. Esse psicologismo é “fase 1” (depois irá se falar de outro autor). Gabriel de Tarde (França, 1843-1904) pensava a sociedade como sendo a mera soma das consciências individuais (EX: a sala é como uma sociedade de alunos, e sendo a sociedade a soma das consciências individuais, quando se conhece como pensa um aluno, se conhece como todos pensam) se mostrou insuficiente por trabalhar com a tendência de repetição por isso faziam a sociologia da imitação, mesmo que inconsciente. Isso levou a um imperialismo psicológico pois era psique que determinava como ele ia se comportar, por isso o uso deste método para, ao entender a psique, entender a sociedade. “Se a sociedade é mera soma de consciências individuais, uma vez que a soma e as parcelas têm de ser da mesma natureza daí que só se possam somar quantidades homogêneas – e como é óbvio que consciências individuais são seres de natureza psíquica, desta mesma natureza há de ser a sua soma a sociedade. Assim, implicitamente, reduz Tarde o social ao psíquico e o aparente imperialismo sociológico encontradiço em suas páginas cede o posto a um verdadeiro imperialismo psicológico” (MACHADO NETO, 1987, pp. 15-16). Eis que, Emile Durkheim disputa com conte a “paternidade” da sociologia. Afirmam que foi Durkheim pois percebeu que a sociedade não é mera soma, é na verdade uma síntese de consciências individuais. Vai defender que a sociedade é síntese de consciências, sendo síntese para ele é diferente de soma, por tanto o resultado é diferente das parcelas (síntese é diferente de soma, pois na soma você agrega, vai somando algo diferente; na síntese se cria algo novo da mistura) (a síntese há um diálogo, uma interação). Por isso que o resultado é diferente das parcelas, pois em nenhuma delas continha o de fato tinha no resultado. A síntese é uma espécie de mistura, resultado na interação que não estava 7 presente nas outras parcelas. Se verifica que esse resultado tem uma peculiaridade diferente, chegando a conclusão que o social é diferente do psíquico (EX: como se comporta na sala e em casa). A característica diferente é a coerção. O social lhe constrange, lhe coage para agir de uma determinada forma, sendo ela direta como o direito ou é de forma indireta, EX: a roupa que se veste e o que vão comentar. Para se conceber a ideia de uma ciência nova, Durkheim teve que identificar um objeto próprio para essa ciência, sendo ele chamado de social, sendo ele social diferente do psíquico e tendo suas peculiaridades próprias demandava uma ciência nova, que fosse atentar para a sua peculiaridade. Assim, se concebe a sociologia, o estudo do social. Quem responde é a sociologia enciclopédica, com uma pretensão universalista, tentava abarcar todos os conhecimentos do mundo, quem defendia que se deveria estudar o social por inteiro. Concebia que a sociologia deveria ter um conhecimento que abarcasse todas as facetas do social (cultura, direito). Sendo assim, não se dá para conhecer tudo pois se conceberia um conhecimento raso. Essa ciência correu o risco de abalar o próprio status de ciência da sociologia, por conta de o objeto dever ser determinado. Em contraposição, surgiu a sociologia especial, com uma precisão maior do objeto, estuando uma parte, coexistindo com as outras ciências (políticas, econômicas) estudando mais o que lhe é determinado. É uma das ciências sociais. Vai se estudar o que? Forma ou forma e conteúdo? Houve a defesa de uma sociologia neutra, isenta. Dizendo quais são as formas, descreve essas formas, mas não analisa o que está por trás delas. Se estuda o estado, a família, a igreja, mas não de estuda o porquê das coisas. Não se estuda o conteúdo. Com as insuficiências dessa sociologia, surgiu a sociologia material ou da cultura, trazendo não só o estudo das formas, mas, sobretudo, do seu conteúdo (político, social, cultural, ideológico...), para se entender, por exemplo, como a família chegou a ser o que é hoje em dia, como a religião. Assim, se tem o “quanto” desse objeto “o que” dele. 8 Quadro que sintetiza as três perguntas centrais de Machado Neto (ele não coloca como três perguntas,mas como 1 e 2, a e b, ele coloca como três por serem bem distintas) 1. Existe um objeto próprio que enseje essa nova ciência? 2. Qual é a extensão do objeto? 3. Qual é a natureza do objeto próprio da sociologia? Quando se pergunta a natureza, se quer saber que tipo de objeto é esse, e acima de tudo, como se lida com esse objeto. Saber qual é o método a se utilizar (uma vez que se identifica o objeto, dependendo do método, os resultados vão ser completamente diferentes). 9 (Fez questão de ler o texto) (em outros termos, será que o objeto da sociologia é a natureza, como uma física, biologia? Ou será que é algo que embora tenha nascido no mundo natural, mas além dessa natureza, transcende essa natureza e vai para uma dimensão cultural?) Para responder a essa pergunta, se contrapõe duas correntes: naturalismo e culturalismo; O naturalismo, são aquelas correntes que tratam o objeto como se fosse natural (fisicismo e biologismo). Na transição se tem o psicologismo e o sociologismo, que estão começando a lidar com o humano, ainda não rompe completamente. O culturalismo começa ao se trazer uma abordagem cultural para esse tipo de objeto. Wilhelm Dilthey: É um dos alemães importantes estudados; a grande preocupação era buscar uma fundamentação epistemológica, ou seja, um modo de fazer ciência, para as chamadas “ciências do espirito” (nada a ver com espiritismo), em esse nome para se contrapor com as ciências da natureza, porque se ela buscou o natural, e tem uma abordagem “a”, a ciência do espirito tem esse nome para mostrar que o objeto é algo diferente da natureza, a transcende. Por essas diferenças, precisam de uma abordagem epistemológica própria que consiga dar conta desse novo cenário. Apesar de não ter a mesma natureza que as ciências naturais, que trabalham o objeto pelo meio da natureza, eram ciências; defende o método psicológico, (fase 2); traz uma dimensão reflexiva, defende uma investigação (PARADIGMA EMERGENTE) (tinha uma dupla dimensão, uma propriamente psicológica, de auto compreensão (rompe com o dominante, na separação sujeito e objeto) e uma dimensão histórica de compreensão; para compreender o mundo ao meu redor, precisa primeiro se compreender. Com a sua experiencia vivida, quando se compreende, quando se compreende a sua interação com o mundo é que se consegue compreender o mundo pois você faz parte disso; (EX: corrupção no brasil para um estrangeiro); Condições: historicidade e temporariedade; a hist. diz que eu compreendo a partir de uma data trajetória (o homem não é uma folha em branco). Se compreende o mundo a partir desta tradição, mas essa tradição se ela influencia, ela não determina, por existirem questões próprias os meu tempo que fazem não só repensar minhas historicidade mas enfrentar questões que não haviam sido enfrentadas antes, questões próprias do meu tempo; não se pode abandonar sua bagagem. 10 Foi alvo de críticas pois é muito fácil se perder a uma tendência psicologista e se perder na compreensão do mundo a partir somente da sua percepção e ficar uma compreensão muito absolutista, individualizada. A contribuição foi trazer o sujeito para a construção do conhecimento, foi reconhecer que não se consegue produzir conhecimento sem essa participação, principalmente se tratando de sociedade. Heinrich Rickert (Mais tranquilo) (deu uma contribuição pontual) Polonês neokantiano que resgata a crença no método e acredita que quem dá a última palavra para determinar a natureza do objeto é justamente o método. Trabalha com a crença em dois tipos de métodos: nomotético (vem de norma, funciona bem para aquelas ciências que tendem a generalizar o conhecimento, tendem a expandir com a construção de conclusões gerais, abstratas, universais esse conhecimento) e 11 ideográfico (trabalha com particularidades, especificidades, ou seja, o objetivo já é identificar e contemplar essas particularidades, não necessariamente trabalhando com o que é geral universal) (natureza do objeto: ciências do mundo histórico); Machado Neto diz que as ciências naturais, nem todas elas são generalistas assim, e as ciências do mundo histórico podem generalizar também. Muitas vezes, no mesmo grupo de ciências se usa os dois métodos, em última instância não é o método que vai dizer, com precisão, qual é a natureza do objeto; A contribuição é que nós precisamos pensar em um método adequado a natureza do objeto; Carlos Cossio (mais importante) (ele é jurista) (ele cria uma teoria geral do direito chamada: teoria egológica do direito); Argentino, contemporâneo (quase), grande influenciador de Machado Neto; Vai defender que o direito é um objeto cultural, sendo o direito, produto da cultura humana, “imagine o social”. Se pega esse pensamento do direito e transpõe para a sociologia, por estamos buscando uma natureza que contemple mais a complexidade do social, que é uma natureza de cultura. Defende que o direito é um objeto cultural egológico, é mais especificamente conduta humana em interferência intersubjetiva. 12 (Anteriormente, pensado como Kelsen, que pensava no direito como norma, voltado para ela); Só se pode compreender as condutas humanas através do método empírico dialético (empírico: voltado para a experiencia, onde as condutas humanas acontecem) (dialético: dialogo entre substrato, conduta humana e a norma) (a norma é quem vai atribuir o sentido) (valores que ensejaram a norma também são levados em consideração). Se compreende o objeto, compreendendo o substrato (conduta) em dialética com o sentido (norma aplicada) para que se realize o valor (objetos culturais); Teorias das regiões ônticas Ato gnosiológico: ato de conhecimento; Objetos: 1. Ideias: (EX: geometria) são objetos que não tem existência no espaço; o que existem são representações deles; são objetos neutros ao valor pois não se pode valorar; se conhece através da capacidade intelectiva; o método é racional dedutivo (parte de premissas gerais para o específico); 2. Naturais: tem características similares (com o 3º) por eles existirem e partirem da experiencia. Diferença está no objeto, onde os naturais são neutros ao valor. Se conhecem esses objetos através da explicação; o método é empírico indutivo (parte do objeto e daí se tira as conclusões); 3. Culturais: existe e parte da experiencia; a diferença do 2º é o objeto, os culturais se atribui valor a eles; os objetos são compreendidos pelo simples fato de não se ter como explicar valores; o método é empírico dialético; traz isso para o direito, onde a partir do método se deve compreender; 4. Metafísicos: não estão na experiencia, mas eles existem se acreditamos neles; (duendes, Deus); quando se crê, o objeto existe mesmo que não esteja na 13 experiencia, e são, em tese, objetos valorosos; não tem método por esses objetos partem de uma atitude de crença e não de um conhecimento científico; Cossio desenvolveu, deu continuidade, afirmando que os objetos culturais podem ser chamados de mundanais (representam a maioria dos objetos, aqueles que estão no mundo). Mas aqueles objetos que estão no mundo e tratam de condutas humanas, quando se entende elas especificamente, como elas contribuem para significar o meu objeto, eu tenho um objeto cultural egológico, é uma categoria especifica. Aula 02/09 (Laura) • Hans Freyer: ➢ Pensa as formas sociais (formas cuja matéria é a vida). ➢ As formas sociais são vida com uma natureza essencialmente histórica e devem ser captadas no seu acontecer. ➢ Dependem da época, do local, se localiza em um tempoe espaço. ➢ As formas sociais são a atualidade que tende ao futuro através do presente (para entender as formas sociais, é preciso capturá-las em seu momento. Elas representam projeções de futuro, é preciso entender o presente para entender as projeções). • Ortega y Gasset e Recaséns Siches: ➢ RS traz uma mudança na sociologia - deixa de se preocupar com a lógica de causalidade e passa a se preocupar com a finalidade dos fenômenos. ➢ A preocupação agora é compreender os objetos e não mais nos contentar com explicação. ➢ Não se encaixa nem em ciência natural e nem do espírito, é da ciência humana (trata da realidade). ➢ OG consolida a frase “Eu sou eu e as minhas circuntâncias”(paradigma emergente, rompe com a separação entre sujeito e objeto. Traz a ideia de que o conhecimento é local e total). Clássicos da Sociologia: Émile Durkheim: • Considerado um dos pais da sociologia. No século XIX, pensou a consolidação desta nova ciência. • Se insere no paradigma dominante. • Se encontrava em uma sociedade muito transformada devido aos impactos da Revolução Francesa (transformação política e social) e Revolução Industrial (transformação econômica e social). Momento de problemas sociais (fome, miséria, etc). 14 • Sofre influências do positivismo sociológico de Augusto Comte (construção de um método para formular leis gerais) e do organicismo (defende que a sociedade deve ser dividida tal qual um organismo vivo que precisa da cooperação harmônica de suas partes para funcionar adequadamente). • Preocupações de Durkheim: objeto da sociologia, método para estudar este objeto próprio, preservação da vida coletiva, novo sistema científico, relação entre indivíduo e sociedade. ➢ Objeto da sociologia: fatos sociais (maneiras de agir, sentir, pensar. São exteriores ao indivíduo, tem existência própria, externa e objetiva, capazes de exercer certa autoridade sobre os indivíduos, dotados de um poder de coerção). Ex: direito é um fato social pois exerce coerção, é exterior ao indivíduo, tem existência própria • Para Durkheim, sociedade é mais do que soma, é síntese de consciências individuais. “É o mais poderoso feixe de forças físicas e morais cujo resultado a natureza nos oferece. ” Essa frase mostra influências das ciências naturais (paradigma dominante). • Trabalha com o conceito de consciência coletiva como resultado da interação síntese das consciências individuais. Os fatos sociais são resultado da consciência coletiva. 15 16 • Maneiras de agir são aquilo que impulsiona as nossas ações. O local e a época dizem muito a respeito de que tipo de ação e que tipo de postura deve ser adotada. São fatos sociais mais fluidos pois mudam ao longo da vida. • Maneiras de ser são mais estáveis. São o que estrutura os nossos comportamentos. Ex: regras jurídicas, morais, sistemas religiosos, etc... • As maneiras de ser e de agir são igualmente imperativas, coagem os membros da sociedade e adotar determinadas condutas e formas de sentir. Portanto, são fatos sociais. • Processo de socialização dura a vida do indivíduo e começa com a família, continua na escola, na igreja e na sociedade como um todo. • Para Durkheim, o crime não é anormal, patológico (inesperado, que abala o sistema). Ele considera o crime como normal, faz parte da sociedade. • O subversivo sozinho é sancionado, mas quando outros o seguem, se transforma em uma ação transformadora. 17 ➢ Método para compreender os fatos sociais: o método tem que ser novo e adequado à nova ciência, mas ele precisa parecer com as ciências naturais, para que seja considerado como ciência. O método sociológico deve: ❖ Estudar o fato social como coisa. ❖ Afastar as prenoções. ❖ Explicar os acontecimentos sem julgá-los (separação entre sujeito e objeto). • O grande elemento de coesão social para Durkheim é a moral. Trata a moral como fato social, determina que os fatos morais se apresentam para as pessoas e suscitam dois tipos de reação: uma agradável (desejo) ou desagradável (dever). • Outro importante elemento de coesão é a solidariedade, mantem a sociedade coesa e existindo. Para Durkheim, a divisão social do trabalho gera solidariedade. Existem consciências individuais a respeito do papel de cada indivíduo na sociedade. A divisão social do trabalho gera especialização, esta gera diferenciação. A diferenciação gera complementação e a complementação gera solidariedade. • Diferentemente da visão de Karl Marx que pensava divisão social do trabalho gerava desigualdade; • Durkheim caracteriza a solidariedade como algo subjetivo, difícil de mensurar. É preciso trabalhar com indicadores de solidariedade. O direito é um fato social e é um indicador de solidariedade, através da sua sanção. 18 AULA DO DIA 16/09 (Camila) Revisão da aula anterior: O método deveria se assemelhar ao das ciências naturais por conta de Durkheim se inserir no paradigma dominante, que pregava pelo cientificismo; não poderia ser o mesmo; Fato social como coisa (PQP) 1) Paradigma dominante: separação sujeito e objeto; pretensão de objetividade; certeza; 2) Tendência a generalizar; ciências naturais 3) Maneira mais objetiva possível; 19 (Continuação) • Existem dois tipos de solidariedade: mecânica e orgânica. Solidariedade mecânica: é artificial, existe num contexto de grande homogeneização. O vínculo se faz rápido e se quebra rápido, é frágil por não haver uma interdependência entra os indivíduos. As relações estabelecidas pela solidariedade mecânica são fluidas. Não há uma dependência entre eles. Típica de sociedades menos complexas; Horda / vilarejo Clã /município Sociedade Solidariedade orgânica: parte de um conceito de individualização, especificação. Cada um é diferente, tem funções especificadas. É gerada uma solidariedade por complementação. O vínculo não se desfaz facilmente. Uma maior especificação oriunda da divisão social do trabalho. Densidade material: com o crescimento das cidades, se aumenta o número de pessoas, de coisas, gerando o aumento dessa densidade; com esse aumento, se tem o aumento da densidade dinâmica, as trocas começam a acontecer com mais frequência, a comunicação; 20 Para se manter a ordem desse caos, se precisa da densidade moral; começa a se estabelecer regras mínimas para a que essas densidades possam acontecer simultaneamente; se apresenta na sociedade, por ter um maior número de pessoas; Direito: para ele era um fato social; Precisa-se de indicadores (mais objetivo, preciso para se constatar o que se quer) e como a solidariedade tem um nível alto de subjetividade, precisa-se de algo mais preciso, os indicadores para conseguir concluir se existe a solidariedade ou não; o direito é um indicador pois a solidariedade por si só não pode ser mensurada, uma vez que por si só ela é subjetiva, mas se ela não pose ser mensurada, e como o direito é uma forma estável e precisa, e por ser um fato social tem uma forma objetiva, ele é algo externo, podendo assim ser verificado. Se analisa as sanções, pois através delas o direito exerce seu papel regulador e se mantem a coesão social. (Influencias de Durkheim era o organicismo, ele vê a sociedade como um organismo vivo e o direito seria o sistema nervoso); Existem dois tipos de sanções:repressivas e restitutivas: Repressivas: aquilo que pune a violação ao direito; vai inflige uma dor e esse indivíduo por medo não repita; é um tipo de solidariedade mecânica; Restitutivas: tem o intuito de restaurar a ordem que foi abalada; é um tipo de solidariedade orgânica; (EX: direito do consumidor, administrativo) (justiça restaurativa, crimes de menor potencial ofensivo) 21 O Brasil se comporta como uma sociedade homogênea (EX: homem que ejaculou no pescoço da mulher) por ter uma reação de repressão para tudo (EX: expansão do direito penal); Outro indicador de solidariedade é o suicídio; Suicídio: na sociedade contemporânea se entende como um elemento subjetivo; suas causas sócias, por isso seria um fato social, pelas suas causas serem exteriores, objetivas; Seria um indicador pois quando a corrente passa, as tendências coletivas é arrastar o indivíduo. O que impede, para ele, são as redes de solidariedades, se essa rede resistente, vem a corrente e segura; se uma sociedade não tem essa corrente e o indivíduo “cai”. Por isso, quanto maior a solidariedade, menor o suicídio; 22 Além da S.O., se não existir uma moral forte, mesmo na sociedade complexa, o indivíduo cai na corrente. É preciso ter uma moral que mostre ao indivíduo um pertencimento; essa nova moral começa a surgir nas grandes corporações; Moral e anomia: Em uma sociedade de solidariedade orgânica é difícil se falar em uma única moral; O mínimo que deve ser trabalhado é o respeito as liberdades individuais, quando se respeita se faz a aproximação entre essas pluralidades de valores, crenças e etc; promovendo assim a harmonização social; Religião: estuda para entender os mitos, a ideia de sagrado, como funciona a crença; e como ela é um importante fato social; (Ps: em sociedades arcaicas temos um fenomeno chamado de indeferenciação normativa; noão havia diferença entre direito, religião, normas; se tinha um único lider e o mesmo dizia quais eram as normas socias, o que é certo e o que é errado; a religião era um fator essencial, por colocar perguntas que depois a sociedade se tornando mais complexas vão dissociando-se do seu carater religioso e partem para o juridico;) Defende um teoria sociologica do conhecimento (como conheço algo)(como se pode construir algo); eu conheço a partir das representações coletivas, que são a base da consciencia coletiva (fato social + representação coletiva), origem são conceitos, as categorias (EX: tempo, hora, idade), os conceitos (justo, belo, homem, mulher). É essa percepção sociologic que esta por tras do conhecimento; Noções de normal e patológico: Normal é aquilo que se verifica em todos na sociedade e que já integra a ordem social; faz parte da propria estrutura, da ordem social; (EX: crime, Direito Penal) Patológico: é aquilo que rompre com a ordem, desestabiliza o convivio em sociedade, correndo o risco de dissolver esse vinculo social; aquilo que é diferente, surpreende, que foge da normalidade; (EX: crimes que choca); Karl Marx É um divisor de águas, tem a capaciade de colocar perguntas, de promover analises que impactaram profundamente a sociologia; 23 Herança teórica: iluminismo; Trouxe a crença na razão não só para conhecer (instrumento de apreensão da realidade, e a partir deste conhecer, agir para transformar (potencial transformador que trensformar uma sociedade marcada pelas consequencias da divisao social do trabalho e pelas desigualdades oriundas dessa divisão para transformar em uma sociedade mais justa e igualitaria, em que o ser humano pudesse desenvolver suas potencialidades) Desenvolvimento tecnologico como resultante da razão para conhecer e ao mesmo tempoq eu tivemos revoluções políticas (razão para transfromar); Uma das mais importantes contribuições dele, para a sociologia foi a ferramenta teórica do materialismo histórico dialético; Influencias: Hegel Se acreditava na tradição de separar mundo das ideias e mundo do historico de modo que haveria um ciclo inexorável; é ele que propõe essa aproximação entre os caminhos da história e caminhos da razão; “a dialetica é a marcha e o ritmo da próprias coisas”; ) A razão impuciona meu agir na historia, só que a historia é cheia de contradições; das contradições, se muda a forma de conceber algo, e essa nova forma é diferente; O que promove essa mudança é a dialetica Aula 22/09 (Laura Karl Marx: • Foi um divisor de águas. Colocou questões que representaram um marco, um paradigma. Trouxe reflexões pertinentes para os sistemas sociais. Toda a sociologia que vem depois visa confirmar os resultados às suas convicções. 24 • Sofreu influências do iluminismo (crença na razão para conhecer e para transformar- transformar a sociedade desigual em uma sociedade justa e igualitária). • O materialismo histórico dialético foi a principal contribuição de Marx para a sociologia. Retoma o materialismo de Feuerbach e a dialética de Hegel. ➢ Hegel diz que a dialética (tese - afirmação, antítese – negação da afirmação, síntese – conclusão que deriva da antítese) é o caminho e o ritmo das próprias coisas, os fenômenos se tornam compreensíveis quando, usamos a nossa razão, agimos na história para alcançar a visão do todo. Promove uma aproximação entre os caminhos da razão e os da história. ➢ Feuerbach traz a discussão sobre a alienação sobre o material. O fenômeno religioso, sua estruturação mantém as pessoas na alienação, reforçava a perda do auto-controle. • Para Marx, a grande causa da alienação é o fenômeno econômico (condições materiais de vida). É como a sociedade se organiza para a produção. Ao associar razão para conhecer (teoria) e razão para transformar (práxis) que é possível empreender a ação transformadora na sociedade. Compreendendo o estado de coisas é que se pode modificá- lo. • Na sociedade capitalista, e para a teoria marxista, não é mais o sujeito racional que vai empreender esse esforço do materialismo histórico dialético e sim um sujeito histórico, o proletariado. Este, ao compreender como se deu a evolução histórica, poderá agir para transformar para melhor as condições materiais de vida (condições para atender as necessidades sociais) e evitar que os modelos antigos voltem. • No capitalismo, o trabalho virou o cerne da vida humana. Era preciso trabalhar para atender as necessidades basilares (biológicas) e sociais (necessidades criadas dentro do sistema do modo de produção capitalista). São essas necessidades que geram a vida material. • As relações sócias de produção (interação do indivíduo com outros indivíduos) são resultantes da divisão social do trabalho (consequência da revolução industrial). • A divisão social do trabalho, para Marx, expressa os modos de segmentação da sociedade e gera desigualdades sociais. • Estrutura social: é a base da sociedade, as condições materiais de vida. Conjunto das forças produtivas de tudo que o homem produziu para agir sobre a natureza e a forma como ele se organizou com outros indivíduos para produzir (relações sociais de produção). • Superestrutura: é o que completa a sociedade. É toda produção imaterial humana (artes, religião, ciência, direito, etc). Contribui para condicionar e manter a estrutura como ela se apresenta. • Classes Sociais: a destinação do excedente de produção gerado é o que gera a divisão em classes sociais. Quem recebe o excedente é quem tem os meios de produção (classe dominante, burguesia), apropriação do produto por não produtores. Aparcela mínima do produto final fica com a classe trabalhadora, que vende sua força de trabalho (classe dominada, proletariado) 25 • Marx critica a exploração do proletariado pela burguesia, a limitação à liberdade e a desumanização do trabalhador. A existência das classes está relacionada apenas a determinadas fases históricas. • O sistema capitalista está pautado sobre algumas premissas: liberdade e igualdade. No entanto, estes ideais são falaciosos. A pessoa é livre para escolher não trabalhar, mas, se ela não trabalhar não irá sobreviver. • Mais valia é a diferença entre o quanto é produzido por uma pessoa e o quanto ela recebe por essa produção. Representa o grau de exploração e alienação a que este trabalhador se encontra subordinado (trabalha muito e recebe muito pouco em troca). • A divisão do trabalho gera alienação. O trabalhador se encontra alienado em relação ao produto que ele fabrica, não se identifica no produto final. Ele está alienado também em relação à própria técnica de produção, não compreende o processo produtivo e nem vê relevância em seu trabalho, uma vez que outros podem executá-lo da mesma maneira. • O trabalho não é mais um talento, um dom, não dá mais sentido à vida. Ele passa a ser apenas um meio de sobrevivência. Leva à sensação de infelicidade por parte do trabalhador, ele vale apenas o quanto vale sua força de trabalho (vira uma mercadoria). • O fetichismo da mercadoria faz com que se dê mais valor ao produto do que à pessoa. • O materialismo histórico dialético (acredita na luta de classes como motor da história) permite a percepção das contradições existentes (criação de uma consciência) e é o caminho para sair do estado de alienação. Essa transformação ocorre através da revolução, que visa alterar os sistemas sociais e econômicos e criar uma outra estrutura. • O objetivo a ser alcançado é o de uma sociedade sem classes, justa e igualitária em que desaparecerá a coerção, o monopólio e a sociedade estará orientada para a liberdade e a não alienação, toda produção social se tornaria coletiva (comunismo). Somente quando não existir mais a luta de classes é que se deixará de falar em revolução. Ainda existirá uma determinada estrutura social, mas o seu resultado não será mais divisão de classes. Max Weber: • Seu pensamento ainda se insere no paradigma dominante, mas ele admite valores como a não separação entre sujeito e objeto e falta de neutralidade axiológica, o que mostra que ele está tencionando elementos centrais desse paradigma. • Trabalha com a lógica de causalidade, típica das ciências naturais (paradigma dominante). A pesquisa, apesar de valorativa, torna-se também científica. • Retoma uma discussão epistemológica sobre o que é a sociologia enquanto ciência. Ciências naturais x Ciências do espírito. Questiona a influência do positivismo sociológico, e a possibilidade da formulação de leis gerais para a sociologia. Se opõe a Durkheim em seus pensamentos. • Sofre influências de Marx com relação ao capitalismo e de Nietzsche na sua formulação das teorias da dominação. 26 • Objetividade do Conhecimento: entende-se em que medida ele começa a tensionar elementos centrais do paradigma dominante. • Reconhece a existência de valores como algo instrínseco à própria lógica das ciências sociais. A sociologia não pode ser neutra. • Defende a ação do cientista como seletiva (os valores do sujeito interferem), não se pode estudar a sociedade como inteiro (foca na singularidade, especificidades, diferentemente de Durkheim). Atividade do cientista é racional em relação a valores e em relação a fins (toda pesquisa tem que pretender alcançar uma finalidade). • Weber questiona os conceitos (possibilidade de formular leis gerais). Propõe que os conceitos genéricos sejam substituídos pelos tipos ideais. • Tipos ideais são fórmulas interpretativas através das quais se apresenta uma explicação racional para a realidade empírica. São permeáveis a valores e transformações. São definições que servem como indicadores para interpretar a realidade. Apresentam 3 características centrais: unilateralidade (quando é estudado pelo pesquisador, este é parcial), racionalidade (parte de uma lógica, uma fundamentação) e caráter utópico (não é e nem pretende ser um reflexo preciso da realidade, é uma ferramenta teórica que auxilia o pesquisador na construção dos entendimentos sobre o objeto que está sendo estudado). • Para Weber, o objeto da sociologia é a ação social. Uma ação é toda conduta humana dotada de sentido. A ação se torna social quando o sentido atribuído a ela se torna compartilhado. A sociologia visa entender, interpretar e explicar causalmente a ação social. Tipos puros de relação social: ➢ Ação racional com relação a fins: tem muito clara o fim que pretende alcançar e planeja racionalmente o emprego dos meios econômicos mais viáveis para alcançá-los. ➢ Ação racional com relação a valores: o quanto se pode justificar uma ação utilizando valores que se segue (religião, família, sociedade, etc). ➢ Ação irracional tradicional: fundada na tradição. É a tradição que vai orientar o agir. ➢ Ação irracional emotiva: baseada em afetos, emoções. No geral, são ações impulsivas (crime passional, etc). • Uma ação só pode ser julgada como um dos tipos puros de relação social se for conhecida a motivação por trás de quem a efetuou. Não se pode praticar todas as ações ao mesmo tempo. • A questão do poder em Weber diz que a lógica da esfera econômica segue a lógica de mercado. • Para Weber o poder é amorfo (não tem forma pré-definida), pode se manifestar de variadas maneiras. • Acredita que a dominação é o que mantém a sociedade coesa. As dominações se estabelecem a partir de motivações. Tipos de dominação (legítimas): ➢ Legal: se estabelece a partir de uma motivação racional. Se aceita a dominação por ter respaldo da regulamentação legal, e por acreditar que o governante será um servidor do povo. 27 ➢ Tradicional: a motivação é tradicional (“ontem eterno”). O hábito, costume leva a aceitar a dominação. Ex: monarquia. ➢ Carismática: a motivação é afetiva, o carisma, dom da oratória do governante levam a aceitar a sua dominação. • O desencantamento do mundo é uma consequência da racionalidade excessiva. A racionalização afetou a modernidade em diversos aspectos (economia, religião, etc). • As ideias de racionalização e burocracia de Weber estão entre as suas principais contribuições.
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