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RESENHA DO LIVRO

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RESENHA DO LIVRO – “A Morte é um dia que vale a pena viver”
Aluna: Mariã Vieira Pimentel 2º Semestre Professora: Fanny Helena Martins 
Quando se fala em morte, sempre traz um certo sentimento de medo na maioria das pessoas, pois a maioria nunca está realmente preparada pra perder alguém e para chegar ao fim da sua vida. A questão é se nossos dias estão sendo devidamente aproveitados ou vamos chegar ao fim da vida cheios de arrependimentos sobre coisas que fizemos ou pior, que não fizemos. 
Ana Claudia, médica formada na USP, especialista na área geriátrica e em cuidados paliativos, escreve em seu livro “ A morte é um dia que vale a pena viver” suas experiências pessoais e profissionais e a vivência de ser médica que cuida de pessoas que estão morrendo, com muita franqueza e detalhes cheios de emoção e incentiva ainda que as pessoas cultivam relações saudáveis, cuidem de si próprio com a mesma dedicação que cuidam dos parentes e amigos e que procurem ter hábitos saudáveis, sem deixar de fazer aquilo que gosta e as torna felizes.
O livro começa mostrando a maneira de como a sociedade enxerga a morte e de forma que não aceita ela ser algo natural, sendo algo evitado de se falar. Relata como foi sua escolha pela a profissão e das dificuldades pelas quais enfrentou, explica do significado de cuidados paliativos e de sua importância diante do destino que é, afinal, o de todos nós. Embora não gostemos do assunto, vamos todos morrer e quanto mais nos prepararmos para a ideia, melhor partiremos. É esse o grande aprendizado do livro: como ajudar alguém e a nós mesmos em algum momento quando viermos a falecer.
Ele trata das dimensões físicas do fim, da busca do conforto e controle da dor e da importância de manter a consciência sem sofrimento de quem está partindo. E também fala dos aspectos espirituais e psicológicos, das mortes simbólicas, e da vida depois da morte: o luto de quem fica. Um dos trechos que me chamaram mais atenção e que trata do assunto do luto, foi esse:
" A dor do luto é proporcional à intensidade do amor vivido na relação que foi rompida pela morte, mas também é por meio desse amor que conseguiremos nos reconstruir" ou seja quando se ama muito a dor é muito grande, mas também quanto maior o amor é mais fácil você curar essa dor. Se você ama muito uma pessoa e se preocupa e não tolera pensar na possibilidade de perder essa pessoa a recomendação é amar muito a pessoa e não economizar nem um pouco no afeto, na demonstração e se entregar completamente para esse amor para que não aja arrependimento de não ter expressado esse carinho, de não ter vivido esse amor em todos os aspectos, em todas as possibilidades e tempos em que essa pessoa esteve presente. Quando se tem a expressão plena desse amor ao longo do processo se há a perda, a cura!
A morte para a autora é uma das coisas mais intensas como ferramenta de empoderamento do ser humano, assim quando se tem noção do fim da sua vida não tem ninguém que tire e te iluda e as situações irrelevantes do dia a dia se tornam nada, quando comparadas se você vier a morrer na semana que vem. O problema é redimensionado e você passa a ter noção de prioridade e ter uma reflexão de uma maneira honesta e tendo poder sobre a sua vida.
A autora ainda cita sobre o arrependimento frente a morte, de como colocamos mascaras e fingimos ser quem não somos durante a vida toda e relata que quando se está no trabalho, no dia a dia, nas relações, no mundo social fingimos ser alguém mas quando se está doente e fragilizado nós somos quem realmente somos. A doença pode ser para as pessoas para todo mundo um momento de oportunidade de conhecimento, de descoberta de saber o poder que eu tenho quando estou vulnerável e a questão não é a gente ser independente pra sempre e não dar trabalho. E esse processo de admitir que é frágil também é uma coisa boa de ser vivida, receber o toque humano de outra pessoa que gosta de te tocar é um privilegio.
Eu amei o livro, e pude refletir bastante sobre mim e sobre a vida. Saber que estou aqui como estrangeiro, muda todo o sofrer, me conhecer e respeitar a mim primeiro muda a visão da prioridade.

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