Buscar

Gastroenterologia abordagens terapêuticas Cópia

Prévia do material em texto

30/03/2015 
1 
Profa. Thaís Melo de Paula Seixas 
GASTROENTEROLOGIA: 
 
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA E 
TERAPÊUTICA DE DISFAGIA, 
REGURGITAÇÃO, VÔMITO E DIARREIA 
CLÍNICA MÉDICA E TERAPÊUTICA 
DE PEQUENOS ANIMAIS I 
CONCEITOS 
INGESTÃO DE ALIMENTOS 
 
NORMOREXIA: Ingestão normal de alimentos. 
POLIFAGIA: Ingestão aumentada de alimentos. 
INAPETÊNCIA OU HIPOREXIA: Diminuição da ingestão de alimentos. 
ANOREXIA: Ausência de ingestão de alimentos. 
ALOTRIOFAGIA: Ingestão de substâncias não-alimentícias. 
Halitose: Odor anormal ou desagradável no hálito. 
Disfagia: Dificuldade ou impossibilidade de deglutição. 
Odinofagia: Deglutição dolorosa. 
Apetite caprichoso: Interesse por alimentos palatáveis. 
Apetite pervertido: Ingestão por material não-alimentício. 
Diarreia: Aumento da quantidade de água nas fezes ou frequência 
de defecação. 
Hematoemese: Presença de sangue no vômito. 
CONCEITOS 
Melena: Presença de sangue digerido nas fezes. 
Hematoquesia: Presença de sangue vivo nas fezes. 
Disquesia: Dor ao defecar. 
Constipação: Retenção fecal. 
Obstipação: Retenção fecal grave, indicação cirúrgica. 
Tenesmo: Dificuldade para defecar ou urinar. 
CONCEITOS 
DISFAGIA 
 Dificuldade ou incapacidade de deglutição. 
 
 Geralmente resultante de alterações na cavidade oral. 
 Exame físico da cavidade oral, faringe e crânio. 
 
 Fases da Deglutição: 
 1 – Oral (voluntária). 
 2 – Faríngea e Esofágica (involuntária). 
DISFAGIA 
 Causas: 
 1 – ORAL: 
 Doença periodontal. 
 Fraturas. 
 Estomatite e glossite. 
 Corpos estranhos. 
 Neoplasias. 
 Alterações na articulação têmporo-mandibular. 
30/03/2015 
2 
 Causas: 
 2 – FARÍNGEA e ESOFÁGICA: 
 Faringite. 
 Doenças neuromusculares: Miastenia gravis, Botulismo, 
Polirradiculoneurite. 
 Miosite. 
 Acalasia Cricofaríngea (ausência de sincronia entre o 
músculo cricofaríngeo e a deglutição). 
DISFAGIA 
DISFAGIA 
SINAIS CLÍNICOS 
* ORAL: dificuldade de apreensão e mastigação. 
* FARÍNGEA e ESOFÁGICA: dificuldade de deglutição, esforços de 
deglutição repetidos e regurgitação. 
* Retenção do alimento na boca. 
* Engasgos. 
* Apetite voraz. 
REGURGITAÇÃO 
 Movimento retrógrado passivo de material ingerido. 
 Diferenciar de vômito! 
 Não há mímica de vômito. 
 Material eliminado geralmente tem pH alcalino (7,0). 
 Material geralmente não está digerido, não há bilirrubina e 
pode ter a forma tubular de esôfago. 
 Normalmente a causa está relacionada ao esôfago. 
 
REGURGITAÇÃO 
 Causas: 
 1 - Alterações no peristaltismo. 
 Idiopática, Botulismo, Polirradiculoneurite, Miastenia 
Gravis, esofagite... 
 2 - Obstruções. 
 Anormalidades do anel vascular (persistência do Arco 
Aórtico Direito), corpo estranho, neoplasias, estenose (cicatriz)... 
 3 - Funcionamento assíncrono da junção esofagogástrica . 
 (Acalasia do esfíncter esofágico inferior). 
30/03/2015 
3 
Persistência do Arco Aórtico Direito REGURGITAÇÃO 
SINAIS CLÍNICOS ASSOCIADOS 
* Salivação. 
* Halitose. 
* Tosse e dispneia (pneumonia por aspiração). 
* Apetite voraz. 
TRATAMENTO 
Não há medicação que aumente o peristaltismo esofágico. 
 
Regurgitação 
Esofagograma 
Dilatação 
generalizada 
Exames para 
distúrbios sistêmicos 
Sem 
alterações 
Alterações 
presentes 
Dilatação 
proximal 
Radiografia torácica 
Alterações presentes 
Sem 
dilatação 
Endoscopia
esofagite 
Corpo 
estranho 
Neoplasia 
Inconclusível 
Megaesôfago 
primário 
Megaesôfago 
secundário 
Estenose 
Massa intraluminal 
Anomalia de anel 
vascular 
 
Megaesôfago 
VÔMITO 
 Ejeção forçada do conteúdo gástrico ou intestinal. 
 Contração sustentada dos músculos abdominais, abertura do 
cárdia e contração do piloro. 
 Controlado pelo Centro do Vômito no Hipotálamo. 
 3 Fases: 
 1- Náusea. 
 2 – Ânsia. 
 3 – Vômito. 
 
VÔMITO 
 Náusea: sialorreia, depressão, lambedura dos lábios e deglutições 
repetidas. 
 Ânsia: movimentos respiratórios espesmódicos quando a glote 
está fechada. 
 Contrações da musculatura abdominal, manobra preparatória 
(contração do piloro e relaxamento do cárdia). 
 Vômito: eliminação do conteúdo gástrico. 
MÍMICA DE VÔMITO: taquipneia e superficialização da respiração, 
contrações abdominais rítmicas e repetidas, extensão do pescoço e 
abertura da boca. 
30/03/2015 
4 
VÔMITO 
 Importante avaliar: 
 # Vômito agudo ou crônico (intermitente). 
 # Presença de sangue – Hematoemese (sangue vivo ou 
digerido - cor de “borra de café”). 
 # Relação alimentação x tempo. 
 # Sinais clínicos sistêmicos. 
VÔMITO 
 CAUSAS: 
 Distúrbios gástricos. 
 Distúrbios intestinais. 
 Dieta. 
 Doenças endócrinas e metabólicas. 
 Intoxicações. 
 Fármacos 
TRATAMENTO 
Terapia anti-emética: 
 * Metoclopramida 0,2 a 0,5 mg/Kg BIP ou QID 
 * Clorpromazina 0,2 a 0,4 mg/Kg TID 
 * Ondansetrona 0,5 a 1 mg/Kg BID 
 * Dimenidrato 4 mg/Kg TID 
 * Bromoprida 0,5 mg/Kg BID ou TID 
VÔMITO DIARREIA 
 Aumento da frequência, fluidez ou volume das fezes. 
 Aguda ou crônica. 
 Origem no intestino delgado ou intestino grosso. 
 4 tipos de diarreia: Secretora. 
Osmótica. 
Exsudativa. 
Dismotilidade. 
Parâmetro Int. Delgado Int. Grosso 
Muco Raro Frequente 
Hematoquezia Ausente Pode ocorrer 
Volume Aumentado Normal 
Aspecto Aquosa Pastosa 
Melena Pode ocorrer Ausente 
Freqüência Normal Aumentada 
Disquezia Ausente Freqüente 
Tenesmo Ausente Freqüente 
Borborigmos Pode ocorrer Ausente 
Flatulência Pode ocorrer ausente 
DIARREIA INTESTINO DELGADO X INTESTINO GROSSO Diarreia e Melena 
30/03/2015 
5 
DIARREIA 
 Tipos de diarreia: 
1 – DIARREIA SECRETORA 
 Estimulação da secreção pelo intestino delgado (secreta água 
e sais) – secreção supera a absorção. 
 Enterotoxemia e giardíase. 
2 – DIARREIA OSMÓTICA 
 Moléculas hidrossolúveis na luz intestinal mantém 
osmoticamente a água. 
 Insuficiência pancreática exócrina. 
DIARREIA 
 Tipos de diarreia: 
3 – DIARREIA EXSUDATIVA 
 Aumento da permeabilidade entre as células intestinais. 
 Inflamação intestinal, obstrução linfática. 
4 – DIARREIA DISMOTILIDADE 
 Hipomotilidade intestinal (fermentação bacteriana). 
 Diminuição do tempo de trânsito. 
 Independente da causa da diarreia: 
 
 Histórico completo 
 Doença concomitante, ingestão de lixo ou toxinas 
 
 Hemograma 
 Indica necessidade de antibioticoterapia 
 
 Perfil bioquímico sérico 
 Descartar doenças sistêmicas 
 
 Coproparasitológico 
 Descartar parasitas e protozoários 
 
Abordagem diagnóstica geral do paciente com diarreia Abordagem diagnóstica geral do paciente com diarreia 
 Métodos diagnósticos especiais: 
 
 Citologia fecal (esporos, leucócitos) 
 
 Cultura fecal 
 
 Imagem: 
 Radiografias simples e contrastadas 
 Ultrassonografia 
 Endoscopia 
 
 Biópsia e histologia 
 Doenças inflamatórias e neoplásicas 
Radiografias contrastadas 
Trânsito Gastrintestinal 
 Fluidoterapia adequada para repor perdas hidro-eletrolíticas e 
ácido-básicas. 
 
 Antieméticos em casos de vômito. 
 
 Não administrar medicações antidiarreicas até saber a causa 
melhor evitar o uso. 
 
 Probióticos . 
 
 
Terapia inespecífica 
30/03/2015 
6 
 Uso criterioso. 
 
 Indicado em condições como febre, melena, fezes com cheiro 
pútrido. 
 Leucocitose e leucopenia. 
 
 Evitar uso em animais sem outras alterações clínicas 
 
 Metronidazol 
 Cefalotina, sulfa, ampicilina, amoxicilina Aminoglicosídeos, quinolonas, ceftriaxona 
 Tilosina 
Antibioticoterapia na diarreia HIPOMOTILIDADE INTESTINAL 
 Diminuição ou ausência de peristaltismo intestinal. 
 Caracterizada por constipação e fecaloma. 
 Principais causas: 
 Doenças neuromusculares. 
 Hipocalcemia. 
 Hipercalcemia. 
Fecaloma Fecaloma 
HIPOMOTILIDADE INTESTINAL 
 Terapia pró-cinética: 
 Ranitidina 1 a 2 mg/Kg BID ou TID 
 Cisaprida 0,1 a 0,5 mg/Kg BID ou TID 
 Eritromicina 0,5 a 1 mg/Kg TID 
 Laxantes para retenção de fezes: 
 Lactulose 0,5 mL/Kg BID ou TID 
 Bisacodil 5 mg SID

Continue navegando