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ARTIGO SISTEMA PENITENCIARIO

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O SISTEMA CARCERÁRIO BRASILEIRO E SUA INEFICIÊNCIA QUANTO AOS 
FINS DA PENA 
 
THE BRAZILIAN CARCERARY SYSTEM AND ITS INEFFICIENCY AS TO THE 
PENALTIES 
 
 
 
Glayce Kelly G.G. da Silva1 
 
 
RESUMO 
O presente artigo tem como objetivo analisar as características do sistema prisional brasileiro, 
que há muito deixou de ser um instrumento eficaz de recuperação, refletindo, assim, a 
injustiça social no Brasil. A realidade vivenciada, a falta de estrutura nos presídios 
brasileiros, analisando o nível educacional do agente, identificando as principais 
problemáticas e apresentar algumas alternativas para perquirir quanto à possibilidade de 
reintegração dos presos à sociedade, investigando os fatores que contribuem para a essa 
violência. Nesse cenário, destaca-se a ausência do ensino de um ofício a ser desenvolvido 
pelo presidiário, gerando a degradação, que se revela, dentre outros aspectos, no que diz 
respeito à higiene, aos atos violentos praticados pelos presos entre si, ao contágio de doenças, 
entre outros. 
 
Palavras-Chave: Sistema prisional, recuperação, reintegração, sociedade, violência. 
 
ABSTRACT: 
This paper analyzes the characteristics of the Brazilian prison system, which has long ceased 
to be an effective tool of recovery, reflecting the unjust social reality in Brazil. It is only to 
note that the prison system is a lived reality, most often by poor individuals, without much 
study and appropriate education. The objective of the study is to analyze the reintegration of 
prisoners to society , the factors that contribute to violence of prisoners , as well as lack of 
teaching a trade to be developed by the convict , Generating degradation as regards the aspect 
of hygiene, violence practiced against prisoners among themselves, contagion of diseases, as 
well as a series of factors. 
Key Words: Prisons, recovery, reintegration, society, violence. 
 
1 Faculdade de Direito de Contagem (FDCON) - 4º período. Graduando Bacharelado em Direito – Campus 
Contagem. E-mail: glayce@asolmg.com.br. 
 
 
2 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Atualmente o sistema penitenciário brasileiro vem enfrentando o ápice de uma crise 
que é antiga. Mesmo com os constantes avanços na preocupação humanitária do preso, 
percebe-se que os sistemas penais se desenvolveram, mas não o suficiente para atender à 
demanda da sociedade. Uma das questões mais discutidas, no que concerne aos problemas 
verificados no âmbito do sistema carcerário, é a da superlotação. Ao que se observa, é um 
problema que não apresenta uma solução em curto prazo, existindo várias discussões quanto 
às saídas para este problema, que dificulta a implementação de uma verdadeira punição. 
Como consequência, restam comprometidas a ressocialização e a educação do criminoso, 
impossibilitando que o mesmo retorne recuperado, de fato, ao convívio social. 
A superlotação nos presídios brasileiros é um grande problema que atinge nosso 
sistema penal, o que traz riscos não só aos indivíduos encarcerados, mas a todos aqueles 
trabalhadores que estão envolvidos no funcionamento desse sistema prisional. A pena de 
prisão visa à ressocialização do indivíduo, para que o mesmo não volte a delinquir. Porém, 
para atingir este objetivo, é necessário que a permanência nesse estabelecimento seja 
adequada a essa reabilitação. 
Outros fatores problemáticos também são encontrados neste sistema, tais como a 
ausência de respeito aos presos; a ausência de atividades laborativas dentro dos presídios, 
gerando o ócio dos detentos; além de elevados índices de consumo de drogas. O que ocorre 
muitas vezes em função da corrupção de alguns funcionários que facilitam a entrada de 
drogas e outros objetos proibidos em troca de dinheiro. Verifica-se, ainda, a ocorrência de 
reiterados abusos sexuais, prática absurda, mas que é comum dentro dos presídios. Todas 
essas circunstancias levam a “falência” do atual sistema carcerário brasileiro, o que revela a 
extrema dificuldade em se obter a reabilitação do condenado em face da situação à qual é 
submetido. 
Constata-se uma absoluta falta de respeito à dignidade humana no cárcere, realidade 
que, como exposto, impede qualquer tentativa de “recuperar” o delinquente. A prisão acaba 
por representar um abismo entre os detentos e o mundo exterior, dando ensejo ao 
embrutecimento e à revolta com o tratamento injusto e desumano recebido. As péssimas 
condições suportadas transformam a prisão em uma verdadeira escola para novos crimes, o 
que justifica o elevado índice de reincidência existente. 
 
 
3 
 
 
2. O SISTEMA PENITENCIARIO E SUA EVOLUÇÃO 
 
O sistema penitenciário tem, desde o início, o objetivo de cumprimento de pena pelo 
malfeitor. Como todo sistema, passou por fases evolutivas, das quais se destaca basicamente 
três sistemas, o pensilvânico, o auburniano e o progressivo. De acordo com a citação que 
LUIZ REGIS PRADO (2008) 2: 
(...) As mudanças realizadas foram de tal ordem que Roberto Lyra afirmava 
ter o Código Penal de 1940 adotado, “um sistema progressivo e não o 
sistema progressivo, construindo, com uma progressão original, flexível e 
realista, o sistema progressivo brasileiro”. Não prestou obediência a qualquer 
esquema preestabelecido. De maneira geral, quer quanto ao número, quer 
quanto ao ritmo, quer quanto à essência, não se subordinou à rigidez de 
períodos incompatíveis com a individualização executiva da pena e com a 
contínua da ciência penitenciária (PRADO, 2008). 
Contudo, o Código Penal de 1940 outorgava a progressividade apenas aos 
Condenados a pena de reclusão conforme os ensinamentos de PRADO3: 
O recluso, inicialmente, passava por um período de isolamento durante o dia, 
por tempo não superior a três meses (art. 30, caput); em um momento 
posterior, poderia trabalhar em comum, dentro do estabelecimento, ou em 
obras ou serviços públicos, fora dele, sujeitando-se a isolamento noturno 
(arts. 29, § 1º, e 30, § 1º); o recluso de bom procedimento poderia ser 
transferido para colônia penal ou estabelecimento similar, desde que 
cumpridos metade da pena (quando igual ou inferior a três anos) ou um terço 
desta (se superior a três anos) – artigo 30, § 2º; já o livramento condicional 
poderia ser concedido ao condenado a pena de reclusão superior a três anos, 
se atendidos os requisitos do art. 60 [...] 
 
Basicamente, esses sistemas decorrem da evolução um do outro, onde o pensilvânico 
previa o isolamento do preso numa cela, participando apenas de oração, pois a religião era 
imprescindível ao preso, sendo considerada a ferramenta que o recuperaria. O detento era, 
também, obrigado a se abster de bebidas alcoólicas. Esse isolamento, contudo, passava ser um 
martírio ao condenado, que não via possibilidades de se ressocializar através dessa prática. 
Conferindo, apenas, um caráter de purificação à pena. 
Na tentativa de ser mais eficaz e mais econômico do que o sistema pensilvânico, 
surgiu o sistema auburniano, prevendo a adoção de divisões estruturais para atender aos 
diversos níveis de delinquentes. A primeira ala era a mais isolada, encontrando-se nela os 
presos mais velhos e os delinquentes persistentes. A segunda ala era destinada àqueles que 
possuíam autorização para trabalhar, permanecendo isolados apenas três vezes na semana. Na 
 
2 LUIZ REGIS PRADO, 2008, PAG. 533. 
3 LUIZ REGIS PRADO, 2008, PAG. 534. 
4 
 
 
terceira ala ficavam os que fossem passíveis de recuperação. Vale ressaltar que os presos, 
durante o dia, permaneciam em conjunto, só sendo isolados durante o período noturno.4 
Porém, o sistema que atuou de forma maisbranda, é que é adotado atualmente no 
Brasil, foi o sistema progressivo5, porém descartando o uso de vales e marcas. Segundo 
Roberto Lyra membro da comissão revisora do Projeto Alcântara Machado, afirmava com 
muita propriedade que o Código de 1940 adotou um sistema progressivo e não um sistema 
progressivo, construindo uma forma especial, flexível e realista, um sistema brasileiro. 
Segundo CÉZAR ROBERTO BITENCOURT (2010) 6 expõe que o sistema progressivo. 
 
 O regime progressivo significou, inquestionavelmente, um avanço 
penitenciário considerável. Ao contrário dos regimes auburniano e 
filadélfico, deu importância á própria vontade do recluso, além de diminuir 
significativamente o rigorismo na aplicação da pena privativa de liberdade. 
 
Este sistema se caracteriza pelo entendimento de que o preso deve ganhar benefícios 
quanto mais perto se encontra do término do cumprimento da pena, propiciando estímulo ao 
condenado para voltar à sociedade aos poucos. Levava-se em conta o comportamento e 
aproveitamento do preso, demonstrados pela boa conduta e pelo trabalho; à medida que o 
condenado satisfazia essas condições era computado certo número de marcas (mark system), 
de tal forma que a quantidade de marcas que o condenado necessitava obter antes de sua 
liberação deveria ser proporcional à gravidade do delito por ele praticado. 
A divisão do sistema dava-se em três períodos seguindo o modelo idealizado por 
ALEXANDRE MACONOCHIE7. No primeiro, chamado de isolamento celular diurno e 
noturno tinha a finalidade de fazer com que o apenado refletisse sobre seu comportamento 
delituoso. Num segundo momento, vinha o trabalho, em silêncio, mantendo-se a segregação 
noturna. Por fim vinha à liberdade condicional, que se não fosse determinada a sua revogação, 
o condenado vinha então a adquirir sua liberdade de forma definitiva. 
Cezar Roberto Bittencourt8 adverte que: 
“A essência deste regime consiste em distribuir o tempo de duração da 
condenação em períodos, ampliando-se em cada um os privilégios que o 
recluso pode desfrutar de acordo com sua boa conduta e o aproveitamento 
demonstrado do tratamento reformador. Outro aspecto importante é o fato de 
possibilitar ao recluso reincorporar-se à sociedade antes do término da 
condenação. A meta do sistema tem dupla vertente: de um lado pretende 
 
4 LUIZ REGIS PRADO, 2008, PAG.558. 
5 JESCHECK, H. H. TRATADO DE DERECHO PENAL. [S/L], [S/E], V. II, P. 1.068. 
6 CÉZAR ROBERTO BITENCOURT, 2010, PAG.151. 
7 JESUS, Damásio de. Manual de Direito Penal Volume I. São Paulo : Atlas, 2004, p.250. 
8 BITENCOURT, Cezar Roberto. Manual de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2000; p . 98. 
5 
 
 
constituir um estímulo à boa conduta e à adesão do recluso ao regime 
aplicado, e, de outro, pretende que este regime, em razão da boa disposição 
anímica do interno, consiga paulatinamente sua reforma moral e a 
preparação para a futura vida em sociedade.” 
Este tipo de sistema foi considerado como o que obteve um sucesso maior e progresso 
na desenvoltura do sistema penitenciário da época. Devido ao impacto deste sistema, 
Maconochie o grande percussor desta ideia, o mesmo foi convidado a dirigir outros presídios: 
A autoria do sistema progressivo é partilhada pelo inglês Alexander 
Maconochie e pelo irlandês Walter Crofton. Aquele, diretor da colônia penal 
da ilha de Norfolk, na Austrália, criou um sistema baseado em marcas (mark 
system), exposto em sua obra Thoughts on Convict Management (1838), pelo 
qual o condenado poderia obter vales ou marcas conforme sua conduta e 
rendimento de seu trabalho. Poderia o sentenciado ir, pouco a pouco, 
melhorando sua condição e, assim, reduzir a duração da pena inicialmente 
imposta. A princípio o condenado passava pelo isolamento celular (período 
de prova), para depois, segundo sua conduta, trabalhar em comum dentro de 
penitenciária, sem silêncio, recolhendo-se ao isolamento durante a noite. O 
estágio seguinte consistia na semiliberdade, culminando, ao fim com a 
liberdade sob vigilância até o término da pena (ticket of leave). Coube a 
Crofton aperfeiçoar o sistema progressivo inglês, acrescentando a ele uma 
fase intermediária, de semiliberdade, prévia à liberação do condenado, 
dirigida a readaptá-lo à vida social. Dividia-se o cumprimento da sanção 
penal em estágios progressivamente menos severos. Assim, o “sistema 
progressivo irlandês” passou a compreender quatro etapas distintas: a 
primeira, abrangendo um período de isolamento celular de nove meses de 
duração; a segunda, consistindo no trabalho em obras públicas; já a terceira 
etapa destinava-se ao trabalho externo, com pernoite em estabelecimento 
penal; a quarta e última fase, por sua vez, era a liberdade provisória 
(livramento condicional), que poderia ser revogada ou convertida em 
definitiva através do bom comportamento.9 
 
Com a reforma de 1984 e a criação da Lei de Execução Penal, com o intuito de valorar 
o sistema progressivo da pena anterior, tornando necessárias a vinculação do mérito de cada 
condenado e também fazer uma analise concreta de alguns requisitos formais com o proposito 
de individualizar a pena, surgindo assim uma tendência moderna, com pluralidade de sistemas 
desenvolvida pela classificação cientifica de cada condenado, fazendo a distribuição dos 
mesmos em sistemas próprios e organizados conforme a natureza de seus atos. No que diz 
respeito ao sistema brasileiro, entende CLÁUDIO HELENO FRAGOSO10: 
A prisão constitui um sistema de convivência anormal e violento sujeito a 
pressões intoleráveis. As rebeliões são fatos comuns nas prisões e se devem 
ao ambiente autoritário e opressivo. O mau comportamento pode ser 
revelação do caráter e da dignidade do preso e o bom comportamento pode 
indicar apenas deformação da personalidade, adaptada aos padrões 
carcerários. 
 
9 PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro: volume 1 – parte geral. p. 574.. 
10 FRAGOSO, Claudio Heleno. Direito Penal e Direitos Humanos. Rio de Janeiro: Forense, 1977, p. 304. 
6 
 
 
Ainda que não tenha como satisfazer as necessidades, a Lei de Execução Penal11 
enalteceu a progressividade e as mudanças que estão sendo exigidas com as preocupações 
atuais. 
3. O SISTEMA PUNITIVO E SUAS CARACTERÍSTICAS 
 
A artéria principal dos sistemas punitivos na maioria dos ordenamentos jurídico-penais 
é verificada nas penas privativas de liberdade, base do sistema carcerário. Contudo, o sistema 
prisional brasileiro tem se revelado uma verdadeira falácia, exteriorizada em diversas 
circunstâncias encontradas nos presídios, a saber: má higienização, superpopulação carcerária, 
o uso de drogas, mortes e espancamentos, entre outros aspectos negativos que dão fama a má 
administração da segurança pública, no que condiz ao sistema penitenciário. Apresentadas 
assim, os inúmeros desafios, quando se trata da ressocialização do individuo, com origem em 
fatores de ordem social, material e psicológicas. 
Contudo, para MACHADO12 o sistema prisional é “o reflexo do esquecimento 
judiciário dos direitos penais”, instalando, por conseguinte, uma patologia jurídico-social 
dentro do sistema de reclusão. Consequentemente, gesta-se uma patologia jurídico-social que 
ilude quanto à efetividade da pena, com efeitos catastróficos, já que a sociedade passa a 
enxergar na infrutífera segregação a cura para todos os males e invalida quaisquer alternativas 
de punição. Cria-se, então, uma esquizofrenia fundada em uma rudimentariedade ideológica 
que apregoa a aplicação de penas mais duras como se fossem a solução mais inteligente. 
Desse modo, constata-se que a instituiçãoprisional fracassou, e não oferece qualquer 
condição para a regeneração do delinquente. Basta nos atentarmos aos elevados índices de 
criminalidade e reincidência. A Lei 7210/84 (Lei de Execução Penal) 13 é considerada uma 
das mais evoluídas do mundo no que se refere a uma execução que seja efetiva; no que diz 
respeito à pena privativa de liberdade, entretanto, verifica-se que o Estado não é capaz de 
gerir o sistema em atendimento aos parâmetros legais. 
No Brasil, o sistema punitivo é entendido como o conjunto das penas em vigor a partir 
das leis brasileiras, interagindo com as demais normas jurídicas, segundo a Constituição 
Federal, abarcando assim a Lei de Contravenções Penais, Código Penal, entre outras normas. 
É com a interação dessas demais normas que acontece a completude das chamadas leis penais 
 
11 Lei 7210/84 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210.htm 
12 MACHADO, E. M. A Pedagogia Social: Reflexões e diálogos necessários, 2009, p.11. 
13Lei 7210/84 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210.htm 
 
7 
 
 
em branco e o preenchimento das lacunas encontradas no ordenamento, impulsionando assim 
a ideia de um sistema punitivo eficaz. É necessário garantir a segurança e a paz social, dentre 
tantos outros direitos fundamentais e indispensáveis que são premissas para o 
desenvolvimento social, diminuindo assim as instabilidades e injustiças que uma vida em 
barbárie proporciona, sendo necessária, então, a intervenção do Estado na vida dos homens. 
O Direito Penal surge como resposta do Estado, para regular essas medida necessárias, 
contendo as tensões sociais que são resultadas de uma violação aos bens jurídicos primordiais, 
cuja tutela deve ser garantida pelo direito. Em um Estado democrático de Direito, é um dever 
agir, sair da inércia, realizando a segurança jurídica, preservando os direitos fundamentais, 
garantindo a ordem, imputando sanções àqueles que cometem algum crime, porém 
assegurando condições mínimas humanas para aplicação da pena. É certo que a sanção será 
proporcional à ofensa, oferecendo-se, assim, condições para que o infrator possa recompor 
sua vida, tornando-se uma nova pessoa e reintegrando-se à sociedade. 
 
3.1. OS PRINCÍPIOS REFERENTES À PENA 
 
O Jus Puniendi corresponde ao direito do Estado de punir o indivíduo infrator, impondo-
lhe a execução da pena conforme os ditames previstos na Constituição Federal. Sendo assim, 
as penas devem alcançar o seu objetivo que é a proteção dos valores fundamentais e básicos 
para que se proteja a sociedade, quando então o Estado utiliza de um poder coercitivo para 
aplicar uma sanção àqueles que infringirem as suas normas. 
Essas sanções podem ser vistas sob o prisma retributivo, ou seja, retribuir-se o dano 
causado pelo individuo aplicando uma pena com a mesma altura do efeito causado a vítima. 
Já pelo ponto de vista preventivo, a solução não se encontra nas penas mais severas, como 
forma de castigo, mas sim, proporcionar melhores condições para que haja a reintegração 
social do indivíduo delituoso; logo, seria mais fácil prevenir do que punir, não tendo como 
foco o “quantum” da pena e sim a certeza da punição. 
O crime é um fato social, atingindo vítimas individualizadas, sendo inafastável a 
aplicação da teoria retribucionista, já que apenas se aplicando as penas com caráter preventivo 
não haveria, de fato, a retribuição do mal causado. Porém não se deve afastar a finalidade da 
punição, qual seja a educativa; as penas devem abordar tanto o caráter punitivo quando o de 
ressocialização do individuo, impedindo assim que ocorram novos delitos. Podemos afirmar q 
que “a pena não é vingança; pena não é apenas castigo, é remédio social, e como tal deve ser 
8 
 
 
ministrada, a fim de se proporcionar e garantir o respeito e a retorno do indivíduo infrator ao 
convívio social e, simultaneamente, a segurança da coletividade” (LIMA, 2005) 14. 
O ato ilícito é considerado o crime ou delito, revelador do descumprimento de uma 
obrigação prevista por normas de direito público, prevendo sanções para o agente que as 
descumprir. A antijuridicidade é a atuação contrária ao dever jurídico, portanto é o resultado 
da violação do direito, atingindo um bem jurídico protegido. O crime é um ato ilícito, 
antijurídico e culpável; o fato típico se refere à conduta humana, de forma positiva ou 
negativa, que gera um resultado e é previsto na lei penal como infração, possuindo como 
elementos a conduta humana dolosa ou culposa, e o nexo de causalidade representado por um 
resultado enquadrado em um fato material ou em uma norma penal. 
Lembra-se que o Direito Penal nutre-se de fontes materiais e também formais, sendo que 
as formais podem ser imediatas ou mediatas. A fonte material é o fato em si; já as fontes 
formais referem-se ao modo de exteriorização deste Direito sendo imediatas aquelas que 
tratam das leis penais existentes, (conforme o princípio da legalidade, não há crime sem lei 
anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal, vide art. 5º, inciso XXXIX da 
Constituição Federal de 198815, e art. 1º do Código Penal Brasileiro.) 16; Já as fontes formais 
mediatas são os costumes, é o Direito Penal em geral, os tratados internacionais, a 
Constituição e seus princípios, os Direitos Humanos e internacionais, dentre outros. 
 Quanto aos princípios fundamentais da pena, pode-se notar que sempre deverão 
estar presentes, de maneira inafastável, os Princípios Constitucionais e Princípios do Direito 
Penal, que possuem a finalidade de definir as bases, a aplicação e os fundamentos, servindo 
assim como parâmetro para a aplicação do direito. Conforme apresentado na obra de 
Fernando Capez (2004, p. 14)17, “é da dignidade da pessoa humana que nascem os princípios 
orientadores e limitadores do Direito Penal (DP),” Damásio18 define quatorze Princípios 
Fundamentais do Direito Penal, no qual iremos explanar aqueles que são ligados a própria 
pena: 
3.1.1. O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
 
14 LIMA, Os fins da pena diante das novas exigências do Direito Criminal. 2005, P.2. 
15 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729288/inciso-xxxix-do-artigo-5-da-constituicao-federal-de-1988 
 
16 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10639741/artigo-1-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 
 
17 Fernando Capez , Curso de Direito Penal,2004, p. 14. 
18 JESUS, Direito Penal, 2009, p. 9-12. 
9 
 
 
 É um princípio basilar da Constituição Federal, vem consagrado no inciso II do artigo 
5º. Tal principio tem como finalidade limitar o poder estatal, dando mais segurança jurídica 
aos direitos e garantias fundamentais, é um princípio norteador servindo tanto como 
parâmetro para o legislador quando na criação de uma lei quanto para os operadores de 
Direito . Este principio também é chamado de princípio da reserva legal, visto que tipifica a 
conduta (crime) e a sanção que deverá ser aplicada. ROGÉRIO GRECO, citando o 
doutrinador PAULO BONAVIDES, analisa o princípio da legalidade no seio da sociedade 
democrática: 
O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE nasceu do anseio de estabelecer na 
sociedade humana regras permanentes e válidas, que fossem obra da razão, 
e pudessem abrigar os indivíduos de uma conduta arbitraria e imprevisível 
da parte dos governantes. Tinha-se em vista alcançar um estado geral de 
confiança e certeza na ação dos titulares do poder, evitando-se assim a 
dúvida, a intranquilidade, a desconfiança e a suspeição, tão usuais onde o 
poder é absoluto, onde o governo se acha dotado de uma vontade pessoal 
soberana ou se reputa legibus solutus e onde, enfim, as regras de 
convivêncianão foram previamente elaboradas nem reconhecidas. 19 
 
O princípio da legalidade, insculpido no art. 1º do Código Penal, tem assento 
constitucional no art. 5º, inciso XXXIX da Carta Política de 1988 e assevera que: “não há 
crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal” 20. 
O principio da Legalidade ou da Reserva Legal compreende as seguintes espécies: 
- Princípio da anterioridade da lei: Só há crime e correspondente pena se o ato foi praticado 
depois de lei que os defina e esteja em vigor. Fala-se em PRÉVIA ou ANTERIOR, não 
devendo se punir sem que lei anterior defina conduta criminosa, cominando também as penas. 
- Princípio da reserva legal: a lei deverá tipificar as condutas, é sempre emanada pelo Poder 
Estatal e legitimada pela vontade do povo. 
- Princípio da taxatividade: é implícito no principio da reserva legal, exige que a lei penal 
seja certa e taxativa. 
- Princípio da irretroatividade da lei mais severa: A lei só pode retroagir para beneficiar o 
réu. Deve ser escrita, ou seja, positivada de forma TAXATIVA demonstrando qual 
comportamento que deverá ser considerado como crime; não sendo possível a aplicação 
imposta pelos costumes, é necessário que explique com o mínimo de clareza. A lei não 
retroagirá, salvo se for em beneficio do réu. 
- Princípio da proibição da analogia “in malam partem”: Proibição da adequação típica 
 
19 GRECO, Curso de Direito Penal, 2004, p. 104. 
20 BRASIL, Código Penal e CF/88 ,2005, p. 26 
10 
 
 
“por semelhança” entre os fatos. 
O emprego da ANALOGIA para prejudicar o réu (malan partem) é proibido, sendo 
apenas admitida, e muitas vezes necessária, a analogia para benefício do réu (in bonan 
partem). 
O referido princípio obriga o Estado a atuar dentro de determinados limites legais, de 
forma que qualquer condenação imputada se torne legítima, demonstrando assim a 
necessidade da aplicação da pena dentro dos limites da lei de forma proporcional e justa. 
3.1.2. INDIVIDUALIZAÇÃO DAS PENAS 
 
Este princípio tem previsão no artigo 5°, inciso XLV e XLVI, que faz a seguinte 
explanação: “A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, os seguintes 
critérios: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: (...) 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as 
seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos.”21 
É um dos princípios mais importantes, tendo como base a circunstância segundo a qual 
“nenhuma pena passará da pessoa do condenado” (intranscendência). 
 Para evitar a padronização da sanção penal, é necessário destacar, individualizar o 
agente, para definir a pena para cada ato ilícito cometido, o que variará de acordo com o grau 
de culpabilidade do agente, analisando-se no plano da dosimetria da pena a conduta social, a 
personalidade, o motivo, as circunstâncias e as consequências do crime (vide Art. 59 do 
CP)22. Tal principio garante que somente o apenado poderá cumprir sua pena, não alcançando 
 
21 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729020/inciso-xlvi-do-artigo-5-da-constituicao-federal-de-1988 
22 Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos 
motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, 
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
I. - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
II. - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; 
III. - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; 
11 
 
 
nenhum familiar, seja o pai, mãe, irmão, cônjuge, dentre outros. 
Desta maneira, traz o artigo 1º, inciso III da Lei Maior: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela União indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constituísse em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...] III – a dignidade da 
pessoa humana; [...]. 
 
A humanização, dentre outros diversos princípios está inserido na Constituição 
Federal de 1988, tendo como entendimento ser a primeira tutela do Estado com um enfoque 
ainda maior no que diz respeito ao Direito Penal, pois o sujeito deverá ser tratado como 
sujeito de direito sem que nenhuns desses direito possam ser violados. 
Entende Assis23 que “a realidade, quanto ao sofrimento dentro dos presídios, é muito 
diverso da estabelecida em Lei”. Expressando ainda que: 
Dentro da prisão, dentre várias outras garantias que são desrespeitadas, o 
preso sofre principalmente com a prática de torturas e de agressões físicas. 
Essas agressões geralmente partem tanto dos outros presos como dos 
próprios agentes da administração prisional. O despreparo e a 
desqualificação desses agentes fazem com que eles consigam conter os 
motins e rebeliões carcerárias somente por meio da violência, cometendo 
vários abusos e impondo aos presos uma espécie de disciplina carcerária que 
não está prevista em lei, sendo que na maioria das vezes esses agentes 
acabam não sendo responsabilizados por seus atos e permanecem impunes. 
 Analisando o referente autor, podemos destacar que a previsão legal é bem diferente 
da realidade, onde a todo instante os condenados tem a sua dignidade ofendida, fugindo até 
mesmo dos órgãos responsáveis o controle onde esta situação gera um problema de 
conivência entre as partes, sendo os presos de certa forma obrigados a aceitar e acha normal 
este tipo de tratamento por falta de ação do Estado. O sistema prisional tem obrigação de 
garantir aos seus presos condições que asseguraram os direitos fundamentais oferecendo a 
eles todas as condições necessárias para a reinserção na sociedade, dando uma segunda 
chance de uma vida digna. 
3.1.3. A HUMANIZAÇÃO DAS PENAS 
 
IV. - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. 
Critérios especiais da pena de multa. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984; https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633383/artigo-59-do-
decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940) 
 
 
23 ASSIS, Rafael Damasceno de. As prisões e o direito penitenciário no Brasil. 
12 
 
 
A Constituição Federal em seu artigo 5º, de forma a garantir a Dignidade da pessoa 
Humana, faz a seguinte previsão no seu inciso XLIX “é assegurado aos presos o respeito à 
integridade física e moral”, e no inciso L “às presidiárias serão asseguradas condições para 
que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;”. O objetivo 
deste princípio é impedir o sofrimento de forma excessiva do apenado, dando condições para 
que o mesmo possa se ressocializar, tendo o Direito Penal o dever de regular e manter integro 
este direito, tanto na garantia de que o individuo infrator irá pagar de forma justa à sociedade, 
quanto para assegurar a integridade física e psíquica do condenado. 
Segundo FERNANDO CAPEZ 24: 
Da dignidade humana, princípio genérico e reitor do Direito Penal, partem 
outros princípios mais específicos, os quais são transportados dentro daquele 
princípio maior. Desta forma, do Estado Democrático deDireito parte o 
princípio reitor de todo o Direito Penal, que é a dignidade da pessoa humana, 
adequando-o ao perfil constitucional do Brasil e erigindo-se à categoria de 
Direito Penal Democrático . 
 
A Constituição Federal protege amplamente este principio, evitando a formação de um 
sistema penal baseado no medo e garantindo aos presos o seus direito fundamentais, de forma 
que seja compatível a penalidade com a s condições humanas impostas pelo ordenamento 
jurídico. 
Este princípio ecoa com um olhar mais humano no Direito Penal, buscando a reflexão 
e compreensão da real função da pena, a ressocialização, evitando que esta aplicação seja 
tratada como forma de vingança ou castigo. Neste olhar humanitarista é dever do Estado 
preservar o detento que esta em seu poder, impedindo qualquer aplicação de pena cruel, 
tortura, vedando a exploração do trabalho escravo dentro das penitenciarias. Além de proibir 
determinadas penas também previnem normas abusivas contra os condenados, especialmente 
os que estão encarcerados. Este principio afeta diretamente na execução da pena, sobretudo na 
privação da liberdade garantindo o mínimo o respeito à dignidade humana norteando o 
ordenamento jurídico. 
Das penas vedadas no Ordenamento Jurídico brasileiro: 
Pena de morte: foi abolida no Brasil sendo o marco inicial dos sistemas baseados na 
dignidade humana. Tem previsão expressa no art.5º inciso XLVII, alínea “a”, exceto em caso 
de guerra declarada (art.84, XIX CF/88). 
 
24 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral, 2005, p.12. 
13 
 
 
Penas e tratamentos cruéis, desumanos e degradantes: é vedada a aplicação de pena quer 
atentam a integridade física e mental do condenado, deixando consequências permanentes, 
como por exemplo, a vedação de castração química ou amputações. É necessária a adoção de 
medidas que tornem esta proibição efetiva dentro dos presídios. 
Este tipo de pena causa um sofrimento além do inerente a pena aplicada, violando a 
dignidade da pessoa humana. Além de esta proibição ter previsão na CF, também se dá 
através dos acordos Internacionais dos Direitos humanos, como por exemplo, a Declaração 
dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, que estabelece, em seu artigo 9º, que prevê a 
proibição de aplicação de penas severas, de forma desumana e degradante. 
Prisão perpetua ou penas de longa duração: ao aplicar este tipo de pena, ocorrem efeitos 
psicológicos ou sociais negativos. Retirando do detento o direito e a esperança de liberdade, 
sem contar que torna impossível a ressocialização deste apenado retirando deste individuo a 
segunda chance de uma vida social digna. 
Pena de banimento ou trabalho forçado: no Brasil o trabalho sem remuneração ao preso 
está superado, uma vez que o detento pode optar por prestação de serviços comunitários que é 
uma medida alternativa, pois a sua pretensão não é exploração ou trabalho forçado, mas sim 
de substituir o caráter da privação de liberdade por uma atividade que não prejudique a 
dignidade deste detento. 
3.1.4. PROIBIÇÃO DO BIS IN IDEM 
O princípio da proibição do Bis In Idem não está expressamente contido na 
Constituição Federal, está abarcado no sistema jurídico-penal do Estado Democrático de 
Direito. Este princípio tem como objetivo garantir que o individuo infrator não seja punido 
mais de uma vez pela mesma infração penal, proibindo que uma pessoa seja processada, 
julgada e condenada mais de uma vez pela mesma conduta infratora. 
SILVA25 (2008) nos ensina: 
 
Tal princípio não está consolidado expressamente em preceito 
constitucional (se comparado com o modelo constitucional alemão, 
que o prevê expressamente 3). Porém, o próprio Supremo Tribunal 
Federal, em decisão do Pleno, cujo acórdão é da lavra do Ministro 
 
25 SILVA, 2008, p.2. Acesso em: 
http://bdjur.stj.gov.br/xmlui/bitstream/handle/2011/23186/Inconstitucionalidade_art.40.pdf?sequence=1. 
 
14 
 
 
Ilmar Galvão, ressaltou que: “A incorporação do princípio do ne bis in 
idem ao ordenamento jurídico pátrio, ainda que sem o caráter de 
preceito constitucional, vem, na realidade, complementar o rol dos 
direitos e garantias individuais já previsto pela Constituição Federal, 
cuja interpretação sistemática leva à conclusão de que a Lei Maior 
impõe a prevalência do direito à liberdade em detrimento do dever de 
acusar. 
O principio de vedação quanto à condenação mais de uma vez pelo mesmo crime, é 
uma forma de limitar o poder de coerção e sanção do Estado, uma vez que tem como dever 
resguardar as garantias fundamentais da pessoa humana, na medida em que veda a 
possibilidade de que o condenado possa ser processado pela mesma prática do fato criminoso. 
4.1.5. PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE 
O principio da proporcionalidade, também conhecido como principio da razoabilidade, 
tem como finalidade equilibrar os direitos individuais e os anseios da sociedade, sendo um 
instrumento que age na manutenção de ordem estabelecida pela Constituição Federal e pelos 
direitos fundamentais. É um escudo que serve para evitar que tais direitos sofram 
interferências, seja do poder Legislativo, Executivo ou Judiciário, garantindo a ordem 
jurídica. Segundo BONAVIDES26 “pode-se enfim dizer, a esta altura, que o princípio da 
proporcionalidade é hoje axioma do Direito Constitucional, corolário da constitucionalidade e 
cânone do Estado de Direito”. Ou seja, o princípio da proporcionalidade tem a função 
primaria de preservar os direitos fundamentais. 
 
5. DA REALIDADE DO SISTEMA CARCERÁRIO BRASILEIRO 
 
Quanto à formação da estrutura prisional é formado por unidades, concernente á 
esfera estadual de cada governo. A grande dificuldade que seus administradores enfrentam é a 
superlotação impedindo assim a separação dos presos provisórios daqueles que já obtiveram 
sua sentença condenatória, descumprindo a previsão legal da norma da Lei de Execução 
Penal, onde deveria manter separados os agentes que já estão cumprindo pena daqueles que 
ainda não foram sequer julgados. Neste cenário que entabula o desrespeito ao meio ambiente 
carcerário ideal.Nas expressões de ASSIS27, em relação ao descaso nos presídios, diz que: 
A superlotação das celas, sua precariedade e sua insalubridade tornam as 
prisões num ambiente propício à proliferação de epidemias e ao contágio de 
doenças. Todos esses fatores estruturais aliados ainda à má alimentação dos 
 
26 BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional,2002. 
27 ASSIS, Rafael Damasceno de. As prisões e o direito penitenciário no Brasil 
15 
 
 
presos, seu sedentarismo, o uso de drogas, a falta de higiene e toda a 
lugubridade da prisão, fazem com que um preso que adentrou lá numa 
condição sadia, de lá não saia sem ser acometido de uma doença ou com sua 
resistência física e saúde fragilizadas. 
Um estudo realizado pelo Ministério da Justiça e o Departamento Penitenciário 
Nacional (Depen) 28 na terça-feira (26 de abril 2016), consubstanciado no relatório do 
Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) 29 sobre a violência no 
Brasil, nos revela números assustadores de 622.202 presos, ficando o Brasil entre os quatro 
países que mais encarceram no mundo. O número de presos é grande até mesmo quando 
comparamos com a nossa própria população; a “taxa de encarceramento”, que se refere ao 
número de presos dividido pelo número da população, revela que, para cada cem mil 
habitantes, temos trezentos indivíduos que se encontram encarcerados. Contudo, grande parte 
desses presos ainda aguarda seu julgamento, ou seja, estão detidosde forma provisória. Este 
documento emitido pelo Ministério Público alerta quanto ao ritmo de crescimento do número 
de indivíduos encarcerados; segundo o mesmo, existem indícios de que parte dessas pessoas, 
caso condenadas, sequer receberiam penas privativas de liberdade. 
Com este contexto, surge mais um problema no que diz respeito á predisposição do 
Poder Judiciário de processar e julgar em tempo hábil, analisando em prazos aceitáveis os 
pedidos e benefícios pleiteados no decurso da execução da penal, isso ocasiona mais fatores 
que influenciam na superlotação nos presídios. Posto esta dificuldade que o Poder Judiciário 
enfrenta, prejudicando assim a celeridade no qual atende a demanda dos presos, trazendo uma 
grande crítica não só dos membros da sociedade, mas também das organizações internacionais 
no que tange o descaso com os direitos humanos. Esta superlotação que os presídios 
brasileiros veem enfrentando é motivo de surgimento de novos problemas, tais como a 
dificuldade de planejar atividades de ressocialização dos detentos, debilidade e insalubridade 
o que torna o ambiente propício a proliferação de doenças e epidemias, a revolta dos detentos 
ocasionando rebeliões colocando em risco não só a vida deles, mas também dos servidores 
públicos, dentre outros inumeráveis problemas que demonstram o quão sistema atual vem 
fracassando em seu objetivo. 
Essa superlotação no sistema penitenciário brasileiro o torna ineficiente, impingindo 
descrédito à prevenção e ressocialização desses indivíduos, acentuando o crescimento dessa 
taxa de encarceramento. Uma vez que ocorre o aumento da violência e dos crimes dentro 
 
28 http://www.justica.gov.br/seus-direitos/politica-penal/infopen_dez14.pdf/@@download/file 
29 http://www.justica.gov.br/seus-direitos/politica-penal/documentos/infopen_dez14.pdf 
16 
 
 
da sociedade, o sistema prisional se torna precário, pois o poder público não consegue investir 
proporcionalmente à construção de novos presídios, sobrecarregando os atuais, aumentando 
assim a lotação permitida, o que torna desumano a tratamento do individuo que deveria ser 
ressocializado, afrontando assim os direitos previstos em nossa Constituição Federal, que 
assegura aos presos, dentre outros direitos, o respeito à integridade física e moral. 
Nesse contexto, temos também o descumprimento à Lei de Execução Penal (Lei n° 
7.210, de 11 de julho de 1984), que visa delimitar o espaço a que cada indivíduo encarcerado 
tem direito e a compatibilidade com a estrutura física e sua capacidade de lotação, como se 
extrai da citação a seguir: 
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua 
estrutura e finalidade. Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política 
Criminal e Penitenciária determinará o limite máximo de capacidade do 
estabelecimento, atendendo a sua natureza e peculiaridades30. 
A lei penal brasileira estabelece que cada preso deveria gozar no mínimo seis metros 
quadrados de espaço por indivíduo (na unidade prisional), porém a realidade é bem diferente. 
Segundo o INFOPEN/2014 31 em seu ultimo levantamento de população carcerária realizada 
pelo DEPEN (Departamento Penitenciário do Ministério da Justiça) 32, a taxa de ocupação 
média nas penitenciarias é de 167%, ou seja, em cada cela com capacidade de ocupação para 
dez pessoas haveria pelo menos dezesseis detentos. 
A demanda ambiental prisional passa longe de serem a ideal, outros problemas surgem 
com esta superlotação, como a falta de água e ventilação, o revezamento dos presos para 
dormir, precariedade no atendimento médico e na alimentação, as constantes agressões físicas 
e até mesmo tortura praticada entre os próprios detentos quanto por agentes penitenciários. 
Isso sem contar que o numero de mortes de detentos sob a guarda do Estado não vem sendo 
divulgado, dificultando assim a análise completa de quanto esses problemas impactam da 
decadência do sistema prisional brasileiro. 
5. DA EFICÁCIA DA PENA E O AMBIENTE CARCERÁRIO INADEQUADO 
Uma das garantias constitucionais é a da saúde física e mental de qualquer ser 
humano, como forma de garantir a qualidade de vida do individuo. Contudo, não é assim que 
 
30 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210.htm 
31 http://dados.gov.br/dataset/infopen-levantamento-nacional-de-informacoes-penitenciarias1 
32 http://www.justica.gov.br/seus-direitos/politica-penal/documentos/infopen_dez14.pdf 
 
17 
 
 
acontece dentro dos presídios brasileiros; nas celas o que se vê é um amontoado de presos 
disputando um pequeno espaço, sendo todos obrigados a conviver em condições mínimas de 
higiene, em meio a insetos, doenças, esgoto a céu aberto, lixo e falta de higiene pessoal, isso 
por falta de insumos que deveriam ser fornecidos pelo Estado. De acordo com a LEP em seu 
art.12: “A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de 
alimentação, vestuário e instalações higiênicas” 33. 
A LEP traz como forma de manter os direitos Constitucionais toda a assistência que o 
Estado deve garantir aos presos, temos os Arts. 10 e 1134: 
 Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, 
objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em 
sociedade. Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso. 
Art. 11. A assistência será: 
I - material; 
II - à saúde; 
III - jurídica; 
IV - educacional; 
V - social; 
VI – religiosa. 
Apesar de a LEP35 abarcar os direitos básicos dos presos, o que vemos é o descaso 
total das autoridades na aplicação dessas diretrizes. Lamentavelmente, é comum que a própria 
sociedade aprove essa triste realidade, sem ao menos levar em conta as consequências desse 
descaso que o sistema prisional vem enfrentando. Essas ofensas à dignidade da pessoa 
humana representam agressão aos fundamentos do Estado Democrático de Direito, sendo 
necessário reagir, não aceitar este tipo de comportamento contra os presos que são seres 
humanos como qualquer outro, devendo prevalecer o caráter punitivo da pena e não uma 
forma de vingança social. 
O apenado deve ter como direito cumprir sua pena próximo aos seus familiares, 
garantindo o mínimo de privacidade e liberdade de expressão, uma alimentação no mínimo 
digna, direito a higiene pessoal, um espaço para dormir, tudo o que for necessário para 
realizar a ressocialização deste agente evitando que o mesmo volte ao mundo do crime. 
Sobre a função ressocializadora que a pena detém, elucida SCHECARIA 36 da 
seguinte forma: 
A ressocialização, porém, deve ser encarada não no sentido de 
reeducação do condenado para que este passe a se comportar de 
acordo com o que a classe detentora do poder deseja, mas sim como 
 
33 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11702295/artigo-12-da-lei-n-7210-de-11-de-julho-de-1984 
34 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11702592/artigo-10-da-lei-n-7210-de-11-de-julho-de-1984 
35 Lei de Execução Penal: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210compilado.htm 
36 SCHECARIA, Sérgio Salomão; JUNIOR, Alceu Corrêa. Teoria da pena 2002, p.146. 
18 
 
 
reinserção social, isto é, torna-se também finalidade da pena a criação 
de mecanismos e condições ideais para que o delinquente retorne ao 
convívio da sociedade sem traumas ou sequelas que impeçam uma 
vida normal. Sem tais condições, o resultado da aplicação da pena tem 
sido, invariavelmente, previsível, qual seja, o retorno à criminalidade 
(reincidência). 
 
Para que haja a função social da pena é necessário que o Estado desenvolva um papel 
mais ativo, frente à reeducaçãodo infrator protegendo os bens jurídicos, com uma 
desenvoltura pedagógica, educativa, atendendo as necessidades individuais e especiais de 
cada condenado, fazendo que o mesmo assimile as regras de comportamento alcançando 
assim a reeducação através de meios adequados criando a possibilidade de que o mesmo tenha 
possibilidade de participar do sistema social. 
Sobre as condições de vida dentro do meio ambiente carcerário, chegam a ser 
desumanas; as celas costumam abrigar um número muito maior de presos que o que 
comportam, causando problemas como o calor, a falta de ventilação, falta de espaço, fazendo 
com que os presos revezem para dormir. As condições estruturais não são suficientes para a 
sobrevivência, o número de colchões é insuficiente, sendo necessário que os presos façam 
revezamento, se dependurem em suas cobertas para descansar. Todo este cenário propicia a 
sujeição a doenças, sendo as mais comuns a AIDS, as doenças respiratórias, tuberculose, 
pneumonia, hepatite e as doenças venéreas. 
A falta de estrutura compromete também a higiene; a falta de saneamento básico causa 
diversas doenças, como leptospirose que apresenta o rato como vetor, geralmente encontrado 
em locais propícios à sujeira e com umidade. O fato de o preso não conseguir chegar ao 
banheiro, ou até mesmo a falta de estrutura, faz com que os encarcerados utilizem de 
alternativas, como as utilizações das embalagens das marmitas para satisfazer a suas 
necessidades fisiológicas e até mesmo alguns chegam a urinar fora da cela. Com isto, prova-
se que a falta de higiene nas instalações penitenciárias propicia o desenvolvimento de várias 
doenças, tais como a peste bubônica, sarna, raiva dentre outras. 
Assim o artigo 88 da LEP37 dispõe que: 
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá 
dormitório, aparelho sanitário e lavatório. Parágrafo único. São requisitos 
básicos da unidade celular: a) salubridade do ambiente pela concorrência 
dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à 
existência humana; b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados). 
O preso não tem um espaço para que faça suas refeições com tranquilidade, e os 
alimentos fornecidos são insatisfatórios quanto aos nutrientes que devem ser consumidos no 
 
37 BRASIL. Lei n° 7.210 de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 1984. 
19 
 
 
dia a dia, facilitando assim o desenvolvimento de doenças. Quanto à assistência material e à 
saúde do preso e do internado, dispõe o art.12 e 14 da Lei de Execução Penal38 que: 
Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no 
fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas. 
[...] 
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado, de caráter preventivo 
e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e 
odontológico.§ 2º Quando o estabelecimento penal não tiver aparelhamento 
para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro 
local, mediante autorização da direção do estabelecimento. 
 
Além do espaço físico precário a alimentação fornecida dentro do presídio é escassa, 
sendo produzida em cozinhas sem a mínima condição de higiene. A falta de mobilidade 
dentro das celas agrava a alimentação; a comida tem que passar de mãos em mãos até chegar 
ao apenado que se encontra no fundo da cela, contaminando os alimentos. 
No caso dos presídios femininos a situação ainda é um pouco pior, na falta de insumos 
de higiene pessoal, as presas utilizam do miolo do pão para substituir o absorvente intimo. 
Mesmo as detentas em fase de amamentação não tem uma refeição rica em nutrientes o que 
iria garantir uma produção maior leite materna, assegurando a saúde do bebê. 
Com todo este cenário, é difícil falar em ressocialização, e o fato é que a reincidência 
do criminoso movimenta a máquina, gerando novos gastos como novos processos carcerários. 
A realidade do sistema prisional é precária, desumana e contrária a LEP e a normatização 
ambiental, colocando em risco não só a saúde do apenado, mas dos servidores públicos, das 
famílias dos condenados e de toda a sociedade. 
Para mudar este lamentável quadro, é necessária a construção de novos presídios, o 
que irá reduzir a população dentro das celas, impactando na melhoria das condições de vida 
do apenado, garantindo assim um ambiente integro, assegurando os direitos Constitucionais 
fundamentais, respeitando os ditames sociais, fornecendo o mínimo que seria o saneamento 
básico, higiene, saúde, educação, alimentação digna, asseverando a ressocialização do 
detento. 
Sobre o ambiente carcerário é necessário analisar o quão o ambiente é sustentável e as 
dificuldades que encontra para garantir o mínimo para a subsistência do detento. De acordo 
com o Ministro Celso Mello Ministro do Supremo Tribunal de Justiça, é necessário um meio 
ambiente equilibrado, pois é um dos pilares dos Direitos e garantias fundamentais assim 
expressos no art. 225, necessitando de uma proteção de acordo com o desenvolvimento 
econômico, social e com o grande avanço da globalização, vejamos: 
 
38 BRASIL. Lei n° 7.210 de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 1984. 
20 
 
 
Ementa: Meio ambiente - Direito à preservação de sua integridade (CF, art. 
225) - Prerrogativa qualificada por seu caráter de metaindividualidade - 
Direito de terceira geração (ou de novíssima dimensão) que consagra o 
postulado da solidariedade - Necessidade de impedir que a transgressão a 
esse direito faça irromper, no seio da coletividade, conflitos 
intergeneracionais- espaços territoriais especialmente protegidos (CF, art. 
225, § 1º, III) - (…) - A preservação da integridade do meio ambiente: 
expressão constitucional de um direito fundamental que assiste à 
generalidade das pessoas. - Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado. Trata-se de um típico direito de terceira geração 
(ou de novíssima dimensão), que assiste a todo o gênero humano (RTJ 
158/205-206). Incumbe, ao Estado e à própria coletividade, a especial 
obrigação de defender e preservar, em benefício das presentes e futuras 
gerações, esse direito de titularidade coletiva e de caráter transindividual 
(RTJ 164/158-161). (...). A atividade econômica não pode ser exercida em 
desarmonia com os princípios destinados a tornar efetiva a proteção ao meio 
ambiente. - A incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometida 
por interesses empresariais nem ficar dependente de motivações de índole 
meramente econômica, ainda mais se se tiver presente que a atividade 
econômica, considerada a disciplina constitucional que a rege, está 
subordinada, dentre outros princípios gerais, àquele que privilegia a "defesa 
do meio ambiente" (CF, art. 170, VI), que traduz conceito amplo e 
abrangente das noções de meio ambiente natural, de meio ambiente cultural, 
de meio ambiente artificial (espaço urbano) e de meio ambiente laboral. (...) 
A questão do desenvolvimento nacional (cf, art. 3º, ii) e a necessidade de 
preservação da integridade do meio ambiente (cf, art. 225): o princípio do 
desenvolvimento sustentável como fator de obtenção do justo equilíbrio 
entre as exigências da economia e as da ecologia. - O princípio do 
desenvolvimento sustentável, além de impregnado de caráter eminentemente 
constitucional, encontra suporte legitimador em compromissos 
internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator de 
obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da 
ecologia, subordinada,no entanto, a invocação desse postulado, quando 
ocorrente situação de conflito entre valores constitucionais relevantes, a uma 
condição inafastável, cuja observância não comprometa nem esvazie o 
conteúdo essencial de um dos mais significativos direitos fundamentais: o 
direito à preservação do meio ambiente, que traduz bem de uso comum da 
generalidade das pessoas, a ser resguardado em favor das presentes e futuras 
gerações. (…)39. 
Colacionando as palavras do Ministro com o referido artigo, é direito de qualquer 
cidadão um meio ambiente ecologicamente equilibrado, essencial e sadio para uma melhor 
qualidade de vida, sendo uma das obrigações do Poder Público defende-la, preserva-la e 
garanti-la a todos os seus cidadãos, independente se estão livres ou cumprindo pena. Busca 
nas palavras da própria Carta Política que para uma construção de uma sociedade justa é 
necessário que este direito alcance a todos de forma a implicar na qualidade de vida, o que 
torna este fato um direito fundamental, de forma a influenciar até mesmo na felicidade do 
cidadão. O grande problema é que dentro dos presídios não há de se falar em um meio 
 
39 ADI 3540 MC/DF – Distrito Federal. Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade. Rel.(a): Min. 
Celso de Mello. Jul. 01.09.2005. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. Publ: DJ 03.02.2006, p. 14. 
21 
 
 
ambiente sustentável ou até mesmo ecologicamente equilibrado, prejudicando o 
desenvolvimento humano e social do detento. A qualidade de vida é vital para que este 
desenvolvimento aconteça, esse é um dos motivos que a preservação do meio ambiente 
passou a ser protegido pela própria Constituição. Na mesma direção, PRADO40 ratifica o 
posicionamento acima e explica ser a qualidade de vida e o bem estar social, garantias do 
Estado Democrático de Direito, que impulsionaram a colocação do meio ambiente no rol de 
direitos fundamentais. 
5.1. O SISTEMA CARCERÁRIO BRASILEIRO E SUAS DIFICULDADES 
O sistema penitenciário brasileiro41, segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) 
disponibiliza 357.219 vagas para 711.463 detentos, sendo o déficit de vagas no sistema, 
computado a prisão domiciliar de 206.307 detentos, é expressivo, também, o número de 
mandados de prisão em aberto registrado no Banco Nacional de Mandados de Prisão – 
373.991 mandados de prisão ainda estão para ser cumpridos. Além de alterar a população 
prisional total, a inclusão das prisões domiciliares no total da população carcerária também 
derruba o percentual de presos provisórios (aguardando julgamento) no País, que passa de 
41% para 32%. Em Santa Catarina, a porcentagem cai de 30% para 16%, enquanto em 
Sergipe, passa de 76% para 43%. Segundo o juiz Douglas Martins, coordenador do 
DMF/CNJ. 
O novo número também muda o déficit atual de vagas no sistema, que é de 206 mil, 
segundo os dados mais recentes do CNJ. “Considerando as prisões domiciliares, o déficit 
passa para 354 mil vagas. Se contarmos o número de mandados de prisão em aberto, de 
acordo com o Banco Nacional de Mandados de Prisão – 373.991 –, a nossa população 
prisional saltaria para 1,089 milhão de pessoas”, afirmou o conselheiro Guilherme Calmon. 
Considerando os dados informados pelo Sistema Integrado de Informações 
Penitenciárias (InfoPen)42, temos 376.669 vagas no sistema penitenciário. Essas vagas são 
distribuídas em unidades brasileiras, fornecendo assim, uma média de 265 vagas por unidade. 
Contudo a unidade que apresenta o maior número de vagas disponibiliza 2.696 vagas. 
 
40PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro 2007, p. 76. 
 
41Ministério da Justiça. Departamento Penitenciário Nacional – Sistema Integrado de Informação Penitenciária 
(Infopen). Brasília, 2011. Disponível em: http://www.justica.gov.br/noticias/mj-divulgara-novo-relatorio-do-
infopen-nesta-terca-feira/relatorio-depen-versao-web.pdf >.Acesso em:25 ago. 2016. Dados relativos a 2014. 
 
42 Não há fontes bibliográficas no documento atual. http://dados.gov.br/dataset/infopen-levantamento-nacional-
de-informacoes-penitenciarias1 
 
 
22 
 
 
Nesta mesma pesquisa realizada pela Infopen, foi verificada a faixa etária dos presos, 
sendo que cerca de 56% dos detentos são jovens entre a idade de 18 e 29 anos. Trata-se da 
maior proporção em relação a população geral, sendo que 19% do detentos tem entre 30 e 34 
anos, e o restante representa 25% da população geral. 
Foi feito um levantamento a respeito do grau de escolaridade dos detentos, e são 
lastimáveis os resultados. A baixa alfabetização predomina entre os detentos, sendo 
representados por 53% aqueles que têm o ensino fundamental incompleto, 12% tendo o 
ensino fundamental completo, 6% sendo analfabetos e apenas 9% sabendo ler, porém não 
frequentaram escolas regulares; apenas 1% ingressou em uma universidade ou tem ensino 
superior completo. Conclui-se que 68% dos presos não possui nenhum diploma. (Ministério 
da Justiça, Execução Penal, Estatística Infopen, dezembro 2014.) 43. 
Resta evidente que a grande maioria dos criminosos não possui condições, tanto 
culturais, quanto econômicas, para acompanhar o desenvolvimento das relações sociais, e a 
falta de estrutura e ressocialização agrava o quadro, afastando ainda mais esses indivíduos de 
qualquer possibilidade de reabilitação e reeducação social. 
As penitenciárias têm o objetivo de reeducar o cidadão para que ele possa voltar ao 
convívio social após o cumprimento de sua pena. Porém, isso não é o que de fato acontece. 
As condições do sistema penitenciário brasileiro são péssimas; os presídios estão lotados, a 
higiene é precária, além de outros problemas apresentado no atual sistema carcerário, fatos 
que prejudicam a recuperação dos presos. 
O grande número de presos impossibilita a separação de criminosos, muitas vezes 
impondo ao infrator o convívio com outros delinquentes que muitas vezes cometeram crimes 
piores, assim formando uma "escola de criminosos”. Este problema é apenas uma das faces 
negativas do sistema penitenciário brasileiro. Um dos motivos para este caos reside na má 
distribuição de verbas, o que impossibilita a construção de novas penitenciárias, obrigando, 
assim, as atuais estruturas a abrigarem grandes quantidades de condenados que são mantidos 
em situações desumanas. 
Segundo o autor CERVEIRA: 
(...) “a lentidão da justiça” é um dos principais do sistema judiciário, possui 
um custo muito alto, não só financeiro, mas também social. Nesse diapasão, 
os atores jurídicos devem buscar um tempo razoável para a duração do 
cursivo instrutório, garantido, assim, ampla defesa, o devido processo legal, 
 
43 Não há fontes bibliográficas no documento atual. http://dados.gov.br/dataset/infopen-levantamento-nacional-de-
informacoes-penitenciarias1 
 
23 
 
 
evitando dessa maneira, o processo desmedido do tempo e buscando 
preserva ao máximo a dignidade da pessoa humana44. 
 
Tendo em vista as importantes ressalvas, FERNANDO CAPEZ45 aborda com 
seriedade em sua obra, que "o Estado Democrático de Direito não apenas pela proclamação 
formal da igualdade entre todos os homens, mas pela imposição de metas e deveres quanto à 
construção de uma sociedade livre, justa e solidaria". 
 O déficit de vagas vem aumentando sistematicamente a cada dia e o Estado se 
encontra em estado de letargia, não apresentando nenhuma resposta eficaz para, em um 
primeiro momento, estancar a crise, para, posteriormente, solucionar o problema. Um dos 
instrumentos que deveria estar sendo utilizado no combate aos problemas do sistema 
carcerário brasileiro é o Fundo PenitenciárioNacional - FunPen, instituído pela Lei 
Complementar 79/1994, tendo o objetivo de proporcionar recursos e meios para financiar e 
apoiar as atividades e programas de modernização e aprimoramento do Sistema Penitenciário 
Brasileiro. 
A constituição dos recursos do FunPen advém, principalmente, do repasse de 3% do 
montante captado pelas loterias federais e repasse de 50% do arrecadado com custas judiciais 
da União, além de dotações orçamentárias e doações e outras previsões. Nesse contexto, 
devido à ineficiência da aplicação dos recursos desse fundo, até o momento, mostra-se 
oportuno discutir alterações, visando à modernização da gestão do FUNPEN, para que haja 
transferência dos recursos do Funpen para os Estados e para o Distrito Federal. 
Estima-se que, atualmente, o Funpen conta com cerca de 4,5 bilhões de reais, 
entretanto esses recursos são passíveis de contingenciamento pelo Governo Federal, 
dificultando a sua distribuição. Conforme cálculos realizados pelo Governo Federal, para se 
construir uma vaga em presídio o custo é em torno de 30 mil reais. Dessa forma, se fossem 
utilizados esses 4,5 bilhões de reais, cerca de 150 mil vagas seriam supridas. Deve-se, por 
isso, adotar uma medida legislativa que torne obrigatória e automática a transferência de um 
percentual desses recursos para os Estados e para o Distrito Federal, para que se tenham 
recursos para construção de presídios. 
No atual estágio de superlotação, sem que se construam novos presídios e se realizem 
investimento em equipamentos de vigilância, não será possível retomar o controle das 
unidades prisionais, nem enfrentar os outros problemas que assolam o sistema carcerário 
brasileiro. 
 
44 CERVEIRA, A Violência do tempo no processo penal: em busca de redução de danos. 2006, p. 9 
45 CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: Parte geral. 13 ed. São Paulo: Editora Saraiva 2009, p.6. 
24 
 
 
Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com sede em Brasília e 
com vinculo ao Ministério Público incumbe ditar uma política criminal de forma que as 
penitenciarias obedeçam aos comandos da LEP. O Departamento Penitenciário Nacional, 
também vinculado ao Ministério da justiça ficou com a responsabilidade de administrar as 
receitas oriundas do Fundo Penitenciário Nacional e de gerir as penitenciarias do país. O 
ordenamento jurídico vigente no Brasil atua, entre outros, no ramo do direito penal, como 
retribuição aos crimes praticados contra os cidadãos, privando os mesmos da liberdade, 
aplicando ainda penas restritivas de direitos e a pena de multa. 
Constata-se que, não obstante contemos com disposições de diversos diplomas, 
incluindo a Lei de Execução Penal, que é responsável por trazer a parte prática da pena, o 
mundo dos fatos contém algumas dificuldades na correta prática da condenação, pois os 
imperativos definidos por tal lei são solenemente ignorados em todos os Estados. 
 
6. CONCLUSÃO 
 
O sistema penitenciário brasileiro vem enfrentando uma crise que já dura há muito 
tempo, onde até o momento não se tem uma solução. O sistema prisional sucumbiu, pois a sua 
função é de reinserir o indivíduo na sociedade, com a regeneração do condenado para torná-lo 
apto ao convívio em sociedade livre. Não é o que ocorre na prática. 
O problema apresentado não é recente, as autoridades brasileiras precisam cada vez 
mais debater este tema. A reeducação e a ressocialização dos presos seriam uma forma de 
amenizar esta situação, prevenindo assim a reincidência o que já seria significativo na 
redução do indivíduo. Outra alternativa seria a aplicação da progressão das penas previstas 
na lei de Execução Penal, analisando a conduta do agente, individualizando as penas evitando 
assim o excesso de penas privativas de liberdade, utilizando cada vez mais os sistema abertos 
ou semiabertos, o que irá reduzir os gastos pelo Estado e reduzindo a superlotação dos 
presídios. 
Nesse contexto, as penas alternativas, como a prestação de serviços à comunidade têm 
se mostrado o meio mais eficaz na regeneração do condenado. O mais importante no 
aprendizado do preso é a absorção de valores; como é viver em sociedade, a importância de se 
ter ou exercer uma profissão, ter a possibilidade de estudar, são essas possibilidades que 
muitas das vezes o individuo não vivenciou, tendo como parâmetro social distorcido as 
normas que prevalecem no mundo do crime, normas essas aplicadas naquele convívio social 
no qual o individuo sempre vivenciou onde torna difícil o mesmo se desgarrar por falta de 
oportunidades. 
25 
 
 
Esta situação, ao invés de diminuir, piora a cada dia, pois é nítido o descaso das 
autoridades públicas quanto ao problema. Uma sociedade livre, democrática e justa com 
todos os preceitos constitucionais, é a que garante a dignidade e a igualdade entre cidadãos 
que compõem a nossa sociedade. Porém, nem todos os indivíduos desta sociedade tem 
acesso a essas garantias fundamentais, sendo que o próprio Estado fere essas garantias ao se 
referir ao indivíduo encarcerado, quando deveria garantir a ressocialização e reinserção do 
mesmo. 
Desse modo constata-se que a instituição prisional fracassou e continuará fracassando 
se não houver um planejamento em longo prazo, não oferecendo qualquer condição para a 
regeneração do agente que está em seu poder, basta atentarmo-nos aos elevados índices de 
criminalidade e reincidência, índices que representam como o sistema carcerário está em 
decadência e falha ao realizar a sua principal função, de resgatar o individuo infrator. 
 
 
7. REFERÊNCIAS 
 
 
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______. Sistemas penitenciários. Revista dos Tribunais. n. 639, 1989. 
	1. INTRODUÇÃO
	2. O sistema penitenciario e sua evoluçÃO
	3. O SISTEMA PUNITIVO E SUAS CARACTERÍSTICAS
	1
	1.1
	1.2
	1.3
	1.4
	1.4.1
	3.1.2. INDIVIDUALIZAÇÃO DAS PENAS
	1.1.
	1.2.
	1.3.
	1.4.
	1.4.1.
	1.4.2.
	3.1.3. A HUMANIZAÇÃO DAS PENAS
	3.1.4. PROIBIÇÃO DO BIS IN IDEM
	5. DA eficácia da pena e O ambiente carcerário INADEQUADO