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1 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL CIV0411 – RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações 4 – Cisalhamento Puro e Estado de Cisalhamento Simples 4.1– Cisalhamento Puro � Ocorre num ponto solicitado quando, através das faces que limitam o elemento em torno dele, só se manifestam componentes de tensões cisalhantes, sendo nulas todas as tensões normais. � Só pode ocorrer em pontos submetidos a um Estado Plano de Tensões onde σ1 e σ2 assumem valores de sentidos opostos (ou seja, σ1 > 0 e σ2<0). 2 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações Círculo de Mohr correspondente C α S R σθ τθ ( ; )σ 02 ( ; )σ 01 onde τS = - τS’ 2 σ2 σ1σ1 S’ Os pontos S e S’ representam planos onde atuam apenas tensões de cisalhamento, definindo a ocorrência de cisalhamento puro. � Ilustração: Considere o elemento de tensões a seguir, submetido às tensões principais σ1 e σ2 (com σ3=0), tais que│σ1│ > │σ2│ Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações Os pontos S e S’ não representam raios opostos no círculo, de modo que o elemento de tensão correspondente não apresenta faces perpendiculares. α ττ τ τ S S’ 2 σ2 σ1σ1 � Onde: α ≠ 45º � 2α ≠ 90º 1 2 3 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações 4.2 – Estado de Cisalhamento Simples � Ocorre quando, no cisalhamento puro, as tensões de cisalhamento são τmáx e τmín. Em outras palavras, a ocorrência de cisalhamento puro nos planos de τmáx e τmín caracteriza o Estado de Cisalhamento Simples. � Só pode ocorrer em pontos submetidos a um Estado Plano de Tensões onde │σ1│ = │σ2│ Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações Círculo de Mohr correspondente C α S R σθ τθ ( ; )σ 02 ( ; )σ 01 onde: τS = τMÁX e τS’ = τMíN 2 σ2 σ1σ1 σθ τθ S R α ( ; )σ 01( ; )σ 02 ( ; - )τ0 máx ( ; )τ0 máx S’ � Ilustração: Considere o elemento de tensões a seguir, submetido às tensões principais σ1 e σ2 (com σ3=0), tais que│σ1│ = │σ2│ 4 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações máxτmáxτ Neste caso, S e S’ representam raios opostos no círculo, de modo que o elemento de tensão correspondente apresenta faces perpendiculares. 2 σ2 σ1σ1 � 1 2 τmáx S S’ τmáx τmín τmín onde: α = 45º � 2α = 90º α Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações As tensões normais nos planos de τmáx e τmín, que são nulas nesse caso, são calculadas por: 0 2 σσ σσ 21 ' === + SS Daí, tem-se: 2121 σσ0σσ −=⇒=+ Isto é, para que ocorra Estado de Cisalhamento Simples, as tensões normais principais devem ter o mesmo valor absoluto, sendo uma de compressão e outra de tração. OBSERVAÇÃO 5 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações 5 – Estado Triplo de Tensões 5.1– Características do Estado Triplo de Tensões - As três tensões principais σ1, σ2 e σ3 são diferentes de zero. y x z σy σx σz τyx τyz τxy τxzτzy τzx Posição geral 2 1 σ 2 σ 1 σ 3 y x z 3 Posição principal - Elemento de tensões característico: Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações 5.2– Estudo do Estado Triplo de Tensões a partir da POSIÇÃO PRINCIPAL do elemento característico - Posição principal do Estado Triplo de Tensões 2 1 σ 2 σ 1 σ 3 y x z 3 Em correspondência a esse elemento, podem ser associados quatro grupos distintos de seções ou planos: 6 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações I) Planos paralelos à direção 3: só recebem contribuição de , podendo ser estudados no elemento plano definido pelas direções 1 e 2, ou seja: Equações correspondentes: 2 1 σ1σ1 σ2 σ2 θ τθ σθ 1 2 1 2 1 2 cos 2 2 2 cos 2 2 θ θ σ σ σ σ σ θ σ σ τ θ + − = + ⋅ − = ⋅ 1 2eσ σ Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações II) Planos paralelos à direção 2: só recebem contribuição de , podendo ser estudados no elemento plano definido pelas direções 1 e 3. 3 1 σ1σ1 σ3 σ3 θ τθ σθ 1 3 1 3 1 3 cos 2 2 2 cos 2 2 θ θ σ σ σ σ σ θ σ σ τ θ + − = + ⋅ − = ⋅ Equações correspondentes: 1 3eσ σ 7 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações III) Planos paralelos à direção 1: só recebem contribuição de , e podem ser estudados no elemento plano definido pelas direções 2 e 3. IV) Planos inclinados em relação às três direções principais: recebem contribuição de e devido à complexidade de seu estudo não são abordados em Resistência dos Materiais. 2 3 σ3σ3 σ2 σ2 θ τθ σθ 3 2 3 2 3 2 cos 2 2 2 cos 2 2 θ θ σ σ σ σ σ θ σ σ τ θ + − = + ⋅ − = ⋅ Equações correspondentes: 2 3eσ σ 1 2 3, eσ σ σ Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações 5.3– Configuração do Círculo de Mohr para o Estado Triplo de Tensões Suponhamos que as tensões no elemento característico adotado para o estado triplo apresentem-se na seguinte ordem de valores: σ1 > σ2 > σ3 > 0 2 1 σ 2 σ 1 σ 3 y x z 3 8 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações Os pares de pontos que se dispõem para o traçado dos círculos são os seguintes: Para o traçado dos círculos, considere as seguintes afirmações: - As tensões estão defasadas de 90º no elemento característico, logo, os pares correspondem a raios opostos de um círculo. - Da mesma forma, os pares e correspondem a outros dois pares de raios opostos de outros dois círculos. ( ) ( ) ( )1 2 3; 0 , ;0 ;0eσ σ σ 1 2eσ σ( ) ( )1 2;0 ;0eσ σ ( ) ( )1 3;0 ;0eσ σ ( ) ( )2 3;0 ;0eσ σ Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações Com base nisso, os círculos de Mohr para o estado triplo de tensões apresentam a seguinte configuração: Sendo: O1 = centro do círculo correspondente às tensões principais σ2 e σ3; O2 = centro do círculo correspondente às tensões principais σ1 e σ3; O3 = centro do círculo correspondente às tensões principais σ1 e σ2. σ1 σσ3 τ σ2 O3O2O1 τθ σθ lúnula de tensões A região hachurada, chamada lúnula de tensões, representa a região de pares ordenados possíveis para o estado tensional em questão. 9 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações σ1 σσ2 τ 0 O2O3O1 5.4– Observações para interpretação dos círculos de Mohr 5.4.1 – Configuração generalizada dos círculos de Mohr para o Estado Plano de Tensões Características do Estado Plano: correspondem aos pontos geométricos � - Caso 1: 1 2 30 , 0 0eσ σ σ≠ ≠ = ( ) ( ) ( )1 2;0 ;0 0;0e eσ σ 1 2 30 , 0 0eσ σ σ> < = Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações - Caso 2: 1 2 30 , 0 0eσ σ σ> > = σ1 σ0 τ σ2 O3O2O1 0 σσ2 τ σ1 O3O2O1 O2O1O3 - Caso 3: σ σ com ,0σ e 0σ ,0σ 21321 <=<< 10 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações OBSERVAÇÕES: I) Nos três casos: . II) A numeração indicada em cada círculo corresponde ao eixo cuja seção inclinada é paralela. Por exemplo, o círculo 2 representa as seções inclinadas e paralelas ao eixo principal 2. 1 2σ σ> Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações σ τ ( ; )σ 01( ; )σ 02 ( ; )σ 03 = _ Círculo 1 Círculo 2 = Círculo 3 5.4.2 – Configuração do Círculo de Mohr para o Estado Simples de Tensões Característica doEstado Simples: - Caso 1: 1 2 30 , 0σ σ σ≠ = = 0σ σ e 0σ 321 ==> 11 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações - Caso 2: 1 2 30 0eσ σ σ< = = σ τ ( ; )σ 01 Círculo 1 ( ; )σ 02 ( ; )σ 03 = _ Círculo 2 = Círculo 3 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações OBSERVAÇÃO As componentes de tensão normal, máxima e mínima, que ocorrem num ponto, associado a um estado de tensões qualquer, são definidas a partir das três tensões principais que o caracterizam. Quanto às tensões de cisalhamento, todo ponto em qualquer estado de tensões é caracterizado por três tensões cisalhantes máximas: para o grupo de seções paralelas à direção 3; para o grupo de seções paralelas à direção 2; para o grupo de seções paralelas à direção 1; A tensão de cisalhamento máxima (τmáx absoluta) do ponto corresponde, porém, ao seguinte resultado: max mineσ σ 1 2 3, eσ σ σ maxτ maxτ maxτ max min max 2 no ponto no ponto no ponto σ σ τ − = Exemplo 10 (NO QUADRO) � Raio do maior círculo dentre os três da configuração geralizada
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