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1 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL CIV0411 – RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações 2. – Estados de Tensões nos pontos de uma peça solicitada 2.1– Introdução Até aqui, estudou-se: � Tensão na seção reta � Tensão na seção inclinada, fórmulas algébricas e círculo de MOHR PP σσ Algebricamente: σσϕ τϕ σ ϕ H V S σ τ V (σ, 0)H (0,0) S (σϕ, τϕ) θ = 2ϕ = = )2(. 2 cos.σ 2 ϕστ ϕσ ϕ ϕ sen 2 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações x σ dz dx dy σ σσ z y σσ y dz dx dy x z � Tomando-se a mesma peça em solicitação axial e destacando-se um elemento infinitesimal em torno de um ponto do seu interior: Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações x' τ τ ' τ ' τ σ ' σσ ' σ z' = z y' σσ y dz dx dy x z � Girando-se o elemento de um ângulo ϕ em torno do eixo z, obtém-se: � Observe-se que esta nova posição x’, y’, z’ do elemento infinitesimal de volume em torno do ponto considerado é como resultasse da posição x, y, z do elemento de volume anterior após uma rotação deste em torno do eixo z, segundo um ângulo ϕ em sentido anti-horário. 3 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações x σσ z y z' x' y' τx'z' τx'y ' σx' τy'z ' τy'x ' τz'x ' τz'y ' σ z' τx'y ' τx'z ' σx' σy' σy' τy'x ' τy'z ' σ z' τz'y ' τz'x ' z' x' y' � Em consequência desta rotação, observa-se que: • Todas as faces inclinadas em relação à direção de solicitação (direção x) ficam submetidas a tensões • As tensões em cada uma dessas faces inclinadas são paralelas às direções do novo sistema x’, y’, z’ de referência que figuram também inclinadas em relação à direção de solicitação. � Girando-se ALEATORIAMENTE o elemento infinitesimal de volume, em torno do ponto destacado, para uma nova posição x’, y’, z’, sem nenhuma particularidade específica, tem-se: Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações Como todas as direções x’, y’, z’ da nova posição são inclinadas em relação à direção de P, surgirão em cada face do elemento de volume três componentes de tensões, sendo uma tensão normal e duas tensões cisalhantes. � A partir dessas considerações podem se perceber os diferentes tipos de estados de tensões capazes de submeter um ponto destacado numa peça externamente solicitada. � Em todas as faces inclinadas em relação à direção de P, ou seja, nas seis faces do novo elemento de volume, surgirão tensões atuantes �As tensões que atuam em cada face devem ser paralelas às direções da nova posição x’, y’, z’ e inclinadas em relação à direção de P (neste caso, a direção x), ou seja: 4 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações 2.2 Classificação e Características Gerais dos Estados de Tensões (em pontos destacados sobre peças externamente solicitadas) I) Estado Triplo, Tríplice ou Tri-axial de tensões �É o caso mais geral e ocorre quando em todos as infinitas posições aleatoriamente consideradas para o elemento infinitesimal de volume em torno do ponto destacado, se manifestam componentes de tensões em todas as suas faces (no máximo 18 e no mínimo 6 componentes de tensões sobre o ponto) � Posição Geral do elemento característico do Estado Triplo de Tensões y x z σy σx σz τyx τyz τxy τxzτzy τzx 18 componentes de tensão Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações � Posição Principal do Elemento Característico do Estado Triplo de Tensões Dentre as infinitas posições do elemento de volume em torno de um ponto no estado triplo de tensões, existe uma, e somente uma, através da qual só atuam componentes de tensões normais, sendo nulas todas as componentes de tensões cisalhantes. Essa posição do elemento característico em torno do ponto é chamada POSIÇÃO PRINCIPAL e as tensões normais que o submetem através dela são chamadas tensões principais. 2 1 σ 2 σ 1 σ 3 y x z 3 σ1 σ 2 σ 3 σ1, σ2, σ3 � Tensões Principais 1, 2, 3� Direções Principais Onde, OBRIGATORIAMENTE: σ1 ≠ 0 σ2 ≠ 0 � σ3 ≠ 0 Esta característica, de serem diferentes de zero as 3 tensões principais, é uma outra maneira de definição do Estado Triplo de Tensões 5 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações OBSERVAÇÕES 1 ) Na primeira das figuras anteriores, da posição Geral do Estado Triplo, somente 9 componentes de tensão foram representadas (uma de cada tipo) a fim de não sobrecarregar o desenho. Entretanto, facilmente percebe-se que o elemento não está em equilíbrio e, portanto, para se completar o desenho, deve-se acrescentar nas faces opostas às das componentes já representadas, as mesmas componentes porém com sentidos inversos. Para a componente σx, por exemplo, deve-se desenhar, na face oposta a ela, a mesma componente mas com sentido para a esquerda. 2) As tensões obedecem à seguinte notação: σi � tensão normal que atua no ponto através da face cuja normal é a direção i τij � tensão de cisalhamento que atua no ponto através da face (seção) cuja normal é a direção i, sendo ela (a própria tensão) paralela à direção j. Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações 3 ) Tensor das tensões �É uma matriz constituída pelos valores das tensões que submetem o ponto a partir de uma posição qualquer do elemento característico. Ex.1 - Tensor das tensões correspondente à POSIÇÃO GERAL do elemento característico do Estado Triplo de Tensões. zzyzx yzyyx xzxyx z y x σττ τστ ττσ zyx Ex. 2 - Tensor tensões associado à POSIÇÃO PRINCIPAL do Elemento Característico do Estado Triplo de Tensões 3 2 1 00 00 00 3 2 1 σ σ σ 321 6 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações II) Estado Plano, Duplo ou Bri-axial de tensões � É um caso particular do estado triplo de tensões e ocorre quando uma de suas tensões principais tem valor igual a zero (ou seja, σ3 =0) Estado plano de tensões σ1 ≠ 0, σ2 ≠ 0 e σ3 = 0 � Posição Principal do Elemento Característico do Estado Plano de Tensões 2 1 σ 2 σ 1 y x z 3 σ1 σ 2 2 1 σ1σ1 σ2 σ2 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações y x z σy σx τyx τxy τyx σy τxy σx � Posição Geral do Elemento Característico do Estado Plano de Tensões Outra particularidade do Estado Plano de Tensões reside no fato de que girando-se o elemento característico em torno da direção correspondente à Tensão Principal Nula (ou seja, direção 3), não se manifestam em nenhuma de suas faces componentes de tensões paralelas a essa direção. Como consequência, tem-se a seguinte configuração adotada para a posição geral do elemento característico do Estado Plano de Tensões (E.P.T) σy τyx xyτ σx σy σx τyx xyτ 7 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações OBSERVAÇÃO: Estado de Cisalhamento Puro É um caso particular apenas do Estado Plano de Tensões e ocorre quando, dentre as infinitas posições gerais do elemento característico em torno do ponto, existe uma através da qual só atuam no referido ponto componentes de tensões cisalhantes (sendo nulas todas as tensões normais) III) Estado Simples ou Uni-axial de Tensões � É uma particularidade do estado triplo de tensões e ocorre quando duas de suas tensões principais tem valor igual a zero (ou seja, σ2 =0 e σ3 = 0) Estado plano de tensões σ1 ≠ 0, σ2 = 0 e σ3 = 0 Capítulo Segundo:Análise das Tensões e Deformações � Posição Principal do Elemento Característico do Estado Plano de Tensões 2 1 σ1σ1 2 1 3 σ1σ1 OBSERVAÇÕES: 1) Outra particularidade do Estado Simples de Tensões consiste no fato de que girando-se o elemento característico em torno da direção de correspondente à tensão principal não nula (ou seja, direção 1), não se manifesta em nenhuma de suas faces qualquer outra componente de tensão além de σ1. 8 Capítulo Segundo: Análise das Tensões e Deformações 2) A teoria desenvolvida no item 1 deste capítulo, sob o título “Generalização do Estudo da Peça Prismática em Solicitação Axial”, corresponde ao estudo do Estado Simples de Tensões, merecendo destaque os seguintes aspectos abordados: • Definição • Elemento Característico • Equações Gerais do Estado Simples de Tensões • Tensões Máximas e Mínimas • Configuração do Círculo de MOHR correspondente
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