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Direito Internacional I casos 1 a 6 (1)

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Direito Internacional I – Casos concretos aulas 1 a 6 
 
Aula 1 Caso 1 
Considerando as fontes de direito internacional público previstas no Estatuto da Corte 
Internacional de Justiça (CIJ) e as que se revelaram a posteriori, bem como a doutrina acerca 
das formas de expressão da disciplina jurídica, as convenções internacionais, que podem ser 
registradas ou não pela escrita, são consideradas, independentemente de sua denominação, 
fontes por excelência, previstas originariamente no Estatuto da CIJ. Analise a afirmativa e com 
base no aprendizado, julgue e fundamente sua resposta. 
Resposta: De acordo com o art. 38 da CIJ, são fontes formais os tratados, os costumes e os 
princípios gerais do Direito enquanto doutrina, jurisprudência e equidades são fontes materiais 
; da mesma forma os tratados são sempre expressos. 
 
Aula 2 – caso 1 
A República de Utopia e o Reino de Lilliput são dois Estados nacionais vizinhos cuja relação 
tornou-se conflituosa nos últimos anos devido à existência de sérios indícios de que Lilliput 
estaria prestes a desenvolver tecnologia suficiente para a fabricação de armamentos 
nucleares, fato que Utopia entendia como uma ameaça direta a sua segurança. Após várias 
tentativas frustradas de fazer cessar o programa nuclear lilliputiano, a República de Utopia 
promoveu uma invasão armada a Lilliput em dezembro de 2001 e, após uma guerra que durou 
três meses, depôs o rei e promoveu a convocação da Assembléia Nacional Constituinte, que 
outorgou a Lilliput sua atual constituição. Nessa constituição, que é democrática e republicana, 
as antigas províncias foram convertidas em estados e foi instituído, no lugar do antigo Reino 
de Lilliput, a atual República Federativa Lilliputiana. Assim, podemos afirmar que a República 
Federativa Lilliputiana deve obediência aos costumes internacionais gerais que eram vigentes 
no momento em que ela adquiriu personalidade jurídica de direito internacional, não obstante 
essas regras terem sido estabelecidas antes do próprio surgimento desse Estado. (CESPE – 
adaptada) 
Resposta: O costume não é uma fonte democrática, pois mesmo o Estado não manifestando a 
sua vontade de aderir a determinado costume, ele lhe é obrigatório. 
 
Aula 3 – Caso 1 
O litígio se dá entre Portugal e Índia. O primeiro Estado aparelhou perante a Corte 
Internacional de Justiça procedimento judicial internacional contra o Estado indiano, relativo a 
certos direitos de passagem pelo território deste último Estado de súditos portugueses 
(militares e civis), assim como de estrangeiros autorizados por Portugal com a intenção de 
dirigir-se a pontos encravados situados perto de Damão, para acesso aos encraves de Dadra e 
Nagar-Aveli. O Estado português alega que havia um costume [internacional] local que 
concedia um direito de passagem pelo território indiano a seus nacionais e às forças armadas 
até Dadra e Nagar-Aveli. A alegação de fundo é a de que o Estado indiano quer anexar estes 
dois territórios portugueses, ferindo seus direitos soberanos sobre eles. Os indianos sustentam 
que, segundo o Tratado de Pooma, realizado em 1779 entre Portugal e o governante de 
Maratha e posteriores decretos exarados por este governante, os direitos portugueses não 
consistiam na soberania sobre os mencionados encraves, para os quais o direito de passagem 
é agora reclamado, mas apenas num "imposto sobre o rendimento". Quando o Reino Unido se 
tornou soberano naquele território em lugar de Maratha, encontraram os portugueses 
ocupando as vilas e exercendo um governo exclusivo. Os britânicos aceitaram tal posição, não 
reclamando qualquer tipo de soberania, como sucessores de Maratha, mas não fizeram um 
reconhecimento expresso de tal situação ao Estado português. Tal soberania foi aceita de 
forma tácita e subseqüentemente reconhecida pelo Estado indiano, portanto as vilas Dadra e 
Nagar -Aveli foram tidas como territórios encravados portugueses, em território indiano. A 
petição portuguesa coloca a questão que o direito de passagem foi largamente utilizado 
durante a soberania britânica sobre o Estado indiano, o mesmo ocorrendo no período pós -
britânico. Os indianos alegam que mercadorias, com exceção de armas e munições, passavam 
livremente entre o Porto de Damão (território português) e ditos encraves, e que exerceram 
seu soberano poder de regulamentação impedindo qualquer tipo de passagem, desde a 
derrubada do governo português em ditos encraves. (Pereira, L. C . R. Costume Internacional: 
Gênese do Direito Internacional. Rio de Janeiro: Renova, 2002, p. 347 a 349 – Texto adaptado). 
Diante da situação acima e dos dados apresentados, responda: 
 1) De acordo com entendimento da Corte Internacional de Justiça, qual a fonte de direito 
internacional Público é aplicável a fim de dar solução ao litígio? 
Resposta: A fonte de Direito Internacional público aplicável é o costume, sendo uma fonte 
formal 
2) Como ela é definida? 
Resposta: O costume é uma prática reiterada que é aceita como sendo uma norma jurídica 
3) Qual o elemento que a torna norma jurídica? 
Resposta: O elemento psicológico que torna a prática reiterada 
 
Aula 4 – caso 1 
Ex-dirigente de federação sul-americana de futebol, após deixar o cargo que exercia em seu 
país de origem, sabedor de que existe uma investigação em curso na Colômbia, opta por fixar 
residência no Brasil, pelo fato de ser estrangeiro casado com brasileira, com a qual tem dois 
filhos pequenos. Anos depois, já tendo se naturalizado brasileiro, o governo da Colômbia pede 
a sua extradição em razão de sentença que o condenou por crime praticado quando ocupava 
cargo na federação sul-americana de futebol. Diga sobre a possibilidade de extradição e 
fundamente. (FGV – adaptada) 
Resposta: Poderá ser extraditado, pois o crime foi cometido antes da naturalização. 
 
Aula 5 caso 1 
Tendo em vista o interesse comum de Brasil e Paraguai em realizar o aproveitamento 
hidroelétrico dos recursos hídricos do rio Paraná, pertencentes em condomínio aos dois países 
desde e inclusive o salto Grande de Sete Quedas ou salto de Guairá até a foz do rio Iguaçu, foi 
aprovado o Tratado de Itaipu, em 26 de abril de 1973, criando a entidade binacional Itaipu, 
considerada um modelo de integração. Contudo, passados mais de trinta anos, os paraguaios 
começaram a se insurgir contra as disposições desse Tratado, alegando que há uma relação de 
exploração em favor do Brasil, que se aproveita do seu poder econômico para submeter o 
Paraguai a uma condição subalterna. A polêmica se acentuou com a eleição de Fernando Lugo 
à Presidência da República do Paraguai. Com relação a esse Tratado e às polêmicas que gera, é 
correto que As reivindicações dos paraguaios são pertinentes, uma vez que, segundo o Tratado 
de Itaipu, ao Brasil cabem 95% da energia produzida pela Itaipu e ao Paraguai os 5% restantes, 
proporcionais ao aporte financeiro realizado por cada país na construção da usina e Por ser 
uma entidade binacional, as instalações e obras realizadas em cumprimento ao Tratado de 
Itaipu conferem ao Brasil e ao Paraguai o direito de propriedade ou de jurisdição sobre o 
território um do outro. (UFPR ? adaptada) 
Resposta: Não significa que um Estado exerça jurisdição sobre o outro, entretanto, caso o 
Brasil ou Paraguai estejam insatisfeitos com o tratado e quiseram extinguir, como é um acordo 
bilateral, basta que um dos dois deixe de cumprir que ele extinguirá automaticamente. 
Aula 6 – caso 1 
Tratados são, por excelência, normas de direito internacional público. No modelo jurídico 
brasileiro, como nas demais democracias modernas, tratados passam a integrar o direito 
interno estatal, após a verificação de seu iter de incorporação. A respeito dessa temática,uma 
vez firmados, os tratados relativos ao MERCOSUL, ainda que criem compromissos gravosos à 
União, são automaticamente incorporados visto que são aprovados por parlamento 
comunitário. Diga se está correta ou errada a afirmativa e fundamente. (CESPE – adaptada) 
Resposta: Está errada. No Brasil adota-se o dualismo, quando o tratado é ratificado para que 
ele passe a vigorar como norma interna é necessário ser emitido um ato normativo que no 
Brasil é chamado Decreto Excutivo, transformando assim em Direito interno.

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