Buscar

Michele II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Michele, a alma do Sanatório Penal.
Luiz Alberto Mendes Júnior
Mendes Jr. Inicia mencionando Michele, que foi primeiros casos de AIDS detectado, logo após o monge a ter convertido ao budismo, o que mudou sua vida. No ano de 1989, onde a síndrome da AIDS era mortal não se sabia nada sobre o vírus, a não ser as informações do doutor Dráuzio Varela.
 De acordo com o autor, para muitos daquela penitenciária, preso nunca teve importância, por conta desses pensamentos, muitos se contaminava e morriam. Na penitenciária do Estado, existia um lugar isolado, onde ficavam os presos com tuberculose. Onde no Sanatório penal, os portadores de HIV também eram isolados aos outros presos com várias outras síndromes. 
Ele ainda relata que foi levado lá por um amigo, onde sentiu a necessidade de conhecer mais sobre aquele lugar. Depois de saber como eram as coisas por lá, ele precisou tomar a decisão, de ficar e ajudar ou ir embora. Foi então que decidiu ficar, foi quando conheceu Michele, que sobrevivia ao vírus já fazia 12 anos, ele já conhecia a fama dela e logo se tornaram amigos. 
Condenada por duplo assassinato foi líder de uma quadrilha internacional de tráfico de “escravas brancas”, onde sua quadrilha dava todo o suporte para prostituição dessas mulheres na Europa. Michele vivia no topo, ganhava muito bem. As mulheres nunca conseguiam pagar suas dívidas, pois tudo que a elas eram oferecidas eram muito caras, assim para pagar a organização, tornavam-se escravas sexuais, segundo ele, foi nessa época que um casal de jornalistas conseguiu provas da ação da quadrilha e foi assassinada, a polícia chegou à organização, mas sem nenhum progresso. Foi também nessa época que ela adoeceu, depois de vários exames foi diagnosticada pelo Instituto Pasteur com HIV, aconselhada pelos médicos a voltar para família, pois estaria vivendo seus últimos dias, onde só encontrou a paz quando se converteu, mudando desde então a forma de viver.
 Apresentou-se a polícia, confessando ser a mandante da morte do casal de jornalistas, foi presa, julgada e condenada, e quando chegou à penitenciária logo foi encaminhada ao Sanatório penal, segundo o relato do autor, havia 38 celas com presos abandonados, entregues à própria morte, por decorrência da Tuberculose e de outras síndromes, onde os enfermeiros não entravam, só entregavam medicamentos através das grades para aqueles em melhores condições.
A partir desses acontecimentos, Michele assumiu a responsabilidade de cuidar de seus companheiros e contava com ajuda dos religiosos que apareciam por ali, o jornalista continua seu relato, indagando que eles eram os únicos, pois da estrutura oficial do Sanatório só vinha à alimentação, do mais, era tudo a Michele, de cozinhar, limpar, cuidar de seus mortos e rezar por eles, ela morrera quando ele já não estava por lá.
 Mendes Jr. conclui que, ela merecia o prêmio Nobel, por desprendimento e dedicação.

Outros materiais