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1Matemáti caFunções Rua General Celso de Mello Rezende, 301 – Tel.: (16) 3238·6300 CEP 14095-270 – Lagoinha – Ribeirão Preto-SP www.sistemacoc.com.br SISTEMA COC DE ENSINO Direção-Geral: Sandro Bonás Direção Pedagógica: Zelci C. de Oliveira Direção Editorial: Roger Trimer Gerência Pedagódica: Luiz Fernando Duarte Gerência Editorial: Osvaldo Govone Gerência Operacional: Danilo Maurin Gerência de Relacionamento: Danilo Lippi Ouvidoria: Regina Gimenes Conselho Editorial: José Tadeu B. Terra, Luiz Fernando Duarte, Osvaldo Govone e Zelci C. de Oliveira PRODUÇÃO EDITORIAL Autoria: Clayton Furukawa Editoria: José F. Rufato, Marina A. Barreto e Paulo S. Adami Coordenação editorial: Luzia H. Fávero F. López Assistente Editorial: George R. Baldim Projeto gráfico e direção de arte: Matheus C. Sisdeli Preparação de originais: Marisa A. dos Santos e Silva e Sebastião S. Rodrigues Neto Iconografia e licenciamento de texto: Cristian N. Zaramella, Marcela Pelizaro e Paula de Oliveira Quirino. Diagramação: BFS bureau digital Ilustração: BFS bureau digital Revisão: Flávia P. Cruz, Flávio R. Santos, José S. Lara, Leda G. de Almeida e Maria Cecília R. D. B. Ribeiro Capa: LABCOM comunicação total Fechamento: Matheus C. Sisdeli Su m ár io CAPÍTULO 01 FUNÇÕES 7 1. Introdução: noção de função 7 2. Definição 7 3. Função real 13 4. Raiz (ou zero) da função 14 5. Função crescente, decrescente e constante 14 CAPÍTULO 02 FUNÇÃO AFIM E FUNÇÃO QUADRÁTICA 16 1. Introdução 16 2. Função afim ou função polinomial do 1º grau 16 3. Função constante 18 4. Função quadrática ou função polinomial do 2º grau 20 5. Função do 2º grau – pontos extremos 24 6. Função do 2º grau – Aplicações 27 CAPÍTULO 03 INEQUAÇÕES DO 1º E DO 2º GRAU 31 1. Introdução 31 2. Propriedades 31 3. Inequações do 1º grau 31 4. Inequação do 2º grau 32 5. Inequações produto e quociente 35 6. Inequação produto 35 7. Inequação quociente 35 8. Potências com expoentes inteiros 36 9. Um método prático 36 CAPÍTULO 04 TIPOS DE FUNÇÕES 40 1. Função composta 40 2. Classificação 41 3. Função inversa 44 4. Função modular 48 5. Função modular 48 6. Equações modulares e inequações modulares 51 7. Equações modulares 51 8. Inequação modular 51 EXERCÍCIOS PROPOSTOS 55 Capítulo 01 56 Capítulo 02 64 Capítulo 03 80 Capítulo 04 85 GABARITO 103 Teoria PV -1 3- 11 Funções 7 Matemática respondência um único elemento y ∈ B, que é denominado imagem de x. A B 1 2 3 4 a b c d As seguintes denominações são importantes: 01. o conjunto A é chamado de domínio da função; 02. o conjunto B é chamado de contrado- mínio da função; 03. o subconjunto do contradomínio for- mado por todas as imagens dos ele- mentos do domínio é denominado conjunto imagem. Observação: o conjunto imagem (Im) é sub- conjunto do contradomínio (CD). A função pode ser representada de várias for- mas, cujas mais importantes são: 01. tabela: em geral, representa-se uma tabela com duas colunas; na primei- ra, coloca-se o domínio e, na segunda, colocam-se as respectivas imagens. 02. pares ordenados: a correspondência se dá na forma (x,y) em que o primeiro elemento indica o domínio e o segun- do, a sua imagem. 03. diagramas de flechas. São usados dois diagramas: o primeiro é o domínio e o segundo é o contradomínio, no mes- mo esquema da tabela, sendo que a correspondência será indicada por se- tas, como se vê no exemplo anterior. 04. gráficos. Representa-se a função em um plano cartesiano, indicando o do- mínio no eixo horizontal, eixo das abs- cissas, e o contradomínio no eixo verti- cal, eixo das ordenadas. 05. lei de correspondência: é uma senten- ça matemática que permite que, após escolhermos os elementos, tenhamos como determinar a imagem desses elementos por meio de uma fórmula matemática. 1. Introdução: noção de função Vamos imaginar uma correspondência espe- cial entre dois conjuntos, A e B, nesta ordem, que possui as seguintes características: a. todo elemento do conjunto A possui um elemento correspondente no con- junto B; b. qualquer que seja o elemento de A em estudo, verifica-se que só existe um único correspondente em B. Uma correspondência que satisfaz a e b é deno- minada função entre A e B. Vamos imaginar que um pesquisador está estudando uma cultura de bactérias e que, a cada minuto, a partir de um momento que podemos denominar de tempo 0, anote a quantidade de bactérias em estudo. Podemos dizer que há uma correspondência entre o conjunto A, no caso o tempo, e o con- junto B, no caso quantidade de bactérias, e que, a cada minuto observado, há uma e somente uma única quantidade específica de bactérias; tal correspondência pode ser denominada fun- ção entre o tempo, em minutos, e a quantidade de bactérias. Vamos imaginar agora que, a par- tir do nascimento de uma criança, todo mês, o pediatra anote, numa tabela, a idade e a altura dessa criança. O médico estará promovendo o relacionamento entre os elementos de dois conjuntos: o conjunto das idades e o conjunto das alturas. Temos também aí uma função, ou seja, a altura em função da idade. Como esses, muitos outros exemplos de função podem ser selecionados no nosso cotidiano; porém, es- tudaremos função apenas com enfoque ma- temático, com a certeza de que os alunos que compreenderem a ideia de função no aspecto matemático estarão preparados para utilizá-la de maneira correta em qualquer ramo de ati- vidade. 2. Definição Dados dois conjuntos, A e B, não vazios, de- nomina-se função uma correspondência espe- cial, formalmente chamada de relação binária, entre os conjuntos A e B, nessa ordem, de tal maneira que todo elemento x ∈ A tem em cor- CAPÍTULO 01 FUNÇÕES Funções PV -1 3- 11 8 Matemática A. Entendendo o símbolo f(x) É comum no estudo das funções aparecerem símbolos do tipo f(x), g(x), h(x) etc. Será muito útil entendermos o significado destas simbolo- gias. Para facilitar, vamos considerar que no sím- bolo f(x) a letra f representa o nome da função. Deste modo, quando aparecer, em física, o sím- bolo S(t), o aluno pode automaticamente consi- derar o nome da função e que, é apenas a pri- meira letra da palavra espaço na língua inglesa. No símbolo f(x), devemos interpretar o seguinte: 01. leitura: “f de x” 02. nome da função: f 03. x: um elemento qualquer do domínio da função (letra que aparece entre pa- rênteses) 04. f(x): simboliza a imagem de x. Observação a letra x representa uma variável. Quando aparecer em nossos estudos, por exemplo, a notação f: A → B, com f(x) = 2x, devemos entender que A é o domínio da fun- ção, B o contradomínio, f o nome da função e que a fórmula que aparece após a igualdade de f(x), no nosso exemplo 2x, é a fórmula, lei ou sentença matemática que será usada para calcular as imagens. Exemplo Considere uma função de domínio e contrado- mínio real, definida por f(x) = x + 1. Determine f(2013). Neste exemplo, o domínio é o conjunto dos re- ais; o contradomínio também é o conjunto dos reais; o nome da função é f; a letra x represen- ta um elemento qualquer do domínio; f(x) é o símbolo da imagem de x; “x + 1” é a fórmula, lei ou sentença matemática da imagem, e é com esta fórmula que iremos calcular a ima- gem de um elemento particular do domínio. A notação f(2013) indica que devemos encontrar a imagem de um elemento particular do domínio, nesse caso 2013. Precisamos, então, substituir, na fórmula fornecida, o elemento genérico do domí- nio, a letra x, pelo elemento particular 2013. f(2013) = 2013 + 1 f(2013) = 2014 Resposta f(2013) = 2014 B. Representando um pontodo gráfico da função Vamos supor que em uma determinada fun- ção f tenhamos f(8) = 10. Podemos represen- tar essas informações por um par ordenado (8; 10) e, em seguida, colocá-lo em um ponto do plano cartesiano. Convenção: 01. o primeiro elemento do par ordenado, que é um elemento do domínio da fun- ção, é representado no eixo horizontal (eixo das abscissas); 02. o segundo elemento do par, que é a respectiva imagem, é representado no eixo vertical (eixo das ordenadas). O par ordenado (8; 10) fica assim representado: x y 0 10 (8; 10) 8 O ponto acima representa um ponto do gráfico da função f. C. Gráfico de uma função É a união de todos os pontos, no plano cartesia- no, (x; y), em que x é um elemento do domínio da função e y, a respectiva imagem. O número de pontos do gráfico depende da quantidade de elementos do domínio da função. Exemplo Na figura abaixo, temos o gráfico de uma fun- ção de domínio D x a x b= ∈ < <{ | }. x y 0 ba PV -1 3- 11 Funções 9 Matemática D. Domínio e conjunto imagem: conhecendo o gráfico da função É comum determinarmos o domínio ou o con- junto imagem partindo-se do gráfico da função. Para encontrar o domínio e o conjunto imagem através do gráfico, devemos primeiro entender o significado de “projeção ortogonal de um ponto do gráfico” respectivamente no eixo ho- rizontal e no eixo vertical. No exemplo: x y 0 10 (8; 10) 8 01. o ponto do eixo x, onde está represen- tado o número 8, é a projeção ortogo- nal do ponto P(8; 10) no eixo x; 02. o ponto do eixo y, onde está represen- tado o número 10, é a projeção ortogo- nal do ponto P(8; 10) no eixo x. x y 0 10 P (8; 10) 8 Projeção de P em x Projeção de P em y Observe que o número representado na proje- ção ortogonal de P no eixo x é o elemento do domínio igual a 8 e que o número represen- tado na projeção ortogonal de P no eixo y é a respectiva imagem. Assim, teremos o domínio da função quando considerarmos todos os elementos do eixo x correspondentes à projeção do gráfico no eixo horizontal, e o conjunto imagem será constituí- do de todos os elementos oriundos da projeção no gráfico no eixo vertical. Exemplo Consideremos a função f(x) definida por A = ]a; b] em . y d 0 x f (x) c a b Domínio: projeção ortogonal do gráfico da função no eixo x. Assim, D = ]a; b] = A. 0 f(x) y d a b x c D = ]a, b] Conjunto imagem: projeção ortogonal do grá- fico da função no eixo y. Assim, Im = [c, d]. 0 d b x c f(x) y a Im = [c, d] Observação O contradomínio () é representado por todo o eixo y. Funções PV -1 3- 11 10 Matemática E. Reconhecimento de uma função por meio do diagrama de flechas As condições que uma relação representada por meio do seu diagrama de flechas deve sa- tisfazer para ser uma função são: 1. todo elemento de A deve servir como ponto de partida de uma flecha; 2. essa flecha deve ser única. Exemplos a. A B 1 2 3 4 a b c d Não é função, pois não parte nenhuma flecha do elemento d ∈ A. b. A B 1 2 3 4 a b c Não é função, pois partem duas flechas do ele- mento c ∈ A. c. A B 1 2 3 4 a b c É uma função, pois satisfaz as condições enun- ciadas com: domínio: A = {a, b, c}; contradomínio: B = {1, 2, 3, 4} e imagem = {1, 2} F. Reconhecimento de uma função por meio do seu gráfico cartesiano Vamos observar os gráficos das relações biná- rias de A em B, que se apresentam a seguir. y B A R1 0 x y B A R2 0 x y B A R3 0 x PV -1 3- 11 Funções 11 Matemática Devemos observar que, para localizarmos a imagem de um determinado elemento do domínio, representado no eixo horizontal, basta, por meio de uma reta vertical, atingirmos o gráfico da re- lação e, com o uso de outra reta, agora horizontal, projetarmos este ponto de intersecção da reta com o gráfico no eixo vertical, que representa o contradomínio. Estaremos, assim, determinando a imagem do elemento considerado. 0 A x0 y0 x R1 y Com base neste procedimento, lembrando que, para ser uma função, todo elemento do domínio deve ter uma única imagem no contradomínio, podemos estabelecer a seguinte regra: para o re- conhecimento de uma função por meio de seu gráfico cartesiano, é preciso que toda e qualquer reta vertical que passe pelo domínio da relação "corte" uma única vez o gráfico da relação. 0 A x R1 y R1 não é função. x R2 y A0 R2 não é função. R3 y A x0 R3 é função. Funções PV -1 3- 11 12 Matemática 01. Qual dos gráficos não representa uma função de em ? EXERCÍCIOS RESOLVIDOS a. y x0 b. y x0 c. y x0 d. y x0 e. Resolução Gráfico E – Não é função. Toda reta vertical que passar à direita da origem interceptará o gráfi- co mais de uma vez, caracterizando elementos do domínio com mais de uma imagem. Resposta E 02. Considere abaixo o gráfico da função f: A → B. f(x) 2 3 x0 1 2 Obter o domínio e o conjunto imagem da função. Resolução f(x) 2 3 x0 1 2 Observe que a projeção de todos os pontos do gráfico sobre o eixo x é o intervalo [1; 3], e a projeção no eixo y é o intervalo [0; 2]. Deste modo, o domínio da função é D = [1; 3], e o con- junto imagem é Im = [0; 2]. PV -1 3- 11 Funções 13 Matemática 03. Fuvest-SP Se f(x) = 1 x +12 , quanto vale f( 7)4 ? Resolução f f ( ) ( ) ( ) 7 1 7 1 1 7 1 7 1 7 1 7 1 6 7 7 1 6 4 4 2 4 = + = + ⋅ − − = − = − 04. FEI-SP Se f x x x ( ) = +2 1 , então f 2( ) vale: 05. UFBA Sobre os preços dos ingressos para certo es- petáculo, foi estabelecido que, na compra de: • até um máximo de 20 ingressos, o pre- ço unitário de venda seria R$ 18,00; • mais de 20 unidades, cada ingresso que excedesse os 20 seria vendido por R$ 15,00. Nessas condições, a expressão que permite calcular, em reais, o gasto de uma pessoa que comprar x ingressos, x > 20, é: a. 15x b. 15x + 60 c. 15x + 90 d. 18x – 60 e. 18x – 90 Resolução O gasto para comprar mais de 20 ingressos é: 20 ⋅ 18 + 15 (x – 20) = 360 + 15 (x – 20) 360 + 15x – 300 = 60 + 15x Resposta B a. 0 b. 2 3 c. 2 2 3 d. 2 2 e. 3 2 2 Resolução f x x x f f f ( ) = + ⇒ = + = + ⇒ = 2 21 2 2 2 1 2 2 2 1 2 2 3 ( ) ( ) ( ) ( ) Resposta B 3. Função real É a função onde o domínio e o contradomínio são subconjuntos não-vazios dos números reais. A. Função real e o seu domínio Se o domínio não aparece na apresentação da função, entende-se que o domínio será o mais amplo subconjunto real para o qual são possíveis todas as operações indicadas na sentença. Para encontrarmos o domínio de uma função real, devemos estar atentos às possibilidades das ope- rações matemáticas. Por enquanto, ficaremos atentos aos seguintes problemas que podem surgir: 1. Se houver variável no denominador de uma fração, devemos recordar que o denominador não poderá ser zero. 2. Se houver variável no radicando de uma raiz de índice par, devemos recordar que o radi- cando não poderá ser negativo. Exemplo a. O domínio da função real definida por f x x é D x x( ) { | },= = ∈ ≠ 1 0 pois, na operação de divisão, não podemos efetuar a divisão por zero. b. O domínio da função real definida por f x x é D x x( ) { | },= = ∈ ≥ 0 pois, na operação de radiciação, não podemos efetuar a raiz quadrada de número negativo. Funções PV -1 3- 11 14 Matemática 4. Raiz(ou zero) da função Quando um elemento x do domínio tem ima- gem igual a zero, dizemos que este elemento é raiz ou zero da função. Exemplo O número real 2 é raiz, ou zero, da função real definida por f x x( ) ,= −2 pois f( ) .2 2 2 0= − = 5. Função crescente, decrescente e constante I. Função crescente: a função f(x), num determinado intervalo, é crescente se, para quaisquer x1 e x2 pertencentes a este intervalo, com x1 < x2, tivermos f(x1) < f(x2). f(x) f(x1) f(x2) y 0 xx1 x2 x1 < x2 ⇒ f(x1) < f(x2) II. Função decrescente: função f(x), num determinado intervalo, é decrescente se, para quaisquer x1 e x2 pertencentes a este intervalo, com x1 < x2, tivermos f(x1) > f(x2). f(x)f(x1) f(x2) y 0 x x1 < x2 ⇒ f(x1) > f(x2) x1 x2 III. Função constante: função f(x), num determinado intervalo, é constante se, para quaisquer x1 e x2 pertencentes a este intervalo, tivermos f(x1) = f(x2). 0 y f(x1) x1 x2 f(x2) f(x) 01. Encontre o domínio da função real definida por f x x ( ) .= − 1 1 Resolução Há divisão ⇒ o denominador não pode ser igual a zero. O denominador da fração é x – 1 ⇒ x – 1 ≠ 0 x ≠ 1 Resposta D x x= ∈ ≠{ | } 1 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 02. Encontre as raízes da função real definida por f(x) = x2 – 10x. Resolução x2 – 10x = 0 x ⋅ (x – 10) = 0 x = 0 ou x – 10 = 0 x = 0 ou x = 10 Resposta As raízes são 0 e 10. PV -1 3- 11 Funções 15 Matemática 03. O gráfico representa uma função f. x y –1 2 –2 1 2 3 –3 –2 –1 0 1 Pede-se: a. o domínio da função; b. a imagem da função; c. as raízes da função; d. o ponto de máximo de f; e. o valor mínimo de f; f. o intervalo onde a função é decrescente. Resolução a. Domínio é o conjunto dos x, para os quais existe imagem; logo, D = [–2, 2]. b. Imagem é o conjunto dos y, que são ima- gem de algum x; logo, Im = [–3, 3]. c. x = –2; x = 0 e x = 2 d. x = –1 e y = 3 ⇒ P (–1, 3) e. x = 1 e y = –3 f. –1 < x < 1 04. UFV-MG Dos conjuntos abaixo, aquele que está contido no domínio f x x x ( ) = + − 1 1 23 é: a. {x ∈ | – 1 ≤ x ≤ 1} b. {x ∈ | x > 1 ou x < – 1} c. {x ∈ | x ≠ – 1 e x ≠ 1} d. {x ∈ | x > 1} e. {x ∈ | x > – 1} Resolução x x x x + ≥ − ≠ ⇒ ≥ − ≠ ± 1 0 1 0 1 12 ∴ Dom. = {x ∈ | x > – 1 e x ≠ 1} Assim, o conjunto que está contido no domínio é o do item d. Resposta D 05. UFCE modificado O domínio da função real g x x x ( ) = − − 2 7 é: a. {x ∈ | x > 7} b. {x ∈ | x ≤ 2} c. {x ∈ | 2 ≤ x < 7} d. {x ∈ | 2 ≤ x ou x ≥ 7} e. {x ∈ | x ≥ 7} Resolução I. x – 7 > 0; x > 7 II. x – 2 ≥ 0; x ≥ 2 (I) (II) (I) ∩ (III) 2 7 7 S: x > 7 Resposta A Funções PV -1 3- 11 16 Matemática 1. Introdução Há dois grupos de funções que tem incidên- cia diferenciada na matemática: função afim e função quadrática. 2. Função afim ou função polinomial do 1º grau Chama-se função afim ou função polinomial do 1º grau à função real que pode ser escrita na forma: f(x) = ax + b, com a ≠ 0. D(f) = , CD(f) = e Im (f) = A. Gráfico O gráfico da função afim é uma reta com “incli- nação para a direita” quando a é positivo e “in- clinação para a esquerda” quando a é negativo. Para esboçar o gráfico, é importante destacarmos dois pontos distintos. Devemos dar preferencia aos pontos que interceptam o eixo x e o eixo y. Exemplo Esboçar o gráfico da função real definida por f(x) = 2x – 6. Exemplo para a > 0. Consideremos f(x) = 2x – 1 CAPÍTULO 02 FUNÇÃO AFIM E FUNÇÃO QUADRÁTICA x y 0 – 6 3 0 x y 3 – 6 A função será crescente se a > 0 e decrescente se a < 0. x Raiz crescente a > 0 x Raiz decrescente a < 0 x f(x) –1 –3 0 –1 1 1 2 3 y x 3 2 1 –1 –2 –3 –1 1 2 30 Exemplo para a < 0 Consideremos f(x) = –x + 1 x f(x) –1 2 0 1 1 0 2 –1 y –1 –1 1 2 x 2 1 0 B. Raiz f(x) = 0 ⇒ ax + b = 0 ⇒ x b a = − que é a única raiz da função. C. Coeficientes Na lei matemática f(x) = ax + b, a é denomina- do coeficiente angular e b é chamado de coe- ficiente linear. D. Intersecção com oy A intersecção com o eixo vertical ocorre quan- do x = 0; deste modo, teremos: x = 0 ⇒ f(0) = a ⋅ 0 + b ⇒ f(0) = b Isso quer dizer que o gráfico intercepta o eixo y no ponto (0, b). PV -1 3- 11 Funções 17 Matemática E. Resumo f(x) = ax + b; a ≠ 0 a > 0 a < 0 y x b Crescente 0 –b a y x0 b –b a Decrescente D = Im = D = = Im F. Estudo do sinal da função afim Para o estudo da variação de sinal da função afim, seguiremos a convenção adotada para o eixo das ordenadas, em que estão represen- tadas as imagens dos elementos posicionados no eixo x. Assim, toda região gráfica acima do eixo representará uma imagem positiva, ao contrário das imagens negativas, que sempre estarão posicionadas abaixo do eixo x. A partir deste entendimento, o estudo da variação de sinal de uma função afim depende apenas do coeficiente angular da reta, que pode ser po- sitivo (função crescente) ou negativo (função decrescente), e da raiz da função. Consideremos a função f(x) = ax + b com a ≠ 0, em que x0 é raiz de f(x). Temos duas situações a analisar: a > 0 a < 0 xx0 + – xx0 + – x > x0 ⇒ f(x) > 0 x > x0 ⇒ f(x) < 0 x = x0 ⇒ f(x) = 0 x = x0 ⇒ f(x) = 0 x < x0 ⇒ f(x) < 0 x < x0 ⇒ f(x) > 0 Exemplo Considere o gráfico abaixo da função afim f(x) = 2x – 1. x y 0 –1 1 2 0 x y –1 1 2 Temos: f(x) é negativo quando x é menor que 1 2 ; f(x) é igual a zero quando x é igual a 1 2 (raiz da função); f(x) é positivo quando x é maior que 1 2 . Exemplo Considere o gráfico abaixo da função afim f(x) = 2 – x. x y 0 2 2 0 x y 2 2 Temos: f(x) é positivo quando x é menor que 2; f(x) é igual a zero quando x é igual a 2 (raiz da função); f(x) é negativo quando x é maior que 2. G. Função linear É um caso particular da função afim e ocorre quando b = 0, isto é, a função real definida por f(x) = ax é chamada de função linear. Quando uma função é linear os valores do do- mínio e as respectivas imagens são diretamen- te proporcionais. No caso geral da função afim isso não ocorre, mas manter as variações de x e de y são direta- mente proporcionais e a constante de propor- cionalidade é a. Considere uma função afim definida por f(x) = ax + b. Funções PV -1 3- 11 18 Matemática D = Im = x f(x) = x 45o 0 yTemos: f(x1) = ax1 + b f(x2) = ax2 + b f(x2) – f(x1) = ax2 + b – (ax1 + b) f(x2) – f(x1) = ax2 + b – ax1 – b f(x2) – f(x1) = ax2 – ax1 f(x2) – f(x1) = a(x2 – x1) f x f x x x a ( ) ( ) ( ) 2 1 2 1 − − = H. Função identidade Há um caso particular de função linear deno- minada função identidade. – Sentença: f(x) = x, em que cada elemento tem como imagem ele mesmo. D = , CD = e Im = – Gráfico Conclusão: o gráfico de uma função identida- de é uma reta bissetriz dos quadrantes ímpa- res do plano cartesiano, passando pela origem do sistema. 3. Função constante É a função real definida por f(x) = k, em que k é uma constante. Observe que a função tem imagem k para qualquer valor de x. O gráfico será uma reta paralela ao eixo x, pas- sando na ordenada k. Exemplo Estudar a função f(x) = 3. Gráfico D = CD = Im = {3} x 3 yx f(x) = x –1 –1 0 0 1 1 2 2 x 0 y PV -1 3- 11 Funções 19 Matemática EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Domínio:D = Contradomínio: CD = Conjunto imagem: Im = Crescimento: decrescente b. x y 0 4 Domínio: D = Contradomínio: CD = Conjunto imagem: Im = { 4 } Crescimento: constante 03. UERGS-RS Observe o gráfico abaixo. 3 2 x y A função representada nesse gráfico é: a. y x= − + 3 2 3 b. y x= + 3 2 2 c. y x= − + 2 3 3 d. y x= + 2 3 3 e. y x= + 2 3 2 01. UFMG Sendo a < 0 e b > 0, a única representação grá- fica correta para a função f(x) = ax + b é: x x x x x y yy y ya) b) c) d) e) Resolução Como a < 0, a função deve ser decrescente. Como b > 0, a reta intercepta o eixo y na parte positiva (acima do eixo x). Resposta A 02. Esboçar o gráfico, determinar o domínio, o con- tradomínio, o conjunto imagem e classificar quanto ao crescimento as seguintes funções: a. y = 5 – x b. y = 4 Resolução a. x y 0 5 5 Funções PV -1 3- 11 20 Matemática Resolução f(x) = ax + b ( , ) ( , ) 2 0 0 3 2 0 3 ⇒ + = = a b b 2a + 3 = 0 a = − 3 2 y x= − + 3 2 3 Resposta A 04. UFPI A função real de variável real, definida por f(x) = (3 – 2a)x + 2, é crescente quando: 05. Fefisa-SP O gráfico mostra como o dinheiro gasto (y) por uma empresa de cosméticos na produção de perfume varia com a quantidade de perfume produzida (x). Assim, podemos afirmar que: 190 105 20 105 x (litros)0 a. quando a empresa não produz, não gasta. b. para produzir três litros de perfume, a empresa gasta R$ 76,00. c. para produzir dois litros de perfume, a empresa gasta R$ 54,00. d. se a empresa gastar R$ 170,00, então ela produzirá cinco litros de perfume. e. para fabricar o terceiro litro de perfu- me, a empresa gasta menos do que para fabricar o quinto litro. Resolução f(x) = ax + b b = 20, pois é o ponto que corta Oy. f(5) = 105 ⇒ 105 = 5a + 20 ⇒ 5a = 85 ⇒ a = 17 f(x) = 17x + 20 A única alternativa correta é a C, pois f(2) = 17 · 2 + 20 ⇒ f(2) = 54 Resposta C a. a > 0 b. a< 3 2 c. a = 3 2 d. a> 3 2 Resolução Para f(x) ser crescente, devemos ter 3 – 2a > 0. Logo: –2a > –3 ⋅ (–1) 2 3 3 2 a a< ⇒ < Resposta B 4. Função quadrática ou função polinomial do 2º grau Definimos função quadrática ou função polino- mial do 2º grau uma função real que pode ser expressa por f(x) = a ⋅ x2 + b ⋅ x + c, com a ≠ 0. A. Concavidade do gráfico O gráfico de uma função quadrática é denomi- nado de parábola. Sua concavidade pode estar voltada para cima (a > 0) ou para baixo (a < 0). x a > 0: concavidade para cima x a < 0: concavidade para baixo PV -1 3- 11 Funções 21 Matemática B. Raízes Para encontramos as raízes ou zeros da função quadrática, fazemos a ⋅ x2 + b ⋅ x + c = 0, o que nos leva a uma equação do 2º grau. A resolução de uma equação do 2º grau é feita com o auxílio da chamada “fórmula resolutiva de Bhaskara”. x b a em que b a c= − ± ∆ ∆ = − ⋅ ⋅ 2 42 Conforme o valor do discriminante ∆ = b2 – 4 ⋅ a ⋅ c, a intersecção do gráfico com o eixo x pode ocorrer em apenas um ponto, em dois pontos ou não ocorrer. ∆ > 0 ⇔ a parábola encontra o eixo x em dois pontos distintos; ∆ = 0 ⇔ a parábola encontra o eixo x em ape- nas um ponto; ∆ < 0 ⇔ a parábola não encontra o eixo x. C. Significado geométrico das raízes Interpretando geometricamente, dizemos que as raízes da função quadrática são as abscissas dos pontos onde a parábola corta o eixo dos x. Então: ∆ > 0 ∆ = 0 ∆ < 0 a > 0 xx1 x2 x x1 = x2 x a < 0 x x1 x2 x1 = x2 x Observação Se, para determinarmos as raízes da função, ou seja, os pontos onde o gráfico intercepta o eixo x, fazemos a imagem y = 0, para deter- minarmos o ponto de intersecção do gráfico da função com o eixo vertical, fazemos x = 0. Assim, no caso da função quadrática, temos: x = 0 ⇒ f(0) = a ⋅ 02 + b ⋅ 0 + c ⇒ f(0) = c. Portanto o ponto de intersecção da parábola com o eixo vertical é o ponto dado pelas co- ordenadas (0; c), que possui como ordenada o termo independente de x na sentença. D. A forma fatorada de f(x) = a ⋅ x2 + b ⋅ x + c Como foi visto anteriormente, o trinômio a ⋅ x2 + b ⋅ x + c pode ser fatorado quando são co- nhecidas as raízes da equação a ⋅ x2 + b ⋅ x + c = 0. Na ocasião, vimos que: ax2 + bx + c = a ⋅ (x – x1) (x – x2), em que x1 e x2 são as raízes. Em muitos exercícios, será útil utilizarmos f(x) = a ⋅ (x – x1) ⋅ (x – x2) em vez de: f(x) = ax2 + bx + c. Exemplo Escreva a lei de formação de uma função do 2º grau cujo coeficiente de x2 é igual a 1 e que possui raízes 1 e –3. Resolução f(x) = a ⋅ (x – x1) ⋅ (x – x2) f(x) = 1 ⋅ (x – 1) ⋅ (x – (–3)) f(x) = 1 ⋅ (x – 1) ⋅ (x + 3) f(x) = 1 ⋅ (x2 + 2x – 3) f(x) = x2 + 2x – 3 E. Vértice da parábola Chamamos de vértice da parábola o ponto do gráfico, sobre o eixo de simetria, onde a pará- bola inverte o seu sentido de crescimento, isto é, de decrescente para crescente ou vice-versa. O vértice corresponde a um ponto especial do gráfico, pois, dependendo da concavidade da parábola, o vértice pode indicar o ponto mais “alto” do gráfico (concavidade para baixo) ou o ponto mais “baixo” (concavidade para cima). No primeiro caso, dizemos que a função possui um valor máximo e no segundo um valor mínimo. V Eixo de simetria V Eixo de simetria Para determinarmos a abscissa do vértice (xv), usamos o fato de que, sendo o gráfico simétri- co em relação a esta reta vertical, os valores (xv + k) e (xv – k) apresentam a mesma imagem, ou seja, f(xv + k) = f(xv – k). Sendo: Funções PV -1 3- 11 22 Matemática f(x) = ax2 + bx + c, temos: f(xv + k) = a(xv + k)2 + b(xv + k) + c = y1 f(xv – k) = a(xv – k)2 + b(xv – k) + c = y2 Considerando que y1 = y2, temos: x b av = − 2 , que é o valor da abscissa do vérti- ce (xv). Observação O xv é a média aritmética das abscis- sas de quaisquer dois pontos simétri- cos na parábola. Sendo assim, pode- mos escrever também que x x x v = +1 2 2 , em que x1 e x2 são as raízes da função. Para determinarmos a ordenada do vértice (yv), usamos o fato de que o vértice é um pon- to pertencente à parábola e que, portanto, a imagem de xv é yv, ou seja, yv = f(xv). Assim, temos: y a x b x c y av v v v = + + ⇒ = − ∆ ( ) ( )2 4 que é o valor da ordenando do vértice (yv) y av = − ∆ 4 É importante também ficar atento ao detalhe de que yv é uma imagem da função e utilizar yv = f(xv) pode nos poupar tempo em alguns casos; além disso, não será necessário lembrar as fórmulas. Representando o vértice por V (xv; yv) e saben- do que yv = f(xv), temos que: x b a e y av v = − = − ∆ 2 4 e, portanto, conhecendo yv , obteremos o con- junto imagem. Resumo gráfico f(x) = ax2 + bx + c ∆ > 0 ∆ = 0 ∆ < 0 a > 0 y x c 0 x1 yv xv x2 y x c = 0 x1 = x2 = xVyv y x c 0 xV yV Im = {y ∈ R | y ≥ yv}; D = R a < 0 x y c 0 x1 x2 x y V c 0 x1 = x2 = xV xy c V 0 xv yV Im = {y ∈ | y ≤ yv}; D = Conjunto Imagem O conjunto imagem de uma função polinomial do 2º grau está associado ao seu ponto extremo, ou seja, à or- denada do vértice (yv). y Im yv a > 0 ⇒ Im = {y∈IR | y ≥ yv} a > 0 ⇒ Im = {y∈IR | y ≤ yv} yv y x Im PV -1 3- 11 Funções 23 Matemática 01. Esboce o gráfico e determine o conjunto imagem da função real definida por f(x) = x2 – 2x + 3. Resolução Concavidade para cima: a = 1, (a > 0) Raízes: x2 – 2x + 3 = 0 ∆ = (–2)2 – 4 ⋅ 1 ⋅ 3 ∆ = –8 A função não tem raízes reais, portanto não interceptao eixo x. Vértice: x b a y f x f Vv v v = − = − − ⋅ = = = = − ⋅ + = 2 2 2 1 1 1 1 2 1 3 2 1 2 2 ( ) ( ) ( ) ( ; ) Gráfico: x y 2 2 3 10 Observe que o ponto (2; 3) foi encontrado por simetria. É importante mencionar mais um ponto além do vértice e da intersecção com o eixo y quan- do a função não tem raízes. Conjunto imagem: projetando a parábola so- bre o eixo y, obtemos o intervalo [2, + ∞[. Im = { y ∈ | y ≥ 2} 02. Determine, em função de p, o vértice da pará- bola definida por y = x2 – 2px. Resolução x b a p p y f x f p p p p p v v v = − = − − ⋅ = = = = − ⋅ ⋅ = − 2 2 2 1 22 2 ( ) ( ) ( ) Resposta V(p; –p2) 03. PUCCamp-SP Seja a função f, de em , definida por f(x) = x2 – 3x + 4. Num sistema de coordenadas ortogonais, o vértice da parábola que repre- senta f localiza-se: a. no primeiro quadrante. b. no segundo quadrante. c. no terceiro quadrante. d. sobre o eixo das ordenadas. e. sobre o eixo das abscissas. Resolução x b a y a V V V = − = − − ⋅ = = −∆ = − − ⋅ = ⇒ 2 3 2 1 3 2 4 7 4 1 7 4 3 2 7 4 ( ) ( ) ; ⇒⇒ ∈V Q1º Resposta A 04. UFMG O trinômio y = ax2 + bx + c está representado na figura. y x0 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Funções PV -1 3- 11 24 Matemática A afirmativa correta é: a. a > 0, b > 0 e c < 0 b. a < 0, b < 0 e c < 0 c. a < 0, b > 0 e c < 0 d. a < 0, b > 0 e c > 0 e. a < 0, b > 0 e c > 0 Resolução • a < 0, pois concavidade encontra-se volta- da para baixo; • c < 0; pois é a ordenada do ponto onde o gráfico corta o eixo y (termo independente); • as duas raízes são negativas e, portanto, a soma delas é negativa. − < ⇒ > b a b a 0 0 Assim, como a < 0, para que o quociente b a > 0, o sinal de b deve ser negativo. ∴ a < 0, b < 0 e c < 0 Resposta B 05. Fameca-SP Uma pista de skate tem o formato mostrado na figura. y x 4 1 A curva descrita é uma parábola e seu ponto mais baixo é (5,0). A soma dos coeficientes a, b e c da função representada por essa curva é: a. 16 b. 4 c. 2,025 d. 1,6 e. 0 Resolução Seja y = ax2 + bx + c a função que representa a curva: Observando o gráfico, temos: • f(1) = 4 ⇒ a + b + c = 4 • f(5) = 0 ⇒ 25a + 5b + c = 0 • f(9) = 4 ⇒ 81a + 9b + c = 4 Resolvendo o sistema: a b c a b c a b c a b c b c c + + = + + = + + = = + + = + = = 4 25 5 0 81 9 4 4 20 24 100 128 8000 a = 0,25, b = –2,5 e c = 6,25 ∴ = + + = − + =soma a b c 0 25 2 5 6 25 4, , , Resposta B 5. Função do 2º grau – pontos extremos A função do 2º grau possui um ponto importante denominado vértice. Seu estudo nos leva à análise de situações de extrema importância no nosso dia a dia. Se por acaso um problema que analisa o lucro de uma empresa puder ser expresso por uma função do 2º grau, a < 0, o vértice nos dirá em que situação o lucro será máximo. A. Vértice da parábola Como vimos anteriormente, a representação gráfica da função quadrática é a parábola, que pos- sui um eixo imaginário denominado eixo de simetria, uma reta vertical que intercepta o gráfico em um ponto especial denominado vértice. PV -1 3- 11 Funções 25 Matemáti ca As coordenadas do vértice são: x b a ou x x x v v= − = + 2 2 1 2 , em que x1 e x2 são as raízes da função. y f x av v = = − ∆ ( ) 4 B. Valores extremos O valor máximo (mínimo) de uma função qual- quer é o maior (menor) valor de imagem que a função possui. No caso da função quadrática, o valor máximo (mínimo) é o yv , pois o vértice é um extremo da função quando o domínio é o conjunto dos reais. Quando a função do 2º grau tem concavidade para cima, ocorre um valor mínimo e, quando a concavidade ocorre para baixo, temos um valor máximo. a > 0 a < 0 Ponto de mínimo valor da função V y yv Ponto de máximo valor da função V y yv Resumo x b a e y av v e yv ve y= − = − ∆ 2 4a2 4av v2 4v v e yv ve y2 4 e yv ve y ou y fv vy fv vy fy f=y f( )x( )xv v( )v vxv vx( )xv vx EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 01. UEPB Um foguete pirotécnico é lançado para cima verticalmente e descreve uma curva dada pela equação h = – 40t2 + 200t , em que h é a altura, em metros, atingida pelo foguete em t segun- dos, após o lançamento. A altura máxima atin- gida e o tempo que esse foguete permanece no ar são, respectivamente: a. 250 m e 2,5 s b. 300 m e 6 s c. 250 m e 0 s d. 150 m e 2 s e. 100 m e 3 s Resolução h t t t s h m h máx máx m = − + = − − = = = − − = 40 200 200 80 20 8 2 5 40 000 160 250 2 . . , . ááx m t s . , = = 250 2 5 Resposta A Funções PV -1 3- 11 26 Matemática 02. Unifesp As figuras A e B representam dois retângulos de perímetros iguais a 100 cm, porém de áreas diferentes, iguais a 400 cm2 e 600 cm2, respec- tivamente. Figura A 400 cm2 Figura B 600 cm2 A figura C exibe um retângulo de dimensões (50 – x) cm e x cm, de mesmo perímetro que os retângulos das figuras A e B. Figura C 50 – x x a. Determine a lei, f(x), que expressa a área do retângulo da figura C e exiba os valores de x que fornecem a área do retângulo da figura A. b. Determine a maior área possível para um retângulo nas condições da figura C. a. A área de um retângulo de base 50 – x e altu- ra x, com 0 < x < 50, é dada por: f(x) = (50 – x) · x. Essa área é igual a 400 cm2 se, e somente se: f(x) = 400 (50 – x) · x = 400 x2 – 50x + 400 = 0 x = 10 ou x = 40 f(x) = (50 – x) · x e f(x) = 400 ⇔ (x = 10 ou x = 40) b. f(x) = (50 – x) · x é máximo se, e somente se, x = 25. f(25) = (50 – 25) · 25 f(25) = 625 625 cm2 03. FGV-SP A função f, de em , dada por f(x) = ax2 – 4x + a tem um valor máximo e admite duas raízes reais e iguais. Nessas condições, f(–2) é igual a: a. 4 b. 2 c. 0 d. − 1 2 e. –2 Resolução Se a função admite duas raízes reais e iguais, então: ∆ = (–4)2 – 4 · a · a = 0 ⇒ 16 – 4a2 = 0 a2 = 4 ⇒ a = ± 2 Como a função tem um valor máximo, temos a < 0. Assim, f(x) = – 2x2 – 4x – 2 e f(– 2) = – 2(– 2)2 – 4(– 2) – 2 = – 8 + 8 – 2 = – 2 Resposta E 04. UFPE Uma pesquisa sobre a relação entre o pre- ço e a demanda de certo produto revelou que, a cada desconto de R$ 50,00 no preço do produto, o número de unidades vendidas aumentava de 10. Se, quando o preço do pro- duto era R$ 1.800,00 o número de unidades vendidas era de 240, calcule o valor máximo, em reais, que pode ser obtido com a venda das unidades do produto e indique a soma dos seus dígitos. Resolução Sendo x o número de descontos de 50 reais no preço do produto, então a função que repre- senta o total obtido com a venda será: f(x) = (1.800 – 50x) ⋅ (240 + 10x) f(x) = 50(36 – x) · 10(24 + x) f(x) = 500( –x2 + 12x + 864) f(x) = –500x2 + 6.000x + 432.000 PV -1 3- 11 Funções 27 Matemática x b av = − = − ⋅ ⋅ − ⋅ = 2 12 500 2 1 500 6 ( ) O valor máximo obtido com a venda ocorre quando x = 6. ∴ f(6) = (1.800 – 50 · 6) (240 + 10 · 6) = 450.000 reais Sendo S a soma dos dígitos do valor máximo obtido com a venda, então: s = 4 + 5 + 0 + 0 + 0 + 0 = 9 05. PUC-SP Ao levantar dados para a realização de um evento, a comissão organizadora observou que, se cada pessoa pagasse R$ 6,00 por sua inscrição, poderia contarcom 460 participan- tes, arrecadando um total de R$ 2.760,00. Entretanto, também estimou que, a cada au- mento de R$ 1,50 no preço de inscrição, rece- beria 10 participantes a menos. Considerando tais estimativas, para que a arrecadação seja a maior possível, o preço unitário da inscrição em tal evento deve ser: a. R$ 15,00 b. R$ 24,50 c. R$ 32,75 d. R$ 37,50 e. R$ 42,50 Resolução Seja x o número de aumentos de R$ 1,50. Arrecadação: A = (6 + x · 1,5) ⋅ (460 – 10x) A arrecadação será a maior possível para x xv= = − + = 4 46 2 21 . Logo, o preço unitário, em reais, deve ser: P = 6 + 21 (1,5) = 37,50 Resposta D 6. Função do 2º grau – Aplicações Diversos fenômenos da natureza são descritos matematicamente por meio da função do 2º grau. Problemas de física, química, biologia, matemática financeira etc. são resolvidos estudando-se os pontos de máximo ou de mínimo, as raízes, o sinal e a taxa de variação dessa função. A seguir, por meio das situações-problema, são apresentados exemplos destas aplicações. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 01. UFV-MG A temperatura de uma estufa, em graus Cel- sius, é regulada em função do tempo t, de acordo com a lei f definida pela sentença f t t t( ) = − + + 2 2 4 10, sendo t ≥ 0. É correto afirmar que: a. a estufa nunca atinge zero grau. b. a temperatura é sempre positiva. c. a temperatura mais alta é atingida para t = 2. d. o valor da temperatura máxima é 18 graus. e. a temperatura é positiva só para 1 < t < 5. Funções PV -1 3- 11 28 Matemática Resolução a < 0 ⇒ concavidade voltada para baixo Raízes t t t e t t b a y f v v : ( ) − + + = = − = = − = − ⋅ − = = = 2 1 2 2 4 10 0 2 10 2 4 2 1 2 4 4 18 ⇒ V( ; )4 18 Intersecção com o eixo y: (0; 10) Logo, a temperatura máxima é de 18 graus. Resposta D 02. Uespi O lucro mensal de uma fábrica é dado por L(x) = –x2 + 60x – 10, em que x é a quantidade mensal de unidades fabricadas e vendidas de um certo bem produzido por esta empresa e L é expresso em reais (obs.: real é unidade mo- netária). O maior lucro mensal possível que a empresa poderá ter é dado por: 03. Dispõe-se de uma folha de papel retangular me- dindo 20 cm de largura por 24 cm de compri- mento. Deseja-se recortar em cada quina da fo- lha quatro quadrados iguais (veja figura). Quanto deve medir o lado de cada quadrado para que a área da região sombreada seja máxima? x x x x x x x x a. 4,5 cm b. 5 cm c. 5,5 cm d. 6 cm e. 6,5 cm Resolução Área do retângulo horizontal: (24 – 2x) · x Área do retângulo vertical: (20 – 2x) · x Indicando por S(x) a área da região sombrea- da, temos: S(x) = 2 · x (24 – 2x) + 2 · x (20 – 2x) S(x) = 48x – 4x2 + 40 x – 4x2 S(x) = – 8x2 + 88x x b a cmv = − = − − = 2 88 16 5 5, Resposta C 04. ITA-SP Os dados experimentais da tabela a seguir correspondem às concentrações de uma subs- tância química medidas em intervalos de 1 se- gundo. Assumindo que a linha que passa pelos três pontos experimentais é uma parábola, tem-se que a concentração (em mols) após 2,5 segundos é: a. R$ 890,00 b. R$ 910,00 c. R$ 980,00 d. R$ 1.080,00 e. R$ 1.180,00 Resolução L(x) = –x2 + 60x – 10 ∴ Lmáx. = y a y V V = − = − − −( ) −( )( ) −( ) = − −( ) − = ∆ 4 60 4 1 10 4 1 3 600 40 4 3 560 4 2 . . ∴ Lmáx. = R$ 890,00 Resposta A PV -1 3- 11 Funções 29 Matemática Tempo (s) Concentração (mols) 1 3,00 2 5,00 3 1,00 a. 3,60 b. 3,65 c. 3,70 d. 3,75 e. 3,80 Resolução f x ax bx c c b a c b a c b a c b a b a ( )= + + + + = + + = ⇒ + + = + + = + = 2 3 2 4 5 3 9 1 3 3 2 2bb a c b a b a a a b b c + = − ⇒ + + = + = = − = − − = ⇒ = + − 8 2 3 3 2 2 6 3 9 2 11 11 3 ; == ⇒ = − = − + − ( )= − ( ) + − ( )= − 3 5 3 11 5 2 5 3 2 5 11 2 5 5 2 5 18 2 2 c f x x x f f ( ) , · , · , , ,, , , , 75 27 5 5 2 5 3 75 + − ( )=f Resposta D TEXTO COMPLEMENTAR Álgebra do voo à Lua Muita gente manifesta o temor de que seja extremamente difícil acertar exa- tamente num alvo sideral tão diminuto, já que o diâmetro da Lua é percebido por nós sob um ângulo de apenas meio grau. No entanto, examinando-se o problema com mais vagar, verifica-se que o objetivo pro- posto será sem dúvida alcançado, se se conseguir que o foguete ultrapasse o pon- to em que a força de atração da Terra e da Lua são equivalentes. Uma vez consegui- do isso, a nave cósmica avançará inexora- velmente na direção da Lua, impulsionada pela força de atração desta. Busquemos esse ponto de atração equivalente. De acordo com a lei de Newton, a força de atração recíproca de dois corpos é diretamente proporcional ao produto das massas que se atraem e inversamente pro- porcional ao quadrado da distância que as separa F GM m d = ⋅ 2 . Se denotarmos por M a massa da Terra, m’ a massa da espa- çonave e por x a distância entre ela e o foguete, a força com que a Terra atrai cada grama de massa da espaçonave se expri- mirá por F F m G M x F M G xr r = = = ⋅ ' 2 2 A força com que a Lua atrai cada grama do foguete nesse mesmo ponto será mG/(d – x)2, onde m é a massa da Lua e d a distância que a separa da Terra, na pres- suposição de achar-se o foguete sobre a reta que une os centros da Lua e da Terra. O problema exige que MG x mG d x2 2 = −( ) , isto é, M m x d dx x = − + 2 2 22 A relação M/m, segundo a Astrono- mia, equivale, aproximadamente, a 81,5. Aplicando-a, teremos x d dx x 2 2 22 81 5 − + = , Daí, 80,5 x2 – 163,0 dx + 81,5 d2 = 0 Equação essa que, resolvida, fornece as raízes x1 = 0,9 d; x2 = 1,12 d Assim, chega-se à conclusão de que, sobre a reta que une os centros da Lua e da Terra, existem dois pontos onde a atra- ção de ambos os planetas atua sobre o fo- guete com intensidade idêntica: um a 0,9 de distância que separa os dois planetas, partindo-se do centro da Terra; o outro, a 1,12 dessa mesma distância. Ora, a distân- cia d entre os centros da Terra e da Lua é aproximadamente igual a 384.000 km; portanto, um dos pontos procurados se en- contra a 346.000 km da Terra, e o outro, a 430.000 km. Funções PV -1 3- 11 30 Matemática É possível demonstrar que o lugar geométrico dos pontos que satisfazem às exigências do problema é uma circunfe- rência que passa pelos dois pontos acha- dos, tomados estes como extremidades de um diâmetro daquela. Se fizermos gi- rar essa circunferência em torno do eixo constituído pela reta que une os centros da Terra e da Lua, a circunferência gera- rá uma esfera cujos pontos satisfazem às exigências do problema. O diâmetro dessa esfera será igual a 1,12 d – 0,9 d = 0,22 · d ≈ 84.000 km No momento em que o foguete se achar dentro dessa esfera, ele deverá for- çosamente cair sobre a superfície lunar, porque, nessa zona, a força de atração da Lua supera a da Terra. 384.000 km 84.000 km Terra 13.000 km Aq ui a atração da Lua é m aior que a da Te rr a. Lua3.500 km Figura 1 O objetivo visado pelo foguete é mui- to maior do que se suspeitava. Tal objetivo não ocupa meio grau no espaço, mas, sim, 12 graus, conforme demonstra um simples cálculo geométrico. Isto facilita grande- mente a tarefa dos cosmonautas. Por acaso pensaram os leitores, ao procurarem resolver a equação, que a for- ça de gravitação da Terraera maior que a da Lua, não só na sua frente, mas inclu- sive por detrás dela? A análise algébrica, inesperadamente, revelou-nos tal fato, permitindo-nos delimitar, com exatidão, a esfera de influência de ambos esses cor- pos celestes. Adaptado do livro Aprenda álgebra brincando I. Perelman. Editora Hemus. PV -1 3- 11 Funções 31 Matemática 1. Introdução As propriedades a seguir poderão nos auxiliar nas resoluções de problemas envolvendo de- sigualdades. 2. Propriedades Vamos enunciar as propriedades tomando como referência um dos sentidos da desigual- dade (<), porém as propriedades são verdadei- ras para o outro sentido (>). 1. transitiva: a < b e b < c ⇒ a < c 2. a < b ⇒ a + x < b + x a < b ⇒ a – x < b – x Observe uma consequência desta propriedade: a + c < b ⇔ a + c – c < b – c ⇔ a < b – c a + c < b ⇔ a < b – c 3. a < b e c > 0 ⇔ a ⋅ c < b ⋅ c a < b e c > 0 ⇔ a c b c < 4. a < b e c < 0 ⇔ a · c > b · c (Atenção redobrada nesta quarta propriedade) a < b e c < 0 ⇔ a c b c > Ao multiplicarmos ou dividirmos uma desi- gualdade por uma constante não nula, o sen- tido será conservado caso a constante seja um número positivo, porém deverá ser invertido se a constante for um número negativo. 3. Inequações do 1º grau Denominamos inequação do 1º grau toda de- sigualdade que pode ser escrita em uma das formas abaixo, em que x é variável e a e b são constantes reais. a ⋅ x + b ≤ 0, a ≠ 0 a ⋅ x + b ≥ 0, a ≠ 0 a ⋅ x + b < 0, a ≠ 0 a ⋅ x + b > 0, a ≠ 0 a ⋅ x + b ≠ 0, a ≠ 0 Aplicando as propriedades enunciadas acima, podemos isolar o x em qualquer uma delas, como, por exemplo, tomando a primeira: a x b a x b b b x b a se a x b a se aa x b ⋅ + ≤ ⋅ + − ≤ − ⇔ ≤ − > ≥ − < ⋅ ≤ − 0 0 0 0 Solução S x x b a se a S x x b a se a : { | } { | } = ∈ ≤ − > = ∈ ≥ − < 0 0 CAPÍTULO 03 INEQUAÇÕES DO 1º E DO 2º GRAU EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 01. Fuvest-SP Um estacionamento cobra R$ 6,00 pela pri- meira hora de uso, R$ 3,00 por hora adicional e tem uma despesa diária de R$ 320,00. Con- sidere-se um dia em que sejam cobradas, no total, 80 horas de estacionamento. O número mínimo de usuários necessário para que o estacionamento obtenha lucro nesse dia é: Resolução Número de usuários: x Todos os usuários pagarão a 1ª hora de uso; desta maneira, das 80 horas de estacionamen- to, x horas serão consideradas como as horas gastas na 1ª hora de uso, ficando, dessa forma, (80 – x) horas para as horas adicionais. Receita: R(x) = x ⋅ 6 + (80 – x) ⋅ 3 R(x) = 6 ⋅ x + 240 – 3 ⋅ x R(x) = 3 ⋅ x + 240 Lucro = receita – despesa a. 25 b. 26 c. 27 d. 28 e. 29 Funções PV -1 3- 11 32 Matemática Lucro: L(x) = 3x + 240 – 320 L(x) = 3 ⋅ x – 80 Para haver lucro, L(x) tem que ser maior que zero. 3 ⋅ x – 80 > 0 ⇒ 3 ⋅ x > 80 x > 80 3 x > 26,666... Como a quantidade de usuários é inteira, de- vemos ter pelo menos 27 usuários. Resposta C 02. UFPE Indique o comprimento do intervalo das solu- ções da desigualdade 0 ≤ 2 ⋅ x – 7 ≤ 70. Resolução 0 ≤ 2 ⋅ x – 7 ≤ 70 0 + 7 ≤ 2 ⋅ x – 7 + 7 ≤ 70 + 7 7 ≤ 2 ⋅ x ≤ 77 Dividindo todos os termos por 2, temos: 3,5 ≤ x ≤ 38,5 ⇒ 38,5 – 3,5 = 35 Resposta O comprimento do intervalo é 35. 4. Inequação do 2º grau Denominamos inequação do 2º grau toda de- sigualdade que pode ser escrita em uma das formas abaixo, em que x é variável e a, b e c são constantes reais. a ⋅ x2 + b ⋅ x + c ≤ 0, a ≠ 0 a ⋅ x2 + b ⋅ x + c ≥ 0, a ≠ 0 a ⋅ x2 + b ⋅ x + c < 0, a ≠ 0 a ⋅ x2 + b ⋅ x + c > 0, a ≠ 0 a ⋅ x2 + b ⋅ x + c ≠ 0, a ≠ 0 Para resolver uma inequação do 2º grau pode- mos recorrer ao estudo do sinal de uma fun- ção quadrática, f(x) = a ⋅ x2 + b ⋅ x + c. Para o estudo da variação de sinal da função do 2º grau, adotaremos algumas simplificações para a construção do gráfico: não é necessário que tenhamos a posição exata do vértice, bas- ta que ele esteja do lado certo do eixo x; não é preciso estabelecer o ponto de intersecção do gráfico da função com o eixo y; e, considerando que as imagens acima do eixo x são positivas e as abaixo do eixo x são negativas, podemos dis- pensar a colocação do eixo y. Em resumo, para estabelecermos a variação de sinal de uma fun- ção do 2º grau, basta conhecermos a posição da concavidade da parábola, voltada para cima ou para baixo, e a existência e quantidade de raízes que ela apresenta. Consideremos a função f(x) = ax2 + bx + c, com a ≠ 0. a > 0 a < 0 ∆ > 0 xx1 x2 x < x1 ou x > x2 ⇒ f(x) > 0 x = x1 ou x = x2 ⇒ f(x) = 0 x1 < x < x2 ⇒ f(x) < 0 x x2x1 x < x1 ou x > x2 ⇒ f(x) < 0 x = x1 ou x = x2 ⇒ f(x) = 0 x1 < x < x2 ⇒ f(x) > 0 ∆ = 0 xx1 = x2 x = x1 ⇒ f(x) = 0 x ≠ x1 ⇒ f(x) > 0 x x1 = x2 x = x1 ⇒ f(x) = 0 x ≠ x1 ⇒ f(x) < 0 ∆ < 0 x f(x) > 0 para ∀ x ∈ x f(x) < 0 para ∀ x ∈ PV -1 3- 11 Funções 33 Matemática Finalmente, tomamos como solução para a inequação as regiões do eixo x que atenderam às exigências da desigualdade. Exemplo Estudar o sinal da função f(x) = x2 – 3 ⋅ x – 10. Raízes: x2 – 3 ⋅ x – 10 = 0 S P x ou x = = − = − = 3 10 2 5 1 2 –2 5– + + Estudo do sinal: x ou x f x x ou x f x x f x < − > ⇔ > = − = ⇔ = − < < ⇔ < 2 5 0 2 5 0 2 5 0 ( ) ( ) ( ) Para resolver a inequação x2 – 3 ⋅ x – 10 > 0, uti- lizamos o estudo do sinal da função que leva a imagem de f(x) = x2 – 3 ⋅ x – 10 a valores maio- res que zero, isto é, no exemplo acima os va- lores de x são tais que x < – 2 ou x > 5. Se, por outro lado, queremos resolver a inequação x2 – 3 ⋅ x – 10 ≤ 0, teremos como solução os valores de x tais que –2 ≤ x ≤ 5. Observação A simbologia de (+) ou (– ) utilizada no esboço do gráfico acima representa o sinal da imagem da função na região adotada e deve ser uma convenção usada por nós para a resolução dos demais exercícios. Não confundir esses sinais com o sinal de domínio. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 01. PUC-RS A solução, em , da inequação x2 < 8 é: a. { , }−2 2 2 2 b. [ ; ]−2 2 2 2 c. ( ; )−2 2 2 2 d. ( ; )−∞ 2 2 e. ( ; )−∞ 2 2 Resolução x2 < 8 ⇒ x2 – 8 < 0 Função auxiliar: f(x) = x2 – 8 Raízes: x2 – 8 = 0 ⇒ x2 = 8 x x= ± ⇒ = ± ⋅8 2 2 –2 2 – + + 2 2 S x x= ∈ − ⋅ < < ⋅ = − ⋅ ⋅{ | } ( ; ) 2 2 2 2 2 2 2 2 Observação A notação de parêntese também é usada para indicar intervalo aberto em sua extremidade. Resposta C 02. UEPB A desigualdade 3 ⋅ (2x + 2) > (x + 1) ⋅ (5 – x) é verdadeira para: a. x = –1. b. todo x real. c. todo x ∈ – {1}. d. todo x ∈ – {–1}. e. todo x ≤ –1. Resolução 3 ⋅ (2x + 2) > (x + 1) ⋅ (5 – x) 6 ⋅ x + 6 > 5 ⋅ x – x2 + 5 – x x2 + 6 ⋅ x + 6 – 5 ⋅ x + x – 5 > 0 x2 + 2 ⋅ x + 1 > 0 Função auxiliar: f(x) = x2 + 2 ⋅ x + 1 Raízes: x2 + 2 ⋅ x + 1 = 0 S P x ou x = − = = − = − 2 1 1 1 –1 + + As imagens de f(x) são positivas para todo x real, exceto para x = – 1, em que f(x) = 0 ; desta forma, x2 + 2 ⋅ x + 1 > 0 é verdadeira para todo x real diferente de – 1. Resposta D Funções PV -1 3- 11 34 Matemática 03. UEL-PR modificado Seja S o conjunto solução do sistema: 3 2 7 2 48 3 10 11 2 3 1 3 5 x x x x x + < − < + − − > − − ( ) ( ) Dessa forma, S é o conjunto de todos os núme- ros reais x, tais que: a. –1 < x < 0 b. –1 < x < 1 c. − < <1 x 2 9 d. − < <1 x 1 3 e. − < <1 x 9 4 Resolução 3 2 7 2 5 5 1 48 3 10 45 10 2 9 11 2 3 1 3 5 x x x x x x x x x x+ < − ⇒ < ⇒ < < + ⇒ < ⇒ < − − > − − ⇒( ) ( ) xx S x x > − = ∈ − < < 1 1 2 9 | Resposta C 04. FGV-SP Quantos números inteiros satisfazem a inequa- ção x2 – 10x < – 16? a. 3 b. 4 c. 5 d. 6 e. 7 Resolução x2 – 10x < – 16 x2 – 10x + 16 < 0 x2 – 10x + 16 = 0 S P x x = = ⇒ = = 10 16 2 8 1 2 + + 2 8 x – 2 < x < 8 ∴ 5 números inteiros Resposta C 05. FCC-SP Quantos números inteiros satisfazem o siste- ma de inequações abaixo? 2 1 3 2 6 8 02 x x x x + > − − + ≤ a. 0 b. 1 c. 2 d. 3 e. 4 Resolução 2x + 1 > 3x – 2 ⇒ – x > – 3 ⇒ x < 3 x2 – 6x + 8 ≤ 0 2 4 x + + – 2 ≤ x ≤ 4 S = {x ∈ | 2 ≤ x < 3} ⇒ uma única solução inteira x = 2 Resposta B PV -1 3- 11 Funções 35 Matemática 5. Inequações produto e quociente Em algumas situações, podemos encontrar inequações que apresentam expressões que fogem da forma de 1º e 2º graus. Nessas situa- ções, se pudermos reescrever a expressão em fatores e/ou quocientes de expressões de grau menor, poderemos ter nossa tarefa facilitada. Algumas dessas situações são conhecidas com inequações produto e inequações quociente. 6. Inequação produto Podemos definir uma inequação produto como sendo uma desigualdade que pode ser encontrada em uma das formas abaixo, em que x é variável e f(x) e g(x) são sentenças ma- temáticas de funções reais. f(x) ⋅ g(x) ≤ 0 f(x) ⋅ g(x) ≥ 0 f(x) ⋅ g(x) < 0 f(x) ⋅ g(x) > 0 f(x) ⋅ g(x) ≠ 0 Observação A quantidade de fatores que se apresentam do lado esquerdo das desigualdades pode variar dependendo do problema. Nas situações aci- ma, indicamos apenas dois fatores: f(x) e g(x). Um modo de resolver uma inequação produto consiste em estudar os sinais de cada um dos fatores e em seguida analisar o produto dos sinais. Por exemplo, resolver a inequação: (x – 1) ⋅ (2 – x) ≥ 0 Denominaremos x – 1 de f(x) e 2 – x de g(x). Assim, o problema se resume em analisar f(x) ⋅ g(x) ≥ 0. Vamos estudar o sinal de f(x) e g(x). f(x) = x – 1 ⇒ raiz: x = 1 ⇒ gráfico: x1 + – g(x) = 2 – x ⇒ raiz: x = 2 ⇒ gráfico: x2 + – Agora que temos os sinais de f(x) e de g(x), vamos estudar o sinal do produto f(x) · g(x). Para isso, será útil utilizar uma tabela do tipo que se segue. f(x) – – + + + + + – –g(x) f(x) · g(x) 2 1 1 2 Observe que pela tabela temos: I. f(x) é negativa para x < 1, é nula para x = 1 e é positiva para x > 1; II. g(x) é positiva para x < 2, é nula para x = 2 e é negativa para x > 2; III. f(x) · g(x) é negativa para x < 1 ou x > 2, é nula para x = 1 ou x = 2 e é positiva para 1 < x < 2. Como queremos f(x) ⋅ g(x) ≥ 0 , o intervalo que nos interessa é: 1 ≤ x ≤ 2. Portanto: S = {x ∈ | 1 ≤ x ≤ 2} 7. Inequação quociente Podemos definir uma inequação quociente como sendo uma desigualdade que pode ser encontrada em uma das formas abaixo, em que x é variável e f(x) e g(x) são sentenças ma- temáticas de funções reais. f x g x f x g x f x g x f x g x f x g x ( ) ( ) , ( ) ( ) , ( ) ( ) , ( ) ( ) , ( ) ( ) ≤ ≥ < > ≠0 0 0 0 0 Observação A quantidade de fatores e/ou quocientes que se apresentam do lado esquerdo das desigual- dades pode variar dependendo do problema. Nas situações acima indicamos, apenas um quociente: f x g x ( ) ( ) . A resolução de uma inequação quociente é parecida com a resolução de inequação pro- duto, pois a regra do sinal da divisão de dois termos é a mesma para o produto de dois fa- tores. Mas há uma observação importante a se fazer no caso da inequação quociente: nun- ca poderá(ão) ser usada(s) a(s) raiz(raízes) proveniente(s) do denominador. O motivo é simples, embora esquecível, pois não está de- finida no conjunto dos reais a divisão por zero. Para exemplificar, vamos “transformar” a ine- quação produto anterior em uma inequação quociente. Exemplo Resolver em a inequação x x − − ≥ 1 2 0. Funções PV -1 3- 11 36 Matemática Resolução x x − − ≥ 1 2 0 Denominaremos x – 1 de f(x) e 2 – x de g(x). Agora, o problema se resume em analisar f x g x ( ) ( ) .≥ 0 Os sinais de f(x) e g(x) foram estudados ante- riormente. f(x) = x – 1; sinais de f(x) 0 1 +– g(x) = 2 – x; sinais de g(x) 0 2 –+ Com os sinais de f(x) e de g(x), vamos analisar o sinal do quociente f x g x ( ) ( ) . Novamente, será útil utilizar uma tabela de sinais. f(x) – – + + + 1 2 + + – –g(x) F(x)/g(x) E 1 2 0 Observe que pela tabela temos: I. f(x) é negativa para x < 1, é nula para x = 1 e é positiva para x > 1; II. g(x) é positiva para x < 2, é nula para x = 2 e é negativa para x > 2; III. f x g x ( ) ( ) é negativa para x < 1 ou x > 2, é nula para x = 1, é positiva para 1 < x < 2 e não está definida para x = 2. Quando 1 ≤ x < 2, temos f x g x ( ) ( ) .≥ 0 Portanto: S = { x ∈ | 1 ≤ x < 2} Observe que a raiz de g(x), que está no deno- minador, não foi utilizada. 8. Potências com expoentes inteiros Na inequação produto e na inequação quo- ciente, é comum encontrarmos termos como (x – 3)5, (4 – 5x)6, (x2 – 5x + 6)9 etc. Para resolver essas inequações, basta lembrar duas propriedades das potências de base real e expoente inteiro: 01. Toda potência de base real e expoente ímpar conserva o sinal da base. a > 0 ⇒ a2n+1 > 0 a = 0 ⇒ a2n+1 = 0 a < 0 ⇒ a2n+1 < 0 02. Toda potência de base real e expoente par é um número não negativo. a ∈ ⇒ a2n ≥ 0 (n ∈ N) Exemplo Resolver a inequação: (2x – 6)7 ⋅ (x + 2)8 ≥ 0 Fazemos y1 = (2x – 6)7 e y2 = (x + 2)8 Devemos lembrar que a potência de expoente ímpar e base real tem o sinal da base, então o sinal de (2x – 6)7 é igual ao sinal de 2x – 6. y1 3 + – A potência de base real e expoente par é um número não negativo. Então, (x + 2)8 é nulo se x = –2 e positivo se x ≠ –2. y1 0 –2 ++ Fazendo o quadro de sinais: y1 – – + – – + –2 3 –2 3 + + +y2 P S x x ou x= ∈ = − ≥{ }| 2 3 9. Um método prático Há um método prático, baseado em propriedades dos sinais das funções nas proximidades das raí- zes, que pode economizar tempo na resolução de exercícios de inequações produto ou quociente. O método consiste em representar as raízes em uma reta real. Entre duas raízes consecu- tivas, devemos escolher um valor arbitrário e avaliar se o sinal da imagem da sentença mate- mática que está, em geral, à esquerda da desi- gualdade e o zero; sobre a reta real, colocamos o sinal do valor encontrado na região entre as PV -1 3- 11 Funções 37 Matemáti ca raízes estudadas. Procedemos de modo seme- lhante nas demais raízes, sendo que nas extre- midades haverá estudo entre raiz e “+ ∞” e entre raiz e “– ∞” . Destacamos da reta real a região que indica a solução procurada. Observação Quando uma raiz tem multiplicidade par, isto é, quando uma raiz aparece uma quantidade par de vezes, o sinal da sentença matemática não muda na vizinhança da raiz, ou seja, do lado esquerdo e do lado direito da raiz o sinal é o mesmo. Lem- brando que essa propriedade é válida para a re- gião “bem” próxima da raiz. E no caso de raiz de multiplicidade ímpar, a raiz aparece uma quanti- dade ímpar de vezes e o sinal deve ser trocado. Exemplo Resolver em a inequação: (x – 1) ⋅ (x – 3)2 ≤ 0. Resolução Raízes da sentença matemática: (x – 1) ⋅ (x – 3)2 = 0 (x – 1) = 0 ou (x – 3)2 = 0 (x – 1) = 0 ou (x – 3 ) ⋅ (x – 3) = 0 x – 1 = 0 ou x – 3 = 0 ou x – 3 = 0 x = 1 ou x = 3 ou x = 3 A raiz 1 aparece uma vez: 1 é raiz de multipli-cidade ímpar. A raiz 3 aparece duas vezes: 3 é raiz de multi- plicidade par. Representando as raízes na reta real: 1 3 x Vamos escolher x = 0; x = 2 e x = 4 para analisar o sinal da sentença matemática em cada uma das regiões “separadas” por raízes. Denominaremos a sentença (x – 1) ⋅ (x – 3)2 por f(x). f(x) = (x – 1) ⋅ (x – 3)2 f(0) = (0 – 1) ⋅ (0 – 3)2 ⇒ f(0) < 0 f(2) = (2 – 1) ⋅ (2 – 3)2 ⇒ f(2) > 0 f(4) = (4 – 1) ⋅ (4 – 3)2 ⇒ f(4) > 0 Agora, em cada região acima da reta real, va- mos indicar os sinais das imagens encontradas. 1 2 40 – + + 3 x Observamos que, na vizinhança da raiz 1, o si- nal foi trocado, pois a raiz tem multiplicidade ímpar, mas, na vizinhança da raiz 3, o sinal não mudou, pois a raiz tem multiplicidade par. Resolver a inequação (x – 1) ⋅ (x – 3)2 ≤ 0 é o mesmo que resolver f(x) ≤ 0. Assim, a inequação está resolvida para x ≤ 1 ou x = 3. S = {x ∈ | x ≤ 1 ou x = 3} EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 01. Resolver, em , as inequações abaixo: a. (x + 1) ⋅ (x2 – 3x + 2) ≥ 0 b. x x x + − + < 1 3 2 0 2 c. 2 3 1 4 + − ≥ x x Resolução a. (x + 1) ⋅ (x2 – 3x + 2) ≥ 0 x + 1 = 0 x2 – 3x + 2 = 0 1 1 2 2 1 2–1 + + + + ++ ++ + + + – – – – – ––1 –1 S = {x ∈ | –1 ≤ x ≤ 1 ou x ≥ 2} Funções PV -1 3- 11 38 Matemáti ca b. x x x + − + < 1 3 2 0 2 Aproveitando o quadro de sinais do item (a), temos: 1 2–1 + + + + + + + – – EE 1 2–1 – + – S = {x ∈ | x < – 1 ou 1 < x < 2} c. 2 3 1 4 2 3 1 4 1 0 2 3 4 4 1 0 7 2 1 0 + − ≥ ⇔ + − − ≥ ⇔ ⇔ + − + − ≥ ⇔ − − ≥ x x x x x x x x x 1 1 1 I II I/II 2 1 + + + + – – + – – E 2 7 2 7 S = { x ∈ | 2 7 ≤ x < 1} 02. FM Jundiaí-SP O número a pertece ao conjunto solução da inequação apresentada a seguir se, e somente se: − + − + ≤ x x x 3 4 3 0 2 . a. a > 1 b. a > 1 e a ≠ 3 c. 1 < a < 3 d. a ≤ 1 ou a > 3 e. a ≤ –1 ou a ≥ 3 Resolução − + − + ≤ = − + ⇒ = x x x h x x raiz x 3 4 3 0 3 3 2 ( ) : 3 + – g(x) = x2 – 4x + 3 ⇒ raízes: x = 1 ou x = 3 31 + + – Análise dos sinais – + – + – – E 31 31 + + + h g Eh g S = { x ∈ | x > 1 e x ≠ 3} Se a pertence a S, então a > 1 e a ≠ 3 Observe que neste exercício houve uma raiz de multiplicidade par, raiz 3, e o sinal na vizi- nhança da raiz não mudou. Resposta B 03. UFRGS-RS O domínio da função real de variável real de- finida por P x x x( ) = −( ) +( )1 3 é o intervalo: a. (– ∞, – 3] b. [– 3, – 1) c. (– 3, 0) d. [– 3, 1] e. [1, + ∞) Resolução P x x x( ) = −( ) +( )1 3 1 – x = 0 x = 1 1 + – 3 + x = 0 x = – 3 –3 + – –3 1 I II I-II – –– – ++ ++ + – 3 ≤ x ≤ 1 Resposta D PV -1 3- 11 Funções 39 Matemática 04. UEPB O conjunto de todos os valores reais de x que satisfazem a desigualdade − − ≥ 5 4 0 2x é: a. {x ∈ | x > 2} b. {x ∈ | x < – 2 ou x > 2 c. {x ∈ | x ≠ 2} d. {x ∈ | – 2 < x < 2} e. vazio. Resolução Para que a desigualdade seja verdadeira, o de- nominador deve ser menor que zero. Logo: x2 – 4 < 0 x 2–2 – + + {x ∈ | – 2 < x < 2} Resposta D 05. UFC-CE O domínio da função real g(x) = x x − − 2 7 é: a. {x ∈ | x > 7} b. {x ∈ | x ≤ 2} c. {x ∈ | 2 ≤ x < 7} d. {x ∈ | x ≤ 2 ou x > 7} e. {x ∈ | x < 2 ou x ≥ 7} Resolução Condição: y : y : 1 2 ( ) ( ) x x − − ≥ 2 7 0 Resposta D Funções PV -1 3- 11 40 Matemáti ca 1. Função composta Consideremos duas funções reais: (D = R e CD = R), definidas pelas sentenças f(x) = 2x +7 e g(x) = x2 –1. Vamos determinar, pelo uso da sentença f(x), a imagem do elemento –2, ou seja: f(–2) = 2 · (–2) + 7 = 3. Agora, pelo uso da sentença g(x), vamos deter- minar g(3) = 32 – 1 = 8. Assim: g(3) = g [ f(–2) ] = 8 Função composta de f e g é uma sentença h capaz de diretamente conduzir o elemento –2 até a imagem 8. h gf –2 f(–2) = 3 g(3) = 8 Só é possível compormos as funções g com f se o conjunto da imagem f for o domínio da função g, A. Notação A notação usual para indicar a composição da função g(x) com a função f(x) é gof (x) – lê-se “g bola f na variável x” ou “g círculo f na variável x” –, mas podemos encontrar a indicação apenas como gof ou um pouco mais sofisticada (gof)(x). O importante é sabermos que: gof (x) = g [ f(x) ] B. Determinação da composta Para exemplificar a determinação da função composta, vamos utilizar as funções já apre- sentadas: f(x) = 2x + 7 e g(x) = x2 – 1 Assim: gof (x) = g[f(x)] = f(x)2 – 1 = (2x + 7)2 – 1 = = 4x2 + 28x + 49 – 1 ⇒ gof (x) = 4x2 + 28x + 48 Aproveitando as mesmas duas funções e ain- da servindo como exemplo de determinação da sentença que representa a composição de funções, vamos determinar a sentença fog(x). Assim: fog(x) = f [g(x)] = 2g(x) + 7 = 2(x2 – 1) + 7 = = 2x2 – 2 + 7 = ⇒ fog(x) = 2x2 + 5 É bom compararmos esses dois exemplos de composição de funções para notarmos que a composição não admite a propriedade comu- tativa, ou seja, em geral fog ≠ gof. CAPÍTULO 04 TIPOS DE FUNÇÕES EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 01. AMAN-RJ modificado Se f(x) = 3x + 1 e g(x) = 2x2, então f[g(–1)] – g[f(–1)] é igual a: a. –1 b. 1 c. 15 d. 0 e. –15 Resolução Cálculos auxiliares: g(–1) = 2 ⋅ (–1)2 = 2 f(–1) = 3 ⋅ (–1) + 1 = –2 f[g(–1)] = f(2) = 3 ⋅ 2 + 1 = 7 g[f(–1)] = g[–2] = 2 ⋅ (–2)2 = 8 Logo: f[g(–1)] – g[f(–1)] = 7 – 8 = –1 Resposta A PV -1 3- 11 Funções 41 Matemática 02. EESC-SP Se f(x) = x2 e g(x) = x3, então f[g(2)] é: 04. Considerando que f(x) = x + 2 e f[g(x)] = 2x – 3, então g(x) é igual a: a. 5 – x b. 4x – 2 c. 2x – 5 d. x2 e. 2 – 4x Resolução f[g(x)] = g(x) + 2 2x – 3 = g(x) + 2 ⇒ g(x) = 2x – 5 Resposta C 05. Sendo g(x) = x – 7 e f[g(x)] = 3x – 1, determinar a função f(x). Resolução g(x) = x – 7 ⇒ x = g(x) + 7 f[g(x)] = 3x – 1 ⇒ f[g(x)] = 3[g(x) + 7] – 1 f[g(x)] = 3g(x) + 20 ⇒ f(x) = 3x + 20 a. 16 b. 128 c. 12 d. 64 e. 32 Resolução f[g(2)] = f(23) = f(8) = 82 = 64 Resposta D 03. FGV-SP Considere as funções f(x) = 2x + 1 e g(x) = x2 – 1. Então, as raízes das equação f[g(x)] = 0 são: a. inteiras. b. negativas. c. racionais não inteiras. d. inversas uma da outra. e. opostas. Resolução f g x f x x x x x x [ ( )] [ ] ( ) = ⇒ − = ⋅ − + = ⇒ − + = = ⇒ = ⇒ = ± 0 1 0 2 1 1 0 2 2 1 0 2 1 1 2 1 2 2 2 2 2 2 ⇒⇒ = ±x 2 2 Logo, as raízes são opostas. Resposta E 2. Classificação A. Injetora Uma função é chamada injetora quando ele- mentos distintos do domínio apresentarem imagens também distintas no contradomínio. x1 ≠ x2 ⇒ f(x1) ≠ f(x2) a b c d 1 2 3 Reconhecemos, graficamente, uma função in- jetora quando uma reta horizontal, qualquer que seja, interceptar o gráfico da função, uma única vez. x0 y f(x) f(x) é injetora. Funções PV -1 3- 11 42 Matemática 0 y g(x) x g(x) não é injetora. Interceptou o gráfico mais de uma vez. B. Sobrejetora Uma função é chamada sobrejetora quando todos os elementos do contradomínio forem imagens de pelo menos um elemento do do- mínio. a b c 1 2 3 4 Reconhecemos, graficamente, uma função sobrejetora quando, qualquer que seja a reta horizontal que interceptar o eixo no contrado- mínio,interceptar, também, pelo menos uma vez o gráfico da função. y x0 f(x) f(x) é sobrejetora. Interceptou o gráfico. x y 0 g(x) g(x) não é sobrejetora. Não interceptou o gráfico. C. Bijetora Uma função é chamada bijetora quando apre- sentar as características de função injetora e ao, mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, elementos distintos têm sempre imagens dis- tintas e todos os elementos do contradomínio são imagens de pelo menos um elemento do domínio. 1 2 3 1 2 3 Observação Uma função bijetora apresenta o que chama- mos de relação biunívoca: para cada elemen- to, há uma única imagem e vice-versa. D. Complemento Devemos lembrar que existem funções que não são injetoras nem tampouco sobrejetora. Elas não recebem uma classificação especial; são ditas, apenas, nem injetora ou nem sobre- jetora. 1 2 3 4 a b c d PV -1 3- 11 Funções 43 Matemática 01. Os gráficos abaixo representam funções de em . a) y x x yc) b) y x 3 4–1 –1 4 Verifique se elas são ou não sobrejetoras, inje- toras ou bijetoras. Justifique. Resolução a. D(f) = Im(f) = {3} Não é sobrejetora, pois Im(f) ≠ CD(f) = . Não é injetora, pois todos os elementos do domínio têm como imagem o elemento 3. Como não é injetora e sobrejetora, não é bijetora. b. D(f) = Im(f) = CD(f) = É sobrejetora, pois Im(f) = CD(f). É injetora, pois todos os elementos distin- tos x do domínio têm imagens g distintas do contradomínio. Logo, é bijetora. c. D(f) = Im(f) = y y∈ ≥ − | 1 4 CD(f) = Não é sobrejetora, pois Im(f) ≠ CD(f). Não é injetora, pois existem elementos de Im(f) que são imagens de dois valores distintos de x. Logo, não é bijetora. 02. Determinar o conjunto B de modo que a sen- tença f(x) = x2 defina uma função sobrejetora de A = {x ∈ | –3 ≤ x ≤ 4} em B. Dizer se, nessas condições, ela é bijetora. y x 16 9 –3 40 Resolução B = CD = Im = {y ∈ | 0 ≤ y ≤ 16} Não é bijetora, pois não é injetora. x y –3 40 9 16 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Funções PV -1 3- 11 44 Matemática 3. Função inversa A. Conceito Vamos considerar uma função f com domínio A e contradomínio B, para a qual cada elemen- to x pertencente ao conjunto A apresenta uma imagem y = f(x) pertencente ao conjunto B. Podemos pensar na existência de uma função que, a partir da imagem y, determine o ele- mento x, ou seja, uma função g tal que g(y) = x. Essa função g, que faz o caminho inverso da função f, é chamada função inversa de f e re- cebe a notação f –1. f–1 (x) = g(x) A B f(x) x y B. Condição de existência Devemos notar que, para existir a inversa, é necessário que todos os elementos do contra- domínio da função f sejam imagens de algum elemento do domínio, e mais, de um único elemento. Desta forma, concluímos que só pode existir inversa da função f se a função f for bijetora. Dessa forma, notamos que o domínio da fun- ção f é o contradomínio de f –1 e que o contra- domínio de f é o domínio de f –1. Assim: D(f) = CD(f –1) = Im(f –1) CD(f) = D(f –1) = Im(f) f–1 f x y C. Determinação da inversa Para a determinação da sentença que repre- senta a inversa da função f, usaremos o con- ceito de função inversa. Enquanto a função f toma o elemento x e, por meio da sentença f, apresenta-nos o valor de sua imagem y, a fun- ção inversa f–1 tem como tarefa tomar a ima- gem y e, por meio da sentença f–1, apresentar o elemento x. Vejamos essa ideia utilizada no exemplo a seguir. Determinar a função inversa da função: f(x) = 2x – 4. 1º Vamos substituir a notação de imagem de f(x) por y. Assim: y = 2x – 4. 2º Para determinar a inversa, devemos “isolar” o x. Logo, 2 4 4 2 x y x y = + ⇒ = + 3º Podemos dizer que já encontramos a sentença que representa a inversa de f, pois, para cada imagem y dada, po- demos obter o elemento x para o qual y serve de imagem. Porém, para efeito de notação, é comum permutarmos as letras x e y. Então: y x = + 4 2 4º. Retornando à notação inicialmente usada para a função, vamos substituir y por f –1(x). Finalmente, teremos f x x − = + 1 4 2 ( ) . D. Propriedades P1. Evidentemente, se o par (a, b) perten- cer à função f, o par (b, a) pertencerá à função f–1 e isso representado no plano cartesiano nos proporcionará uma si- metria dos pontos representados pelos pares (a, b) e (b, a) em relação à reta y = x (bissetriz dos quadrantes ímpa- res). Isso feito para todos os pares or- denados de cada uma das funções nos garante que o gráfico de uma função e da sua inversa são simétricos em rela- ção à reta y = x (função identidade). PV -1 3- 11 Funções 45 Matemática 0 y f x y = x f–1 P2. Considerando que a função leva o ele- mento à imagem e a inversa traz a ima- gem ao elemento, se compusermos a função com a inversa, retornaremos, sempre, ao elemento de onde parti- mos. Assim: fof –1(x) = f –1of(x) = x Pode-se provar ainda que: P3. (f –1(x))–1 = f(x) P4. (fog)–1 = g –1of –1 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 01. Determine a inversa das funções: a. f(x) = 4x – 1 b. y x x com x= + − ≠ 2 3 5 5 Resolução a. f(x) = 4x – 1 y = 4x – 1 ⇒ 4x = y + 1 x y y x f x x = + ∴ = + = + − 1 4 1 4 1 4 1( ) b. y x x yx y x yx x y x y y x y y y x x = + − − = + − = + ⋅ − = + = + − ∴ = + 2 3 5 5 2 3 2 5 3 2 5 3 5 3 2 5 3 ( ) −− = + − ≠− 2 5 3 2 21f x x x com x( ) , Resposta a. f x x − = + 1 1 4 ( ) b. f x x x com x− = + − ≠1 5 3 2 2( ) , 02. Cesesp Seja f: → a função dada pelo gráfico se- guinte. 0 y x Assinale a alternativa que corresponde ao grá- fico da função inversa de f. a. 0 y x b. 0 y x Funções PV -1 3- 11 46 Matemática c. x y 0 d. x y 0 e. x y 0 Resolução O gráfico de uma função e o da sua inversa são simétricos em relação à reta y = x. y x f (x) y = x f–1 (x) 0 Resposta C 03. FM Jundiaí-SP Sejam as funções f e g de em , definidas por f(x) = 2x – 1 e g(x) = kx + t. A função g será inversa de f se, e somente se: a. k t: = 1 4 b. k – t = 1 c. k = 2t d. k + t = 0 e. k t= = 1 2 Resolução f x x x y x y y x Logo f x g x x x Ma ( ) : ( ) ( ) = − = + = + ∴ = + = = + = +− 2 1 2 1 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 ss g x kx t Logo k e t ( ) , = + = = 1 2 1 2 Resposta E 04. UPF-RS Seja f: → bijetora, definida por f(x) = x3 + 1. Seja g: → bijetora, definida por g x x ( ) .= +4 1 3 Então, f g f− + 1 9 1 2 ( ) vale: a. 23 6 b. 11 6 c. 33 2 d. 9 8 e. 22 3 Resolução Cálculos auxiliares – Cálculo da inversa: f x x y x x y y x y x ( ) = + = + ⇒ = + ⇒ = − = − 3 3 3 3 3 1 1 1 1 1 PV -1 3- 11 Funções 47 Matemática Logo: f x x f f g f − − = − = − = = = + = + = 1 3 1 3 3 3 1 9 9 1 8 2 1 2 1 2 1 1 8 1 9 8 ( ) ( ) 11 2 9 8 4 9 8 1 3 9 2 1 3 11 2 3 11 6 = = ⋅ + = + = =g Por to ftan , −− + = + = 1 9 1 2 2 11 6 23 6 ( ) g f Resposta A 05. A função f, definida em – {2} por f x x x ( ) = + −
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