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TRABALHO TERAPIA EXISTENCIAL E HUMANISTA

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de graduação em Psicologia
Bárbara Jenifer de S. Steyka – 201102073172
Beatriz Benício da Silva – 201201195551
Kelly Silvestre de Moura – 201202340709
Rachel do Nascimento Silva – 201202127606
Soren Aabye Kierkegaard
RIO DE JANEIRO
2017
Conceitos e ideias de Kierkegaard sobre as psicoterapias Humanista, Existenciais e Fenomenológicas. 
Kierkegaard (1813-1855), considerado por alguns estudiosos o pioneiro do Existencialismo, é talvez o pensador de maior destaque na corrente existencialista devido à sua influência sobre todos os filósofos fenomenólogos-existenciais (Giles, 1975, p. 5). Ele fala da busca pela existência autêntica. Para ele, todo conhecimento deve ligar-se inapelavelmente à existência, à subjetividade, nunca ao abstrato, ao racional, pois se assim proceder fracassará no intento de penetrar no sentido profundo das coisas, logo, de atingir a verdade (Penha, 2001, p. 17). Segundo Kierkegaard, nada é uma verdade em si mesma, mas depende de como cada pessoa percebe e se relaciona com o objeto ou o fato. Há um envolvimento do sujeito com a verdade (Forghieri, 2007). E assim, a verdade está no próprio existir, no eu. Desta forma, suas ideias influenciaram a Psicoterapia existencial-humanista norte americana e a Psicoterapia existencial britânica.
Segundo Protasio (2013) a psicologia aparece, com Kierkegaard, como investigação acerca da vida humana singular em tensão com a vida humana enquanto um universal. Nos subtítulos dos textos sobre angústia, repetição e desespero aparecem associadas palavras tais como: reflexão psicológico-demonstrativa; exposição cristã-psicológica; ensaio em psicologia experimental. Estes subtítulos dão prova de que a psicologia já fazia parte do rol de interesse do filósofo dinamarquês.
Dentre algumas de suas contribuições para as psicoterapias, suas obras literárias nos rementem a importância da neutralidade, da imparcialidade, que deve estar presente dentro dos consultórios de psicoterapia, com o intuito de deixar que aflore os fenômenos necessários para que o cliente saia do lugar em que está e, se liberte da ilusão em que existe, pensando ser o que em ato, efetivamente, não é, e venha a sê-lo, realizando o encontro entre o exterior e o interior, o imanente e o transcendente, alcançando transparência acerca de si mesmo e de sua situação. No texto “Conceito de angústia”, escrito com o pseudônimo de Vigilius Haufniensis (Kierkegaard, 1844/2010a) remete-nos a uma reflexão psicológico-demonstrativa, que faz um apontamento para o estado psicológico do qual emerge a possibilidade do pecado, ou seja, ação do homem, é angústia, e este será o objeto de uma ciência psicológica. Angústia é a atmosfera ou o estado que define a situação de liberdade em que se encontra todo homem. Somente a angústia anuncia a existência em sua caracterização de precariedade, de indeterminação, de abertura e de liberdade. À psicologia não cabe o pecado em si, ou seja, a ação humana, mas o estado em que a existência se mostra, sempre em relação à possibilidade, cuja forma é angústia.
Kierkegaard se refere essencialmente à recuperação da subjetividade da existência e do existente. O ponto de partida é a própria existência. Neste sentido: "O homem é o único ser que tem a capacidade de cuidar do próprio ser, de se projetar, e é neste sentido que dizemos que ele é o único que existe" (RIBEIRO, 1985, p. 37).
Esta ênfase sobre o ser humano é a característica mais forte e comum nas Filosofias da Existência, que, de acordo com Huisman (2001), recuperam a subjetividade do homem, perdida desde a filosofia platônica, quando a preocupação saiu do "sujeito que pensa" para as "coisas pensadas" por ele, construindo um mundo de pura objetividade.
Um dos aspectos centrais do pensamento de Kierkegaard é que sua filosofia procura recolocar a subjetividade como a verdade e a realidade, propondo que o indivíduo seja compreendido em sua singularidade, como categoria central da existência, que é – inevitavelmente – individual. Opondo-se ao racionalismo abstrato e à ciência objetiva, a filosofia de Kierkegaard põe o homem em evidência, como um ser de significados e que não se pode abstrair de si mesmo (HOLANDA, 1998a).
Para Kierkegaard, uma filosofia da existência coerente deve fazer um todo uno com a verdade: deve-se vivê-la em lugar de pensá-la. É preciso, antes de tudo, existir, não se alcançando a verdade pelo pensamento (JOLIVET, 1961). Este filósofo não admite que a análise existencial possa conduzir a uma verdade universal. Para ele, tentar objetivar a existência significaria negá-la, pois a existência não pode ser apreendida senão como história: é pura possibilidade e incerteza, demandando continuamente tomadas de decisão.
Ao negar a filosofia como sistema e postular que a análise da existência só pode se dar em caráter individual e concreto, Kierkegaard concede um lugar fundamental à subjetividade do indivíduo (HUISMAN, 2001). Sua busca é por uma verdade pessoal e subjetiva e se dá pelo referencial cristão. A partir de suas crenças em relação à própria religiosidade, este filósofo pensou a existência e as condições que se impunham ao homem na procura por fazê-la autêntica.
O pensamento fundamental de Kierkergaard e que veio a se constituir em linha mestra do Existencialismo, é este, inexiste um projeto básico para que o homem verdadeiro, porque cada um se define a si mesmo e assim é uma verdade para si. Qualquer projeto para o homem representaria uma limitação à sua liberdade, e que esta liberdade é portanto, incompatível com a malha lógica em que caem todos os fatos e também s ações humanas, e mais ainda que a liberdade gera no homem profunda insegurança, medo e angústia. Não existe uma essência definidora do homem. Nenhum projeto básico. Neste sentido pode vislumbrar as possibilidades de entrelaçamento entre o pensamento de Kierkegaard na sua visão de homem e nas suas proposições de retorno à subjetividade e de resgate do vividas nas práticas psicoterapeutas.
Em sua prática, Kierkegaard discorre sobre três estágios da existência humana: estético (voltado para o prazer), ético (concilia paixão e razão, reajustando-se ao social) e espiritual (encontro com a espiritualidade para alcançar a existência humana). Porém, ao permanecer no estágio estético, o homem se prende a uma existência vazia. Frustrado e não satisfeito com essa busca, o homem cai no desespero. (Kierkegaard, 1979, p. 195).
Para Kierkegaard (1979), ato do desespero é o ápice da angústia, mas não necessariamente uma desvantagem para o homem. Entrar na angústia é a possibilidade de cura. O desespero é tanto uma vantagem como uma imperfeição, em pura dialética. E assim, no desespero, o homem passa para o estágio seguinte, o da Ética. O homem que vive no estágio estético tem o centro da realidade fora de si, ao passo que aquele que vive no estágio ético o tem em si (Giles, 1975, p. 18). 
A angústia é um dos temas centrais da perspectiva existencial de Kierkegaard. Na verdade, todos os seres humanos se revelam angustiados tanto quanto, por igual, se revelam em desespero. Mas há uma diferença essencial entre esses dois estados. O desespero relaciona-se com o fracasso e dele resulta. Vincula-se, portanto, à frustração. A angústia, ao contrário, precede a falta ou o pecado e se relaciona com a possibilidade e com a liberdade. Ela produz-se mesmo como decorrência da possibilidade da liberdade e se propõe ainda como expressão da perspectiva do nada.
No estágio ético, a personalidade do indivíduo permanece livre, mas nos limites estabelecidos pela sociedade (Penha, 2001, p. 18). No entanto, para Kierkegaard, não é possível encontrar realização existencial plena no estágio Ético, pois é nesse estágio que surge o grande conflito entre as exigências da interioridade e da universalidade (Giles, 1975).
É somente no estágio Espiritual que o homem se depara com sua existência plena. Deus torna-se a regra do indivíduo, a única fonte capaz de realizá-lo plenamente (Penha, 2001,p. 19). O homem no estágio religioso age, e sem precisar de justificativas de ordem racional (Giles, 1975, p. 21).
Para Kierkegaard tudo é dialética. A dialética do eu se desdobra desdobrando-se sem cessar ela própria, refletindo sobre si, escolhendo-se idêntica e perpetuamente se modificando. O salto que leva o Indivíduo de um estágio para outro é dialético, pois esse salto é, de uma vez, o abismo e o ato que o transpõe (Giles, 1975, pp. 14-15).
REFERÊCIAS
LIMA, B. F. Alguns apontamentos sobre a origem das psicoterapias fenomenológico-existenciais. Rev. abordagem gestalt., Goiânia, v. 14, n. 1, p. 28-38, jun.  2008. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672008000100006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 23 abr. 2017. 
PENNA, A. G. Sobre os fundamentos históricos e conceptuais da psicologia existencial: acerca das contribuições de Kierkegaard. Arquivos Brasileiros de Psicologia, Rio de Janeiro, v. 37, n. 2, p. 8-15, jan. 1985. ISSN 0100-8692. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/abp/article/view/19185/17925>. Acesso em: 23 abr. 2017.
PERES, M. B.; HOLANDA, A. F. A noção de angústia na prática clínica: aproximações entre o pensamento de Kierkegaard e a Gestalt-terapia. Estud. pesqui. psicol.,  Rio de Janeiro ,  v. 3, n. 2, p. 97-118, jul.  2003. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812003000200007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 23 abr. 2017.
PROTASIO, Myriam Moreira. A psicologia indicada por Kierkegaard em algumas de suas obras. Rev. abordagem gestalt., Goiânia, v. 20, n. 2, p. 213-220, dez. 2014. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672014000200009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 23 abr. 2017.
TEIXEIRA, J. A. C. Introdução à psicoterapia existencial. Aná. Psicológica, Lisboa, v. 24, n. 3, p. 289-309, jul. 2006. Disponível em <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-82312006000300003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 23 abr. 2017.

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