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ORTOPEDIA Goiânia, Novembro de 2017 Professora: Lia Peres Alunas: - Demitria Morgana Giacomet - Mariana de Carvalho A. Goulart - Régia A. R. S. Chaves 1. - O QUE É ORTOPEDIA E COMO SURGIU? O termo deriva das palavras gregas “orthos” que significa correto ou direito e “paidios” que quer dizer criança, e foi criado, em 1741, por Nicholas Andry, este um médico francês, para servir de título à sua obra que tratava da prevenção e correção das deformidades nas crianças. Naturalmente a ortopedia como parte da ciência médica já existia antes daquela data assim como as doenças ortopédicas e traumatológicas. A ortopedia desenvolveu-se pela necessidade de corrigir deformidades, restabelecer algumas funções e aliviar as dores dos seres humanos. Os cirurgiões ortopédicos desenvolveram a habilidade de prevenir perdas importantes de função e, por outro lado, realmente prevenir mortes inevitáveis, assegurando ao paciente alcançar sua melhor condição no menor período de tempo pelo método mais seguro possível, através de métodos clínicos, físicos e cirúrgicos para tratar, corrigir enfermidades, lesões e deformidades ósseas, dos músculos, dos tendões, articulações e ligamentos, e tudo o que relaciona ao aparelho locomotor, ao sistema esquelético e as estruturas associadas. Podemos perceber que a Ortopedia esta entre nós muito antes que nós podemos imaginar, pois foi encontrado em fósseis de homens primitivos ossos fraturados que consolidaram bem alinhados. Isto ocorreu pelo simples processo fisiológico da consolidação, mas é possível que tenha existido alguma imobilização rudimentar. Em múmias egípcias foram encontradas imobilizações tipo tala. Os gregos do terceiro ao primeiro século a.C. como Homero, Herophilus, Hegetor e os anatomistas de Alexandria podem ser considerados como os primeiros a usar uma abordagem científica voltado para a ortopedia, sendo os primeiros a documentar sua história e seu desenvolvimento em detalhes. Entre seus volumes, encontra- se um sobre articulações, neste a luxação do ombro foi descrita junto com os vários métodos usados em sua redução; também havia seções que descrevem a redução de luxações acromioclavicular, têmporo-mandibular, joelho, quadril e cotovelo, a correção de pé torto congênito e o problema da infecção pós fraturas compostas também foram abordados. Também foram desenvolvidos, durante este período, várias brocas, serras e cinzéis. Paul de Aegina (625-690 d.C.) trabalhou em Alexandria e escreveu “O Epítome de Medicamento”, composto de vários livros. O sexto livro tratou de fraturas e luxações. Com a invasão de Alexandria pelos muçulmanos, foram levados muitos grandes livros como estes e foram traduzidos no idioma árabe. A grande biblioteca de Alexandria foi queimada. Embora as práticas árabes sejam consideradas como uma extensão dos gregos se deve a um persiano chamado pelo nome de Abu Mansur Muwaffak a descrição do uso de gesso para tratar fraturas e outros traumas dos membros. O chamado gesso - de - Paris, produzido com a adição de água a um pó de sulfato de cálcio desidratado, só apareceu em relatos da literatura do século X. No século XII, a Europa voltou a despertar de um período cultural escuro voltando a construir universidades e hospitais, mas foi só no século XVI que ressurgem novos personagens na história da ortopedia como Ambrose Pare, o pai da cirurgia francesa, é um representante desta época. Bourg Herent publicou a obra Dez Livros de Cirurgia e entre as técnicas apresentadas foi possível projetar instrumentos, próteses, coletes para escoliose e botas ortopédicas. No século XIII, Theodoric de Bologna, no seu texto Chiurgica de Theodoric, de 1267, descreveu o manejo das fraturas da coluna espinhal e surpreendentemente muitas de suas técnicas são usadas até os dias de hoje. O francês Nicholas Andry (1658-1759) publicou, em 1741, um livro famoso chamado Orthopaedia: The Art of Correcting and Preventing Deformities in Children, o mesmo foi o primeiro a usar o termo ortopedia para correção de deformidades ósseas. Thomas Sydneham (1624-1689), o pai da medicina inglesa, sofria de gota e realizou uma excelente descrição da doença detalhando o ataque, as mudanças na urina e o vínculo com pedras renais. Ele descreveu o reumatismo agudo, a coréia, e as manifestações articulares do escorbuto e disenteria. Jean-Andre Venel (1740-1791) era um médico de Genebra que estudou dissecação em Montpellier com 39 anos de idade, e em 1780, estabeleceu o primeiro instituto de ortopedia do mundo, em Canton Waadt. Antonius Mathysen (1805-1878) foi um cirurgião militar holandês, que em 1851 inventou a atadura de gesso. Esta atadura proporcionou grande avanço na imobilização de membros fraturados. Assim vários ortopedistas famosos foram se sucedendo ao longo dos séculos XVII, XVIII e XIX. Na virada do século XIX para o XX vale lembrar o inglês Robert Jones (1835-1933), que fundou associações e hospitais ortopédicos e escreveu seu livro-texto Orthopaedic Surgery, que é tido como o primeiro a tratar sistematicamente do diagnóstico e tratamento das fraturas recentes. Robert Jones, em 1896, publicou o primeiro relatório do uso clínico de uma radiografia para localizar uma bala em um punho. O Raios-X havia sido inventado pelo físico Wilhelm Conrad Rongten em 1895. Rongten ganhou o prêmio Nobel de Medicina de 1901(5,6). Na primeira metade do século XX vieram às grandes guerras mundiais, e com elas a ortopedia e a traumatologia se firmaram definitivamente como especialidade tendo grande desenvolvimento. O mesmo já havia ocorrido durante a guerra civil americana, quando depois da mesma, a ortopedia passou a ser vista como especialidade na América do Norte. Na primeira guerra mundial o uso da goteira de Thomas, o controle das hemorragias, a rápida ajuda, a evacuação com ambulâncias e outros avanços reduziram as mortes, as amputações e o longo tempo de recuperação dos traumas de maneira significativa. Na segunda guerra mundial, além da experiência da primeira, os médicos já contavam com a penicilina introduzida por Alexander Flemming, em 1928. A introdução da haste intramedular pelo alemão Gerhard Kuntscher (1900-1972) permitiu uma volta mais rápida dos soldados ao campo de batalhas. Enquanto isto, o americano Austin T. Moore (1890-1963) criou a primeira prótese de substituição articular, do fêmur proximal, feita de vitallium. No período entre as guerras, Eugen Bircher foi o primeiro cirurgião ao usar em larga escala a artroscopia (visualização do interior de uma articulação com o uso de um artroscópio) em joelhos com fins clínicos. Depois das guerras muitos nomes se destacaram no avanço das técnicas ortopédicas e materiais de osteossíntese. A partir destes proeminentes avanços do passado chegamos ao século XXI. Neste século surgiram novas técnicas, aparelhos, exames, internet e grandes aprofundamentos nos estudos biomecânicos. O completo entendimento da seqüência do genoma humano trará avanços inimagináveis para a ortopedia, aprimorando os métodos de tratamento e a busca adequada para cada particularidade do paciente em questão. 2. - PERSPECTIVAS DA ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA Ortopedia é uma parte muito importante da formação médica, embora nem sempre reconhecidas. Em torno de 30-40% das ocorrências de um pronto-socorro geral é ortopédico, lombalgia, dor no ombro e trauma são as causas mais freqüentes de afastamento do trabalho e aposentadoria por incapacidade. Muitas afecções ortopédico-traumáticas na criança dependem do diagnóstico correto e tratamento precoce, o que pode recuperar a integridade ou obrigar a uma convivência com uma penosa limitação física durante a vida. Muitos esportistas dependem da atuação ortopédica, pois muitos pacientes sofrem com dores e limitações físicas que interferemcom a alegria de viver, com o contato social e relacionamento familiar. A ortopedia, como ciência, tem por objetivo investigar, estudar, prevenir e tratar as afecções do aparelho locomotor e de sustentação, excetuando o tratamento clínico das afecções miopáticas, neurológicas e reumáticas autoimunes. A ortopedia está diretamente relacionada à traumatologia que é a especialidade médica que lida com as lesões corporais resultantes de traumatismos do aparelho músculo-esquelético, focando-se, porém em lesões ósseas e tendinosas da coluna, bacia, e membros superiores e inferiores, sendo que outros tipos de traumas deverão ser atendidos pela especialidade à qual se relacionam. Pacientes ortopédicos têm sido beneficiados por avanços tecnológicos como a substituição de articulações e a artroscopia, que permite ao ortopedista olhar dentro da articulação. A sua consulta com o Ortopedista irá começar com uma entrevista pessoal e um exame físico. Logo após, podem ser feitos testes diagnósticos como exame de sangue, raios-X ou outros exames complementares. O seu tratamento pode envolver aconselhamento médico, medicação, gesso, talas, e terapias como exercícios ou cirurgias. Para a maioria das lesões e doenças ortopédicas existe mais do que uma forma de tratamento. O seu ortopedista irá discutir as opções de tratamento com você e irá ajudá-lo a escolher o melhor tratamento para lhe propiciar uma vida ativa e funcional. O seu ortopedista é um médico com extenso treinamento em diagnósticos e tratamentos cirúrgicos e não-cirúrgicos do sistema músculo-esquelético, incluindo ossos, articulações, ligamentos, tendões, músculos e nervos. Outra área relacionada à ortopedia que também nos chama a atenção é a área desportiva, pois o grande desenvolvimento de atividades físicas ocorrido no brasil, vem acompanhado algumas vezes de lesões dos aparelhos locomotor e esquelético às pessoas praticantes de esportes e exercícios físicos. Os atletas em geral, hoje, já buscam o profissional da medicina esportiva para tratarem de restauração de funções de segmentos comprometidos, fazendo com que o médico ortopedista procure um maior conhecimento nesta área. 2.1 – LESÕES FUNDAMENTAIS EM TRAUMATOLOGIA 2.1.1 – CONTUSÕES As contusões são lesões traumáticas exercidas sobre uma região do organismo por um agente contundente, na qual a pele resiste e não perdem a as continuidades, as contusões podem ser classificadas como equimose, ou seja, é a contusão superficial com lesão de capilares ao nível cutâneo e subcutâneo, com infiltração sanguínea; o hematoma, que é uma contusão onde ocorre a ruptura de um vaso de maior calibre acumulando assim uma maior quantidade de sangue; outra divisão da contusão são as contusões de 3º grau, ou seja, aquelas que produzem lesões nos tecidos mais profundos e podem sofrer o processo de necrose; e por ultimo as contusões de 4º grau, que são aquelas que geram alteração dos tecidos, havendo necrose superficial e profunda, com a possibilidade de desvitalizar a estrutura óssea. Figura 1 – Lesão do tipo contusão https://mundoestranho.abril.com.br/esporte/qual-a-diferenca-entre-luxacao-contusao-e-entorse/ 2.1.2 – FERIMENTO O ferimento é uma lesão traumática associada á solução de continuidade da pele, podendo ser chamado de escoriação que é quando o ferimento atinge somente a pele em sua camada superficial e/ou profundo onde em geral não necessita de sutura ou o ferimento pode atingir uma camada mais interna. Figura 2 - Ferimento http://fissioterapia.blogspot.com.br/2012/01/esguince-de-tobillo-lesiones.html 2.1.3 – ENTORSE O entorse é uma lesão traumática de uma articulação causada por um movimento brusco que ultrapassa os limites normais da mobilidade articular, podendo ser associada a uma lesão parcial ou completa dos ligamentos, bem como, a uma lesão da cápsula articular, membrana sinovial, cartilagem articular, etc. Eles são mais comuns no tornozelo, cotovelo, pulso, polegar, pescoço e algumas áreas, como a coluna vertebral, embora também afetem outras regiões do corpo. Lesões em atletas geralmente são entorses de tornozelo; em geral, o ligamento lateral. Eles são freqüentes em handball, basquete, skateboard, futebol e cordas de salto. No tornozelo, o ligamento que é afetado em 90% dos casos é o ligamento do talo, da fíbula ou do calcâneo. Figura 3 - Entorse http://fissioterapia.blogspot.com.br/2012/01/esguince-de-tobillo-lesiones.html 2.1.4 – DISTENÇÃO MUSCULAR A distensão muscular ocorre quando um músculo se estica demais, gerando a ruptura de algumas fibras musculares ou de todo o tendão ou músculo envolvido. Este tipo de lesão ocorre mais especificamente no tendão ou na junção músculo-tendínea, que é o local da união entre o músculo e o tendão, próximo da articulação. As causas da distensão muscular incluem o esforço excessivo para realizar uma contração muscular, durante a corrida, jogo de futebol, vôlei ou basquete, por exemplo, e por isso o estiramento muscular é muito comum em pessoas que estão se preparando para um campeonato ou durante uma competição, embora também possa ocorrer em pessoas comuns que exigem um grande esforço de seus músculos e articulações num dia que decide jogar bola com os amigos, num final de semana, por exemplo. No entanto, o estiramento também pode acontecer em pessoas mais velhas ou em pessoas que tem movimentos repetitivos e geralmente sofrem com a tendinite. O tratamento é feito com repouso da região afetada, uso de medicamentos anti- inflamatórios como Cataflan em forma de pomada e/ou Ibuprofeno em forma de comprimido, que devem ser tomados sob orientação médica, sendo indicado também o uso de compressas frias ou com gelo de 3 a 4 vezes por dia até 48 horas e sessões de fisioterapia. A fisioterapia deve ser iniciada o quanto antes para garantir o retorno às atividades diárias o mais rápido possível. Saiba mais detalhes sobre como é feito o Tratamento para distensão muscular, seus sinais de melhora e piora. Figura 4 - Distensão Muscular https://www.tuasaude.com/distensao-muscular/ 2.1.5 – TENDINITE Tendinite é a inflamação do tendão, a parte final do músculo que se liga ao osso. A inflamação se caracteriza pela presença de dor e inchaço do tendão e pode acontecer em qualquer parte do corpo, mas é mais comum no ombro, cotovelo, punho, joelho e tornozelo. Presença de dor no local, que pode irradiar para toda musculatura ao redor, que acaba entrando em espasmo de proteção e fadiga com sensação de peso. Dor que piora com o movimento e pode acarretar diminuição da força e, em casos de longa duração, causar atrofia da musculatura. Em muitos casos notamos inchaço local e presença de calor e/ou vermelhidão. O diagnóstico da tendinite pode ser feito pelo médico ao observar exames de imagem como tomografia ou ressonância magnética da articulação, ou pelo fisioterapeuta através de testes e exames físicos específico. O tratamento deve ser orientado pelo fisioterapeuta e pode ser feito com compressas de gelo, 3 ou 4 vezes ao dia, e com anti-inflamatórios, que são utilizados para diminuir a dor e a inflamação. Passar uma pomada anti-inflamatória no ombro também pode ajudar além das sessões de fisioterapia que também são importantes, para manter o movimento e a força do membro afetado. A fisioterapia deve ser realizada diariamente e cada sessão deve ser individualizada, levando em consideração o nível de dor e a capacidade de recuperação de cada pessoa. No entanto, pode ser útil usar aparelhos que facilitam a recuperação do tendão como tens, ultrassom, laser, mas é muito importante usar técnicas de fisioterapia para aumentar a amplitude dos movimentos, sem dor, além de exercícios para fortalecer os músculos enfraquecidos. Figura 5 - Tendinite https://www.tuasaude.com/tendinite-no-ombro/2.1.6 – BURSITE Bursite é a inflamação da bursa, ou seja, é a inflamação da bolsa sinovial, uma estrutura cheia de líquido que se localiza entre um tendão e a pele ou entre um tendão e o osso, com função de amortecimento, e auxílio no deslizamento dos tecidos e sua nutrição. A ocorrência de bursite é mais comum nos ombros, cotovelos e quadril. Mas ela também pode ocorrer nos joelhos, calcanhares e no dedão do pé, além de outras articulações. Em geral, bursite ocorre perto das articulações que realizam movimentos repetitivos. O tratamento envolve, basicamente, algumas medidas constantemente sugeridas por médicos, como repouso, aplicação de gelo no local da lesão e o uso de analgésico para a dor. Dependendo do paciente, essas medidas bastam para tratar a bursite. Mas caso elas não sejam suficientes, o médico pode oferecer outras formas de tratamento, como: medicação. Seu médico pode recomendar fisioterapia ou exercícios para fortalecer os músculos na área afetada para aliviar a dor e prevenir a reincidência da bursite. Figura 6 - Bursite http://fisioterapia.com/bursite-no-ombro-causas-sintomas-e-tratamento/ 2.1.7 – FRATURA Quebrar um osso não parece ser muito fácil, mas por incrível que pareça é bem comum fazermos isso pelo menos uma vez ao longo de nossas vidas. Nesses casos, a maior dúvida é sempre a respeito do que fazer, como fazer e como vai ficar nosso corpo depois que isso acontece. Sendo a fisioterapia uma das principais ferramentas utilizadas para a recuperação de uma fratura. O tratamento das fraturas vai depender de cada tipo delas. Nos casos mais graves, onde os ossos se separam em vários fragmentos ou se desviam do eixo, é necessário fazer uma cirurgia para colocar tudo de volta no lugar, utilizando-se hastes metálicas, parafusos, fios metálicos ou até mesmo fixadores externos, como forma de manter os ossos no lugar, para que consolidem de forma alinhada. Agora, nos casos mais leves, onde não ocorre separação ou desvio considerável, o tratamento é sem cirurgias, com imobilização como órteses ou gesso do local acometido. E onde entra a fisioterapia? Finalmente, ela vai entrar após os procedimentos iniciais, quando o paciente for liberado pelo médico. Depois de uma cirurgia de fraturas graves, ela vai atuar no controle do inchaço (edema) e das dores, com manobras de drenagem linfática e equipamentos de analgesia. Por conta da cirurgia e da fixação dos ossos, alguns movimentos poderão ser realizados pelo fisioterapeuta, como maneira de melhorar a circulação do sangue na região operada, facilitando a cicatrização, preservando os movimentos e dando maior conforto ao paciente. Já nos casos mais simples, onde é liberado o uso do gesso ou da órtese, a fisioterapia tem como objetivo recuperar todas as funções da região afetada. Por exemplo uma pessoa que fraturou o cotovelo, após semanas imobilizada terá uma enorme dificuldade em esticar e dobrar o braço, por aderências na articulação do cotovelo e por conta da perda de força e controle do membro. Nestes casos, o fisioterapeuta vai atuar utilizando técnicas para desbloquear a articulação, recuperar o controle e força musculares, além de preparar a pessoa para as tarefas que necessite fazer novamente. Figura 7 - Fratura do Cotovelo http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-osso/fratura-cominutiva/fratura-osso-ulna/ 2.1.8 – LUXAÇÃO A luxação é uma lesão intra-articular em que um dos ossos é deslocado perdendo seu encaixe natural. Ela pode estar associada a uma fratura e geralmente é causada por um forte traumatismo como uma queda, acidente automobilístico ou devido a uma frouxidão nos ligamentos articulares que pode ser causada por doenças crônicas como artrite ou artrose, por exemplo. Embora uma luxação possa ocorre em qualquer articulação do corpo, as regiões mais afetadas são tornozelos, dedos, joelhos, ombros e punhos. Em conseqüência da luxação pode haver danos nos músculos, ligamentos e tendões que devem ser tratados posteriormente com fisioterapia. Após a redução da luxação, o indivíduo deverá permanecer com a articulação afetada imobilizada durante algumas semanas para facilitar a recuperação da lesão e evitar luxações recorrentes. Depois deverá ser encaminhado para a fisioterapia, onde ele deverá permanecer por algum tempo até que possa movimentar devidamente a articulação luxada. Nem sempre é necessário fazer fisioterapia porque em pessoa saudáveis após 1 semana de retirada da imobilização já deve ser possível recuperar a amplitude de movimento e a força muscular, mas em idosos ou quando a pessoa precisa ficar imobilizada por mais de 12 semanas pode ser preciso fazer fisioterapia. Figura 8 - Luxação da Patela http://talesortopedia.com/luxacao-da-patela/ 2.1.9 – AMPUTAÇÃO A amputação é a perda de um segmento corporal em decorrência de um trauma, o diagnóstico é clinico e as radiografias confirmam e auxiliam no tratamento de urgência. A fisioterapia dever ser indicada imediatamente no pós-operatório com o objetivo de impedir a atrofia e a rigidez muscular também para combater o edema e a atitude viciosa da articulação do membro acometido, permitindo ampla mobilidade do coto para a utilização da prótese, ou seja, no coto deve ser realizado exercícios, como pequenos movimentos todos os dias várias vezes ao dia para manter uma boa circulação. Figura 9 - Fisioterapia no amputado https://www.tuasaude.com/como-cuidar-do-coto-da-amputacao/ 2.1.10 – LER – LESÃO DO ESFORÇO REPETITIVO Denomina-se Lesão do Esforço Repetitivo ou simplesmente LER, a lesão causada pelo desempenho de atividade repetitiva e contínua, como tocar piano, dirigir caminhões, fazer crochê, digitação etc. A digitação intensiva é uma das causas mais comuns da incidência da LER e é a que mais tem contribuído para o aumento do número de casos de doenças ocupacionais. A Fisioterapia Ortopédica é a que auxilia no tratamento da LER. São realizados exercícios de aquecimento que aumentam a temperatura dos músculos e tendões facilitando o deslizamento das estruturas do membro, e exercícios para tirar as tensões que também devem ser realizados durante as pausas no trabalho para que os músculos e tendões estejam sempre relaxados. O fisioterapeuta faz RPG para que o paciente conquiste uma postura correta e as dores diminuam. Figura 10 – LER – Lesão do Esforço Repetitivo http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/05/postura-e-descanso-sao-importantes-para-evitar-lesoes-por- repeticao.html 2.1.11 – PARALISIA CEREBRAL A paralisia cerebral é uma lesão neurológica geralmente causada pela falta de oxigênio no cérebro ou isquemia cerebral que pode acontecer durante a gravidez, trabalho de parto ou até a criança completar 2 anos. A criança com paralisia cerebral possui uma forte rigidez muscular, alteração do movimento, da postura, falta de equilíbrio, falta de coordenação e movimentos involuntários, necessitando de cuidados durante toda a vida. A paralisia cerebral comumente está associada a epilepsia, distúrbios da fala, comprometimento auditivo e visual, e retardo mental e, por isso, ela é grave. Apesar disso, existem muitas crianças que podem realizar exercícios físicos e até mesmo serem atletas paraolímpicos, dependendo do tipo de paralisia cerebral que possui. O diagnóstico da paralisia cerebral pode ser feito pelo pediatra após realizar exames como tomografia computadorizada ou eletro encefalograma que comprovam a doença. Além disso, através da observação de determinados comportamentos da criança é possível desconfiar que ela possua paralisia cerebral, como atraso no desenvolvimento motor e a persistência de reflexos primitivos. A cura da paralisia cerebral não existe, mas o tratamento pode ser útil para diminuir os sintomas e as conseqüências da paralisia e as cirurgias ortopédicas podem controlar algumasdeformidades nos braços, mãos, pernas ou pés para estabilizar as articulações e aliviar a dor, se esta estiver presente. A fisioterapia nas crianças com paralisia cerebral pode ajudar a preparar a criança a se preparar para se sentar, levantar, dar alguns passos ou até mesmo caminhar, conseguir pegar objetos e até mesmo se alimentar, embora sempre seja necessária a ajuda de um cuidador para realizar todas estas atividades. A psicomotricidade é um tipo de fisioterapia muito indicada para o tratamento em caso de paralisia cerebral, onde os exercícios devem ser lúdicos e podem ser realizados no chão, num colchão firme ou em cima de uma bola grande, de preferência de frente para um espelho para que o terapeuta tenha um melhor ângulo de visão e para que este também possa ser útil para chamar a atenção da criança. A fisioterapia ajuda a melhorar a postura da criança, o tônus muscular e a respiração; controlar os reflexos, melhorar o tônus e facilitar os movimentos e aumentar a flexibilidade e a amplitude das articulações. As sessões de fisioterapia devem ser preferencialmente realizadas diariamente, mas se a criança for devidamente estimulada todos os dias pelos seus cuidadores, a freqüência da fisioterapia poderá ser de 1 ou 2 vezes por semana. Os exercícios de alongamento devem ser realizada de forma lenta e cuidada, todos os dias. O fortalecimento muscular nem sempre é bem-vindo porque quando há uma lesão central, este tipo de exercício pode reforçar a lesão e aumentar a espasticidade. Figura 11 - Fisioterapia na criança com Paralisia Cerebral http://fisioterapia.com/7-causas-da-paralisia-cerebral-e-como-fisioterapia-atua-no-seu-tratamento/ 2.1.12 – ARTROSE A Artrose é uma doença na qual ocorre uma degeneração e frouxidão da articulação, o que causa sintomas como inchaço, dor e rigidez nas juntas e dificuldade para realizar movimentos. Esta é uma doença degenerativa crônica, que não tem cura mas que pode ser tratada através do uso de remédios que aliviam a dor e inflamação e através da realização de exercícios diários de estimulação e fisioterapia que acabam controlando e retardando o desenvolvimento da doença. A Artrose é uma doença que pode surgir em qualquer articulação, contudo ela é mais comum em certas articulações que incluem: Articulações que sustentam o peso do corpo, como as do quadril e do joelho, provocando dor e dificuldade em caminhar. Articulações da coluna, na região do pescoço ou no final da coluna, causando dor no pescoço e nas costas e dificuldade de movimentação. Articulações das mãos, nas juntas dos dedos e especialmente no polegar, causando sintomas de dor, inchaço, deformações nos dedos, dificuldade para pegar pequenos objetos como canetas ou lápis e falta de força. Articulação do ombro, provocando sintomas de dor no ombro que irradia para o pescoço e dificuldade de movimentação do braço. A artrose é um problema que não tem cura, e o seu tratamento baseia-se na utilização de remédios antiinflamatórios e analgésicos para reduzir a dor e inflamação das articulações e na realização de fisioterapia, exercícios ou hidroterapia. A fisioterapia e os exercícios devem ser realizados diariamente, para que mantenham a movimentação da articulação, fortaleçam e melhorem o seu movimento. Além disso, durante as sessões de fisioterapia poderão ser usados aparelhos eletroestimuladores e de ultrassom que estimulam a articulação, diminuem a inflamação, facilitam a cicatrização e controlam a dor. Nos casos onde a artrose está relacionada com o excesso de peso, os pacientes devem também ser acompanhados por um nutricionista de modo a iniciar uma dieta para perda de peso. Quando existe má postura, deve ser feita pelo fisioterapeuta uma reeducação postural global de forma a diminuir as compensações e dores geradas pela má postura. Geralmente estes tratamentos são o suficiente para o controle da artrose, porém nos casos mais graves onde não existem melhoras e quando a dor permanece, pode ser indicada a colocação de uma prótese articular. Figura 12 - Principais áreas afetadas por artrose http://fisioterapia.com/fisioterapia-no-tratamento-da-osteoartrose/ 3. - QUAL A AREA DE ATUAÇÃO DO ORTOPEDISTA? O médico ortopedista atua em diversas áreas, e dependendo da sua formação ele poderá tratar de pacientes politraumatizados, realizarem cirurgias, tratar de fraturas ósseas simples ou mais complicadas, orientar e tratar pacientes com problemas de postura, má formação óssea, coluna, enfim, especializando-se na área que melhor lhe convier. A especialização hoje, inclusive é vista como um requisito importante no mercado de trabalho, e segundo dados da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), há aproximadamente dez mil ortopedistas atuando em todo o território nacional, e entre eles oito mil com o título concedido pela Sociedade. O ortopedista pode trabalhar em clínicas, consultórios, hospitais e unidades de saúde públicas e privadas. Pode atuar como autônomo, gerindo seu próprio consultório ou clínica, ou fazer parte de equipes médicas em clubes e associações esportivas. O cotidiano desse profissional envolve atividades como: Realizar consultas e coletar dados importantes sobre o paciente Diagnosticar o problema levado pelo paciente Solicitar exames Elaborar tratamentos Indicar equipe de fisioterapia Prescrever medicamentos Acompanhar a recuperação do paciente Realizar cirurgias O ortopedista pode atender pacientes de todas as idades, desde bebês até idosos. Pode, ainda, especializar-se ainda mais, escolhendo tratar apenas de problemas de coluna, joelho, mãos, etc. 4. - QUAL É O CENÁRIO DA ORTOPEDIA NO BRASIL? De acordo com a mais recente pesquisa de Demografia Médica no Brasil, desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) com o apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP), o País tem hoje 13.147 ortopedistas registrados. Isso faz com que o Brasil tenha 6,54 ortopedistas por 100 mil habitantes. A distribuição, no entanto, é bastante irregular. Os estados com a maior quantidade de especialistas são: São Paulo, com 3.819 profissionais registrados, seguido de Minas Gerais (1.419) e Rio de Janeiro (1.417). Do outro lado do espectro, temos três estados do Norte com a menor quantidade de ortopedistas: Roraima, Amapá e Acre. A distribuição entre os gêneros também é desigual: 96% dos ortopedistas são homens. Em número de profissionais, a Ortopedia responde por 4% de todas as especialidades médicas reconhecidas no Brasil e muitos ortopedistas acumulam mais de uma especialização. Dentre elas, as mais populares são, por número de profissionais: Medicina do Trabalho: 499 Cirurgia da Mão: 496 Cirurgia Geral: 391 5. - CONHECENDO A ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR Primeiramente vamos abordar o osso, este representa o arcabouço do aparelho locomotor, mas, além de funções mecânicas é, também, elemento importante no metabolismo de sais minerais, na albergagem de tecido hemopoiético e nervoso, e nas inserções musculares. O osso como um elemento vivo necessita de aporte sanguíneo e a irrigação deve estar compatibilizada com sua estrutura. Basicamente, há vasos epifisários, metafisários e diafisários. Eles penetram no osso através de orifícios que são numerosos nas extremidades, mas que, na região diafisária, são em número de um ou dois, sendo, nesta localização, chamados de forames dos vasos nutrientes. A superfície diafisária recebe, ainda, inúmeros pequenos vasos provenientes do periósteo. Assim que a artéria nutriente penetra no canal medular ela divide-se em um ramo ascendente e outro descendente que se dirigem às extremidades e, à medida que se ramificam, nutrem a medula óssea, endósteoe parte do córtex. No adulto há ampla anastomose entre os ramos terminais da artéria nutriente, vasos epifisários e metafisários, mas, na criança, a cartilagem de crescimento representa uma barreira e normalmente vasos epifisários não se comunicam com os metafisários. Constituem exceção crianças abaixo de 18 meses em que alguns vasos metafisários cruzam a cartilagem de crescimento e penetram no núcleo de ossificação. Estes detalhes de irrigação são importantes para explicar a propagação de afecções infecciosas ou tumorais. Já a articulação representa uma especialização da região de contato entre dois ossos e, basicamente, existe para permitir o movimento, embora algumas articulações como as do crânio sejam estruturadas justamente para impedir a movimentação. As principais articulações dos membros são do tipo diartroses (ou sinoviais) que tem estrutura básica representada pela cartilagem articular que reveste as extremidades ósseas e se assenta em um osso compactado chamado subcondral. Esta cartilagem é altamente especializada de modo a permitir o movimento com o mínimo de atrito e desgaste; é renovável por meio da divisão celular, porém tem capacidade de regeneração muito limitada. As extremidades ósseas são unidas pela cápsula articular que delimita a cavidade articular. A cápsula é revestida internamente pela membrana sinovial que secreta o líquido sinovial, cuja função principal é nutrir a cartilagem articular que é desprovida de vasos. Esta nutrição é realizada por embebição e também por um sistema de bombeamento realizado pela movimentação. O líquido sinovial atua, ainda, como lubrificante e, em situações patológicas, pode ter sua quantidade aumentada, formando o derrame articular. O músculo representa o motor articular, além de ter importante função na estabilização da articulação. Para entender sua ação necessita-se saber a origem, trajeto, inserções e inter-relação com outros músculos. O sistema de contração muscular é complexo e compreende mecanismos voluntários e reflexos. Músculos que atuam conjuntamente para produzir o mesmo movimento são chamados sinérgicos, enquanto que aqueles que têm ação contrária denominam-se antagonistas. O resultado final depende da ação conjunta dos dois grupos, pois, simultaneamente à contração de um músculo há o relaxamento proporcionado do antagonista. O resultado é movimento com estabilidade. Em algumas situações este mecanismo está alterado e há grave perturbação funcional, como nas conseqüências da paralisia cerebral e acidentes vasculares cerebrais. 6. - REALIZANDO TESTES E EXAMES A semiologia ortopédica engloba todos os passos técnicos comuns à semiologia de outros aparelhos e adiciona a avaliação da movimentação articular e alguns testes específicos. O exame deve ser metódico e realizado sempre na mesma seqüência. Preferencialmente, o indivíduo deve ser examinado com o mínimo possível de roupa, principalmente quando as queixas incluem áreas normalmente cobertas. Entretanto, o pudor e o recato do paciente devem ser respeitados. Com crianças obtém-se melhor colaboração se a roupa for retirada aos poucos, à medida que as regiões forem examinadas. A amplitude de movimentação articular é dada em graus, com algumas exceções, considerando-se o ponto "zero" aquele da posição anatômica. Na avaliação da movimentação de uma articulação solicita-se, primeiramente, que o paciente realize alguma movimentação ativa, para depois se pesquisar a movimentação passiva. Assim, o médico tem uma idéia das limitações e dor do paciente e conduzirá seu exame mais adequadamente. A movimentação ativa incorpora, na avaliação, a força muscular, enquanto que a movimentação passiva estuda a excursão articular. Quando algum teste ou manobra forem realizados eles devem ser feitos primeiramente no lado normal ou menos afetado. Alguns exames podem ser feitos para verificar a importância do ortopedista como o Raio-X, as Ressonâncias Magnéticas, Tomografia Computadorizada, Cintilografia Óssea, Ultrassonografia entre outros. Bibliografia http://medicinadoquadril.com.br/site/a-historia-da-ortopedia-e-da-cirurgia-do- quadril/ https://valeriasachi.wordpress.com/tag/historia-da-ortopedia/ http://www.portalsaofrancisco.com.br/calendario-comemorativo/dia-do-ortopedista https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/marketing/funcao-da- fisioterapia-em-traumato-ortopedia-e-reumatologia/58455 https://www.passeidireto.com/arquivo/29290330/ortopedia-e-traumatologia-para-o- academico http://fissioterapia.blogspot.com.br/2012/01/esguince-de-tobillo-lesiones.html https://www.tuasaude.com/tendinite-no-ombro/ http://fisioterapia.com/7-causas-da-paralisia-cerebral-e-como-fisioterapia-atua-no- seu-tratamento/ http://fisioterapia.com/fisioterapia-no-tratamento-da-osteoartrose/ Bibliografia