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CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA

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CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
Art. 286 – Incitação ao Crime
Requisitos: Crime é comum; publicidade da conduta; meio executório livre; a incitação é voltada à prática de crime determinado; dolo genérico; inexigibilidade de individualização do sujeito passivo (crime vago) e da efetiva prática do delito por parte dos incitados (crime formal e de perigo abstrato).
Incitar, no sentido de estimular, instigar.
O incitador responderá pelo art. 286 + o crime efetivamente cometido pelo incitado (em concurso formal).
Meio executório: palavras, gestos, escritos, desenhos, internet, entrevistas etc.
Prática dos seguintes crimes (O dispositivo não abrange a contravenção penal e o ato imoral): Ex.: saques, roubos, estupros, homicídios, lesões etc.
Inaplicabilidade do princípio da insignificância.
CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
Concurso de Crimes: 
Se o crime for contra a segurança nacional = Lei nº 7.170/83;
Se o crime incitado for de genocídio = art. 3º, Lei nº 2889/56;
Se o crime envolver preconceito racial = art. 20, da Lei nº 7.716/89.
Tentativa: admitida apenas na forma escrita.
Manifestações sobre legalização das drogas ou aborto: fato atípico (STF).
Este delito pode trazer intranquilidade social.
Se a incitação for ao suicídio = art. 122, CP
Se a incitação for à prostituição = art. 228, CP ou art. 218-B, CP.
Se houver incitação mutua entre os marginais = art. 288, CP.
Publicamente = em local público ou de acesso ao público.
Exemplos:
Agente que mantém site na internet convocando os maridos traídos a espancarem a esposa até a morte;
Advogado que aconselha, em entrevista a jornal, as pessoas a não pagarem por serviços essenciais, mas efetuarem ligações clandestinas de água, luz, telefone etc.
Líder sindical que, em discurso na porta da empresa, manda aos operários depredarem a indústria;
Político que, em entrevista a rádio, propõe que os empresários passem a sonegar impostos.
CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
Art. 287 – Apologia de crime ou criminoso
Consiste em enaltecer crime já cometido ou o autor de havê-lo praticado.
Requisitos: Publicidade da conduta (atinja número indeterminado de pessoas); referência à fato delituoso real e determinado; não ocorre quando tratar-se de contravenção penal ou ato imoral; meio executório livre. Crime formal e de perigo abstrato.
Apologia = aprovação, elogio, incentivo implícito.
Concurso de Crimes: 
Se o crime foi contra a segurança nacional = art. 22, IV, Lei nº 7.170/83
Autor de crime: pessoa condenada com trânsito em julgado ou pessoa formalmente acusada? Há divisão doutrinária. Alguns entendem que não há a necessidade de condenação (Mirabete), outros que há (Nucci).
Para nós não há a necessidade de que o elogiado tenha sido condenado na Justiça.
Art. 288, CP – ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
Requisitos: Crime de concurso necessário; mínimo de três pessoas; associação necessita ser permanente e estável
 prática de vários crimes; não é exigido o efetivo cometimento dos delitos.
O legislador quis punir os atos preparatórios e a cogitação delinquencial.
Trata-se de crime: comum; de concurso necessário; formal; permanente; de forma livre.
Elemento subjetivo especial do tipo: Para o fim específico de cometer crimes.
Excluídas as contravenções penais e os atos imorais.
Associar é agrupar, unir, reunir.
Número mínimo de pessoas associadas: três.
Diferença da organização criminosa (exigência de 4 ou mais pessoas)
Art. 288, CP – ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
Trata-se de crime autônomo em relação aos crimes praticados pela associação.
A condenação simultânea do roubo qualificado com emprego de arma de fogo e a associação criminosa armada não configura um bis in idem. Haverá concurso material de crimes.
Forma Qualificada.
Se tratarem-se de crimes: hediondos, tortura, tráfico de drogas (reclusão de 3 a 10 anos e multa) ou terrorismo, a pena do art. 288,CP, será de 3 a 6 anos de reclusão. Continua sendo associação criminosa, mas com a pena majorada (art. 8º, Lei nº 8.072/90).
Delação Premiada
Delação Premiada. 
O participante e o associado que denunciar à autoridade a associação criminosa, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços. Previsto no art. 8º, Parágrafo único, da Lei nº 8.072/90 (Crimes Hediondos).
Haverá delação premiada, ainda, com a redução proposta da pena, nos casos de:
Crimes financeiros (art. 25, da Lei nº 7.492/86;
Crimes tributários (art. 16, da Lei nº 8.137/90).
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
O Problema da identificação dos três integrantes da associação: Identificado pelo menos um integrante, e havendo provas testemunhais da existência dos outros dois, não identificados, o delito se caracterizou.
Se estivéssemos a exigir a identificação dos três integrantes estaríamos diante de uma possível impunidade.
O Problema da composição dos integrantes da associação:
Não se exige que todos sejam imputáveis (podem ser dois maiores e um menor de 18 anos).
É mister que o terceiro integrante tenha compreensão do que esteja fazendo, senão o grupo não poderá ser considerado associação. 
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
Caso os integrantes não cometam crimes, mas crime, a questão será resolvida pelo concurso eventual de agentes. 
Da mesma forma, se apenas houver dois integrantes da associação, o crime ser-lhes-á atribuído a título de concurso eventual de agentes.
O Parágrafo único: trata-se de causa de aumento de pena até a 1/2 se a associação é armada, ou se houver a participação de criança ou adolescente.
Quantos precisam estar armados para que o aumento seja aplicado? 
Qual o tipo de arma que justificaria o aumento de pena: própria ou imprópria? 
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
Movimento dos Sem –Terra não caracteriza quadrilha ou bando.
Trata-se de crime comum, formal, de forma livre, permanente, de perigo abstrato, não admite a tentativa.
Crime efetivo praticado: O agente responde em concurso material com o art. 288, CP. Tratam-se de crimes autônomos.
Exceções:
Crimes Hediondos: art. 8º, da Lei nº 8.072/90;
Tráfico de Drogas: art. 35, da Lei nº 11.343/06;
Genocídio: art. 2º, Lei nº 2.889/56;
Segurança Nacional: arts. 16 e 24, Lei nº 7.170/83.
Diferença entre ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA e Outros delitos em concurso eventual
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA :
Concurso necessário de agentes
Estabilidade da associação
Grupo permanente
Prática de crimes
Outros crimes com vários autores:
Concurso eventual de agentes
Momentaneidade da associação
Grupo ocasional
Prática de crime
Art. 288-A – Constituição de milícia privada
“Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código”.
Neste tipo penal, que é uma extensão do delito de associação criminosa, a intenção do legislador foi punir os grupos que atuam na morte de pessoas, como anteriormente havia o esquadrão da morte, e as milícias paramilitares, que agiam na execução de delinquentes.
CONSTITUIÇÃO DE MILÍCIA PRIVADA
Na maioria das vezes as milícias privadas acabam substituindo as forças policiais dos Estados, agindo com vingança privada.
Trata-se de crime comum, doloso, formal, de perigo comum, de forma livre, permanente. Sujeito passivo é a coletividade.
A consumação do delito ocorre no momento em que os agentes constituírem, organizarem, integrarem ou custearem milícia, grupo ou esquadrão, independentemente de praticarem os crimes para os quais suas condutas convergiram (crime formal).
Diferença entre o art. 288 e 288-A: Art. 288, CP, prática de crimes previstos ou não no CP; Art. 288-A, prática de crimes previstos CP;
Ex.: Se um esquadrão da morte praticar crimes de torturas, não incidirá o art. 288-A, e sim, o art. 288, com a pena prevista no art. 8º, Lei nº 8.072/90.
CONSTITUIÇÃO DE MILÍCIA PRIVADA
Pena do art. 288 = reclusão de 1 a 3 anos; 288-A = reclusão de 4 a 8 anos.
Na milícia privada não houve previsão de aumento de pena no caso da mesma ser armada, pois é da essência da milícia o uso de armas de
fogo.
Havendo porte ilegal de armas de fogo por parte dos milicianos, ocorrerá o concurso de crimes.
Distinção da organização criminosa: Para que haja organização criminosa devem se associar 4 ou mais pessoas; as infrações cometidas devem ter penas superiores a 4 anos ou que sejam de caráter transnacional; com o objetivo de vantagem de qualquer natureza.
Não obstante isso, existem pontos de contato entre o crime organizado e as milícias.
CONSTITUIÇÃO DE MILÍCIA PRIVADA
Os objetivos da milícia privada estão voltados à implantação de um regime de terror na comunidade, a fim de obtenção de lucros com o fornecimento de serviços ou produtos. 
A organização criminosa pratica atividades de crimes com penas superiores a 4 anos, ou de caráter transnacional, o que não é exigido das milícias locais.
Número mínimo de integrantes de uma milícia: silêncio legislativo. Parte da doutrina (Alberto Silva Franco, Dirceu Barros e Rogério Greco, entendem que o tipo requer o mínimo de quatro pessoas). Esta é a nossa posição.

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