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Prescrição e Decadência Tributário

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PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO
	O Código Tributário Nacional diferencia e distingue com certa precisão a prescrição da decadência (ou preclusão). Dando aos dois institutos, entretanto, efeitos tidos como idênticos. Nas duas modalidades extingue-se o crédito tributário.
	José Maria Rosa Tesheiner, em seu artigo publicado na revista consultor jurídico, nos ensina a diferença entre os dois institutos, vejamos:
“E também a obrigação tributária (art. 13, § 1.). Dessa identificação, quanto à eficácia, resultam as seguintes conseqüências: a) no plano teórico, a verificação de que o Código Tributário Nacional, embora se refira aos dois institutos, apenas toma conhecimento de um (ao contrário do Código Civil, que de ambos conhece, embora mencione apenas a prescrição); b) no plano prático, a afirmação de que o juiz pode declarar, de ofício, a “prescrição” da obrigação tributária, bem como a constatação da ilegalidade do ato administrativo de recusa do fornecimento de certidão negativa, depois de consumada a “prescrição”.
Tais conclusões decorrem necessariamente do texto legal, desde que se saiba o que significam prescrição e decadência. Por estas paragens buscamos o auxílio e guia das juristas, daí as numerosas citações que encontrará.”
	Os prazos prescricionais servem à paz social e à segurança jurídica. Não destroem o direito, que é; não cancelam, não apagam as pretensões; apenas, encobrindo a eficácia da pretensão, atendem à conveniência de que não perdure por demasiado tempo a exigibilidade ou a acionabilidade.
	Quando se diz que “prescreveu o direito” emprega-se elipse reprovável, porque em verdade se quis dizer que “o direito teve prescrita a pretensão (ou a ação), que dele se irradiava ou teve prescritas todas as pretensões (ou ações) que dele se irradiavam”. Quando se diz “dívida prescrita” elipticamente se exprime “dívida com pretensão encobrível (ou já encoberta) por exceção de prescrição”. Muito diferente é o que se passa quando se diz “pretensão prescrita”, ou “ação prescrita”. A pretensão prescrita é a pretensão encobrível (ou já encoberta) por exceção de prescrição.
	Decadência - define ANTÔNIO LUIS DA CÁMARA LEAL - é a extinção do direito pela inércia de seu titular, quando sua eficácia foi, de origem, subordinada à condição de seu exercício dentro de um prazo prefixado, e este se esgotou sem que esse exercício se tivesse verificado. Entre a decadência, que aniquila, e a prescrição, que apenas paralisa, aponta os seguintes traços diferenciais:
1º - A decadência extingue o direito; a prescrição tem por objeto a ação.
2º - O prazo de decadência começa a correr desde o momento em que o direito nasce; a prescrição, desde o momento em que o direito é violado, ameaçado ou desrespeitado (porque nesse momento é que nasce a ação, contra a qual a prescrição se dirige).
3º - A decadência supõe um direito que, embora nascido, não se tornou efetivo pela falta de exercício. A prescrição supõe um direito nascido e efetivo, mas que pereceu pela falta de proteção pela ação, contra a violação sofrida (Antônio Luis da Câmara).
	Seguindo-o e ultrapassando-o, conclui AGNELO AMORIM FILHO:
“Estão sujeitas a prescrição (indiretamente, isto é, em virtude da prescrição da pretensão a que correspondem): todas as ações condenatórias, e somente elas; Estão sujeitas a decadência (indiretamente, isto é, em virtude da decadência do direito potestativo a que correspondem): - as ações constitutivas que têm prazo especial de exercício fixado em lei”.
	Tanto a prescrição quanto a decadência supõem o decurso do tempo e a inércia do titular do direito. Mas a prescrição limita-se a tornar encobrível à eficácia da pretensão, ao passo que a decadência extingue o direito. A prescrição é uma exceção e, como tal, exige declaração de vontade. O decurso do prazo prescricional outorga ao devedor a faculdade de recusar a prestação. O exercício desta faculdade encobre a eficácia da pretensão. A decadência não é exceção. É fato extintivo de direito. E, por isso, pode ser declarada, de ofício, pelo juiz.
	Em verdade, o CTN prevê prazos preclusivos, dai surgiria a obrigação tributária ao contribuinte e nasce para a Fazenda Pública o direito em poder constituir o crédito tributário, observando o prazo decadencial dos cinco anos, e que não estão sujeitos a ser interrompidos ou suspensos.
	No momento em que constituir o crédito tributário contra o contribuinte, as Fazendas terão o direito de haver a prestação tributária, direito que será extinto, somente estiver decorrido 05 (cinco) anos.
	Neste segundo prazo, tem-se que fora denominado “prescricional”, de forma imprópria, que esta, sujeito a interrupção e também a suspensão.
	Nesta circunstância, temos que, de forma absolutamente acidental, um prazo admitiria, e o outro não, a suspensão e a interrupção distingue a “decadência” da “prescrição”.
LANÇAMENTO POR OFÍCIO
	O Código Tributário especificamente em seu artigo 148 descreve que, no lançamento de ofício será o lançamento efetuado pela Fazenda com base nas informações que possui em seus registros.
“Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial.”
	O lançamento de ofício é afirmado por alguns autores, pois, este lançamento será efetuado pela Fazenda, pelo ofício de praxe que exerce.
	Unilateral porque participa do lançamento apenas a autoridade administrativa, e direto devido à participação direta e exclusiva da mesma autoridade. É o caso do IPTU, onde a própria autoridade verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito passivo e propõe a aplicação da pena cabível, se for o caso (art. 142 CTN).
	Frise-se que, outro ponto que merece atenção e tem que ser destacado, diz respeito, o direito a “ampla defesa” que assiste o contribuinte, em “impugnar” mesmo nos casos em que os lançamentos dos créditos tributários, decorrerem de sua própria declaração.
	O Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao apreciar matéria em caso análogo decidiu reiteradamente que, o contribuinte terá direito em impugnar o lançamento dos créditos tributários efetuados com base em sua declaração, isto é, o devedor do crédito tributário poderá apresentar sua defesa na esfera administrativa mesmo em casos da cobrança ser feita sem a expedição do auto de infração.
	Deveras, é um procedimento até certo ponto rotineiro do Ente Público, e será principal no caso da Secretaria da Receita Federal e das Secretarias das Fazendas estaduais e distritais, ao efetuarem os lançamentos dos tributos sem a expedição do auto de infração pelo fundamento em declarações feitas por contribuinte.
	Nestes casos, o entendimento das Fazendas, ao contribuinte não terá direito de impugnar o lançamento e, caso, não seja pago através da “cobrança amigável”, o crédito tributário deverá ser inscrito na dívida ativa para se cobrado judicialmente, nos termos da Lei 8.630/80 – LEF.
	Nesse sentido, nossa Corte Superior (STJ) vem decidindo que o contribuinte poderá impugnar o lançamento dos tributos, mesmo nos casos que for efetuado com base em suas próprias declarações, sem auto de infração.
	A corte decidiu que a impugnação do lançamento do crédito tributário é uma possibilidade prevista pelo Código Tributário Nacional (CTN) que não distingue qual tipo de lançamento pode ser objeto de impugnação.
	Se o código tributário não vem discriminando qual o tipo de lançamento que se pode impugnar, não compete às fazendas públicas fazê-lo.
	Ao contrário do que pode parecer, a decisão étão importante se considerar que, durante o julgamento da impugnação que pode durar até quatro anos, a exigibilidade do crédito tributário respectivo ficaria suspensa e o contribuinte tem direito a “certidão negativa”.
	Devemos, a propósito, transcrever o resumo da decisão proferida pelo STJ:
“TRIBUTÁRIO - LANÇAMENTO COM BASE NA DECLARAÇÃO DO CONTRIBUINTE - ERRO - IMPUGNAÇÃO – POSSIBILIDADE - APLICAÇÃO DA REGRA DE QUE ONDE A LEI NÃO DISTINGUE NÃO CABE AO INTÉRPRETE DISTINGUIR.
1. O CTN prevê a possibilidade de impugnação, mesmo do lançamento com base na declaração efetuada pelo contribuinte, posto que, além de tratar-se de ato administrativo, o dispositivo de regência não faz referência a que tipo de lançamento pode ser alvo de impugnação, ou não, não podendo o intérprete distinguir onde a lei não distingue, como pontifica avelhantado brocardo jurídico.
2. Destarte, se o lançamento notificado pode ser alterado pelo sujeito passivo, é evidente que conspira em favor da interpretação teleológica das regras do sistema a possibilidade de o sujeito passivo antecipar-se. 3. Num sistema tributário em que se admite a “denúncia espontânea”, revela-se incompatível vedar-se a retificação ex-officio do auto lançamento, acaso engendrado “tempestivamente”.
4. Recurso desprovido.”
	Em vista da ementa do STJ, o contribuinte que, porventura, receber uma “cobrança amigável” de declarações fornecidas para as receitas estaduais e distritais ou para a federal, nos casos que não expedir notificação ou até mesmo o auto de infração, devendo impugnar o auto de infração, protocolar defesa administrativa contra a referida cobrança.
	Nos casos das Fazendas Públicas, ao apreciar o recurso do contribuinte e a este recusar julgamento, deverás bater as portas do Judiciário, para ver satisfeito seu direito.
	Já a decadência em casos de lançamento por ofício, nesses casos, contar-se o prazo decadencial, o direito de constituir um crédito tributário passado cinco anos, a contar do 1º dia do exercício seguinte que poderia ter sido lançado o tributo (Inteligência do artigo 173, I, CTN).
	Enquanto a prescrição começar-se ia contar, a partir do exato momento do lançamento, e que levaria a constituir definitivamente o crédito tributário, contados mais 05 (cinco) anos (artigo 174 do Código Tributário Nacional).
	Concluí que a modalidade deste lançamento ocorrerá somente após prévia notificação ao contribuinte.
LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO
	Na doutrina é costumado ser denominado de “lançamento por declaração” naqueles que o contribuinte irá prestar as devidas informações as autoridades fazendária para a exigência fiscal.
	Ao ser prestado as informações o contribuinte acaba por viabilizar o lançamento do respectivo crédito tributário.
	Não podemos confundir a diferença entre o lançamento “por declaração”, e a declaração que será preenchida e depois remetida a Fazenda - nesta hipótese terá lançamento “por homologação”.
	Muitos vêm dizendo que, nos casos em que se tratar de impostos a serem lançados “ex officio”, o primeiro lançamento poderá ser por “declaração”.
	Podemos citar como exemplo o Imposto Predial Territorial Urbano – pois, o contribuinte vai à Fazenda Municipal e “declara” a propriedade imobiliária, cientificando o Fisco Municipal sobre elementos imprescindíveis ao lançamento do tributo.
	Com base neste primeiro lançamento, e com base nas “declarações” do contribuinte, o carnê de IPTU deverá ser enviado anualmente ao domicílio – hipótese de “lançamento de ofício”.
	No CTN em seu artigo 174 demonstra de forma clara o lançamento por declaração, sendo o lançamento efetuado por declarações fornecidas pelo contribuinte ou por terceiros e desse precede o lançamento.
“Art. 147 - O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.”
	De acordo com Melo, nessa modalidade de lançamento, a relação Fisco e sujeito passivo é a seguinte:
“O devedor tem a obrigação de informar ao Fisco todas as operações, estados, fatos e situações ocorridos num determinado período de tempo, em razão do que a Fazenda tem condição de adequá-los à legislação aplicável e emitir o ato de lançamento.
O lançamento por declaração ocorre nos caso de o contribuinte cometer erros, apuráveis no exame da declaração, estes serão retificados pela autoridade administrativa de ofício.
Outrossim, a retificação da declaração por iniciativa do contribuinte ou declarante, quando vise reduzir ou excluir o tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde e antes de notificado o lançamento (art.147, § 1o., do CTN).”
	Temos, em tese, outro problema que está na restrição que será possível corrigirem os erros antes de notificarem o lançamento. Em caso de ser lançado pelo fisco, e vir a descobrir que está cobrando valores a maior, deverá, de ofício, corrigir o erro. Ou, até mesmo se estiver cobrando crédito a menor (ver art. 149 do CTN).
	O lançamento por declaração é utilizado, por exemplo, em relação ao imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis e direitos a estes relativos – ITBI, bem como no imposto sobre transmissão causa mortis e doação – ITCD[21].
VITTORIO CASSONE[22] aponta o Imposto de Renda como sujeito ao lançamento por declaração.
	Na segunda hipótese, tem se que, conforme § 2º, “os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.”
Transcrevo trecho da ementa constante do acórdão exarado pelo STJ[23]:
“TRIBUTÁRIO - REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DE DRAWBACK SUSPENSÃO - DESCUMPRIMENTO - INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO E DO IPI - DESNECESSIDADE DE LANÇAMENTO - INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO ART. 142 DO CTN - DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO CONFIGURADO. 1. Inexistindo similitude fática entre acórdãos confrontados, não se conhece do especial pela alínea "c" do permissivo constitucional. 2. O regime de drawback, instituído pelo Decreto-lei 37/66, consiste na suspensão ou eliminação de tributos incidentes sobre insumos importados para utilização em produto a ser exportado, servindo de incentivo às exportações. 3. Para ter direito ao benefício, a empresa apresenta a declaração de importação, identificando, assim, a natureza da operação, o importador, o país de procedência, as especificações do produto e o código da receita dos tributos devidos, além do termo de responsabilidade. Outros documentos detalham a exportação, cujas condições ficam registradas em Ato Concessório. 4. Na operação de drawback há fato gerador e incidência do Imposto de Importação e do IPI, quando do desembaraço aduaneiro, com suspensão da exigibilidade, até a efetiva comprovação da exportação, nos moldes acordados. 5. Descumpridas as condições, tornam-se exigíveis os impostos suspensos, independentemente de constituição formal do crédito tributário (lançamento), o que afasta a alegada infringência ao art. 142 do CTN.” (g.n.s.)
	A Decadência no lançamento por declaração, contara a partir do momento em que o contribuinte declarar ao Fisco, pelo prazo de 05 (cinco) anos. A prescrição deverá ser contada (prazo de cinco anos), quando o contribuinte declarar, no momento em que recolher aos cofres da(s) Fazenda(s) Pública(s) o tributo.
	Portanto, as informações que foram prestadas apenas servirão de auxilio em fiscalização para conferir a exatidão do valor recolhido.
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO
	O Sistema Tributário adotado no Brasil na CRF/1988 seguindo trilhas já percorridas pelos que, sobre a matéria, dispunha a CRF/1967 (especialmente depois da Emenda Constitucional nº 1, de 17.10.69) e, principalmente, da Emenda nº 18/65 que alterara a Carta Magna de 1946.
	Por isso, a sistemática, não introduziu, porém, de forma superficial incrementou, de certa forma até importante, a utilização dos por ela chamados tributos nosmoldes de tributo por homologação.
	A evolução das áreas econômicas do País, e as crescentes necessidades da Fazenda, com o aumento do número de contribuintes, viram se a ineficiência de contratar uma quantidade proporcional de fiscais, e por isso conduziram nossos legisladores à incrementação da sistemática do que os juristas italianos - que também largamente se utilizaram desta técnica tributária chamaram de “accertamento”.
	O lançamento por homologação do tributo ou de autolançamento é descrito no art. 150, do Código Tributário Nacional, prevendo o lançamento por homologação ser modalidade, na qual atribui ao contribuinte à incumbência de apurar e recolher antecipadamente o tributo sem o exame da Fazenda Pública.
“Art. 150 - O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.”
	Nas hipóteses do lançamento por homologação, distinguimos ser aquele em que a lei atribui ao contribuinte, toda a série de tarefas necessárias à constituição do crédito tributário.
	O Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula 436 nos seguintes termos:
“A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo o débito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer providencia por parte do Fisco”. (negritei)
	Será um “dever” e de forma “usual”, que o contribuinte do imposto emita documentos fiscais, escriture livros em que demonstrem a determinação da base de cálculo obtendo o produto pela alíquota, apurando o montante devido, sendo obrigado a recolher, sem interferência da Fazenda Pública.
	Não sendo fixado prazo para homologar, será de 05 (cinco) anos a contar da ocorrência do fato gerador; expirando esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação (art. 150 § 4o., do CTN).
Decadência
	Consoante esclarece o Ministro Humberto Martins: “no direito tributário, o Código Tributário Nacional diferenciou decadência e prescrição, tratando da primeira no art. 173 e da segunda no art. 174. A concepção dominante é de que existe a decadência do direito de lançar, ou seja, de constituir o crédito tributário, nos prazos estabelecidos no primeiro dispositivo acima, enquanto a prescrição relaciona-se, posteriormente, com o exercício da ação dê cobrança pelo Fisco do crédito tributário já devidamente constituído.” 
	Em tese, o prazo decadencial, se inicia no primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele em que o tributo poderia ter sido lançado. Cabem as ressalvas aos tributos submetidos ao lançamento por homologação, se houve antes da notificação do sujeito passivo, medida preparatória indispensável ao lançamento, o início do prazo decadencial é antecipado para a data dessa notificação. A notificação feita depois de iniciado o prazo decadencial não o interrompe nem o suspende.
 
	No que tange a decadência, seu prazo inicial conta-se, nos termos do art. 150, § 4º, para os casos sujeitos ao lançamento por homologação da ocorrência do fato gerador.
 
	Para os demais tipos de lançamento, inicia-se do primeiro dia do exercício seguinte à aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do art. 173, I do CTN.
	Se o lançamento foi anulado por vício formal, contar-se-á da data em que se tornar definitiva a decisão anulatória, nos termos do art. 173, II do CTN.
	Por sua vez, se houve a notificação de medida preparatória do lançamento, antes de iniciado o curso da decadência, contar-se-á da data da notificação, nos termos do art. 173, § único do CTN.
 
Da prescrição
	Como já exposto, constituído definitivamente o crédito tributário, mediante lançamento, com a notificação do contribuinte inicia-se o prazo prescricional.
	O termo inicial é o primeiro dia do exercício seguinte em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
	Por sua vez, a questão não é pacífica, uma vez que temos as seguintes divergências teóricas quanto ao momento da constituição do crédito, no que tange ao seu marco inicial, vejamos:
1ª - Da notificação do sujeito passivo para pagar o impugnar o lançamento;
2ª – Da decisão de primeira instância administrativa;
3ª – Da decisão de segunda instância administrativa;
4ª - Da decisão definitiva na esfera administrativa
5ª – Da inscrição na Dívida Ativa.
	Consoante o Professor Kiyoshi Harada, a decisão administrativa não tem o condão de constituir o crédito, posto que já estava constituído nos termos dos artigos 142 e 145 do CTN, ora transcrito :
Esta fase administrativa de solução da lide nada tem a ver com o procedimento administrativo do lançamento em que não se cogita de aplicação do princípio contraditório e ampla defesa, por se tratar de direito potestativo da Fazenda de constituir o crédito tributário.
Há um equivoco na tese sustentada por parte da doutrina e da jurisprudência no sentido de que o crédito tributário só se constitui definitivamente com a decisão irreformável na esfera administrativa, porque o recurso administrativo poderá resultar em modificação do lançamento.
Ora, a decisão administrativa não tem o condão de constituir o crédito que já estava constituído nos termos dos artigos 142 e 145 do CTN. Essa decisão tem o condão apenas de desconstituir o crédito tributário extinguindo-o (art. 156, IX do CTN) caso o lançamento tenha incorrido em alguma irregularidade formal ou material.
	Assim, o prazo prescricional deverá será contado a partir do dia em que a ação de exigência do tributo pode ser praticada.
	Uma vez efetuada a notificação e o tributo não tiver sido impugnado na fase administrativa, o contribuinte terá prazo de 30 dias para efetuar seu pagamento.
	Não o fazendo, o crédito torna-se exigível, momento incidirá o dies a quo do prazo prescricional.
	Não há, contudo que se falar em transcurso de prazo prescricional, nesse interregno, posto que o contribuinte poderá recolher o tributo, inexistindo, portanto interesse processual à Fazenda para ajuizar a execução fiscal.
	A dificuldade está na verificação do termo inicial - dies a quo.
 
	O Ministro Luis Fux em voto de sua lavra elucida a questão declinando expressamente em Agravo Regimental no Ag. 898911/PR que :
3. Deveras, assim como ocorre com a decadência do direito de constituir o crédito tributário, a prescrição do direito de cobrança judicial pelo Fisco encontra-se disciplinada em cinco regras jurídicas gerais e abstratas, a saber:
(a) regra da prescrição do direito do Fisco nas hipóteses em que a constituição do crédito se dá mediante ato de formalização praticado pelo contribuinte(tributos sujeitos a lançamento por homologação);
(b) regra da prescrição do direito do Fisco com constituição do crédito pelo contribuinte e com suspensão da exigibilidade;
(c) regra da prescrição do direito do Fisco com lançamento tributário ex officio;
(d) regra da prescrição do direito do Fisco com lançamento e com suspensão da exigibilidade; e
(e) regra de reinício do prazo de prescrição do direito do Fisco decorrente de causas interruptivas do prazo prescricional.”  (instituídas pela LC 118/05)
E conclui: Consoante cediço, as aludidas regras prescricionais revelam prazo qüinqüenal com dies a quo diversos.
O dies a quo para os tributos declarados pelo contribuinte, mediante DCTF, GIA, tributos sujeitos à homologação, em que não houve o pagamento antecipado, se dará na data do vencimento para o pagamento da obrigação. (desde que não haja qualquer causa suspensiva de sua exigibilidade).
	Se o Fisco constitui o crédito tributário, mediante lançamento, inexistindo quaisquer causas de suspensão da exigibilidade ou de interrupção da prescrição, o prazo prescricional conta-se da data da notificação do contribuinte, do lançamento tributário,nos termos dos artigos 145 e 174 do CTN.
	Se, por outro lado sobrevier causa de suspensão de exigibilidade, antes do vencimento do prazo para pagamento do crédito tributário (lançamento por homologação), se não reiniciado o prazo nos termos do Parágrafo Único do art. 174, será o reinício se dará a partir da data do desaparecimento da suspensão da exigibilidade.
	Havendo causa interruptiva da prescrição, ou mesmo de reinicio da contagem do prazo, também deverá ser contado o novo prazo prescricional do momento em que o Fisco deveria exigir o tributo e não o fez.
	Assim, contar-se-á com o vencimento do crédito tributário, regularmente constituído por declaração formal do contribuinte, pelo lançamento ou após julgamento de recurso administrativo. Nesse sentido as decisões: REsp nº 673.585/PR, Rel. Minª Eliana Calmon, REsp nº 671.219/RS, Rel.Min. Teori Albino Zavascki; REsp nº 671043/PR, Rel. Minª Denise Arruda do STJ.
	A prescrição na seara tributária, ainda gera uma gama imensa de dúvidas, seja por ser tratada como forma de extinção do crédito tributário, seja em razão de sua suspensão ou interrupção, ou mesmo diante da suspensão da exigibilidade do tributo enquanto pendente de julgamento na fase administrativa.
	Dentre elas, há a divergência quanto ao prazo do reconhecimento da prescrição intercorrente na execução fiscal, após as edições das Leis 11.051/2004 e Complementar 118/05.
Da prescrição intercorrente
	A prescrição intercorrente, por seu turno, ocorre no curso da Execução Fiscal, tendo-se em vista a inércia da Fazenda Pública em localizar o contribuinte e promover o devido andamento do feito.
	Uma vez suspenso o processo executivo fiscal pelo art. 40 da LEF, por um ano, reiniciava-se o prazo prescricional de 5 anos, isto, antes da edição da Lei Complementar 118/05.
	A Lei Complementar nº 118/05 promoveu uma série de alterações no CTN, objetivando a sua adaptabilidade à nova Lei de Falências  (Lei nº 11.101/05).
	Dentre as mudanças fundamentais instituídas pela referida Lei, temos a modificação da redação do artigo 174, § único, inciso I, do CTN, estabelecendo a causa interruptiva do prazo prescricional para a propositura de ação de cobrança do crédito tributário.
	Isso foi feito, declinando o prazo prescricional será interrompido pelo despacho do Juiz que determinar a citação do devedor, dentro do prazo de 5 (cinco) anos, está interrompido o prazo prescricional.
	A Ministra Eliana Calmon do Superior Tribunal de Justiça, em relatório e voto proferido em sede REsp 1034191 (2008/0041920-0 - 26/05/2008) assim se manifestou:
 
“Sobre a prescrição intercorrente, a jurisprudência do STJ sempre foi no sentido de que, em execução fiscal, o despacho que ordenar a citação não interrompe a prescrição, uma vez que somente a citação pessoal tem esse efeito, devendo prevalecer o disposto no artigo 174 do CTN sobre o artigo 8º, § 2º, da Lei n. 6.830/80.
Conseqüentemente, somente a citação regular interrompe a prescrição, mas esta, quando tratar de direitos patrimoniais, não pode ser decretada de ofício.
Ocorre que, com o advento da Lei n. 11.051, de 29.12.2004, que acrescentou o §4º ao art. 40 da Lei n. 6.830/80, tornou-se possível à decretação ex officio da prescrição pelo juiz, mas somente nos casos de prescrição intercorrente, após ouvido o representante da Fazenda Pública, consoante o texto da Lei n. 11.051/2004 abaixo trasladado, in verbis:
"Art. 6o - O art. 40 da Lei n. 6.830, de 22 de setembro de 1980, passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 40 (...)
§ 4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato."
Registre-se, ainda, que, com o advento da Lei n. 11.280, de 16.2.2006, com vigência a partir de 17.5.2006, o art. 219, § 5º, do CPC passou a viger com a seguinte redação: "O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição ."
Cumpre, antes de tudo, entender que a prescrição intercorrente, consoante aplicação, é resultante de construção doutrinária e jurisprudencial para punir a negligência do titular de direito e também para prestigiar o princípio da segurança jurídica, que não se coaduna com a eternização de pendências administrativas ou judiciais. Assim, quando determinado processo administrativo ou judicial fica paralisado por um tempo longo, por desídia da Fazenda Pública, embora interrompido ou suspenso o prazo prescricional, este começa a fluir novamente. Portanto, a prescrição intercorrente pressupõe a preexistência de processo administrativo ou judicial, cujo prazo prescricional havia sido interrompido pela citação ou pelo despacho que ordenar a citação, conforme inciso I, do parágrafo único do art. 174 do CTN, com a redação que lhe foi dada pela Lei Complementar nº 118, de 9-2-2005. Portanto, a prescrição intercorrente é aquela que diz respeito ao reinício da contagem do prazo extintivo após ter sido interrompido.” (grifos nossos)
	Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, o processo será suspenso por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente. (Súmula 314 do STJ) Insta observar, contudo que a aplicação da Lei Complementar 118/05, não é retroativa.
	A disparidade verifica-se no processo administrativo, uma vez que neste não há que aduzir a prescrição intercorrente, consoante entendimento uníssono do STJ, para quem a exigibilidade do crédito encontra-se suspensa – art. 151, III do CTN.
Estando suspensa a exigibilidade do crédito tributário, não há que se aduzir a sua prescrição, posição essa que muitos contribuintes contestam diante da morosidade dos processos administrativos fiscais, e diante da ordem pública da natureza da norma instituidora da prescrição e decadência.

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