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CCA0138 – COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA Aula 14: A Semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária A SEMIÓTICA E A ANÁLISE DA LINGUAGEM PUBLICITÁRIA 1 PRÓXIMOS PASSOS Comunicação e Semiótica A Semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • Historicamente, no Brasil, a Comunicação Social iniciou-se no século XIX com a publicidade. Segundo pesquisa de Ivani Abib (2002), os primeiros anúncios impressos de que se tem notícia são encontrados na Gazeta do Rio de Janeiro, do ano de 1808. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • O teor desses “reclames” (antigo nome do anúncio e da propaganda) relacionava-se, muitas vezes, à comercialização de uma mercadoria valiosa para senhores de escravos, como atesta o texto: “Fugiu um escravo de nome Adão, de idade de 40 anos mais ou menos... quem o apreender e entregar a seu senhor receberá a gratificação de seu trabalho.” Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • Em 1875, nos jornais Mequetrefe e Mosquito, se encontram os primeiros anúncios com ilustrações, litogravuras e desenhos. A partir de 1900, a propaganda brasileira entra em uma nova fase; os pequenos classificados perdem em importância para anúncios com ilustrações; artistas e poetas passam a fazer parte desse novo contexto publicitário. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • A sociedade de consumo passa a se desenvolver rapidamente, tornando-se a propaganda uma inevitável condição para sua manutenção e fonte do desenvolvimento do sistema capitalista. Firmam-se os papéis sociais de proprietário, de produtor e de comprador, assim como o de objeto de valor, mercadoria livremente negociada, mas certamente prestigiada e valorizada pela divulgação da excelência de seu valor como objeto. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • Delimitam-se, então, a chamada propaganda ou publicidade de prestígio em que as indústrias constroem uma imagem que, anunciada, se torna duradoura junto ao público; e a propaganda ou publicidade industrial, na qual, a empresa anuncia seus produtos a outras empresas, dando maior ênfase às informações concretas e interativas próprias do processo de comunicação de uma sociedade de consumo e cultura. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • Alguns autores utilizam os termos propaganda e publicidade como sinônimos. Antônio Sandmann (1993), apesar de usar o primeiro de forma a abranger o segundo, reconhece que algumas línguas diferenciam seu emprego, pois utilizam o termo propaganda exclusivamente para propagação de ideias (políticas, sociais, ideológicas, religiosas ou outras); e publicidade, para a venda de produtos e serviços. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • Em português, o termo publicidade também é utilizado para a venda de produtos e serviços, mas propaganda tem sido empregado tanto para ideias como para produtos, razão por que Sandmann e outros privilegiam seu uso nas duas situações. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • Para atender ao destinatário atual, a publicidade procura manifestar-se em várias linguagens, a fim de conquistar seu público pela argumentatividade no plano tanto inteligível como sensível, pois afiançam Torben Vestergaard & Kim Schroder (1996) “não só a publicidade contribui para que os produtos pareçam esteticamente os mais agradáveis possíveis como também o anúncio se converte em uma realização estética”. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • O apelo visual pode se tornar imprescindível para que o público dê preferência à marca em questão. Desse modo, nos anúncios de produtos semelhantes, é essencial que a empresa publicitária crie e ofereça um motivo especial para que o consumidor prefira o seu objeto, ou seja, a sua marca à dos concorrentes. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • A ampliação do inteligível pelo sensível motivou as vanguardas a estimular o envolvimento dos artistas com a linguagem publicitária. Confirma-se, assim, na publicidade, a importância da visualidade da escrita e o interesse pela criação intersemiótica. As técnicas publicitárias têm, portanto, evoluído e se aprimorado com o objetivo de incorporar valores artísticos e atingir público cada vez mais exigente e refinado pelo cosmopolitismo e, se necessário, chocando-o por meio de recursos originais. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • As técnicas da excelência publicitária implicam, por conseguinte, conhecer o público, refinar o aspecto trivial do objeto oferecido a fim de enobrecê-lo ou revitalizá-lo ilusoriamente para que o destinatário o compre e o use. Nesse sentido, pode-se dizer, que a publicidade alcança o estatuto de um discurso autoritário, pois sendo cada vez mais competitivo o mercado, usa de todo e qualquer recurso de manipulação não apenas para atingir o comprador, mas principalmente para "lhe tirar a opção de não comprar”. (CITELLI, 1991) Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • Analisar a matéria publicitária implica examinar o texto e seu contexto, pois ambos revelam particularidades da natureza do plano de expressão e de conteúdo, motivando o leitor a focalizar não apenas suas categorias, mas sobretudo a articulação de uma com outras. Essa atividade articulatória facilita o reconhecimento do propósito da comunicação e, principalmente, de suas conotações específicas, sendo que, muitas vezes, como afirma Umberto Eco (1977), a informação que viola normas e expectativas atrai mais a atenção do leitor para tais especificidades. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • Esse fato tem levado analistas do discurso publicitário não apenas a descrever o sincretismo, mas, sobretudo, a estudá- lo para estabelecer as categorias ou modalidades do uso desse sincretismo. A garantia do sucesso da violação, afirmam Vestergaard e Schroder (1994), está no uso do sincretismo dos códigos verbal e não verbal. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • Ao examinar as concepções de propaganda e publicidade, observou-se que, se a primeira insiste na transformação do sujeito a partir da crença naquilo que sua mensagemou campanha propagam; a segunda, ao contrário, explora a ilusão que estas podem criar. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • A origem do termo campanha é o vocabulário de operações militares, pois se refere aos movimentos que, em período de guerra, realizam-se para a conquista de espaços inimigos. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • Pode-se, por conseguinte, distinguir diferentes propostas nas campanhas: as comerciais são realizadas para criar necessidades, introduzir ou vender produtos; as institucionais, no campo governamental, político, científico ou beneficente, são criadas para difundir atividades de interesse público, por exemplo, as de vacinação. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • As diferenças entre os termos, induzem a se considerar o termo propaganda com o sentido de atividade para promover ideias e posições ideológicas; publicidade, com o de ações que pretendem criar a necessidade dos produtos que recomendam e, ao mesmo tempo, estimular sua compra; campanha, com o de ênfase em movimentos midiáticos circunstanciados que atualizam vantagens e valores para determinada atividade. Nesse caso, a propaganda pode ser considerada atividade cognitiva, e a publicidade, ou a campanha, pragmática. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • Na vida moderna, vive-se constantemente em contato com textos publicitários, folheando a revista em consultórios, livrarias ou bancas. Esses textos, acrescidos dos que se veem em jornal, TV ou cartazes de rua, bombardeiam o público para atendê-lo em relação a necessidades materiais, como alimentos, meios de transportes, roupas, moradia, produtos e serviços de toda ordem; ou para promover atividades que atendam às necessidades sociais, afetivas e psicológicas. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • Assim, os objetos que são usados ou se consomem transformam- se em matérias veiculadas pelos meios de comunicação. As agências publicitárias recorrem a pesquisas de mercado para atender a cada perfil do público-alvo, detectando suas opiniões e anseios em relação a marcas, manipulando-o em um fazer querer consumir o produto anunciado, evidenciando que seu interesse maior é gerar lucros. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • O público, receptor midiático já saturado de estímulos, torna- se, então, seletivo, tem olhar diferenciado e, às vezes, indiferente, pois não consegue ou não quer assimilar todas as mensagens que lhe chegam. A linguagem da propaganda tem enfrentado, portanto, desafios: sua primeira e mais importante tarefa, atualmente, é prender a atenção do destinatário; enquanto persuadi-lo a agir tornou-se, possivelmente, tarefa ou desafio menor. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • Relacionando a problemática da linguagem acessível ao público e ao léxico, com a utilização que a mensagem publicitária faz desses elementos, pode-se verificar que a comunicação publicitária busca refletir a cultura de uma comunidade, visto que em seu discurso deve se apropriar do léxico mais próximo ao que entende ser utilizado pelo seu público-alvo. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • A primeira reflexão surge da constatação de que a função do gênero revista é realmente apresentar-se como se fora um catálogo de signos rememoráveis sincreticamente, pois, ao olhar as páginas e, captando, mesmo que rapidamente, a interação das palavras com as imagens, “revista” ou re(vê) conhecimentos e valores atualizados, e motiva-se a ler ou não a publicação. A segunda reflexão é que determinados espaços trazem os valores que a revista julga mais pertinentes e, no caso da colocação espacial pelo anúncio, as empresas que possuem poder aquisitivo. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • A ação globalizadora modifica ideias, produz novos quadros de referência, mentais ou pragmáticos e, muitas vezes, leva à fragmentação. Assim, a mudança da produtividade altera a forma de organização das fábricas, a distribuição mundial dos produtos, o perfil dos consumidores, a definição de suas características e de lançamento, assim como a relação com os agentes publicitários e suas formas de atuação. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • O poderio econômico se transfere para os serviços mediadores das vendas, sobretudo, temporários ou efetivos de marketing. Cabe a este a criação, manutenção, gerenciamento, controle e operação da identidade do produto e seus subprodutos: nome, logotipo, texto verbo/visual, forma e design. Estes se atualizam em revistas, jornais, outdoor, televisão, rádio, folder, panfleto, site e, mesmo, cardápio, roupa ou corpo, ou seja, todos os suportes publicitários, os quais implicam conservação e fiscalização das identidades. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • Como a marca representa a identidade do produto e o caráter do produtor, seu logotipo costuma trazer seu nome formado por letras com linhas fortes e expressivas, assim como sua logomarca, mostrar símbolos pertinentes com esse caráter. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • Tal objetivo explica as imagens ou cores que apelam não somente para o sensorial ou afetivo, mas principalmente para a exploração de imagens prototípicas da cultura do segmento social que a marca pretende atingir. As funções da marca são: criar uma identidade, como se fora um R.G., veicular valores que refletem a personalidade da empresa e criar "mundos possíveis" por meio de imagens sedutoras e persuasivas. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • A fixação da marca ocorre pela intensificação da visibilidade de sua imagem, nas já referidas e diversificadas exposições midiáticas e em campanhas ou eventos articulados a instituições ou datas. Como a marca constitui a identidade do produto, sua mudança pode implicar consequências desastrosas e, muitas vezes, levar empresas rentáveis a fecharem ou diminuírem seus negócios. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • Há empresas que procuram expressar suas marcas por meio do nome, do logotipo, do design do produto, cor, slogan, personagem que representa, envolvendo figuras míticas, fábulas, ou devaneios que remetam à personalidade da empresa. A escolha dessa forma deexpressão não é tarefa fácil para o enunciador: envolve elementos incontroláveis que implicam acesso à mente do consumidor, conhecimento das funções do produto e habilidades para descrevê- las e associação dos elementos do imaginário cultural com os do imaginário particular da empresa e de determinados grupos sociais. Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária. • Se a imagem (publicitária) exige sempre outras imagens (publicitárias), é em razão do tipo específico de busca que sua sintaxe comanda: uma busca que podemos reconhecer como da ordem do “desejo”, entendendo que a dinâmica que se objetiva, nesse caso, desencadear está relacionada menos a uma intencionalidade que procuraria apreender o mundo enquanto mundo significante (graças a sua plasmação pictural), e mais a uma pulsão voltada para a apropriação imediata de uma “realidade” concebida por princípio como aquém do sentido, ou como além do simulacro. (LANDOWSKI, 2002) Comunicação e Semiótica A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicítária. Assistir ao filme “Arquitetura da Destruição” (Peter Cohen), sobre arte e propaganda nazista: https://www.youtube.com/watch?v=IBqGThx2Mas Comunicação e Semiótica Indicação de leitura AULA 14: A semiótica e a Análise da Linguagem Publicitária MOURA, Marilda Franco de. Comunicação e Semiótica. Rio de Janeiro: Editora da Universidade Estácio de Sá, 2015, 186p. (Unidade V: Item 5.2). Assuntos da próxima aula: UNIDADE 5: A Semiótica Aplicada ao Campo da Comunicação Social • A Semiótica e a Análise da Linguagem Audiovisual.
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