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E o fim do mundo

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E o fim do mundo?
Dizem por aí que o mundo acaba hoje, data em que teria terminado o ciclo
de contagem do tempo do calendário Maia. Mas será esta a verdadeira
interpretação da data?
Fabiano Vilaça
19/12/2011
O Armagedon tem uma nova data. E como nas
outras ocasiões em que o fim do mundo foi
anunciado, surgiram inúmeras especulações
sobre o trágico “espetáculo” do Juízo Final.
Curiosamente, ao contrário do ano 1000 e das
previsões de vários “profetas” que desfiaram um
rosário de eventos apocalípticos, não se
mencionou a volta do Messias, Jesus Cristo na
tradição cristã. Talvez porque a tão falada
profecia esteja ligada aos maias – civilização que
se desenvolveu na Península de Yucatán, no sul
do México, e na América Central, em regiões que
hoje fazem parte da Guatemala, de El Salvador e
de Honduras. Eles eram politeístas, ou seja,
adoravam várias divindades, ligadas à natureza.
Mas o que está no centro das recentes
especulações apocalípticas é um dos diversos
elementos da cultura maia que chegaram até os
nossos dias: seu método de contagem do tempo. Eles idealizaram dois calendários: o religioso,
com base na Lua, chamado Tzolkim (relacionado a aspectos da vida humana), tinha 260 dias
divididos em 13 meses com 20 dias (kins) cada; o outro, Haab, mais parecido com o nosso, era o
calendário agrícola (que organizava as etapas do plantio e da colheita), com 365 dias repartidos
em 18 meses de 20 dias. Hábeis matemáticos, criaram um complexo sistema de sincronização – a
“Roda Calendárica” – desses dois calendários, nada fácil de explicar. Em linhas muito gerais, a
cada 52 voltas do Haab (um ciclo de 18.980 dias) correspondia um novo século, quando era
realizada a cerimônia do fogo novo.
Momento de renovação
Para os maias, o fim de um ciclo é um momento de renovação, o início de uma nova era – o que
desencadeou uma onda de mitos sobre o fim do mundo. O principal diz que o mundo acabará em
21 de dezembro de 2012. O dia é significativo no calendário justamente porque indica o fim de
um ciclo e o início de outro, mas nenhum registro daquela civilização autoriza a afirmar que o
mundo acabará naquela data, segundo Anthony F. Aveni, professor de Astronomia e Antropologia
da Colgate University, de Nova York.
E o fim do mundo? - Revista de História http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos...
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Outras versões dão conta de que um tal Planeta Nibiru (ou Planeta X) estaria em rota de colisão
com a Terra, o que não seria possível, pois, além de não haver dados concretos sobre a sua
existência, se fosse entrar em choque com a Terra no ano que vem, hoje já poderia ser visto a
olho nu, segundo o astrônomo Marcelo Gleiser. O professor de Astronomia e Filosofia Natural do
Dartmouth College, nos Estados Unidos, ainda desmente a suposição de que um alinhamento
galáctico envolvendo o Sol, a Terra e o centro da galáxia destruirá nosso planeta. Só que esse
fenômeno acontece todo mês de dezembro.
“Esse frenesi todo é irracional”, garante Marcelo Gleiser. Mas serviu, mais uma vez, de
inspiração para a poderosa indústria cinematográfica norte-americana, que levou às telas “2012:
o ano da profecia” (2009), uma superprodução que consumiu 200 milhões de dólares. Sucesso de
bilheteria em vários países, como o Brasil, o filme mostrou que os mitos nascidos da credulidade
humana ainda são generosas fontes de lucros. E, de quebra, enalteceu o esforço de reconstrução
do mundo pelos Estados Unidos.
Este artigo foi publicado na RHBN 63, Profecias. Para saber mais sobre previsões antigas sobre o
fim do mundo, ler o dossiê desta edição.
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