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Desmonte Subterraneo[2]

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9. ESCAVAÇÃO DE TÚNEIS E GALERIAS COM O USO 
 DE EXPLOSIVOS 
 
9.1 HISTÓRICO 
 
É possível que as primeiras aberturas de túneis foram elaboradas pelo homem 
(mulher) pré-histórico (a), objetivando ampliar suas cavernas, primeiras 
moradas naturais. Todas as civilizações da antiguidade desenvolveram 
métodos de abertura de túneis. Na Babilônia, os túneis eram usados 
extensivamente para irrigação e uma passagem para pedestres, revestido por 
alvenaria de tijolos com comprimento de 500 m, foi construído por volta de 
2180-2160 A.C. sobre o rio Eufrates, e que ligava o palácio o palácio real com 
o templo. A construção foi procedida por desvio do rio, ou construção de uma 
ensecadeira, na estação seca. 
Os egípcios desenvolveram técnicas para o corte de rochas macias, com 
serras de cobre, e perfuratrizes de canos ocos, ambas circundadas com 
abrasivos, uma técnica possivelmente primeira usada para a lavra de rochas 
ornamentais. O templo de Abu Simbel no rio Nilo foi construído em arenito, em 
1250 A.C. por Ramsés II. 
Tanto os gregos como romanos fizeram extensivo uso de túneis para retificar 
cursos d’água por drenagem para obtenção de água por aquedutos; como 
exemplo, temos o túnel d’água grego na ilha de Samos, aberto em calcário por 
uma extensão de 1 km, com seção transversal de 2 m2. 
O maior túnel da antiguidade foi rodoviário (o túnel de Pausilippo) de 1500 m 
de comprimento com largura de 8 metros e 9 m de altura, entre Nápoles e 
Pozzuoli, executado em 36 A.C. 
Para evitar a necessidade de revestimento, a maioria dos túneis foi localizada 
em rochas sólidas que eram fragmentadas (lascadas) pelo chamado fogo 
resfriado, um método envolvendo o aquecimento da rocha com fogo, seguido 
de seu súbito resfriamento por lançamento de água fria. Os métodos de 
ventilação eram primitivos, freqüentemente se limitavam à agitação de leques 
nas bocas dos poços, e a maioria dos túneis custou a vida de centenas ou 
mesmo milhares de escravos utilizados como trabalhadores. 
Em 41 D.C. os romanos usaram cerca de 20.000 homens por 10 anos para 
abrir um túnel de 6 km para drenar o lago Fucinus. 
O primeiro dos diversos túneis hidroviários foi o do canal “du Medi” túnel 
francês construído de 1666-1681 por Pierre Riquet como parte do primeiro 
canal ligando o oceano Atlântico ao mar Mediterrâneo através da Europa 
Central. 
Simultaneamente, a abertura de túneis ferroviários espetaculares foi iniciada na 
Europa Central através dos Alpes. O primeiro deles, o túnel Mont Cenis 
necessitou de 14 anos (1857-1871) para ser completado em seus 14 km. Seu 
engenheiro, Germain Sommeiller, introduziu várias técnicas pioneiras, incluindo 
carretas de perfuração sobre trilhos, compressores de ar hidráulicos e 
acampamento de operários completos com dormitórios, residências, escolas, 
hospitais e áreas recreativas além de oficinas de reparos. Sommeiller também 
projetou uma perfuratriz a ar que se tornou possível o avanço da face do túnel 
a razão de 4,5 m por dia. Estas perfuratrizes foram usadas em vários túneis 
europeus posteriores, após a substituição das brocas por outras mais 
resistentes desenvolvidas por Simon Ingersoll e outros nos Estados Unidos, na 
obra do túnel de Hoosac. 
No Brasil o privilégio para a construção e exploração industrial de uma estrada 
de ferro que partisse de Santos, alcançasse São Paulo e fosse em direção à 
então vila de Judiai, foi iniciado pelo Barão de Mauá para a constituição de uma 
empresa, que mais tarde se chamaria “São Paulo Railway Company”. O 
primeiro sistema funicular, ou “Serra Velha”, consistia de 8 km de rampas de 
10% por onde os trens se deslocavam através de um sistema de duas pontas 
chamado “tail-end”. Foi inaugurado em 29 de julho de 1864, e aberto ao tráfego 
na inauguração de toda estrada em 1867. 
A abertura de túneis sob rios era considerada impossível até o 
desenvolvimento da couraça protetora, na Inglaterra, por Mar Brunel, um 
engenheiro imigrante francês. O primeiro uso da couraça foi em 1825 no túnel 
de Wapping-Rotherhithe através das argilas do rio Tamisa. 
As esporádicas tentativas do sonho dos engenheiros e túneis de possuir uma 
escavadora mecânica rotativa foram coroadas com êxito em 1954, na 
barragem de Oahe no rio Missouri perto de Pierre no Dakota do Sul (Hennies, 
W. T. & Silva, L. A. A, 1997). 
Inaugurada em dezembro de 2002, a pista descendente da Rodovia dos 
Imigrantes é um marco na história da engenharia rodoviária do Brasil. A maior 
obra do gênero na América Latina aliou alta tecnologia à preocupação com o 
meio ambiente para oferecer uma nova alternativa na ligação do Planalto 
Paulista com a Baixada Santista. 
A redução do impacto ambiental foi enorme. A primeira pista das Imigrantes, 
construída nos anos 70, afetou 1.600 hectares de Mata Atlântica. A nova pista, 
que elevou em 70% a capacidade do Sistema Anchieta-Imigrantes, afetou 
apenas 40 hectares, graças às soluções de gestão ambiental e construção 
adotadas pelas empresas que participaram da obra. 
A nova obra facilitou não só o acesso dos turistas ao litoral, mas a ligação com 
o porto de Santos, principal canal de exportação dos produtores brasileiros. 
O empreendimento foi tocado pela Ecovias, empresa concessionária do 
sistema Anchieta-Imigrantes. A execução ficou a cargo do Consórcio 
Imigrantes, formado pelas construtoras CR Almeida, do Brasil, e Impregilo, da 
Itália. 
As empresas optaram por fazer dois terços do trajeto na área da Serra do Mar 
em túneis e o terço restante em viadutos. 
Foram construídos três túneis, com extensão total de 8,23 quilômetros. O Túnel 
Descendente (TD) 1, que tem 3,146 metros de comprimento, é o maior túnel 
rodoviário do Brasil. A utilização de túneis diminui a interferência na floresta 
nativa. 
Os seis viadutos da rodovia também foram redesenhados para aumentar a 
distância entre seus pilares, que passou de 45 para 90 metros. Desta forma, foi 
possível utilizar menos colunas, outra maneira de reduzir a área afetada. 
Foi utilizado o pavimento rígido de concreto, mais resistente e aderente que o 
asfalto, o que vai reduzir a necessidade de manutenção. O projeto incluiu uma 
série de medidas de segurança, como telefones de emergência, câmeras de 
TV e sistema de ventilação no interior dos túneis para a remoção de fumaça 
gerada em acidentes. 
Na construção da nova pista foram criados pelo Governo do Estado mais de 
4.500 empregos diretos e 14 mil indiretos. 
 
9.2 TÚNEL NA ENGENHARIA CIVIL 
 
A abertura em túneis é uma obra muito comum nos projetos de engenharia 
civil. Os comprimentos dos túneis podem variar de alguns metros, em túneis 
ferroviários, até alguns quilômetros em projetos hidrelétricos. 
Em muitos casos, os túneis na engenharia civil não apresentam nenhum valor 
até os mesmos serem completados, então, uma rápida taxa de avanço é 
usualmente uma meta. 
Outros fatores de preocupação incluem o uso final (requerendo um 
acabamento na parede), tipos de suporte, tipos de revestimentos, tipos de 
rochas encontradas, perfuração, carregamento e equipamentos de 
carregamento, ventilação, habilidade e experiência dos trabalhadores e outras 
restrições tais como a proximidade de estruturas e a presença de água. 
 
9.3 FINALIDADES DAS VIAS SUBTERRÂNEAS 
 
 
Quanto à finalidade a que a via subterrânea se destina podemos distinguir as 
seguintes categorias: 
a) túneis hidroviários ou de canal; 
b) túneis ferroviários; 
c) túneis rodoviários; 
d) sistemas metropolitanos; 
e) sistemas para suprimento d’água; 
f) sistema de disposição de esgotos; 
g) condutos forçados de usinas hidrelétricas; 
h) vias e câmaras subterrâneas estratégicas (armazenamento de resíduosatômico, testes nucleares etc.); 
i) vias de mineração. 
 
 
9.4 CICLO DA ESCAVAÇÃO DA ROCHA 
 
O objetivo da escavação com o uso de explosivos é de desenvolver um ciclo de 
operações compatível com os recursos e as condições de trabalho para que se 
atinja uma taxa de avanço máximo. Isso inclui a combinação do tempo de 
perfuração (número e comprimento dos furos) com o tempo de limpeza (tipo de 
carregadeiras e/ou escavadeiras e equipamentos de transporte) e as 
necessidades de reforço da rocha (tempo de instalação e o comprimento do 
túnel a ser reforçado). Nos últimos anos, várias tentativas para eliminar o ciclo 
natural da perfuração e detonação vêm sendo tentadas, porém com limitado 
sucesso. 
O ciclo básico das escavações dos túneis é composto das seguintes 
operações: 
 
 marcação da posição dos furos 
 perfuração dos furos; 
 carregamento dos furos; 
 conexão dos acessórios e disparo do desmonte; 
 espera até que a ventilação retire a poeira e os fumos; 
 verificação de possíveis falhas dos explosivos e acessórios 
 batimento de choco; 
 carregamento e transporte do material desmontado; 
 reforço da rocha (se necessário); 
 levantamento topográfico; 
 preparação do novo desmonte. 
 
9.5 TBM (Tunnel Boring Machine) VERSUS PERFURAÇÃO E DESMONTE 
 
Fatores que influenciam na decisão se a TBM deve ser usada no lugar do 
desmonte por explosivos: 
 Dureza da rocha: em rochas bastante duras o desgaste dos acessórios da 
TBM é excessivo tornando, às vezes, o uso desse equipamento impraticável, 
embora esse fator venha sendo gradualmente superado. 
 Custo de capital: a operação de escavação com explosivo requer um menor 
custo de capital. A TBM é extremamente, requerendo túneis bastantes longos 
para justificar o seu uso. 
 Custo corrente e variações: o método de escavação com o uso de 
explosivos necessita de muita mão de obra. O consumo de acessórios de 
perfuração e explosivos varia grandemente em função da natureza do túnel e 
os tipos de rocha. 
 Fatores de tempo e Taxa de Avanço: Muitas das TBM necessitam de muito 
tempo para montagem. As taxas de avanço são amplamente governadas pelas 
características das rochas, e talvez não seja tão rápida como a operação de 
escavação por explosivos. 
 Flexibilidade na operação: A perfuração e o desmonte podem ser 
imediatamente adaptados aos diferentes tipos de rocha ou em uma mudança 
na programação geral do túnel (escavações adicionais). 
 Acabamento final: A TBM deixa bem apresentável, relativamente sem 
danos às paredes dos túneis, minimizando a necessidade de revestimentos, 
bem como reduzindo as necessidades de suportes (split set, rock bolts etc.). 
 
9.6 DIÂMETRO DA PERFURAÇÃO DA ROCHA 
 
Pequenos diâmetros de perfuração, frequentemente, necessitam de um ciclo 
de perfuração, detonação e carregamento a ser completado em uma ou mais 
vezes por turno. 
Em túneis perfurados com grande diâmetro, o ciclo de perfuração, de 
detonação, de carregamento e de reforço da rocha será influenciado não 
somente pelo tempo para executar a tarefa, mas também pelos seguintes 
fatores: 
 Necessidade de reforço que limitam o avanço da face; 
 Preocupação com os níveis de vibração que restringem a massa e a 
profundidade da carga; 
 Logística da movimentação necessária dos equipamentos para execução de 
uma determinada tarefa, mantendo fora do circuito outras atividades que 
poderiam ser feitas simultaneamente. 
9.7 FORMAS DE ATAQUE MAIS COMUNS (SISTEMAS DE AVANÇO) 
 
Em rochas competentes os túneis com seções inferiores a 100 m2 podem ser 
escavados com perfuração e desmonte à seção plena. As escavações por fase 
são utilizadas na abertura de grandes túneis onde a seção é demasiada grande 
para ser coberta pelo equipamento de perfuração ou quando as características 
geomecânicas das rochas não permitem a escavação à plena seção. 
As cinco formas de ataque mais comuns são: 
 
 Seção Plena; 
 Galeria Superior e Bancada; 
 Galeria Lateral; 
 Abertura Integral da Galeria Superior e Bancada; 
 Galerias múltiplas. 
 
 Seção Plena 
Sempre que possível o sistema conhecido por sistema inglês ou da seção 
plena (figura 26 a) avanço integral da seção é escolhido para realizar um 
determinado avanço de uma só vez. 
As principais vantagens da abertura de túneis por seção plena constituem que 
esse tipo de avanço permite a aplicação de equipamento de alta capacidade, e 
consequentemente é o procedimento que atinge as maiores velocidades de 
avanço nas frentes. 
Existem sérias restrições quando as seções são maiores principalmente em 
áreas de grande tensão tectônica, quando a descompressão da rocha pode 
causar sérios problemas de explosão da rocha (“rock bursting”). 
 
Galeria Superior e Bancada 
A área total é retirada em duas seções, sendo a superior uma galeria de seção 
em forma de arco (parte da pata de cavalo) sempre em primeiro lugar, ficando 
sempre à frente da bancada inferior. 
As principais vantagens desta forma de ataque estão na redução de armações, 
pois sempre há bancadas para trabalhar em cima. 
O avanço da bancada inferior fica condicionado ao avanço da abertura da 
galeria superior, assim algum problema que ocorra na parte superior se reflete 
no avanço inferior. 
A figura 19 mostra detalhes dessa forma de ataque. 
 
 
 Figura 19 – Forma mista de ataque do túnel 
Galeria Lateral 
O sistema de ataque que abre a metade da área da seção do túnel, porém 
subdividindo o mesmo em duas galerias que são detonadas em separado, é 
também conhecido pelo nome de sistema belga. 
Na escolha da forma de ataque ou método de escavação deve-se levar em 
conta o sistema de suporte a ser empregado. Esta seleção de método sempre 
consiste de num compromisso de entre uma tentativa de acelerar ao máximo a 
operação de abertura e a necessidade de suportar a rocha antes que esta caia 
no túnel originando problemas de segurança ou estabilidade. Por isso o método 
de ataque depende do comportamento e da dimensão e forma da seção 
transversal do túnel, e principalmente do tipo e natureza e comportamento 
mecânico estrutural da rocha. 
A figura 20 a) mostra os tipos de sistemas de avanços, enquanto a figura 20 b) 
mostra as perfurações e um túnel com avanço em duas seções. Já a figura 21 
mostra uma perfuração de um túnel efetuada por um jumbo. 
 
 
 
 
Figura 20 - a) tipos de sistemas de avanços; b) túnel com avanço em duas seções. 
 
 
 
 
 
 
Figura 21 - Perfuração de um túnel sendo efetuada por um jumbo 
 
 
9.8 PILÕES 
 
Para um desmonte ser econômico, e necessário que a rocha a ser desmontada 
tenha face livre. Em algumas aplicações de desmontes essas faces livres 
inexistem. É o caso do desenvolvimento de túneis, poços (shafts), e outras 
aberturas subterrâneas, onde se torna necessário criar faces livres 
artificialmente. Isto é feito preliminarmente no desmonte principal, através da 
perfuração e detonação de uma abertura na face da perfuração. Essa abertura 
é denominada “pilão” (cut). 
A seleção do pilão depende não somente das características da rocha e da 
presença de juntas e planos de fraqueza, mas também da habilidade do 
operador, do equipamento utilizado, do tamanho da frente e da profundidade 
do desmonte. Os principais tipos de pilão são: 
 
 Pilão em centro ou em pirâmide (Center Cut) – figura 22 
 Pilão em V (Wedge Cut) – figura 23 
 Pilão Norueguês (The Draw Cut) – figura 24 
 Pilão Coromant – figura 25 
 Pilão queimado ou estraçalhante (The Burn Cut) – figura 26 
 Pilão em Cratera 
 Pilão Circular ouPilão de Furos Grandes 
Pilão em Pirâmide 
O pilão em pirâmide, também conhecido por pilão alemão, caracteriza-se por 
ter os 3 ou 4 furos centrais convergentes a um ponto. Usa-se principalmente 
em poços e chaminés. Em trechos horizontais este pilão não tem sido muito 
utilizado devido aos furos desviados para baixo 
 
 
Figura 22 - Pilão em Centro ou em Pirâmide 
 
 
 
 
Pilão em V ou em Cunha 
 
Não mais são necessários os furos descarregados de diâmetro grande, pois o 
alívio da rocha, dado o ângulo do furo em relação à face livre, faz-se não mais 
em direção a um furo descarregado, mas em direção à própria face livre. 
 
 
 
 Plano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Vista Frontal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vista Isométrica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 23 - Pilão em V (em cunha) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pilão Norueguês 
 
O pilão norueguês consta de uma combinação do pilão em V com o pilão em 
leque. Apresenta-se simétrico em relação ao eixo vertical do túnel e tem sido 
utilizado com sucesso em rochas com fissuramento horizontal. 
 
 
 
 
 
 
Vista Lateral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vista Frontal 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vista Isométrica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 24 - Pilão Norueguês 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pilão Coromant 
 
Consiste na perfuração de dois furos secantes de igual diâmetro, que 
constituem a face livre em forma de 8 para as primeiras cargas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 25 – Pilão Coromant 
 
 
 
Pilão em Cratera 
 
Esse tipo de pilão desenvolvido originalmente por Hino no Japão, aproveitando 
o efeito cratera que as cargas de explosivo concentradas no fundo dos furos 
produzem sobre a superfície livre mais próxima. 
Esta metodologia se aplica mas nas escavações de chaminés do que em 
túneis. 
 
 
Pilão Queimado (Burn Cut) 
 
O pilão queimado é o mais utilizado na abertura de túneis e galerias. É assim 
chamado porque consta de uma série de furos, dos quais um ou mais não são 
carregados. A detonação da carga se faz por fogos sucessivos, servindo os 
furos não carregados como pontos de concentração de tensões. As figuras 26 
e 27 mostram o esquema de um pilão queimado. 
 
 
 
Figura 26 - Pilão queimado de quatro seções 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 27 – Vista Lateral do Pilão Queimado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9.9 PLANO DE FOGO SUBTERRÂNEO 
 
 
Conceituação 
 
Chama-se “plano de fogo” o plano que engloba o conjunto dos elementos que 
permitem uma perfuração e detonação correta de um túnel, galeria, poço etc., 
através do equipamento previsto para este serviço e dos tempos necessários 
ao cumprimento do cronograma. 
A primeira parte de um plano de fogo refere-se à determinação do explosivo e 
sua forma de detonação. Seguem-se a verificação do projeto e o estudo do 
tempo. As figuras 28 e 29 mostram as zonas de um desmonte de um túnel ou 
galeria. 
 
 
 
 Zona dos furos de Contorno 
 
 Zona dos furos de Alívio 
 
 
 
 
 Pilão 
 
 Zona dos furos 
 Auxiliares 
 
 Zona dos furos do Piso (Sapateira) 
 
Figura 28 - Zonas de uma seção de uma galeria ou túnel 
 
 
 
 
 
 
Figura 29 – Elementos da face de um túnel 
 
 
 
A operação unitária de perfuração e desmonte por explosivos usada em túneis 
realiza-se se perfurando a rocha na frente de avanço do túnel ou galeria com 
uma série de furos de mina nos quais se coloca o explosivo juntamente com 
linha silenciosa para túnel (Brinel, Exel etc.), cordel detonante (Manticord, 
Britacord etc.) e estopim espoletado (Britapim, Mantopim, Espoletim etc.). 
Os furos de mina e a sua seqüência de iniciação são dispostos segundo um 
plano previamente estabelecido que ira determinar como a rocha vai se 
romper, em geral denominado como plano de fogo. 
Os primeiros furos de mina a detonarem devem criar um vazio para o qual se 
lança sucessivamente o resto da rocha. Esta abertura, o pilão, que em geral 
ocupa 1 m2 da frente de avanço é a chave que abre a rocha até uma 
profundidade que depende da forma e sucesso conseguido no mesmo. 
As fases seguintes do desmonte, repartidas no espaço remanescente, devem 
ser projetadas para se obter o contorno desejado com um menor dano possível 
da rocha remanescente. 
A maior parte da rocha de um desmonte por explosivos em um túnel deve 
romper, contra uma face mais ou menos livre, o que significa com um ângulo 
inferior a 90. 
 
 
 
9.10 CÁLCULO DOS ELEMENTOS DO PLANO DE FOGO 
 
PILÃO 
 
O pilão é composto de um ou mais furos de diâmetro grande e descarregados 
os quais são rodeados por furos com diâmetros menores e carregados. Os 
furos do pilão são dispostos em quadrados (seções) em torno da abertura 
inicial (furos de alívio). 
O pilão de três seções tem sido aplicado para equipamento de perfuração leve, 
manual e com um furo central vazio de 75 mm. 
Por outro lado, o pilão de quatro seções por proporciona avanço satisfatório 
tornou-se o tipo de pilão mais atualizado na atualidade, devido, especialmente, 
a elevada mecanização e automação, principalmente com o emprego de 
jumbos. 
No projeto do pilão, os seguintes parâmetros são muito importantes para a 
obtenção de um bom resultado: 
 diâmetro do furo alargado; 
 afastamento; 
 concentração da carga; 
 precisão da perfuração. 
 
Profundidade de perfuração (H) e Avanço (X) 
 
No pilão de quatro seções a profundidade do furo pode ser estimada com a 
seguinte expressão: 
 
 
2
22 4,391,3415,0 DDH 
 
 
sendo D2 = diâmetro do furo alargado (vazio), em metro. 
 
Quando se utiliza mais de um furo vazio o valor de D2 pode ser calculado 
através da expressão: 
nxDD ´22 
 
 
 
onde: D’2 = diâmetro do furo alargado (m) 
 n = número de furos vazios 
 
O avanço dos desmontes está limitado pelo diâmetro do furo de expansão 
(alargado) e pelos desvios dos furos carregados. Sempre que está última se 
mantenha abaixo dos 2%, os avanços médios “X” podem chegar a 95% da 
profundidade dos furos “H”, de acordo com a expressão: 
 
X = 0,95 x H 
 
Um bom avanço nos desmontes de rochas, bem como uma boa fragmentação 
da rocha, são extremamente dependentes da precisão do esquema de 
perfuração. A qualidade da perfuração da rocha é afetada pelos três tipos de 
erros: 
 
a) erros de embocadura (emboque dos furos); 
 
b) erros de alinhamento dos furos; 
 
c) erros de desvios adicionais no interior da rocha decorrentes da presença de 
descontinuidades (falhas e juntas) e mudanças litológicas, bem como pelo peso 
da coluna de perfuração. 
 
Cada centímetro perdidono avanço tem que ser novamente perfurado, 
recarregado e desmontado. 
A qualidade do desmonte possui grande impacto na segurança e nas 
necessidades de suporte. 
É muito importante que os furos do pilão sejam perfurados o mais paralelo 
possível, respeitando a distância calculada no plano de fogo. Desvios tão 
pequenos como, por exemplo, de 50 mm em uma perfuração de 3 m podem 
resultar em uma saída ruim do pilão. Quando possível, o pilão de ser perfurado 
no mínimo 150 mm a mais do que os demais furos para aumentar o 
desempenho do pilão, a região mais crítica da face. 
 
CÁLCULO DO 1 QUADRADO 
 
Pela figura 30 observa-se que a distância “a” entre os furos de carga do 1 
Quadrado e o furo alargado para se obter a quebra e a expulsão do material 
fragmentado (desmonte limpo) deve ser calculada pela expressão : 
 
a = 1,5 x D2 
 
 
 
 
 Figura 30 – Distância entre os centros dos furos e os efeitos nos desmontes 
 
Cálculo do Tampão (T1): 
 
 T1 = a 
 
 
 
Cálculo da Razão Linear (RL) 
 
 


x
d
RL e
4000
2

 
 
onde: 
 
de = diâmetro do explosivo (mm); 
 
 = densidade do explosivo (g/cm3). 
 
 
 
 
 Carga explosiva por furo do 1 Quadrado (Q1) 
 
Q1 = (H – T1) x RL 
 
 Número de cartuchos por furo do 1 quadrado (NC1) 
 
  
m
TH
NC
610,0
1
1


 
 
onde: 0,610m é o comprimento do cartucho 
 
 
Distância entre os furos do 1 Quadrado ou Superfície Livre (W1) 
 
 
 
21 aW 
 
 
CÁLCULO DO 2 QUADRADO 
 
Cálculo da distância entre o centro do furo alargado e o centro do furo do 2 
Quadrado (dcc2): 
dcc2 = 1,5W1 
 
Cálculo do lado do 2 Quadrado (W2) 
 
222 ccdW 
 
 
Cálculo do Tampão (T2) 
 
T2 = 0,5W1 
 
Carga explosiva por furo do 2 Quadrado (Q2) 
 
Q2 = (H – T2) x RL 
 
Número de cartuchos por furo (NC2) 
 
 
m
TH
NC
610,0
2
2


 
 
 
 
CÁLCULO DO 3 QUADRADO 
 
 
Cálculo da distância entre o centro do furo alargado e o centro do furo do 3 
Quadrado (dcc3): 
 
 
dcc3 = 1,5W2 
 
 
Cálculo do lado do 3 Quadrado (W3) 
 
233 ccdW 
 
 
Cálculo do Tampão (T3) 
 
T3 = 0,5W2 
Carga explosiva por furo do 3 Quadrado (Q3) 
Q3 = (H – T3) x RL 
Número de cartuchos por furo (NC3) 
  
m
TH
NC
610,0
3
3


 
 
 
 
CÁLCULO DO 4 QUADRADO 
 
Cálculo da distância entre o centro do furo alargado e o centro do furo do 4 
Quadrado (dcc4): 
 
dcc4 = ar + 0,5 x W3; sendo ar o afastamento recomendado 
 
 
Pela tabela 14, ar = 1,0 m 
 
 
Tabela 14: Valores do afastamento para diversos diâmetros da perfuração 
 
Diâmetro da perfuração Afastamento recomendado - ar (m) 
 25 mm = 1” 0,75 
 29 mm = 1 1/8” 0,80 
 32 mm = 1 ¼” 084 
 38 mm = 1 ½” 1,00 
 51 mm = 2” 1,18 
 
 
Cálculo do lado do 4 Quadrado (W4) 
 
244 ccdW 
 
 
Cálculo do tampão (T4) 
 
T4 = 0,5ar 
 
Carga explosiva por furo do 4 Quadrado (Q4) 
 
Q4 = (H – T4) x RL 
 
Número de cartuchos por furo (NC4) 
 
  
m
TH
NC
610,0
4
4


 
 
CÁLCULO DOS DEMAIS FUROS DA SEÇÃO 
 
 
 
FUROS DO PISO (Levante, Sapateira, Rebaixe) 
 
 
Afastamento recomendado (ar) do último quadrado 
 
Cálculo do Espaçamento do levante (El) 
 
El = 1,1ar 
 
 
 
Número de furos do piso (NFl) 
 









p
l
E
TúneldouraL
INTNF
arg 
 
 
O tampão dos furos de levante é calculado através da seguinte expressão: 
 
Tl = 0,2ar 
 
 
Carga explosiva de cada furo do levante (Ql) 
 
Ql = (H – Tl) x RL 
 
Número de cartuchos por furo (NCl) 
 
  
610,0
l
l
TH
NC


 
 
FUROS DA PAREDE 
 
 
Neste caso teremos que executar a técnica de “Detonação Amortecida”, 
utilizando a tabela 15: 
 
 
Tabela 15: Valores a serem aplicados na técnica de Detonação Amortecida 
 
Diâmetro da 
perfuração (mm) 
RL 
(kg/m) 
Diâmetro do 
cartucho (mm) 
Afastamento (ap), 
em metros 
Espaçamento (Ep), 
em metros 
25 – 32 0,11 11 0,3 – 0,5 0,25 – 0,35 
25 – 48 0,23 17 0,7 – 0,9 0,50 – 0,70 
51 – 64 0,42 22 1,0 – 1,1 0,80 – 0,90 
76 0,50 38 1,4 1,6 
 
 
 
Cálculo do tampão dos furos da parede (Tp) 
 
Tp = 0,5ap 
 
Cálculo da carga dos furos da parede (Qp) 
 
Qp = (H-Tp) x RL 
 
 
Cálculo do número de cartuchos dos furos da parede (NCp) 
 
 
NCp = (H – Tp) / 0,5 
 
Onde: 0,5 é o comprimento do cartucho utilizado na parede 
 
 
Cálculo do número de na parede (NFp) 
 
21 x
E
aparededaAltura
INTNF
p
l
p 










 
 
 
 
CÁLCULO DOS FUROS DO TETO 
 
 
Os furos do teto apresentam os mesmos dados que os furos da parede: 
 
at = ap; Et = Ep; Qt = Qp; Tt = Tp 
 
 
Número de furos do teto (NFt) 
 






 1
T
t
E
R
INTNF
 
 
sendo R = altura da abóbada. 
 
 
Número de furos do contorno (teto + parede) (NFc) 
 






 1
T
c
E
LD
INTNF
 
 
onde: 
 
LD = (altura da parede – al) x 2 + R 
 
 
Ao locar os furos de contorno, devemos ter em mente os ângulos de saída (), 
figura 31. A magnitude do ângulo depende do equipamento de perfuração e da 
profundidade do furo. Para um avanço em torno de 3 m um ângulo igual a 3 
(corresponde a 5 cm/m) deve ser suficiente para permitir espaço para a 
perfuração da nova frente, evitando-se que o túnel afunile. 
 
 
 
 
 Figura 31 - Ângulo de saída dos furos 
 
CÁLCULO DOS FUROS INTERMEDIÁRIOS LATERAIS AO PILÃO 
 
 
Número de linhas verticais (NLV) 
 






 1
)(
liE
EDHhorizontalnadisponívelEspaço
INTNLV
 
 
 
sendo: 
 
Eli = 1,1 x ar 
 
EDH = LT – W4 – 2 x ap 
 
Número de linhas horizontais (NLH) 
 
 






 1
)(
ra
EDVverticalnadisponívelEspaço
INTNLH
 
 
 
 
EDV = ap – al 
 
 
Número de furos intermediários laterais ao pilão (NFil) 
 
NFil = NLV x NLH 
 
Cálculo do Tampão (Til) 
 
Til = 0,5 x ar 
 
 
Cálculo da carga por furo (Qil) 
 
Qil = (H - Til ) x RL 
 
Cálculo do número de cartuchos por furo (NCil) 
 
NCil = (H - Til ) / 0,601 m 
 
 
 
CÁLCULO DOS FUROS INTERMEDIÁRIOS ACIMA DO PILÃO (REALCE) 
 
 
Ei = 1,2 x ai = 1,2 m 
 
Número de arcos e linhas (Nal) 
 
 
Nal = INT(R – ap) 
 
Número de furos do 1 arco superior (NF1) 
 







iE
r
INTNF 11
 
 
 
 Número de furos do 2 arco superior (NF2) 
 
 







iE
r
INTNF 22
 
 
 
 Número de furos do 3 arco superior (NF3) 
 







iE
r
INTNF 33
 
 
Número de furos na horizontal (NFh) 
 
 
 









i
h
h
E
E
INTNF
 
 
onde: Eh = espaço disponível na horizontal. 
 
Cálculo do tampão dos furos intermediários acima do pilão (Tiap) 
 
Tiap = 0,5 x ar 
 
Cálculo da carga dos furos intermediários acima do pilão (Qiap) 
 
Qiap = (H - Tiap ) x RL 
Cálculo do número de cartuchos por furo (NCiap) 
 
NCiap = (H - Tiap ) / 0,610 m 
 
 
 
9.11 TEMPOS DE INICIAÇÃO DA SEÇÃO DO TÚNEL 
 
Existem poucasregras para a determinação dos tempos de retardo na 
escavação por explosivos de um túnel. Os tempos de retardo serão 
influenciados pelas condições específicas das faces, incluindo: 
 tipo de rocha a ser detonada: resistência, estrutura, elasticidade etc.; 
 o lançamento necessário dos fragmentos; 
 a fragmentação exigida. 
 
Tempos curtos versus tempos longos 
 
A África do Sul é um dos poucos países no mundo em que a iniciação dos 
furos na escavação do túnel é feita utilizando-se retardos de períodos longos 
(LPD), incluindo o uso do estopim de segurança. Na maioria dos túneis na 
Europa e na América do Norte e em outras partes do mundo é utilizado retardo 
de tempos curtos (SPD). 
Vantagens dos retardos de tempos curtos: 
 fragmentação mais fina; 
 pilha mais solta (mais fácil de escavar); 
 reduzida probabilidade de cortes devido a movimentação do maciço rochoso 
causado pela detonação dos primeiros furos. 
 
Vantagens dos retardos de tempos longos: 
 menor sobrepressão atmosférica, permitindo que as tubulações de água e ar 
permaneçam próximas à face; 
 menor lançamento do material. 
 
É importante na detonação do túnel, termos um intervalo de tempo suficiente. 
Para furos com profundidade de 4 m são indicados normalmente os seguintes 
tempos: 
- Pilão: 75 a 100 ms, devendo usar tempos diferentes para cada furo. 
- Nos demais furos, usar intervalo de 100 a 500 ms. 
 
9.12 EXEMPLO PRÁTICO: 
 
Pretende-se realizar a escavação, em maciço rochoso, dum túnel. As 
dimensões do túnel são de 12 m de vão ou largura, 3,28 m de parede e 6 m de 
altura de abóbada. A área da seção é de 96 m2. 
 
 
 
O túnel de 1500 m de extensão apresenta os seguintes dados de projeto: 
 
 Diâmetro da perfuração (D1) = 38 mm = 0,038 m 
 Diâmetro do furo central vazio do pilão - alargado (D2) = 127 mm = 0,127 
m 
 Ângulo de saída dos furos de contorno () = 3 
 Explosivo a ser utilizado: Emulsão com as seguintes dimensões = 29 
mm x 610 mm; Explosivo (petecas): 22 mm x 500 mm; densidade da 
peteca () = 1,0 g/cm3 
 Rocha e densidade: calcário;  = 2,7 g/cm3 = 2,7 t/m3 
 
Pede-se dimensionar o plano de fogo e o consumo de explosivos e acessórios 
necessários para a execução da obra. 
Solução: 
 
a) Cálculo da profundidade do furo (H) e do Avanço (X) 
 
2
22 4,391,3415,0 DDH 
 
    mHH 8,3127,04,39127,01,3415,0 2 
 
 
 Avanço (X) 
 
 
mHmxHX 6,38,395,095,0 
 
 
b) Cálculo do 1 Quadrado do Pilão 
 
Cálculo da distância “a” (centro a centro) entre os furos de carga do 1 
quadrado e o furo alargado: 
 
 
a = 1,5D2 = 1,5 x 0,127 m  a = 0,19 m = 19 cm 
 
 Cálculo da razão linear (RL) para de = 29 mm 
 
  
mkgRLxx
d
RL e /759,015,1
4000
2914,3
4000
22
  
 
 Tampão (T1) 
 
T1 = a = 0,19 m = 19 cm 
 
 Carga explosiva por furo do 1 Quadrado (Q1) 
 
Q1 = (H – T1) x RL = (3,8 m - 0,19 m) x 0,759 kg/m  Q1 = 2,740 kg 
 
 Número de cartuchos por furo do 1 quadrado (NC1) 
 
   
6NC
m610,0
m19,0m8,3
cartuchodoocompriment
TH
NC 1
1
1 




 
 
 Distância entre os furos do 1 Quadrado ou Superfície Livre (W1) 
 
cmmWxmaW 2727,04142,119,02 11 
 
 
 
c) Cálculo do 2 Quadrado do Pilão 
 
 
 A detonação do 1 Quadrado ocasionará uma abertura de 0,27 m x 0,27 m. 
Cálculo da distância entre o centro do furo alargado e o centro do furo do 2 
Quadrado (dcc2): 
 
dcc2 = 1,5W1 = 1,5 x 0,27 m  dcc2 = 0,405 = 41 cm 
 
 
Cálculo do lado do 2 Quadrado (W2) 
 
cm57m57,0W4142,1xm405,02dW 22cc2 
 
 
T2 = 0,5W1 = 0,5 x 0,27 m  T2 = 0,14 m = 14 cm 
 
 
Carga explosiva por furo do 2 Quadrado (Q2) 
 
Q2 = (H – T2) x RL = (3,8 m - 0,14 m) x 0,759 kg/m  Q2 = 2,778 kg 
 
Número de cartuchos por furo (NC2) 
 
   
6
61,0
14,08,3
610,0
2
2
2 



 NC
m
mm
m
TH
NC
 
 
 
 
 
 
 
d) Cálculo do 3 Quadrado 
 
 
A detonação do 2 Quadrado dará uma abertura de 0,57 m x 0,57 m. 
 
dcc3 = 1,5W2 = 1,5 x 0,57 m  dcc3 = 0,86 m = 86 cm 
mWxmdW cc 22,14142,186,02 333 
 
 
T3 = 0,5W2 = 0,5 x 0,56 m  T3 = 0,3 m = 30 cm 
 
 
Carga explosiva por furo do 3 Quadrado (Q3) 
 
Q3 = (H – T3) x RL = (3,8 m - 0,3 m) x 0,759 kg/m  Q3 = 2,657 kg 
 
Número de cartuchos por furo (NC3) 
 
    
6
61,0
3,08,3
610,0
2
3
3 



 NC
m
mm
m
TH
NC
 
 
 
 
 
 
e) Cálculo do 4 Quadrado 
 
 
A detonação do 3 Quadrado dará uma abertura de 1,22 m x 1,22 m. 
 
 
dcc4 = ar + 0,5 x W3; sendo ar o afastamento recomendado 
 
 
Pela tabela 14, ar = 1,0 m 
 
dcc4 = 1 + 0,5 x 1,22  dcc4 = 1,61 m 
 
mWxmdW cc 28,24142,161,12 444 
 
 
T4 = 0,5ar = 0,5 x 1,00 m  T4 = 0,5 m = 50 cm 
 
 
Carga explosiva por furo do 4 Quadrado (Q4) 
 
Q4 = (H – T4) x RL = (3,8 m - 0,5 m) x 0,759 kg/m  Q4 = 2,505 kg 
 
Número de cartuchos por furo (NC4) 
 
    
5,5
610,0
5,08,3
610,0
2
4
4 



 NC
m
mm
m
TH
NC
 
 
 
 
 
 
 
CÁLCULO DO DEMAIS FUROS DA SEÇÃO 
 
 
f) Furos do Piso (Sapateira, Levante) 
 
Afastamento prático (ar) do último quadrado (ar = 1,0 m) 
 
 
Cálculo do Espaçamento do levante (El) 
 
El = 1,1ar = 1,1 x 1,0 m  El = 1,1 m 
 
 
Número de furos do piso (NFl) 
 
 
122
1,1
12
2
arg















 l
p
l NF
m
m
INT
E
TúneldouraL
INTNF
 
 
O tampão dos furos de levante é calculado através da seguinte expressão: 
 
Tl = 0,2ar = 0,2 x 1,00 m  Tl = 0,2 m = 20 cm 
 
Carga explosiva de cada furo do levante (Ql) 
 
Ql = (H – Tl) x RL = (3,8 m - 0,2 m) x 0,759 kg/m  Ql = 2,732 kg 
 
Número de cartuchos por furo (NCl) 
 
   
6
610,0
2,08,3
610,0




 l
l
l NC
m
mmTH
NC
 
 
 
 
 
 
g) FUROS DA PAREDE 
 
 
Neste caso teremos que executar a técnica de “Detonação Amortecida”, 
utilizando a tabela 16: 
 
Tabela 16: Valores a serem aplicados na técnica de Detonação 
Amortecida 
 
Diâmetro da 
perfuração (mm) 
RL 
(kg/m) 
Diâmetro do 
cartucho (mm) 
Afastamento 
(ap), em metros 
Espaçamento 
(Ep), em metros 
25 – 32 0,11 11 0,3 – 0,5 0,25 – 0,35 
25 – 48 0,23 17 0,7 – 0,9 0,50 – 0,70 
51 – 64 0,42 22 1,0 – 1,1 0,80 – 0,90 
76 0,50 38 1,4 1,6 
 
Logo para D1 = 38 mm, utilizando os valores médios  ap = 0,8 m e Ep = 0,6 
m. 
 
Tp = 0,5ap = 0,5 x 0,8 m  Tp = 0,4 m 
 
 
RL = 0,230 kg/m 
 
 
Cálculo da carga dos furos da parede (Qp) 
 
Qp = (H-Tp) x RL = (3,8 m – 0,4 m) x 0,230 kg/m  Qp = 0,782 kg 
 
 
NCp = (H – Tp) / 0,5 = (3,8 m – 0,4 m) / 0,5  NCp = 7 
 
 
821
6,0
0,128,3
21 


















 p
p
l
p NFx
m
mm
INTx
E
aparededaAltura
INTNF
 
 
 
 
 
 
 
h) FUROS DO TETO 
 
Os furos do teto apresentam os mesmos dados que os furos da parede: 
 
at = 0,8 m; Et = 0,6 m; Qt = 0,782 kg; Tt = 0,4 m 
 
Número de furos do teto (NFt) 
 
301
6,0
0,614,3
1 











 t
T
t NF
m
mx
INT
E
R
INTNF
 
 
sendo R = altura da abobada. 
 
 
Número de furos do contorno (teto + parede)(NFc) 
 
381
6,0
4,23
1 











 c
T
c NF
m
m
INT
E
LD
INTNF
 
 
onde: 
 
LD = (altura da parede – al) x 2 + R = (3,28 m – 1,0 m) x 2 + 3,14 x 6,0 
m 
 
LD = 23,4 m 
 
 
 
 
 
 
i) FUROS INTERMEDIÁRIOS LATERAIS AO PILÃO 
 
 
Número de linhas verticais (NLV) 
 






 1
)(
liE
EDHhorizontalnadisponívelEspaço
INTNLV
 
 
 
sendo: 
 
Eli = 1,1 x ar = 1,1 x 1,0 m  Eli = 1,1 m 
 
EDH = LT – W4 – 2 x ap = 12 m - 2,28 m – 2 x 0,8  EDH = 8,12 m 
 
Sendo: LT = largura do túnel, então: 
 
81
1,1
12,8






 NLV
m
m
INTNLV
 
 
 
Número de linhas horizontais (NLH) 
 






 1
)(
ra
EDVverticalnadisponívelEspaço
INTNLH
 
 sendo: 
 
ar = 1,0 m 
 
EDV = ap – al = 3,28 m – 1,0 m  EDV = 2,28 m; então: 
 
 
31
0,1
28,2






 NLV
m
m
INTNLH
 
 
Número de furos intermediários laterais ao pilão (NFil) 
 
NFil = NLV x NLH = 8 x 3  NFil = 24 
 
Cálculo do Tampão (Til) 
 
Til = 0,5 x ar = 0,5 x 1,0 m  Til = 0,5 m 
 
Cálculo da carga por furo (Qil) 
 
Qil = (H - Til ) x RL = (3,8 m – 0,5 m) x 0,759 kg/m  Qil = 2,505 kg 
 
Cálculo do número de cartuchos por furo (NCil) 
 
NCil = (H - Til ) / 0,601 m = (3,8 m – 0,5 m) / 0,601 m  NCil = 5,5 
 
 
 
 
 
 
j) Furos Intermediários acima do pilão (Realce) 
 
 
 ai = 1,0 m (último quadrado); Ei = 1,2 x ai = 1,2 m 
 
 
 Número de arcos e linhas (Nal) 
 
 
 Nal = INT(R – ap) = INT(6,0 m – 0,8 m)  Nal = 5 
 
 
 Número de furos do 1 arco superior (NF1) 
 
 
13
2,1
)8,06(14,3
1
1
1 




 






 NF
m
mm
INT
E
r
INTNF
i
 
 
 
 Número de furos do 2 arco superior (NF2) 
 
 
10
2,1
)0,18,06(14,3
2
2
2 




 






 NF
m
mmm
INT
E
r
INTNF
i
 
 
 
 Número de furos do 3 arco superior (NF3) 
 
 
8
2,1
)0,10,18,06(14,3
3
3
3 




 






 NF
m
mmmm
INT
E
r
INTNF
i
 
 
 
 Após o 3 arco o espaço disponível na horizontal será (Eh) 
 
 Eh = 12 m – 2 x 0,8 m – 4 x 1,2 m  Eh = 5,6 m 
 
 
 Número de furos na horizontal (NFh) 
 
 
 
6
2,1
6,5















 h
i
h
h NF
m
m
INT
E
E
INTNF
 
 
 
 Cálculo do tampão dos furos intermediários acima do pilão (Tiap) 
 
Tiap = 0,5 x ar = 0,5 x 1,0 m  Tiap = 0,5 m 
 
 
 Cálculo da carga dos furos intermediários acima do pilão (Qiap) 
 
Qiap = (H - Tiap ) x RL = (3,8 m – 0,5 m) x 0,759 kg/m  Qiap = 2,505 kg 
 
Cálculo do número de cartuchos por furo (NCiap) 
 
NCiap = (H - Tiap ) / 0,610 m = (3,8 m – 0,5 m) / 0,610 m  NCiap = 5,5 
 
 
 
 RESUMO 
 
 Número de furos por detonação: 127 
 
 Diâmetro dos furos carregados: 38 mm 
 
 Diâmetro do furo vazio alargado: 127 mm 
 
 Profundidade da perfuração por fogo: 4,1 m 
 
 Avanço médio por detonação: 95 % x 4,1 m = 3,9 m 
 
 Número total de detonações: 1500 m / 3,9 m por detonação = 385 
detonações 
 
 Volume total de rocha “in situ” por detonação (V): 3,6 m x 96 m2 = 
346 m3 
 
 
SISTEMÁTICA DE CARREGAMENTO DO FOGO 
 
 
Região Número de 
furos 
Dimensões do 
explosivo 
Carga por 
furo 
(kg) 
Total de 
explosivo (kg) 
1 Quadrado 4 29 mm x 200 mm 2,740 10,960 
2 Quadrado 4 29 mm x 200 mm 2,778 11,110 
3 Quadrado 4 29 mm x 200 mm 2,657 10,628 
4 Quadrado 4 29 mm x 200 mm 2,505 10,020 
Piso (sapateira) 12 29 mm x 200 mm 2,732 32,784 
Paredes 8 17 mm x 500 mm 0,782 6,256 
Teto 30 17 mm x 500 mm 0,782 23,460 
Intermediários 
laterais ao pilão 
24 29 mm x 200 mm 2,505 60,120 
Intermediários 
acima do pilão 
37 25 mm x 200 mm 2,505 92,685 
Consumo total de explosivos por desmonte: 258,023 kg 
 
 
 
CONSUMO TOTAL DE EXPLOSIVOS E ACESSÓRIOS POR DETONAÇÃO 
 
 Cartuchos de 29 mm x 610 mm: 228,307 kg 
 
 Cartuchos de 17 mm x 500 mm: 29,716 kg 
 
 Espoleta não elétrica com retardo (Nonel-Túnel, Exel-T, Brinel-Túnel): 
127 peças 
 
 Cordel detonante: 115 m 
 
 Estopim espoletado (1,2 m): 2 peças 
 
 
 
 
 
Consumo de Explosivo e acessórios para o total da obra: 
 
Cartuchos de 29 mm x 610 mm: 228,307 kg / detonação x 385 detonações: 
87,90 t 
 
Cartuchos de 15 mm x 500 mm: 29,716 kg / detonação x 385 detonações: 
11,44 t 
 
Espoleta não elétrica com retardo: 127 peças / desmonte x 385 detonações: 
48.895 peças 
 
Cordel detonante: 115 m / desmonte x 385 detonações: 44.275 m 
 
Estopim de segurança espoletado: 2 peças / desmonte x 385 detonações: 770 
peças 
 
 
Razão de carregamento (RC): 258,023 kg / 346 m3  RC = 745,73 g/m3 
 
Razão de carregamento (RC) em g/t: 
 
745,73 g/m3 / densidade da rocha = 745,73 g/m3 / 2,7 t/m3  RC = 276,20 g/t 
 
 
Metros perfurados por detonação (MPD) 
 
MPD = 127 furos x 3,8 m  MPD = 482,6 m 
 
Perfuração específica (PE) 
 
PE = MPD / V = 482,6 m / 346 m3  PE = 1,39 m/m3 
 
 
 
Ligação da Face do Túnel 
 
 
 
 
 
9.14 DESMONTE DE PRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 32 – MÉTODO DE LAVRA SUBLEVEL STOPING 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 33 – PERFURAÇÃO DO REALCE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 34 - Perfuração no Método de Furos Longos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 35 - Método de Lavra 
VCR – Vertical Crater Retreat 
Figura 36 - Carregamento do VCR

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