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Resumo Artigo Fisiologia Mormo em Equinos

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Aspectos Clínico-Patológicos do Mormo em Equinos
A bactéria Burkholderia Mallei causa Mormo, uma enfermidade infectocontagiosa que acomete principalmente os equídeos, podendo também acometer o homem, os carnívoros e eventualmente os pequenos ruminantes.
	A doença foi descrita pela primeira vez no Brasil em 1811. Acredita-se que foi importada da Europa pela inserção de animais infectados.
	A Burkholderia Mallei é um bastonete gram-negativo, não esporulado, imóvel. Cresce bem no glicerol ou sangue, as colônias apresentam aspecto mucoide e brilhante. O bacilo do mormo é aeróbio e anaeróbio facultativo, oxidase e catalase positiva e redutor de nitrato.
A B. Mallei é um patógeno intracelular bem adaptado ao seu hospedeiro, porém apresenta baixa resistência ambiental. São sensíveis à ação da luz solar, calor e desinfetantes comuns e podem sobreviver em ambientes úmidos.
A contaminação ocorre por meio de forragem, cochos e bebedouros por secreção oral e nasal. Infectam as vias aéreas superiores e as secreções orais e nasais representam a mais importante via de excreção da B. Mallei.
A principal via de infecção é a via digestiva, mas também pode ocorrer pelas vias respiratórias e cutânea. Todos os equídeos são susceptíveis, principalmente animais idosos, debilitados e submetidos a estresse. 
Homem é hospedeiro acidental. Os equinos e muares são os únicos reservatórios naturais do agente.
Sinais clínicos são febre, tosse e corrimento nasal. Na forma aguda da doença, leva a morte por septicemia em horas. A fase crônica da doença é caracterizada por manifestações clínicas: nasal, pulmonar e cutânea, porém pode ocorrer todas as formas junto. 
O agente penetra pela mucosa, se prolifera e se espalha para órgãos via corrente sanguínea. O agente é encontrado nos pulmões, na pele e mucosa nasal. Nos animais infectados, forma-se lesões nodulares na faringe e sistema linfático. Metástases são encontradas nos pulmões, baço, fígado e pele. 
O diagnóstico do mormo consiste na associação clínico epidemiológicos, anátomo-histopatológicos, isolamento bacteriano, inoculação em animais de laboratório (prova de Strauss), reação imunoalérgica (maleinização) e testes sorológicos. Testes sorológicos podem apresentar resultados inconclusivos por até seis semanas após a realização do teste de maleína e todos esses testes apresentam reação cruzada com B. Pseudomallei. Assim locais onde a melioidose é endêmica, os testes sorológicos podem resultar em falso-positivo. O MAPA recomenda a realização dos testes de Fixação do Complemento (FC) e maleinização. O teste de FC apresenta alta sensibilidade e boa especificidade, na detecção de anticorpos específicos contra a B. Mallei, que podem ser observados uma semana após a infecção. O melhor período para realizar o exame é dentro de 4-12 semanas após a infecção. O primeiro teste de diagnóstico realizado para detecção de mormo foi o teste de maleína, este tem sido o melhor teste para diagnóstico a campo e programas de controle e erradicação desde 1890. Porém apresenta baixa sensibilidade, em casos avançados da doença. É inoculado 0,1 ml de maleína por via intradérmica na pálpebra inferior, realizando a leitura após 48 horas. O resultado é considerado positivo quando apresentar edema palpebral com presença ou não de secreção purulenta. 
O tratamento é proibido, devido animais tratados se tornarem portadores crônicos do agente, tornando-se fonte de infecção para animais sadios. O MAPA recomenda a eutanásia dos animais positivos devido à falta de vacina contra mormo. 
A prevenção da doença em humanos, envolve a eliminação de animais infectados, quarentena e interdição da fazenda, limpeza e desinfecção das áreas de foco, incineração e destino apropriado de carcaças de animais infectados, desinfecção de veículos e equipamentos, abolição de cochos coletivos, e utilização de equipamentos de proteção individual, como luvas, máscara, óculos e avental, por parte de médicos veterinários, tratadores de animais, laboratoristas e pessoas que tem contato com animais suspeitos ou com equipamentos contaminados. 
TEMV: Turma Especial de Medicina Veterinária.
Patrick Guilherme Fernandes.

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