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Dissertação Paraúna

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Bruno Martins Ferreira 
 
 
 
 
 
GEODIVERSIDADE NO MUNICIPIO DE PARAÚNA/GOIÁS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Goiânia/GO 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bruno Martins Ferreira 
 
 
 
 
GEODIVERSIDADE NO MUNICIPIO DE PARAÚNA 
 
 
 
 
 
 
 
Orientadora: Profª. Drª. Cláudia Valéria de Lima 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Goiânia/GO 
2016 
 
 
 
Dissertação apresentada à Universidade 
Federal de Goiás, como requisito parcial 
para a obtenção do título de Mestre em 
Geografia. 
 
Linha de Pesquisa: Análise Ambiental e 
Tratamento da Informação Geográfica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRUNO MARTINS FERREIRA 
 
 
 
GEODIVERSIDADE NO MUNICIPIO DE PARAÚNA 
 
Dissertação apresentada à Universidade 
Federal de Goiás, como requisito parcial 
para a obtenção do título de Mestre em 
Geografia. 
 
Linha de Pesquisa: Análise Ambiental e 
Tratamento da Informação Geográfica. 
 
 
 
Banca Examinadora: 
 
____________________________________________ 
Profa. Dra. Cláudia Valéria de Lima 
(Presidente da banca/Orientadora/UFG) 
 
____________________________________________ 
Profa. Dra. Gislaine Cristina Luiz 
(Membro interno/PPG Geografia/UFG) 
 
____________________________________________ 
Prof. Dr. Carlos Roberto dos Anjos Candeiro 
(Membro externo/Curso de Geologia/Campus Aparecida de Goiânia/UFG) 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Gostaria de agradecer a minha orientadora Professora Drª Cláudia Valéria de 
Lima, pela dedicação e principalmente acreditar no meu potencial, confiar em mim e 
não desistir desse grande sonho que foi a pesquisa. Nos momentos mais difíceis, pude 
contar com o seu apoio, sempre com palavras de ânimo e motivação, me orientou não 
apenas na academia, mas, me proporcionou ensinamentos que levarei para toda a vida. 
Aos meus pais Jose Julio Ferreira e Maria Rita Martins Ferreira, que sempre 
me apoiaram e me proporcionaram a oportunidade de estudar, de crescer enquanto 
sujeito e contribuíram na formação do meu caráter. São os meus pilares, meus exemplos 
de vida, as pessoas que mais amo. A todos os meus familiares, tios (a), primos (a), avo e 
minha avó que não se encontra mais no nosso meio, mas, ao longo da vida também 
acreditou nos meus estudos. 
A todos os meus amigos, que durante a pesquisa sempre estiveram do meu 
lado, contribuindo com os trabalhos de campo, me ouviram nos momentos de angustia e 
desabafo e se alegraram comigo nos momentos bons. A Maria de Lourdes, da secretaria 
de turismo, que foi um elemento importante no reconhecimento dos geossitios e 
diversos conhecimentos foram compartilhados pela sua colaboração. 
Ao doutorando Ricardo e mestranda Gabriela, que foram colegas de 
laboratório. Aos professores Denis Castilho e Gislaine Luiz, que fizeram parte da banca 
de qualificação e suas opiniões foram essenciais para a pesquisa. 
Aos docentes, coordenação e direção do Instituto de Estudos Sócio Ambientais 
da UFG, que ao longo da pesquisa, contribuíram com seus conhecimentos e orientações, 
proporcionando-me um crescimento enquanto sujeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porque só Eu sei os planos que tenho para vós, planos de 
bênçãos e não de mal e um futuro cheio de esperança... 
 
Jeremias 29:11. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A presente dissertação tem como recorte espacial o município de Paraúna em Goiás, 
localizado na Mesorregião do Sul Goiano e na Microrregião do Vale do Rio dos Bois. O 
município destaca-se pelo grande potencial turístico. Paraúna distancia cerca de 160 Km 
de Goiânia e possui diversos atrativos turísticos como a Ponte de Pedra, a Serra das 
Galés, a Serra da Portaria e outros. O município abriga o Parque Estadual de Paraúna 
criado pelo decreto de lei Nº 5.568, DE 18 DE MARÇO DE 2002. O objetivo geral da 
pesquisa foi analisar e discutir a geodiversidade presente no município. A 
geodiversidade consiste na variedade de paisagens, de ambientes geológicos, rochas, 
solos, fósseis, minerais e outros depósitos superficiais que dão suporte a vida na Terra. 
Foram identificados e mapeados onze geossitios, presentes na porção norte do 
município. Em relação ao Parque Estadual de Paraúna, discutiu se a conservação do 
patrimônio geológico, geomorfológico e cultural do parque. Elaborou-se um jogo 
didático no âmbito de levar as pessoas a conhecerem os conceitos de geodiversidade, 
geoconservação, geoformas, geossitios, patrimônio geológico e a conscientização da 
preservação do Parque Estadual de Paraúna. 
 
 
Palavras chave: Geodiversidade, Geoconservação, Paraúna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
This dissertation has the spatial area of Paraúna municipality in Goiás, located in South 
Mesoregion Goiano and micro-region of the Bois River Valley. The city stands out for 
its great tourism potential. Paraúna distance about 160 km from Goiânia and has several 
tourist attractions such as the Stone Bridge, the Sierra de Gales, Sierra Ordinance and 
others. The city houses the Paraúna State Park created by Law Decree No. 5568, OF 18 
MARCH 2002. The overall objective of the research was to analyze and discuss the 
geo-diversity present in the city. The Geodiversity is the variety of landscapes, 
geological environments, rocks, soils, fossils, minerals and other surface deposits that 
support life on Earth. They were identified and mapped eleven geosites present in the 
northern portion of the county. Regarding State Park Paraúna discussed the 
conservation of geological heritage, geomorphological and cultural park. Elaborated a 
didactic game within to get people to know the concepts of geodiversity, 
geoconservation, landforms, geosites, geological heritage and awareness of preserving 
the Paraúna State Park. 
 
 
 
 
 
 
Keywords: Geodiversity, Geoconservation, Paraúna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Localização da área de estudo................................................................. 17 
 
Figura 2: Geoconservação e Políticas de Geoconservação. Fonte: Brilha (2005).. 22 
 
Figura 3: Propostas de criação de Geoparques no Brasil....................................... 24 
 
Figura 4: A geoconservação promove o ensino/aprendizagem da Geologia, 
enquanto esta aumenta a sensibilização pela necessidade de conservar o 
património geológico. Fonte: Brilha, Dias e Pereira (2006 ) ................................. 
 
 
25 
 
Figura 5: Mapa de geologia do Município de Paraúna/Goiás................................ 32 
 
Figura 6: Exemplo de morfologia tabuliforme atual. Fonte: Casseti (1994).......... 36 
 
Figura 7:Domínio de relevo tabuliforme no município de Paraúna. Fonte: 
Casseti (1994).......................................................................................................... 
 
37 
 
Figura 8: Relação morfológica com a estrutura concordante sub-horizontal nomunicipio de Paraúna. Fonte Casseti (1994)........................................................... 
 
38 
 
Figura 9: O efeito da erosão diferencial nos patamares da Serra da Portaria 
(Paraúna) Fonte: Casseti (1994)............................................................................... 
 
38 
 
Figura 10: Esquema da muralha, originada por erosão diferencial (municipio de 
Paraúna). Fonte: Casseti (1994)............................................................................... 
 
39 
 
Figura 11:. Mapa de localização dos Geossitios..................................................... 41 
 
Figura 12 Localização dos geossitios nas respectivas unidades geológicas........... 42 
 
Figura 13:. Relevo ruiniforme no Cristo Paredão................................................... 45 
 
Figura 14: Estátua do Cristo Paredão..................................................................... 45 
 
Figura 15: Ponte de Pedra I.................................................................................... 46 
 
Figura 16: Entrada da gruta na Ponte de Pedra I.................................................... 47 
 
Figura 17: Dentro da gruta na Ponte de Pedra I..................................................... 47 
 
Figura 18: Serra da Arnica...................................................................................... 48 
 
Figura 19: Área de maiorr utilização para banho no Balneario Formosinho......... 49 
 
Figura 20: Vista panoramica do Balneario Formosinho......................................... 49 
 
 
 
Figura 21: Vista panoramica do Balneario Formosinho......................................... 52 
Figura 22: Cachoeira Corrego dos Macacos em tempo de seca............................. 52 
 
Figura 23: Margens da Cachoeira Corrego dos Macacos em tempo de seca......... 53 
 
Figura 24: Cachoeira do Cervo............................................................................... 53 
 
Figura 25: Cachoeira do Sonho.............................................................................. 54 
 
Figura 26: Cachoeira do Desengano....................................................................... 55 
 
Figura 27: Serra da Portaria................................................................................... 56 
 
Figura 28: Serra da Portaria.................................................................................... 57 
 
Figura 29: Muralha de ferro ................................................................................ 57 
 
Figura 30: Vista panorâmica da Serra das Galés.................................................. 58 
 
Figura 31: Geoforma denominada Lagartixa esculpida em rochas areníticas...... 59 
 
Figura 32: Geoforma denominada Cérebro esculpida em rochas areníticas.......... 59 
 
Figura 33:. Geoforma Os Três Reis esculpida em rochas areníticas...................... 60 
 
Figura 34: Geoforma denominada Índia esculpida em rochas areníticas............... 61 
 
Figura 35: Geoforma denominada Cálice esculpida em rochas areníticas............ 62 
 
Figura 36: Geoforma o Cálice por outro ângulo .................................................. 62 
 
Figura 37: Geoforma denominada Tartaruga esculpida em arenitos..................... 63 
 
Figura 38.:Mapa de localização do Parque Estadual de Paraúna.......................... 64 
 
Figura 39: Limite do Parque Estadual de Paraúna............................................... 65 
 
Figura 40:. Jogo Desbravando o Parque Estadual de Paraúna.............................. 68 
 
Figura 41: Cartas do jogo Desbravando o Parque Estadual de Paraúna................ 69 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
 
Quadro 01: Geossitios do município de Paraúna.................................................... 44 
Quadro 02: Classificação dos Geossitios no município de Paraúna....................... 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
SNUC: Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza 
 
UNESCO: Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura. 
 
CPRM: Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais 
 
PCNS: Parâmetros Curriculares Nacionais 
 
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
 
PEPa: Parque Estadual de Paraúna 
 
SIGEP: Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos 
 
SEPLAN: Secretaria de Planejamento do Estado de Goiás 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO..................................................................................................... 16 
CAPÍTULO I – REFERENCIAL TEÓRICO................................................... 17 
1.1 Geodiversidade: Geossítios e Patrimônio Geológico............................. 21 
1.2 Geoconservação e Geoparques................................................................ 23 
1.3 Geoconservação e Educação.................................................................... 24 
CAPÍTULO II - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................ 28 
CAPÍTULO III – O MUNICÍPIO DE PARAÚNA............................................. 30 
3.1 Caracterização do meio físico.................................................................. 31 
3.1.1 Geologia...................................................................................................... 33 
3.1.2 Geomorfologia............................................................................................ 36 
CAPÍTULO IV – RESULTADOS........................................................................ 40 
4.1 Descrição dos Geossitios........................................................................... 41 
4.1.1 Cristo Paredão............................................................................................ 44 
4.1.2 Ponte de Pedra............................................................................................ 46 
4.1.3 Serra da Arnica........................................................................................... 48 
4.1.4 Balneário Formosinho................................................................................ 49 
4.1.5 Cachoeira do Corrego dos Macacos.......................................................... 50 
4.1.6 Cachoeira do Cervo.................................................................................... 51 
4.1.7 Cachoeira do Sonho................................................................................... 52 
4.1.8 Cachoeira do Desengano............................................................................ 52 
4.1.9 Serra da Portaria........................................................................................ 53 
4.1.10 Muralha de Ferro....................................................................................... 54 
4.1.11 Serra das Galés........................................................................................... 55 
4.2 Parque Estadual de Paraúna................................................................... 62 
4.2.1 Parque Estadual de Paraúna: Geossítios Serra das Galés e Serra da 
Portaria e a Educação............................................................................... 
 
64 
CONCLUSÕES......................................................................................................71 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 73 
ANEXOS................................................................................................................. 77 
 
 
 
 
17 
 
 
INTRODUÇÃO 
As pesquisas sobre geodiversidade, geoconservação e geoturismo no Brasil 
são relativamente recentes. A partir da década de 1990, pesquisadores preocupam-se 
com esta área que envolve tanto a geologia quanto a geografia no âmbito da analise de 
paisagens. A geografia física por meio do estudo das paisagens pode contribuir com 
essa temática a partir das teorias geográficas relativas a paisagem, em especial, a visão 
geossistêmica. Destaca-se, ainda, a necessidade de um planejamento e ordenamento 
territorial para gerir as atividades de proteção e preservação do patrimônio geológico. 
A geodiversidade consiste na variedade de paisagens, de ambientes 
geológicos, rochas, solos, fósseis, minerais e outros depósitos superficiais que dão 
suporte a vida na Terra. A conservação da geodiversidade é uma temática que está em 
crescente interesse nas últimas décadas. Nesse sentido caracteriza-se a geoconservação 
como uso consciente e a proteção dos recursos relacionados à geodiversidade. 
A geoconservação é um dos mecanismos essenciais para preservar o meio 
ambiente principalmente áreas ricas em geodiversidade. Para que a geoconservação seja 
primordialmente realizada, a educação é vista como um pilar. A educação através, da 
conscientização e internalização dos aspectos naturais pelos sujeitos poderá criar 
estruturas diferenciadas para preservação do meio natural. Sendo assim, é necessária a 
divulgação do patrimônio geológico por meio da educação e a conscientização da 
comunidade local. 
O recorte espacial adotado para a execução dessa pesquisa é o município de 
Paraúna, localizado na Mesorregião do Sul Goiano e na Microrregião do Vale do Rio 
dos Bois. O município destaca-se pelo grande potencial turístico. Paraúna dista cerca de 
160 Km de Goiânia e possui diversos atrativos turísticos como a Ponte de Pedra, a Serra 
das Galés a Serra da Portaria e diversas cachoeiras. O município abriga o Parque 
Estadual de Paraúna criado no ano de 2002 (Figura 01). 
 
 
18 
 
 
Figura 1. Localização da área de estudo. 
 
Fonte: Base Cartográfica SIEG (2015). 
 
O presente trabalho tem como objetivo geral analisar e discutir a 
geodiversidade no município de Paraúna. 
Os objetivos específicos deste trabalho de dissertação são: 
1) identificar e inventariar os geossítios no município de 
Paraúna; 
2) mapear e contabilizar o patrimônio geológico e 
geomorfológico na região estudada; 
3) discutir a conservação do patrimônio cultural, geológico e 
geomorfológico da região do Parque Estadual de Paraúna; 
4) elaborar material didático no âmbito de levar os sujeitos a 
internalizarem os conceitos da geodiversidade e a preservação do Parque 
Estadual de Paraúna. 
19 
 
Para atender os objetivos propostos, este trabalho de dissertação será 
organizado em capítulos. O primeiro capítulo retratará os aspectos sobre a 
geoconservação, geodiversidade, patrimônio geológico e geomorfológico e a educação 
no âmbito da geodiversidade. No segundo capítulo serão explicados os procedimentos 
metodológicos para a realização da pesquisa. O terceiro capítulo tratará da 
caracterização da área de pesquisa e o modo de apropriação da região que abriga o 
município de Paraúna e o Parque Estadual de Paraúna. No quarto capítulo serão 
abordados os resultados da pesquisa e apresentada a proposta do material didático a ser 
utilizado com fins educativos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
CAPÍTULO I – REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Muito se tem discutido no meio científico e acadêmico relativo às geociências 
sobre a visão integradora do Sistema Terra considerando-o um ambiente sistêmico no 
qual há interdependência entre os processos e, qualquer ação tem consequências na 
dinâmica desse sistema (TOLEDO, 2003; MANTESSO-NETO, 2009). Nesse sentido, 
Mantesso-Neto (2009) afirma que alguns conceitos vem ganhando importância na 
comunidade científica, dentro os quais: geodiversidade, geoconservação, patrimônio 
geológico, geossítios e geoparques. 
 
1.1 Geodiversidade: geossítios e patrimônio geológico 
 
A partir da década de 1990 o termo geodiversidade vem sendo utilizado por 
geólogos e geógrafos no intuito de descrever a variedade do meio abiótico. Essa 
terminologia surgiu no Reino Unido durante a Conferência de Malven sobre 
Conservação Geológica e Paisagística realizada no ano de 1993 (BRILHA, 2005). 
Nessa ocasião Sharples (1993, apud Nascimento, 2008) caracterizou a geodiversidade 
como a diversidade de características, assembléias, sistemas e processos geológicos 
(relacionados ao substrato), geomorfológicos (formas da paisagem) e do solo. 
O conceito geodiversidade é o titulo do artigo publicado por Stanley (2000) 
que foi adaptado pela Royal Society for Nature Conservation do Reino Unido também 
como titulo do seu relatório de Ciência da Terra (Geodiversity Update). Tal relatório 
define geodiversidade como: “variedade de ambientes, fenômenos e processos ativos de 
caráter geológico, geradores de paisagens, rochas, minerais, fosseis, solos e outros 
depósitos superficiais que constituem a base para vida na Terra” (GRAY, 2004). 
Segundo Nascimento (2008) a geodiversidade “é também o elo entre as 
pessoas, paisagens e sua cultura, por meio da interação com a biodiversidade”. Neste 
âmbito, reconhecer a geodiversidade é essencial para que a humanidade desenvolva 
ações sustentáveis. 
O Serviço Geológico do Brasil/Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - 
CPRM – (2006) define geodiversidade como 
 
O estudo da Natureza abiótica (meio físico) constituída por uma variedade de 
ambientes, composição, fenômenos e processos geológicos que dão origem 
às paisagens, rochas, minerais, águas, fósseis, solos, clima e outros depósitos 
21 
 
superficiais que proporcionam o desenvolvimento da vida na Terra, tendo 
como valores intrínsecos a cultura, o estético, o econômico, o científico, o 
educativo e o turístico (s/p). 
 
As discussões acerca dessa temática envolvem também a valoração da 
geodiversidade. A geodiversidade pode ter valores: intrínseco, cultural, estético, 
econômico, funcional, cientifico e educativo. 
Os valores intrínseco e estético são subjetivos e de difícil quantificação. O 
valor intrínseco expressa a relação entre a natureza e o ser humano. O cultural, está 
relacionado a independência entre o desenvolvimento social, cultural ou religioso e o 
meio físico, por exemplo, muitos nomes de cidades estão relacionados a aspectos 
geológicos ou geomorfológicos. No caso do valor estético, as paisagens possuem um 
valor estético embutido, mesmo a paisagem sendo bonita para uns e não para outros, 
pode estar relacionado com atividades de lazer e produção artística. O valor econômico 
esta associado aos recursos minerais e energéticos e o funcional, atribuído, ao valor da 
geodiversidade in situ, de caráter utilitário do homem e o valor enquanto substrato para 
sustentação do sistema ecológico. O valor cientifico tem como base acesso e posterior 
estudo da geodiversidade e o educativo, está relacionado à educação em Ciências da 
Terra, sendo atividades formais e não formais. Esses dois últimos valores permitem ao 
ser humano reconhecer e interpretar a história geológica da Terra (NASCIMENTO, 
2008; LOPES e ARAÚJO, 2011; BRILHA, 2005; BRILHA, 2009). 
A geodiversidade abarca no seu conjunto a conceituação de geossitiose 
patrimônio geológico. 
Segundo Brilha (2005) o termo geossítio pode ser definido como: 
 
Ocorrência de um ou mais elementos da geodiversidade (aflorantes, quer em 
resultado da ação de processos naturais, quer devido à intervenção do 
homem), bem delimitado geograficamente e que apresente valor singular do 
ponto de vista científico, pedagógico, cultural, turístico, ou outro (p. 52). 
 
Considerado como um lugar particular para o estudo da geologia, os geossitios 
são áreas com características notáveis no ponto de vista cientifico, didático ou turístico. 
É também considerado do ponto de vista físico natural, como um sítio geológico. 
Rivas et al. (2001) conceituam patrimônio geológico como: 
 
Recursos naturais não renováveis de interesse científico, cultural, 
educacional, paisagístico e recreativo que sejam formações rochosas, 
estruturas, formas de relevo, acumulações sedimentares, ocorrências 
22 
 
minerais, paleontológicas e outras que permitam reconhecer, estudar e 
interpretar a evolução da história geológica da Terra e os processos que a 
moldaram (p. 34). 
 
Para Brilha (2005), o patrimônio geológico é entendido como o conjunto de 
geossítios inventariados e caracterizados numa determinada área ou região e “integra 
todos os elementos notáveis que constituem a geodiversidade, incluindo o patrimônio 
paleontológico, o patrimônio mineralógico, o patrimônio geomorfológico, o patrimônio 
hidrogeológico entre outros”. 
Munoz (1988) define patrimônio geológico, como constituído por georrecursos 
naturais, que são recursos não-renováveis de índole cultural, que contribuem para o 
reconhecimento e interpretação dos processos que modelaram o Planeta Terra e que 
podem ser caracterizados de acordo com seu valor (cientifico, didático), pela sua 
utilidade (cientifica, pedagógica, museológica, turística) e pela sua relevância (local, 
regional, nacional e internacional). 
Garcia-Cortés (1996) classifica o Patrimônio Geológico por seu conteúdo, 
utilização e influência, conforme apresentado a seguir: 
a) Conteúdo: Estratigráfico, Paleontológico, Tectônico, 
Hidrogeológico, Petrológico, Geotécnico, Mineiro, Mineralógico, 
Geomorfológico, Geofísico, Geoquímico e Museus e coleções; 
b) Utilização: Turística, Científica, Didática e Econômica. 
c) Influência: Local, Estadual, Nacional e Internacional. 
 
Nascimento, Azevedo e Mantesso-Neto (2008) consideram a diversidade de 
tipos de patrimônios geológicos diferenciando-os em: patrimônio geomorfológico 
(formas de relevo); patrimônio paleontológico (registros fósseis), patrimônio 
espeleológico (cavernas) e patrimônio mineiro (minas). 
 
1.2 Geoconservação e Geoparques 
 
A conservação de elementos representativos da geodiversidade é denominada 
de geoconservação e tem implicações diretas em todo o meio ambiente. Em relação à 
geoconservação, Sharples (2002) explica que essa visa a preservação da diversidade 
natural (ou geodiversidade) de significativos aspectos e processos geológicos 
23 
 
(substrato), geomorfológicos (formas de paisagem) e de solo, pela manutenção da 
evolução natural desses aspectos e processos. 
A geoconservação reconhece que no processo de conservação da natureza, o 
componente abiótico é tão importante quanto o biótico. A geoconservação pode se dar 
por meio da criação de leis/programas específicos para o patrimônio geológico e/ou por 
meio da sensibilização do público sobre a importância deste patrimônio. 
Segundo Nascimento, Ruchkys e Mantesso-Neto (2008) os principais objetivos 
da geoconservação são: conservar e assegurar a manutenção da geodiversidade; proteger 
e manter a integridade dos locais com relevância em termos de geoconservação; 
minimizar os impactos adversos dos locais importantes em termos de geoconservação; 
interpretar a geodiversidade para os visitantes de áreas protegidas; contribuir para a 
manutenção da biodiversidade e dos processos ecológicos dependentes da 
geodiversidade. 
Brilha (2005) explica que a geoconservação, em sentido, amplo tem como 
objetivo a utilização e gestão sustentável de toda geodiversidade, englobando todos os 
tipos de recursos geológicos. O autor ressalta também os aspectos emocionais e 
estéticos ligados à geodiversidade, além de colocar que a educação, o ordenamento 
territorial e a ciência são elementos fundamentais para compor a geoconservação 
(Figura 2). 
 
Figura 02. Geoconservação e Políticas de Geoconservação. 
 
Fonte: Brilha (2005) 
24 
 
 
No Brasil, uma das formas de proteção do patrimônio natural é Lei nº 
9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - 
SNUC, e estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das 
unidades de conservação. Vale salientar que entre os 13 objetivos principais do SNUC, 
dois estão diretamente relacionados ao patrimônio geológico (sétimo e oitavo 
objetivos), cujas finalidades são de: VII - proteger as características relevantes de 
naturezas geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e 
cultural; e VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos. 
Para conservar e preservar o patrimônio geológico, a UNESCO criou em 1999 
o projeto Geoparks que visa à conservação geológica de monumentos ímpares ou de 
interesse público, histórico, arqueológico e social. 
Segundo a UNESCO (2004), geoparque é 
 
Um território com limites bem definidos que tenha uma área suficientemente 
grande para que sirva ao desenvolvimento econômico local com determinado 
número de sítios geológicos de importância científica especial, beleza ou 
raridade e que seja representativa da história geológica, dos eventos ou 
processo de uma área (s/p). 
 
 
Os geoparques, que são áreas de preservação ambiental dos sítios geológicos, 
ricos em geodiversidade, proporciona a comunidade local, o desenvolvimento de 
atividade econômicas no âmbito do turismo, criação de empregos, melhoria de renda 
além da construção de conhecimentos geológicos. Mansur (2010, p.18) afirma: 
Um geoparque cria oportunidades de emprego para as pessoas que vivem no 
local, para quem traz benefícios econômicos reais, em geral por meio do turismo. 
Nele, o conhecimento geológico deve ser compartilhado com o grande público e 
deve ser estabelecida uma conexão com os aspectos do ambiente natural e 
cultural que, em geral, estão relacionados ou são determinados pela geologia. 
 
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) criou, em 2006, o Projeto Geoparques 
(SCHOBBENHAUS, 2006) com o objetivo de identificar, classificar, catalogar, 
georreferenciar e divulgar o patrimônio geológico do Brasil, bem como definir diretrizes 
para seu desenvolvimento sustentável. Essa atividade está sendo desenvolvida pela 
CPRM em conjunto com as universidades e outros órgãos ou entidades federais e 
estaduais, que tenham interesses comuns, e em consonância com as comunidades locais. 
Este projeto apresenta 30 áreas potenciais para a criação de geoparques, espalhadas 
25 
 
pelas diferentes províncias geológicas brasileiras. Há várias propostas de criação de 
geoparques, em diferentes fases do processo de elaboração (Figura 03). 
 
Figura 03. Propostas de criação de Geoparques no Brasil 
 
 
 
 
 
Fonte: Serviço Geológico do Brasil – CPRM. 
 
Em Goiás, a CPRM, elaborou duas propostas de criação de geoparques: 
Pirineus e Chapada dos Veadeiros. Outras pesquisas também tem sido desenvolvidas 
nas regiões da Serra Dourada, Cidade de Goiás (PINTO, FILHO 2014). 
 
1.3 Geoconservação e Educaçã 
26 
 
A educação é um instrumento de propagação da cultura humana, construção de 
saberes e transmissão de conhecimentos.Por meio da educação a humanidade desperta 
e se conscientiza para as questões ambientais. 
Nascimento, Mansur e Moreira (2015) definem algumas ferramentas para 
alcançar a geoconservação, dentre elas estão: inventário, quantificação de valor, 
identificação de vulnerabilidade, proteção legal, divulgação, conservação e 
monitoramento dos sítios. A educação permite mediante a divulgação a consciência 
ambiental em relação à preservação dos geossitios, pois, tais sítios caracterizam os 
processos geológicos e geomorfológicos do sistema Terra. 
Neste sentido, a educação através de atividades didáticas, tais como; impressão 
de guias e livros, painéis interpretativos, confecções de folhetos, mídia eletrônicas, 
palestras e jogos paradidáticos levam as pessoas a internalizarem os conceitos da 
geoconservação e despertarem para a preservação dos geossitios. 
Brilha, Dias e Pereira (2006) afirmam que incentivando a comunidade local, no 
âmbito de entender os geossitios com fins pedagógicos, colaborará com o processo de 
ensino aprendizagem da geologia. Assim, ao compreender a abordagem das temáticas 
físico naturais na geoconservação, provocará nos sujeitos uma sensibilidade em relação 
a essas temáticas, impulsionando-os na necessidade da conservação do patrimônio 
geológico. O esquema da figura (4) relata tal abordagem: 
 
Figura 4: A geoconservação promove o ensino/aprendizagem da Geologia, enquanto 
esta aumenta a sensibilização pela necessidade de conservar o património geológico. 
 
Fonte: Brilha, Dias e Pereira (2006 ) 
27 
 
 
 
A sensibilidade dos sujeitos aos conceitos da geoconservação vinculadas ao 
ensino/aprendizagem da geologia permite uma conscientização em relação à 
conservação dos patrimônios geológicos e geomorfológicos naturais. 
Na educação básica brasileira, o ensino de geologia esta vinculado a disciplina 
de Geografia e Ciências. Tanto os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e os 
currículos estaduais relatam conteúdos como relevo, solo, rochas, clima na grade 
curricular da Geografia. Para se trabalhar, a conscientização da geoconservação em sala 
de aula e necessário envolver conceitos da geomorfologia, geologia e pedologia. 
Por outro lado, o ensino também ocorre em outros espaços, para Brandão 
(1985) a educação é vista como cultura, no sentido que os sujeitos aprendem não apenas 
em sala de aula, mais em outros lugares, a educação é transmitida por meio das gerações 
e ocorre num processo de ensino aprendizagem. 
Atualmente, existem algumas pesquisas que relatam o processo de ensino 
aprendizagem envolvidos diretamente no próprio geoparque. Mansur (2010) relata um 
projeto denominado: Projeto Caminhos de Darwin que ocorre no Rio de Janeiro, no 
intuito de conscientizar a importância da preservação da geodiversidade por meio da 
educação. Neste projeto adotou-se a idéia de trabalhar os painéis interpretativos, ao 
longo de um determinado percurso os visitantes visualizam painéis e percebem o 
percurso de Darwin ao Rio de Janeiro. 
Outro projeto desenvolvido é a formação continuada de professores 
denominada “Educação, Ambiente e Aprendizagem Social: práticas socioeducativas 
para sustentabilidade e geoconservação” no âmbito de contribuir com a implantação do 
Geoparque Ciclo do Ouro, em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo. 
Segundo a Prefeitura de Guarulhos São Paulo, o curso, desenvolvido em dezembro de 
2014, teve aulas teóricas, práticas de campo e elaboração de projetos socioambientais 
colaborativos. 
Em 2009 um grupo de alunos da Universidade do Vale do Rio dos Sinos 
(UNISINOS) criou o Projeto Georoteiros que objetiva divulgar e incentivar a 
preservação dos patrimônios geológicos e monumentos naturais existentes no estado do 
Rio Grande do Sul. Como plataforma de divulgação, foi desenvolvido um website 
(www.georoteiros.com.br), contendo fotos, ilustrações e textos explicativos. 
A Mineropar (Serviço Geológico do Paraná) também desenvolve projetos 
relevantes para a divulgação das geociências por meio da educação. O projeto Geologia 
28 
 
na Escola, por exemplo, originou um conjunto de seis cadernos para-didáticos, dez 
pôsteres e mostruário de rochas, minerais e materiais para experimentos. A distribuição 
deste material iniciou em março/2007, exclusivamente nas escolas da rede publica 
estadual e está disponível para toda a comunidade por meio da internet no site 
(www.mineropar.pr.gov.br). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
CAPÍTULO II - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
Para o desenvolvimento da pesquisa foram consideradas as seguintes etapas: 
Etapa 1. Levantamento Bibliográfico: esta etapa consistiu na revisão 
bibliográfica de livros, artigos publicados em periódicos e anais de congressos e sites 
nacionais e internacionais sobre temas relativos a geoconservação, ao patrimônio 
geológico, ao geoturismo. Além dos aspectos teóricos a pesquisa bibliográfica incluiu 
também uma discussão sobre as ferramentas que dão suporte à geoconservação: 
geoparques, geossítios e educação voltada a geoconservação. 
Em relação à bibliografia selecionada sobre o município de Paraúna foram 
utilizados trabalhos voltados para a área física e trabalhos relacionados aos aspectos 
históricos e culturais que enfatizam a importância da área estudada. 
Etapa 2. Caracterização física do Município de Paraúna: nessa etapa foi 
realizada a compilação dos mapeamentos realizados para o município, principalmente, 
geologia e geomorfologia. 
Etapa 3. Critérios para seleção dos geossítios: nessa etapa foram realizadas 
entrevistas e visitas a órgãos públicos (prefeitura, centro de atendimento ao turista, 
secretarias municipal e estadual de turismo e meio ambiente, etc.) para coleta de dados 
sobre patrimônios geológicos na região estudada e a formular critérios para selecionar 
as possíveis áreas de um geossítio. 
Os critérios para a seleção de um geossítio foram: importância do sítio para o 
estudo geológico regional; importância do sítio para a história regional; importância do 
sitio para compreensão da evolução geomorfológica local e regional; importância do 
sítio para a cultura local; potencial para desenvolvimento de atividades como o 
geoturismo, pesquisas científicas e educacionais. 
Etapa 4. Trabalho de campo: ocorreram sete trabalhos de campo, em diversos 
momentos da pesquisa e com diferentes objetivos. Alguns trabalhos foram realizados 
para reconhecimento da área estudada e checagem das unidades geológicas e 
geomorfológicas. Outros com o intuito de realizar visitas e entrevistas aos órgãos 
públicos municipais. Outros realizados para georreferenciar, identificar e inventariar as 
formações geológicas, compondo os geossítios. Os sítios levantados foram 
georreferenciados com o auxilio de receptor de sinal GPS. Em todas as etapas foram 
feitos registros fotográficos das áreas visitadas. 
30 
 
Etapa 5. Identificação e caracterização dos geossítios: para identificar e 
caracterizar cada geossítio seguiu-se as recomendações da UNESCO e da SIGEP 
(Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos): localização, importância 
e descrição. Na caracterização dos geossítios também foi adotada a metodologia 
proposta por Cunha e Martins (2000). 
Etapa 6. Elaboração de um jogo didático, com o objetivo de levar os sujeitos a 
internalizarem os conceitos da geodiversidade e a consciência ambiental. 
Etapa 7. A ultima etapa consistiu na avaliação do potencial do patrimônio 
geológico do município de Paraúna e a redação do relatório final da dissertação.31 
 
CAPÍTULO III – O Município de Paraúna 
Paraúna surgiu no inicio do século XX em terras do município de Palmeiras de 
Goiás. Os primeiros habitantes construíram um rancho de palha para rezarem os terços 
as margens do córrego São José. Desse modo, iniciava o Povoado que recebeu o nome 
de "Bota Fumaça" (PARAÚNA, 2014). 
Em seguida alcançou a categoria de distrito com a nova denominação de "São 
José do Turvo". Em 1930 passou a chamar-se "Paraúna", palavra de origem Tupi, que 
significa Rio Preto (Para = Rio - Una = Preto). Segundo dados do IBGE (2010) a 
população de Paraúna é de aproximadamente 10.863 pessoas, sendo 2.876 na zona rural 
e 7.987 na zona urbana. Paraúna tem uma densidade demográfica de 2,87 (hab/km). 
A principal atividade do município é a pecuária. Segundo a SEPLAN (2015) 
em 2014, foram criadas 60.000 cabeças de aves, 172.000 cabeças de bois e 14.000 
porcos. No município ainda existem criação de búfalos, mulas, cavalos e cabras. 
Paraúna tem como aspectos climáticos, duas estações bem definidas, com um 
verão chuvoso e inverno bastante seco. O clima do município é clima tropical semi-
úmido, com temperatura média do mês frio, superior a 18º C e no mês mais quente 
entorno de 30º C com média anual de 22º C. O período chuvoso ocorre entre os meses 
de setembro a abril, coincidindo com o período de temperaturas mais elevadas e o 
período seco que é predominante nos meses de maio a agosto. 
No município encontram-se diversas serras. Ao sul, a Serra das Divisões ou 
Santa Marta. Ao nordeste, vertentes do Araguaia, na parte central, Serra da Portaria e 
das Galés e ao norte Serra da Arnica e Serra do Quebradão. A rede de drenagem é 
composta por diversos rios como: Desengano, Couro do Cervo, Ponte de Pedra, Preto, 
Verdão, Bois, Paranaíba. Ribeirão Formoso, Córrego do Macaco, Córrego Jaguanez; o 
Córrego da Divisa, Córrego Bernadino. 
Segundo o DIAGNOSTICO TURISTICO E PLANO DE AÇAO DE 
PARAÚNA (2008, p 08) ‘’A cobertura vegetal do município está intimamente 
relacionada às características climáticas e pedológicas, de umidade e de relevo, e 
encontra-se representada por campos, cerrados, matas e mata-galerias ’’. Neste sentido, 
várias áreas foram substituídas por pastagens ou campos agrícolas. 
32 
 
3.1 Caracterização do meio físico 
3.1.1 Geologia 
De acordo com GOIÁS (2008) no município de Paraúna ocorrem rochas 
datadas desde o Neoproterozóico. No entanto, destaca-se a ocorrência da Bacia 
Sedimentar do Paraná, em cujas litologias foram esculpidas as formas de relevo do 
município. A Bacia do Paraná é uma extensa estrutura intracratônica desenvolvida sobre 
crosta continental e tem cerca de 1.400.000 km² e abrange partes do Brasil, Argentina, 
Uruguai e Paraguai. Seu desenvolvimento é atribuído à fragmentação do Gondwana e o 
início da sedimentação data do Ordoviciano e término no Cretáceo inferior (SANTOS et 
al., 1984; SCHNEIDER et al., 1974). O registro geológico da bacia em Goiás é 
representado pela Formação Piranhas e pelos grupos Rio Ivaí, Paraná, Itararé (Formação 
Aquidauana, Furnas), São Bento (Formação Botucatu e Serra Geral) e Bauru. 
Conforme a figura 05 no município de Paraúna, dominam rochas da Unidade 
Ortognaisse do Oeste de Goiás, Formação Aquidauana, Formação Serra Geral, 
Formação Vale do Rio do Peixe e Coberturas Detriticas Indiferenciadas. Ocorrem em 
menor expressão rochas da Formação Furnas, Formação Cachoeirinha, Formação 
Botucatu, Formação Santo Antônio da Barra, Seqüência Metavulcanossedimentar 
Anicuns-Itaberaí e Depósitos Aluvionares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Figura 05: Mapa de geologia do município de Paraúna/Goiás 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
34 
 
 
Seqüência Metavulcanossedimentar Anicus-Itaberaí 
Esta unidade tem como idade o neoproterozoico. Em Goiás, ocorre próximo a 
Aurilandia seguindo para nordeste ate as proximidades de Mossâmedes, onde inflete 
para o sul ate Edealina. Os litotipos incluem rochas de origem vulcânica, química e 
sedimentar (GOIÁS, 2008). No município ocorre em uma pequena faixa na parte norte. 
Unidade Ortognaisse do Oeste de Goiás 
A unidade ortognaisse do oeste de Goiás foi datada no período neoproterozoico 
(Goiás, 2008). Tais gnaisses têm ocorrência a partir da região sul do estado (leste de 
Itumbiara) até a região norte (Porangatu, Novo Planalto, São Miguel do Araguaia) com 
expressivo segmento disposto segundo E-W na região central (Anicuns-Sancrerlandia-
Bom Jardim de Goiás) perpassando mais de 500 km de extensão. Esta unidade é 
formada por ortognaisses tonaliticos e granodioriticos bandados, cinza e róseos, médios 
e grossos (GOIÁS, 2008). Esta unidade distribui-se nas porções norte e sudeste do 
município. 
Formação Furnas 
A Formação Furnas tem idade no final do período ordovício-siluriano. Ocorre 
na região sudoeste do estado de Goiás, na borda nordeste da bacia do Paraná e tem 
como litotipos, arenitos esbranquiçados e róseos, feldspáticos ou caoliníticos, imaturos, 
mal classificados, médios a grossos, micáceos e delgados níveis conglomeráticos, 
sobretudo na porção basal. O ambiente deposicional é fluvial entrelaçado de alta 
energia (GOIÁS, 2008). Esta formação ocorre na porção norte do município. 
Formação Aquidauana 
A Formação Aquidauana tem idade permo-carbonifera. Segundo Goiás (2008) 
a Formação Aquidauana ocorre na região sudoeste do estado, em faixa com mais de 300 
Km de comprimento segundo E-W e 65 km de largura, que se estende desde as 
proximidades de Paraúna até o estado do Mato Grosso. Esta unidade é composta por 
conglomerados com sexos de quartzo e arenito,. A maioria das demais rochas são 
vermelho-arroxeadas e compreendem arenitos médios a grossos, friáveis, às vezes 
35 
 
feldspáticos e com estratificação cruzada acanalada, níveis silicificados e locais arenitos 
brancos grossos a conglomeráticos (diamictitos), seguidos de siltitos e argilitos 
finamente estratificados e folhelhos vermelhos a cinza esverdeados. Comum a presença 
de ritmos formados por finos níveis de argilito, siltito arenito fino (Goiás, 2008) Esta 
unidade ocupa a região noroeste do município e é a unidade mais representativa em 
termos areais. 
Formação Botucatu 
A Formação Botucatu, tem como idade o período Jurássico. Segundo Goiás 
(2008) ocorre no sudeste do estado, ao longo da faixa NE que se estende de 
Serranópolis até Santa Rita do Araguaia e em área restrita a norte de Jataí. Tem como 
litotipos, arenitos vermelhos, finos e médios, por vezes silicificados, de grãos bimodais 
e bem classificados. Podem ocorrer na base, arenitos argilosos, mal selecionados e 
camadas de arenito grosso e conglomerático. Em Paraúna ocorre em uma pequena 
porção da região nordeste. 
Formação Serra Geral 
Esta unidade é datada do cretáceo inferior. No estado de Goiás estende-se de 
Itumbiara até próximo de Paraúna. Ocorre também em faixas lineares nos leitos dos rios 
Claro, Corrente, Aporé e Verde. Têm como litotipos basaltos tholeiíticos, com 
vulcânicas riolíticas e riodacíticas subordinadas; os basaltos sustentam relevo plano, são 
maciços, cinza-escuros, finos, homogêneos, por vezes amigdalóides e com disjunções 
colunares (GOIÁS, 2008). Em Paraúna ocorre na porção centro-sul do município. 
Formação Vale do Rio do Peixe 
A formação Vale do Rio do Peixe foi datada no cretáceo superior. Em Goiás, 
ocupa áreas nas regiões sul e sudoeste do estado, abrangendo o Parque Nacional das 
Emas e os municípios de Rio Verde, Itarumã, Cachoeira Alta, Serranópolis, Caçu e 
Quirinópolis. Segundo Goiás (2008) essa unidade é composta por arenitos cinza-claros, 
bege ou róseos, maciços, finos a muito finos, às vezes médios, em geral malselecionados e com estratificação plano-paralela e cruzada subordinada. De acordo com 
as características litológicas e sedimentares o ambiente de sedimentação é fluvio-
lacustre. No município ocupa parte da região sudeste. 
36 
 
Formação Santo Antonio da Barra 
Esta formação foi datada do cretáceo. Têm como litotipos, lavas kamafugiticas 
e leuciticas com raras intercalações de piroclásticas. Em Goiás, situa-se a noroeste de 
Santo Antônio da Barra, estende-se por cerca de 270 km em platôs. (GOIÁS, 2008). 
Ocorre na porção leste do município. 
Formação Cachoeirinha 
A unidade formação Cachoeirinha, foi datada dos períodos do Cretáceo em 
Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Esta formação é composta de 
conglomerados com clastos subarredondados a arredondados de quartzo, arenito e 
silexito em matriz argilosa, bem como sedimentos areno-argilosos vermelhos, lamitos 
com grânulos angulosos, argilitos cinza com estratificação incipiente e arenitos mal 
classificados. Sua origem está relacionada à depositos de massas gravitacionais e 
retalhamento de antigos depósitos fluviais, evidenciada pela presença de seixos 
arredondados (Goiás, 2008). A Formação Cachoeirinha ocorre em pequenas porções na 
região noroeste do município. 
 Coberturas destrito-lateristicas ferruginosas. 
A unidade envolve superfícies de aplainamento desenvolvidas sobre rochas de 
todas as unidades litoestratigráficas e, atualmente, está sobre efeito de dissecação 
marginal por erosão. Têm como litotipos, sedimentos aluviais ou coluviais constituídos 
por conglomerados oligomíticos com seixos de quartzito e lateritos autóctones com 
carapaças ferruginosas (GOIÁS, 2008). No município encontra-se na parte sul. 
Unidade Coberturas Detriticas Indiferenciadas 
Essa unidade é datada no Pleistoceno. Reúne as coberturas residuais ou 
transportadas que sustentam terraços, resultam do retratalhamento de sedimentos 
arenosos. Consistem em areias, siltes, argilas e eventuais cascalheiros cimenados por 
oxi-hidroxidos de ferro. Ocorrem no sudoeste de Goiás e no entorno de Brasília 
(GOIÁS, 2008). No município, encontra-se na parte leste. 
Depósitos Aluvionares 
37 
 
No município de Paraúna os depósitos aluvionares associam-se a rede de 
drenagem: Ribeirão Formoso, Córrego do Macaco, Córrego Jaguanez; o Córrego da 
Divisa, Córrego Bernadino. Tem como litotipos, sedimentos de calha e de planície de 
inundação, compostas por areias finas e grossas, cascalhos e lentes de material silto-
argiloso e turfa. 
3.1.2 Geomorfologia 
O mapeamento geomorfológico do Estado de Goiás (GOIAS, 2006) classifica 
o relevo do município de Paraúna como associado a estruturas em estrados horizontais e 
sub-horizontais. De acordo com GOIAS (2006) as rochas da Bacia do Paraná sofreram 
processos de aplainamento regional, sendo as unidades dominantes as Superfícies 
Regionais de Aplainamento associadas a Relevos Tabulares (RT). Estes são gerados em 
rochas sedimentares e representados por chapadões com dissecação fraca a média e 
grandes interflúvios e responsáveis por um relevo relativamente monótono. Estes 
relevos também estão relacionados aos derrames basálticos da Formação Serra Geral, 
associados às estruturas sub-horizontais da Bacia do Paraná. 
Casseti (1994) descreve a geomorfologia de Paraúna, exemplificando e 
caracterizando os relevos. A figura 06 retrata a morfologia tabular, considerando as 
chapadas e estruturas ruiniformes que se encontram no município de Paraúna. 
Figura 06: Exemplo de morfologia tabuliforme atual. 
 
Fonte: Casseti (1994). 
38 
 
Casseti (1994 p 71) descreve que próximo a sede do município ocorrem: 
mesas e formas residuais caracterizando a morfologia cuestiforme, permitindo 
que o sistema hidrográfico exumou a estrutura cristalina, em direção a oeste o 
domínio sedimentar responde pela gênese de extensas chapadas, com baixo grau 
de entalhamento dos talvegues 
Na figura 7, constata-se na parte central, a chapada de pediplano, coincidindo 
com o topo de interlúvios da estrutura cristalina. Na direção sudoeste, há um caimento 
suave. Tal estrutura cristalina e de aproximadamente 900 metros. 
 Figura 07. Domínio de relevo tabuliforme no município de Paraúna. 
 
Fonte: Casseti (1994) 
Casseti (1994 p 72) ao relatar sobre as chapadas de modo geral, afirma que 
”são caracterizadas por topos horizontalizados, resultantes de aplainamentos, onde se 
observam bancadas ferruginosas, que inclusive proporcionam resistência ao recuo das 
vertentes, ou associadas à própria disposição da estrutura sedimentar”. Já na figura 8 
Casseti (1994), aborda a relação morfológica com a estrutura concordante sub-
horizontal em Parauna: 
39 
 
Figura 08. Relação morfológica com a estrutura concordante sub-horizontal no 
municipio de Paraúna. 
 
Fonte Casseti (1994) 
De acordo com Casseti (1994 p 73) a Serra da Portaria, representada por 
seqüência silto-arenitica em estrutura concordante horizontal, exemplifica a gênese de 
patamares, ou escadarias resultantes de erosão diferencial. ’’ 
Figura 09. O efeito da erosão diferencial nos patamares da Serra da Portaria (Paraúna). 
 
Fonte: Casseti (1994). 
40 
 
Na Serra da Portaria figura 10, ocorre a presença de dique de diabásio de 
considerável extensão, em arenitos do grupo Aquidauana, e cuja saliência topográfica 
resulta na conhecida muralha’’ (Casseti, 1994 p 74). 
Figura 10: Esquema da muralha, originada por erosão diferencial (municipio de 
Paraúna). 
 
Fonte: Casseti (1994). 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
CAPÍTULO IV - RESULTADOS 
Ao longo da pesquisa, foram inventariados, onze geossitios, os quais foram 
classificados como: geomorfológicos, geológicos e geomorfológicos/geológicos 
(Quadro 1). Os geossitios são importantes espaços para a preservação da 
Geodiversidade. A figura 11 apresenta a localização dos geossitos no município. 
Quadro 01. Geossitios do município de Paraúna 
Geossítio Localização Classificação Unidade geológica 
Serra da 
Arnica 
S 16°58 84 
W 50°42 53 
 Geomorfológico Formação Aquidauana 
Serra da 
Portaria 
S 16° 58 09 
W 50° 45 10 
Geomorfológico Formação Aquidauana 
Muralha de 
Ferro 
S 16°57 97 
W 50°43 31 
Geológico Formação Serra Geral 
Ponte de 
Pedra 
S 17° 10 36 
W 50° 50 08 
Geológico Formação Vale do Rio do 
Peixe 
Serra das 
Galés 
S 16° 59 32 
W 50° 37 36 
Geomorfológico/ 
Geológico 
Formação Aquidauana 
Formosinho S 16° 59 27 
W 050°34 49 
Geológico Formação Aquidauana 
Cachoeira 
Corrego dos 
macacos 
S16° 58 153 
W 50°42 47 
Geológico Formação Aquidauana 
Cachoeira do 
Cervo 
S16° 52 39 
W 50° 53 20 
Geológico Formação Aquidauana 
Cachoeira do 
Desengano 
S16° 54 59 
W 50° 46 17 
Geológico Formação Aquidauana 
Cachoeira dos 
Sonhos 
S 16° 57 00 
W 50° 48 14 
Geológico Formação Aquidauana 
Cristo Paredão S 16° 57 03 
W 50° 26 49 
Geológico Formação Botucatu 
Fonte: Trabalho de campo 2014, Bruno Martins Ferreira. 
42 
 
Figura11. Mapa de localização dos Geossitios. 
 
 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
 
 
43 
 
 
Figura 12. Localização dos geossitios nas respectivas unidades geológicas 
 
 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
44 
 
Em relação geologia, segundo a figura (12) os geossitios estão situados em três 
unidades geológicas, Grupo Itararé – Formação Aquidauana, Grupo São Bento, 
Formação Botucatu e Grupo Bauru – Formação Vale do Rio do Peixe. 
Para classificar os geossitios, adotou-se também a metodologia de Cunha e 
Martins (2000) que abordamquatro elementos para classificação; valor cientifico, 
estético, econômico e cultural. O valor cientifico pode ser avaliado com base na sua 
raridade naturalística. O valor estético depende da sua especificidade e dos aspectos 
estéticos de uma paisagem. O valor econômico deve ser avaliado em função do seu 
potencial uso, tendo em conta diversas atividades que possam ter impacto econômico, 
tais como relacionado ao turismo. O valor cultural refere-se às tradições populares 
relacionadas com esse objeto natural. O quadro (02) apresenta a classificação dos 
geossitios, segundo os valores científicos, estéticos, econômico e cultural. 
Quadro 02. Classificação dos Geossitios no município de Paraúna 
Geossítio Descrição Valor 
Cientifico 
Valor 
Estético 
Valor 
Econômico 
Valor 
Cultural 
01 Serra da Arnica 
 
 X X X X 
02 Serra da Portaria 
 
 X X X X 
03 Muralha de Ferro 
 
 X X X X 
04 Ponte de Pedra 
 
 X X X 
05 Serra das Galés 
 
 X X X X 
06 Formosinho 
 
 X X X 
07 Cachoeira Córrego 
dos Macacos 
 
 X X X 
08 Cachoeira do Cervo 
 
 X X X 
45 
 
09 Cachoeira do 
Desengano 
 
 X X X 
10 Cachoeira dos Sonhos 
 
 X X X 
11 Cristo Paredão 
 
 X X X X 
Fonte: Trabalho de campo 2014, Bruno Martins Ferreira. 
Todos os geossistios possuem valor cientifico pelo fato de ter certa raridade 
naturalista, valor econômico; são pontos turísticos já utilizados pela população, valor 
estético; possuem especificidades caracterizando a beleza individual de cada geossitio. 
Em relação ao valor cultural, apenas a Serra da Arnica, Serra da Portaria, Serra das 
Galés e o Cristo Paredão foram atribuídos valores, pois, esses espaços são utilizados 
pela população para algum tipo de ação cultural ou religiosa. Neste sentido, serão 
identificados os geossitios e atribuídos os valores estéticos e culturais dos mesmos. 
4.1 . Descrição dos Geossítios 
4.1.1 Cristo Paredão 
Localizado na área urbana do município, classificado como geossitio geológico 
pertencente à Formação Botucatu. Constitui um relevo uniforme (figura 13), 
considerado um importante ponto turístico e situa-se em uma região de fácil acesso, 
recebendo visitas periodicamente Com altura de aproximadamente 100 metros, 
destacando seu valor estético, esse paredão é relevante na beleza da cidade, em suas 
mediações encontra-se a prefeitura, o fórum e os principais prédios administrativos da 
cidade, alem de ser considerado um dos cartões postais da cidade. Possui valor cultural, 
pelo fato de serem realizadas manifestações religiosas pela população na capela 
localizada na parte superior do relevo. Segundo relato de moradores a capela foi 
construída em 1950, devido a uma graça recebida pela Sra. Otavila de Souza Melo. 
Nessa capela acontecem tradicionalmente as missas das novenas de Nossa Senhora da 
Guia. A estátua (figura 14) foi construída após alguns anos, no intuito de ficar de braços 
abertos abençoando a cidade e quem nela se encontra. 
46 
 
Figura 13. Relevo rioniforme no Cristo Paredão 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
 
Figura 14. Estátua do Cristo Paredão 
 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
 
 
47 
 
4.1.2 Ponte de Pedra 
Localizada aproximadamente 60 Km da cidade, e classificada como geossito 
geológico. As rochas pertencem a Formação Vale do Rio do Peixe. Têm como valor 
estético por ser, um local com grande biodiversidade, o rio, corre em meio a grandes 
rochedos e muita vegetação, desaguando numa passagem retangular, em queda livre, 
formando uma pequena cachoeira na entrada da caverna sobre o relevo. Utilizado pela 
população para lazer, é de fácil acesso e possuí infra-estrutura. Segundo o Inventário 
Turístico de Paraúna (2007) as rochas são calcarias podendo alcançar 100 metros de 
extensão. No entanto, na descrição da Formação Vale do Rio do Peixe em Goiás (2008) 
as rochas são classificadas como arenitos cinza-claros, bege ou róseos, maciços, finos a 
muito finos, às vezes médios, em geral mal selecionados e com estratificação plano-
paralela e cruzada subordinada. Possivelmente esses arenitos tem matriz calcárea o que 
justifica a formação da caverna e gruta (figuras 15, 16 e 17). 
Figura 15. Ponte de Pedra I 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
 
 
 
48 
 
Figura16. Entrada da gruta na Ponte de Pedra I 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
 
Figura 17. Dentro da gruta na Ponte de Pedra I 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
 
 
49 
 
4.1.3 Serra da Arnica 
 A Serra da Arnica situa-se aproximadamente 28 km da zona urbana do 
município. Segundo a classificação adotada é considerada um geossitio geomorfológico. 
Tem esse nome, pelo fato da ocorrência de Arnica, planta natural da região que tem 
excelentes propriedades medicinais, muito usadas pelos moradores locais e levada pelos 
turistas (figura 18). O valor estético é atribuído no âmbito, de possuir paredões e uma 
grande fortaleza em ruínas. As formações rochosas, pertencentes à Formação 
Aquidauana, apresentam formas zoomórficas. Em relação ao valor cultural, a população 
utiliza o espaço para se automedicar com as plantas. Tais medicações foram 
transmitidas ao longo dos anos por moradores da região daí a relevância em considerar 
um aspecto cultural. Outro fator encontrado é o misticismo, a população acredita que na 
área, exista uma antiga fortaleza em ruínas construída por civilizações antigas. 
Figura 18. Serra da Arnica 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
 
 
 
50 
 
4.1.4 Balneário Formosinho 
O Balneário Formosinho (figura 19), localiza-se aproximadamente 18 Km da 
cidade às margens do córrego Formosinho. Classificado como geossitio geológico. É 
um local utilizado pelos moradores do município para lazer aos finais de semana, a área 
verde é também utilizada para campimg. O rio Formosinho possui águas cristalinas, 
destacando o valor estético desse espaço. Um local de fácil acesso, com estradas que 
interligam a cidade, possui infra-estrutura, espaço destinado a estacionamento para 
carros e totalmente preservado. As figuras (20 e 21) sinalizam o amplo espaço para o 
lazer e diversão dos visitantes. 
Figura 19. Área de maiorr utilização para banho no Balneario Formosinho 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
 
 
Figura 20. Vista panoramica do Balneario Formosinho 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
 
 
 
 
Figura 21. Vista panoramica do Balneario Formosinho 
51 
 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
 
4.1.5 Cachoeira do Corrego dos Macacos 
Localizada aproximadamente 23 Km da cidade, próxima ao balneário do 
Formosinho classificada como geossitio geologico. Utilizada por moradores para banho, 
porém, em determinadas epocas do ano, esta seca (figuras 22 e 23). Apresenta, na 
estrutura arenitos, tambem faz parte da Formação Aquidauana. Local de fácil acesso, 
com infra estrutura suficiente para ultilização dos visitantes, porém, frequentada apenas 
em um periodo do ano, devido a escassez de agua. 
Figura 22. Cachoeira Corrego dos Macacos em tempo de seca. 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 23. Margens da Cachoeira Corrego dos Macacos em tempo de seca. 
52 
 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
4.1.6 Cachoeira do Cervo 
A Cachoeira do Cervo (figura 24) localiza-se 64 km da cidade, classificada 
como geossitio geológico. Utilizada pela população para lazer, porem, esta em uma área 
sem infra estrutura, ecom difícil acesso. E formada pelo rio Couro do Cervo, com 
quedas d água de aproximadamente 12 metros e 25 metros de largura, caracterizando o 
valor estético. Populares, questionam a falta de infra-estrutura, o que inviabiliza a área 
ser mais utilizada pela população e turistas. 
Figura 24. Cachoeira do Cervo. 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira. 
53 
 
4.1.7 Cachoeira do Sonho 
A cachoeira (figura 25) está localizada a 53 km da cidade, classificada como 
geossitio geológico. É formada pelas águas do Rio Desengano, águas cristalinas, que 
levam a atribuição ao valor estético do geossitio. Segundo o Inventário Turístico de 
Paraúna (2007) o local possui uma seqüência de três quedas d’água. A cachoeira ocorre 
em rochas da Formação Aquidauana. Utilizada para lazer da população, outro ponto 
questionado pelos moradores pela falta de estrutura e difícil acesso aos turistas. 
Figura 25. Cachoeira do Sonho. 
 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
4.1.8 Cachoeira do Desengano 
A Cachoeira do Desengano (figura 26) está localizada 46 km da cidade, 
classificada como geossitio geológico. É utilizada pela população para lazer, uma area 
tambem de dificil acesso, e sem infra extrutura, podendo ser utlizada para banho e 
trilhas nas margens. Possui águas cristalinas, formada pelo Rio Desengano sobre 
arenitos da Formação Aquidauana. Segundo o Iventário Tustistico de Parauna (2007) é 
um pequeno cânion com escorregadores naturais de pedra. Os escorregadores naturais 
de pedras destacam-se nesse geossitio, caracterizando o valor estético. 
 
 
 
 
54 
 
 
Figura 26. Cachoeira do Desengano 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira. 
 
4.1.9 Serra da Portaria. 
A Serra da Portaria (figuras 27 e 28) localiza-se a 38 km da cidade, tem 
aproximadamente 5 km de extensão, classificado como geossitio geomorfológico. O 
acesso à serra é fácil e as estradas estão bem conservadas. Parte da Serra da Portaria 
localiza-se em área e a privada, fazendo parte das terras da Fazenda São Domingos, com 
acesso livre ao público. A Serra da Portaria está esculpida em rochas da Formação 
Aquidauana. Segundo o Guia Turístico de Paraúna (2013), possui esse nome devido às 
escarpas existentes possuir vestígios de portais lacrados. Tais escarpas levam esse 
geossitio a um valor estético deslumbrante. Em relação a estrutura da Serra, compõe 
uma feição do relevo tabular, Para Casseti (1994 p 73) a Serra da Portaria, representada 
por seqüência silto-arenitica em estrutura concordante horizontal, exemplifica a gênese 
de patamares, ou escadarias resultantes de erosão diferencial.’’ Há também grutas e 
cavernas formadas entre as rochas, presentes em diversas partes da serra que, os 
moradores da região interpretam como túneis. Foram catalogadas oito cavernas em 
diversas áreas da serra. Segundo o Inventario Turístico do município é considerado um 
lugar místico pela população local, em função disso a Serra da Portaria foi classificada 
também como um geossítios cultural. De acordo com alguns moradores essa região 
recebe a visita de óvnis. Na Serra da Portaria foi instalado o Instituto Serra da Portaria. 
55 
 
Esse instituto consituiu centro é de referência em estudo, pesquisa, e treinamento nas 
abordagens integrais de terapia. (INSTITUTO SERRA DA PORTARIA 2016) 
 Figura 27. Serra da Portaria 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
 
Figura 28. Serra da Portaria 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
4.1.10 Muralha de Ferro 
Localiza-se 34 km aproximadamente da cidade, classificada como geossitio 
geológico. É uma área com imenso paredão em pedras, apresenta ser uma escadaria de 
pedras, lapidadas e cortadas organizadamente (figura 29). A escadaria é um elemento 
relevante na atribuição do valor estético. Segundo o Guia Turístico de Paraúna (2013), 
56 
 
‘’são rochas basálticas negras, um tipo de rocha vulcânica resistente, conhecida também 
como pedra-ferro (magnetita) com 1 metro de largura, e em determinados lugares 
chegando ate 2 metros de altura. ‘’ Para Casseti ( 1990, p 74) “ ocorre a presença de 
dique de diabasio, de considerável extensão, cuja saliência topográfica resultante 
caracteriza a popularmente ``muralha´´, decorre de erosão diferencial´´. Neste sentido, 
explica o nome Muralha de Ferro, que está relacionada a Serra da Portaria, sendo diques 
que cortam o arenito, daí a idéia dos portais. 
Figura 29. Muralha de Ferro. 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
4.1.11 Serra das Galés 
A Serra das Galés (figura 30) localiza-se 28 km da cidade, nesta área destaca-
se a presença de geossitios gomorfológicos/geológicos. Para Figueiredo & Olivatti, 
(1974) é evidente nos monumentos da Serra das Galés a presença de argilitos, silititos e 
arenitos finos. Os monumentos, que são rochas esculpidas por ações intempéricas ao 
longo dos anos, demonstram diversas formas caracterizando um valor estético. 
57 
 
Apresenta um valor cultural, pelo fato da população da região ter uma determinada 
crença religiosa e utilizar aquele espaço para manifestações. 
Figura 30. Vista panorâmica da Serra das Galés. 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
Segundo o Diagnostico Turístico de Paraúna (2007) a serra das Galés, possui 
uma área total de 271 ha, formada por um conjunto de blocos de arenito que formam 
monumentos denominados de Cálice, a Tartaruga, a Índia, os Três Reis Magos, a 
Lagartixa, a Bigorna, e o Cérebro de Pedra e outros. Para Goiás (2008) esses 
monumentos são formados por erosão diferencial, em diversos níveis, permitindo a 
formação de morros-testemunhos que lembram objetos. Os nomes dessas geoformas 
foram atribuídos por moradores da região e fazem parte da cultura local. 
As geoformas, Lagartixa (figura 31) e Cérebro (figura 32) são similares 
principalmente por terem formas cilíndricas esculpidas pelo intemperismo. O processo 
erosivo ocorreu de forma semelhante de uma determinada parte do topo á base. Porém, 
no topo, o intemperismo foi mais intenso ocasionando a presença de menores e mais 
finas estruturas areníticas. 
 
 
Figura 31. Geoforma denominada Lagartixa esculpida em rochas areníticas 
58 
 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
 
 
Figura 32. Geoforma denominada Cérebro esculpida em rochas arenítica 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
 
 
59 
 
Nas geoformas Os três Reis Magos (figura 33) e a Índia (figura 34) destacam-
se feições pontiagudas presentes nos topos dos paredões de arenito, decorre 
basicamente, de processos erosivos combinados com a dissolução e remoção dos grãos 
que retiram as partes frágeis e deixam ressaltar as mais resistentes da rocha. Tais feições 
permitem que a forma lembre as características de uma Índia observando o horizonte e 
os Três Reis Magos a caminho de Cristo na noite do seu nascimento. 
 
Figura 33. Geoforma Os Três Reis esculpida em rochas areníticas 
 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
Figura 34. Geoforma denominada Índia esculpida em rochas areniticas 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
 
Já a geoforma denominada Cálice (figuras 35 e 36) é a mais procurada pelos 
visitantes e turistas, segundo os guias turísticos. É uma coluna de arenito com o topo 
alargado e base estreita, resultante da erosão diferencial que tem como principal agente 
erosivo o escoamento das águas pluviais responsável pela remoção dos grãos antecedida 
por dissolução dos minerais solúveis. Geralmente, fraturas condicionam o isolamento 
dessas feições. Como as demais geoformas, o nome foi dado por populares da cidade, 
sendo nítida a semelhança com um cálice. 
 
 
 
 
 
Figura 35. Geoformadenominada Cálice esculpida em rochas areníticas 
61 
 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira. 
 
Figura 36: Geoforma o Cálice por outro ângulo. 
 
62 
 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira. 
A geoforma Tartaruga (figura 37), esculpida pela ação intempérica no arenito, 
também desperta a curiosidade dos visitantes. Com o formato angular na área superior, 
assemelha-se com o casco, as pequenas elevações lembram a cabeça e o rabo da 
tartaruga. Populares acreditam que a tartaruga está adormecida e que foi petrificada a 
milhões de anos, podendo em algum dia voltar à vida. 
Figura 37. Geoforma denominada Tartaruga esculpida em arenitos 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
As geoformas existentes na Serra das Galés não são únicas geologicamente e 
geomorfologicamente. Em Vila Velha no Paraná, existem algumas geoformas que se 
assemelham com as de Paraúna, principalmente, por fazerem parte da mesma unidade 
geológica o grupo Itararé, formação Aquidauana da Bacia do Paraná, e serem esculpidos 
em rochas areníticas simbolizando também alguns objetos, animais e outros 
(LETENSKI, GUIMARÃES, PIEKARZ, MELO, 2009). 
Porém, culturalmente, cada região possui seus aspectos em crença, levando os 
moradores a diferentes concepções das formas. Cada geoforma pode ser interpretada 
segundo o olhar do sujeito, um cálice para um, pode, ser um animal para outro. Os 
nomes de cada geoforma apresentada, já foram estabelecidos por moradores da região 
de Paraúna fazendo parte das atividades cotidianas deles. 
 
63 
 
4.2 Parque Estadual de Paraúna 
O Parque Estadual de Paraúna (PEPa) foi criado pelo decreto de lei Nº 5.568, 
DE 18 DE MARÇO DE 2002. Localiza-se entre as coordenadas 16º 56’ a 17º 02’ de 
latitude sul e 50º 36’ a 50º 42’ a W. Gr. (SEMARH, 2014) (Figura 38 ). Segundo a lei, o 
PEPa possui uma área aproximada de 3.250 hectares onde estão localizadas as Serras 
das Galés e da Portaria, em altitudes que variam de 690 a 890 metros. Porém, em 
atividade de campo no ponto georeferenciado, constatou-se que a Serra da Portaria não 
está totalmente dentro dos limites do parque, apenas parte dela. 
Figura 38. Mapa de localização do Parque Estadual de Paraúna 
 
Autor: Bruno Martins Ferreira 
De acordo com SEMARH (2014) o PEPa foi criado com o objetivo de 
preservar dois monumentos geológicos encontrados na região: a Serra das Galés, no 
setor leste do Parque, e a Serra da Portaria, no setor oeste (figura 39). Os monumentos, 
descritos anteriormente, fazem parte da história da população da região, além de 
constituírem forte atrativo turístico. 
64 
 
 
Figura 39. Limite do Parque Estadual de Paraúna. 
 
 
Fonte: SEMARH. 
Lacerda, Santos e Gomes (2011) afirmam que na Serra das Galés e da Portaria, 
os morros e superfícies tabulares ocorrem em cotas acima de 720 metros e geralmente 
são bem delimitados por vertentes escarpadas. São relevos estruturais, caracterizados 
por morros com topos planos e patamares, bem como relevos ruiniformes, que 
constituem os principais pontos turísticos da área. 
Segundo a Secretaria Municipal de Turismo de Paraúna, em relação a 
hidrográfica o PEPa está representado pelos cursos d`água das bacias do Ribeirão 
Formoso e do Córrego do Macaco. Três dos quatro limites principais do Parque de 
Paraúna são cursos d`água: ao norte, o córrego Jaguanez; a leste, o córrego Jaguatirica; 
e ao sul, o córrego da Divisa, com o tributário de montante Córrego Bernadino. 
 
Já em relação á vegetação natural, todo o município é constituído pelo bioma 
Cerrado. Nas áreas do Parque Estadual de Paraúna, destaca-se, nos interflúvios, o 
cerrado típico ou pastagem; nos morros residuais vegetação de Cerrado strictu sensu; e 
margeando os córregos a vegetação típica das veredas, tendo o aspecto de campo limpo 
cuja floresta-de-galeria é constituída especialmente de Buritis. 
 
 
65 
 
 
4.2.1 Parque Estadual de Paraúna: geossítios Serra das Galés e Serra da Portaria e 
a Educação 
Um dos elementos que leva os sujeitos a geoconservação é a educação. Por 
meio da educação a população internaliza ações de conservação ambiental e a 
importância dos aspectos naturais no sistema Terra. 
Os materiais didáticos são ferramentas fundamentais para os processos de 
ensino e aprendizagem, e o jogo didático caracteriza-se como uma importante e viável 
alternativa para auxiliar em tais processos por favorecer a construção do conhecimento 
aos sujeitos. 
Segundo Lopes (1999 p 35), “o jogo para a criança é o exercício, é a 
preparação para a vida adulta. A criança aprende brincando, é o exercício que faz 
desenvolver suas potencialidades”. O jogo leva a criança a indagar, desenvolvendo as 
potencialidades que muitas vezes estão ocultas. Proporciona à construção no seu 
imaginário, de representações da realidade, de lugares e diferentes espaços. Para 
Kishimoto ( 2001 p 18): 
Admite-se que o brinquedo represente certas realidades. Uma representação é algo 
presente no lugar de algo. Representar é corresponder a alguma coisa e permitir sua 
evocação, mesmo em sua ausência. O brinquedo coloca a criança na presença de 
reproduções: tudo o que existe no cotidiano, a natureza e as construções humanas. 
Pode-se dizer que um dos objetivos do brinquedo é dar à criança um substituto dos 
objetos reais para manipulá-los. 
Lopes (1999) alerta que a criança tem certa desorganização espacial, em 
diversos momentos ela não tem calculo de distancia e posicionamento de objetos no 
espaço, não conhecendo os verdadeiros lugares das coisas. Os jogos são instrumentos 
que propiciam o reconhecimento dos objetos e lugares no espaço. 
Por meio do jogo didático, que tem o objetivo de proporcionar aprendizagens, 
pelo fato, de conter aspecto lúdico, tem o foco também, de melhorar o desempenho de 
estudantes em alguns conteúdos de difícil aprendizagem (Gomes, Friedrich et al, 2001). 
Miranda (2001, p 64) afirma: 
66 
 
... mediante o jogo didático, vários objetivos podem ser atingidos, relacionados à 
cognição (desenvolvimento da inteligência e da personalidade, fundamentais para a 
construção de conhecimentos); afeição (desenvolvimento da sensibilidade e da 
estima e atuação no sentido de estreitar laços de amizade e afetividade); socialização 
(simulação de vida em grupo); motivação (envolvimento da ação, do desfio e 
mobilização da curiosidade) e criatividade. 
Neste sentido, propomos a criação do jogo Desbravando o Parque Estadual de 
Paraúna (figura 40). Com o objetivo geral de levar os sujeitos a conscientização da 
conservação do meio físico natural no Parque Estadual de Paraúna . Como proposta a 
aplicação do jogo para crianças do ensino fundamental de 08 a 12 anos. 
Tendo como objetivos específicos: mediar a internalização em relação aos 
conteúdos e conceitos da geodiversidade; levar a população a compreender a 
importância da conservação do Parque Estadual de Paraúna; propor novas metodologias 
de ensino e aprendizagem; propiciar aos sujeitos à relevância do conhecimento das 
ciências da Terra a humanidade e divulgar as ciências da Terra. 
O jogo constitui-se num tabuleiro com informações referentes ao Parque 
Estadual de Paraúna, uma seqüência de cartas curiosidades com informações do parque 
e da temática de geodiversidade, dados e “pinos”. As regras são: 
 Poderão jogar um grupo de no máximo quatro pessoas, e os jogadores deverão 
percorrer a trilha presente no tabuleiro 
 A cada casa sinalizada o jogador deverá cumprir um tipo de ação, se parar em 
uma determinada casa terá também penalidades. 
 Quando o jogador cair na casa com o ponto de interrogação devera pegar uma 
das cartas que está no monte e ler

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