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Máquinas Elétricas Instituto Federal de Santa Catarina Professor: Janderson Duarte Motores de Indução Trifasico Introdução É o motor mais utilizado no setor industrial; Tanto o rotor quanto o estator conduzem corrente alternada; O rotor pode ser do tipo gaiola de esquilo ou bobinado; Pode funcionar tanto quanto motor quanto gerador, porém, como gerador não possui resultado satisfatório. Pode-se dizer que ele somente é utilizado como motor; A velocidade do rotor é diferente da velocidade síncrona (sempre menor); A corrente que circula no rotor é induzida pela variação de campo magnético provocado pelo rotor, devido a diferença de velocidade; Motores de Indução Prof. Janderson Duarte Motores de Indução Características Vista em corte. Enrolamento ligado em Y. Enrolamento ligado em Δ. Prof. Janderson Duarte Motores de Indução Força magneto motriz produzida no estador: Correntes nos Enrolamentos Trifásicos. Campo magnético girante. Prof. Janderson Duarte Motores de Indução Princípio de funcionamento: • Girando o imã, o fluxo magnético produzido pelo imã flui pelo circuito magnético, ao girar o disco também gira. Prof. Janderson Duarte Motores de Indução Tensões induzidas Quando circulam correntes balanceadas nos enrolamentos do estator, um campo magnético senoidal distribuído gira no entreferro da máquina. O campo magnético girante induz tensões nos enrolamentos do estator (tensão contra-eletromotriz). Pode ser deduzida pela lei da indução de Faraday. max max 2 1 1 ( ) cos( ) ( ) ( ) 4, 44 a P P w B B e N sen t E sen t E f N K θ θ ω ϕ ω ω ϕ = ⋅ = ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅ = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ Prof. Janderson Duarte Motores de Indução Tensão induzida no Rotor quando em regime: É óbvio que a velocidade do rotor não pode ser igual a velocidade síncrona, pois assim nenhuma corrente seria induzida no rotor, e não haveria torque. O escorregamento é dado pela fórmula: Prof. Janderson Duarte 2 2 Onde s é o escorregamento sE s E= ⋅ 120 ou (1 ) Onde é a velocidade síncrona e é a velocidade de giro do rotor. s s s s s n n fs n s n n n P n n − ⋅ = = − ⋅ = Motores de Indução A frequência da corrente induzida no rotor é dada por: Circuito equivalente: Prof. Janderson Duarte 2 1f s f= ⋅ X1R1 + - E2Rc Xc X’2 2'R s + - E1 1 1 2 Resistência de enrolamento estator. - Reatância do fluxo de dispersão no enrolmento de estator. - Resistência referente as perdas no núcleo. - Indutância de magnetização. X' - Fluxo de disper c m R X R X = 2 são do rotor referido ao estator. R' - Resistência de conduçao do rotor referido ao estator. Motores de Indução Conjugado desenvolvido pelo motor. • O Conjugado é resultado da interação mútua entre dois campos magnéticos. O conjugado quando o motor está parado é dado por: • A Corrente no motor trifásico é dada por: Prof. Janderson Duarte 2( ) Onde: É uma cte. de torque. V Tensão de linha no enrolamento do estator. t L t L T K V K = ⋅ − − 3 L PI V FP η = ⋅ ⋅ ⋅ Motores de Indução Características de desempenho. • Conforme a Norma NBR 7094, são definidas as categorias dos motores: Prof. Janderson Duarte Motores de Indução Categoria N: • Possui conjugado de partida normal, corrente de partida normal, e pequeno valor de escorregamento em regime permanente (constituem a maioria dos motores); Categoria H: • Possui elevado conjugado de partida, corrente normal de partida e pequeno valor de escorregamento em regime permanente; Categoria D: • Possui elevado conjugado de partida, corrente normal de partida e alto escorregamento; Prof. Janderson Duarte Motores de Indução Controle de Velocidade: • A velocidade do motor é dada pela interseção das curvas de conjugado da carga e conjugado do motor: • Quanto maior a carga, menor a velocidade do motor. Prof. Janderson Duarte Motores de Indução Controle de Velocidade: • Em muitas aplicações necessita-se variar a velocidade do motor. Para variar a velocidade utiliza-se o chamado inversor de frequência. Que é um equipamento que varia a frequência e/ou a tensão que é aplicada ao motor. Inversor de frequência. Prof. Janderson Duarte Motores de Indução Partida de Motores de Indução: • Quando conectados diretamente na rede elétrica (partida direta) os M.I. drenam uma corrente da rede entre 5 a 8 vezes maior do que a corrente nominal, com ou sem carga. A diferença é que com carga o tempo que circula corrente elevada é maior. • A corrente de partida elevada causa uma queda de tensão na rede, que pode afetar outras cargas, além disso poderá ocasionar a queima do motor devido a perda do isolamento das bobinas. • No instante da partida a corrente no rotor (e conseqüentemente do estator) é dado por: Onde: I2=Corrente no rotor E2=Tensão induzida no rotor quando o rotor está bloqueado. R2=Resistência do rotor. X2=Reatância do rotor bloqueado. Prof. Janderson Duarte [ ]22 2 2 2 2 X s R EI + = Motores de Indução Partida de Motores de Indução: • Um método de partida utilizada é o auto-transformador. O mesmo é utilizado para abaixar a tensão aplicada no motor durante a partida, e depois e o auto-transformador é desacoplado. • Outro método é a partida estrela-triângulo. Inicialmente liga-se o motor em estrela, onde a impedância é maior conseqüentemente a corrente. E após o motor atingir 90% da velocidade nominal é feita a ligação em triângulo. Prof. Janderson Duarte Auto-transformador. Estrela-triângulo Motores de Indução Partida de Motores de Indução: • Outro método é através de um conversor, chamado soft-starter, que reduz a tensão aplicada ao motor e vai subindo gradativamente, após o motor estar com velocidade nominal o soft-starter é desacoplado (by-pass). Prof. Janderson Duarte Partida com soft-starter. Motores de Indução Influência da rede na operação: • O desequilíbrio nas tensões de alimentação do motor pode provocar: Elevação das perdas, devido as correntes desequilibradas; Elevação de temperatura; Redução de torque pela existência de componentes de campo ao contrário; Pequena redução do fator de potência. • Um pequeno desequilibrio de 3,5% na tensão pode aumentar as perdas em 20%. Um desequilibrio de 5% ou mais, pode destruir o motor; • Alimentar um motor com tensão abaixo da nominal provoca aumento da corrente. Alimentar com tensão acima da nominal acarreta em redução do fator de potência e aumento da corrente de partida; • O torque depende do quadrado da tensão, se a tensão for 80%, o torque de partida é de 64%; • Alimentar um motor com frequência abaixo da nominal reduz a ventilação e aumento de temperatura e aumento da corrente. Prof. Janderson Duarte Motores de Indução Influência da carga mecânica na operação: • Se a potência do motor é muito superior a necessária, implica: Maior custo, volume e peso do motor; Redução do fator de potência; Redução da eficiência, embora muitos motores apresentem eficiência máxima a 75% de sua carga nominal; Maior corrente de partida, acarretando maior custo da instalação e proteção. • Em geral o motor é considerado bem dimensionado para cargas entre 75% e 100% da nominal. Fator de Serviço: • De acordo com a norma NBR 7094/1996, fator de serviço é um multiplicador que quando aplicado a potência nominal do motor indica a carga que pode ser acionada continuamente sob tensão e fequência nominal. Entretanto, a utilização do FS implica em um redução da vida útil domotor. Prof. Janderson Duarte Motores de Indução Influência do ambiente na operação do MIT: • O local de instalação influencia no funcionamento do MIT, poeiras absorvem umidade ou partículas de óleo e formam uma crosta que dificulta liberação de calor. • Umidade pode causar falhas na isolação já que causam corrosão. • A norma brasileira NBR 6146 define os graus de proteção dos motores por meio das letras IP, seguida por dois algarismos. Grau de proteção contra penetração de corpos sólidos Prof. Janderson Duarte 1o Algarismo Algarismo Indicação 0 Sem proteção 1 Corpos estranhos acima de 50mm. 2 Corpos estranhos acima de 12mm. 3 Corpos estranhos acima de 2,5mm. 4 Corpos estranhos acima de 1,0mm. 5 Proteção contra acúmulo de poeiras prejudiciais ao motor. 6 Totalmente protegido contra poeira. Motores de Indução Grau de proteção contra penetração de água • Para motores que são instalados no tempo a norma prevê a Letra W entre as letras e os algarismos. Exemplos IPW55. Prof. Janderson Duarte 2o Algarismo Algarismo Indicação 0 Sem proteção. 1 Pingos de água na vertical. 2 Pingos de água até a inclinação de 15o com a vertical. 3 Pingos de água até a inclinação de 60o com a vertical. 4 Respingos em todas as direções. 5 Jatos de água em todas as direções. 6 Água de vagalhões. 7 Imersão temporária. 8 Imersão permanente. Motores de Indução Classe de isolação: • Os tipos de materiais isolantes utilizados definem as classes de isolação e seus respectivos limites de temperatura: • Classe A – 105oC • Classe E – 120oC • Classe B – 130oC • Classe F – 155oC • Classe H – 180oC Classes B e F são comumente utilizadas em motores normais. A temperatura dos motores deve ser medida nos enrolamentos internos e não simplesmente a temperatura da carcaça. Um aumento na temperatura acima do permitido faz com que os enrolamentos percam a isolação e as bobinas entrem em curto. Prof. Janderson Duarte Motores de Indução Regime de serviço: Regime de serviço é a freqüência à qual o motor é submetido a uma determinada carga. Diz respeito, portanto, ao número de partidas do motor em um determinado intervalo de tempo, à natureza (constante ou variável) e à intensidade da carga. Regime S1 significa que o motor é submetido a uma carga constante, por um período de tempo suficiente para atingir o equilíbrio térmico. Prof. Janderson Duarte Motores de Indução Motor de alto rendimento: • No Brasil, a quantidade de energia consumida pelos MI é superior a 1/3 de toda energia consumida. Desta forma, qualquer que seja e melhora na eficiência do motor será de grande impacto no consumo do país. • A construção de motores com redução de perdas implica em aumento de custo de material e de fabricação. Desta forma, os motores de alto rendimento possuem um custo superior aos motores convencionais. Prof. Janderson Duarte Vantagens Desvantagens Economizam no consumo de energia elétrica. Custo inicial mais elevado. A maioria apresenta um fator de potência maior. Pesam mais e ocupam mais volume. Mesmo com carga abaixo da nominal, apresentam eficiência maior e mais constante. A economia só é considerável quando o fator de carga é elevado. Motores de Indução Dados de placa: 1 – Codigo do motor 2 – Numero de fases 3 – Tensao nominal de operacao 4 – Regime de servico 5 – Rendimento 6 – Modelo da carcaca 7 – Grau de protecao 8 – Classe de isolamento 9 – Temperatura da Classe de Isolamento 10 – Frequencia 11 – Potencia 12 – Rotacao nominal por minuto 13 – Corrente nominal de operacao 14 – Fator de potencia 15 – Temperatura ambiente 16 – Fator de servico 17 – Altitude 18 – Massa 19 – Especifi cacao do rolamento dianteiro e quantidade de graxa 20 – Especifi cacao do rolamento traseiro e quantidade de graxa Prof. Janderson Duarte 21 – Tipo de graxa utilizada nos rolamentos 22 – Esquema de ligacao para a tensao nominal 23 – Esquema de ligacao para a partida do motor 24 – Tempo de relubrificacao do motor (em horas) 25 – Certificacoes 26 – Relacao da corrente de partida/corrente nominal 27 – Categoria de conjugado 28 – Corrente no fator de servico Motores de Indução Especificação de motores: • Para especificar um motor para acionar uma determinada carga é necessário conhecer o conjugado requerido pela carga e a rotação que a carga necessita. • A potência nominal do motor é dada por: • Se o acoplamento for com redução de velocidade , deve ser levado em conta a relação entre as velocidade e rendimento do acoplamento. • O rendimento do acoplamento é a relação entre a potência transmitida à carga e a potência do motor: Prof. Janderson Duarte 2 [W] Onde: Rotação nominal do motor em rps Conjugado nominal do motor em Nm motor motor motor motor motor P n C n C π= ⋅ ⋅ ⋅ = = Motores de Indução Especificação de motores: • Então o rendimento do acoplamento é dado por: • A tabela abaixo apresenta os rendimentos para diferentes tipos de acoplamentos: Prof. Janderson Duarte argc a ac motor P n P = Acoplamento Rendimento (%) Acoplamento direto 100 Polia com correia em V 97-99 Polia com correia plana 95-98 Correia dentada 97-98 Engrenagem 96-99 Cardã 25-100 Motores de Indução Especificação de motores: • O critério básico para especificação de um motor é que o conjugado (medida necessária para girar um eixo, em Nm) do motor seja superior ao conjugado de carga, em toda faixa de velocidade. • Além disso, é necessário que o tempo de aceleração do motor seja menor que 80% do tempo de rotor bloqueado. Este critério visa proteger o isolamento da máquina. O tempo de aceleração é calculado através da equação: Prof. Janderson Duarte 2 2 2 Inércia do motor [kgm ] Inércia da carga referida ao eixo do motor [kgm ] Conjugado médio do motor [Nm] Conjugado resistente médio referido ao eixo do m a mmed rmed m mmed rmed J Jet n C C J Je C C π + = ⋅ ⋅ ⋅ − − − − − motor [Nm] Velocidade nominal do motor [rpm]n − Motores de Indução Especificação de motores: • O conjugado resistente médio é igual ao conjugado de carga de carga médio multiplicado pela relação entre a velocidade da carga e a velocidade do motor. • As equações abaixo expressam a relação de transmissão e o conjugado resistente médio, respectivamente. • O conjugado de carga médio depende do tipo de carga que o motor deve acionar. Para uma carga com conjugado linear, exemplo, uma bomba de vácuo, possui conjugado dado por: Prof. Janderson Duarte motor ac n n R arg= cmedrmed CRC ⋅= 2 : Conjugado da carga para rotação zero em Nm. Conjugado nominal de carga. o cn cmed o cn C CC Onde C C + = − − Motores de Indução Especificação de motores: • O conjugado de carga médio parabólico, por exemplo bomba centrífuga, um ventilador, um misturador centrífugo e um ventilador centrífugo, é dado por: • O conjugado do motor médio para as categorias N e H é dado pela equação , onde Cp/Cn e Cmax/Cn são dados fornecidos pelos fabricantes dos motores de indução trifásicos. Estes dados constam nos manuais destes motores. O conjugado nominal Cn também consta nos manuais dos motores. Prof. Janderson Duarte 3 2 cno cmed CCC +⋅= max max 0, 45 9,81 : Conjugado do rotor bloqueado; Conjugado máximo. p mmed n n n p C CC C C C Onde C C = ⋅ + ⋅ ⋅ − − Motores de Indução Especificação de motores: • O momento de inércia da carga referida ao eixo do motor é igual ao momento de inércia da carga multiplicado pela relação de transmissão ao quadrado: Potências para tipos de cargas: • Talha: A potência da talha depende do peso da carga e a velocidade de içamento, considerando o rendimento da talha: • Bomba Centrífuga: A potência da bomba depende da massa especifica, da altura manométrica e da vazão da bomba. Prof. Janderson Duarte 2 2 arg [kgm ]e c aJ J R= ⋅ talha vgmP η ⋅⋅ = bomba QhgP η ρ ⋅⋅⋅ = Motores de Indução Potências para tipos de cargas: • Aplicações com conjugado constante: Conhecendo-se o conjugado e a velocidade angular pode-se determinar a potência pela fórmula: Prof. Janderson Duarte mCP ω⋅= Motores de Indução Prof. Janderson Duarte Motor de duas velocidades Motor Dahlander Motores de Indução Prof. Janderson Duarte a) Motor de 6 pontas, b) Motor de 9 pontas, C) motor de 12 pontas. Motores de Indução Prof. Janderson Duarte Motor de 6 pontas. Motores de Indução Prof. Janderson Duarte Motor de 9 pontas. Motores de Indução Prof. Janderson Duarte Motor de 12 pontas. Máquinas Elétricas Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução Motores de Indução
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