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Atos dos Apostolos.pdf

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2 
 
Introdução 
 
A igreja em jerusalém 
1. A comissão dos Apóstolos 
2. A Fundação da Igreja de Jerusalém. 
3. A Descida do Espírito Santo (1:12-2.13) 
4. A conversão de Saulo de Tarso. 
5. A Chamada de Paulo 
 
ii – as missões do apóstolo Paulo 
1. A Primeira Viagem Missionária 
2. A segunda viagem missionária 
3. A terceira viagem missionária 
 
iii – as prisões do apóstolo Paulo 
1. O Resumo dos últimos capítulos de “Atos dos Apóstolos” 
2. A Prisão de Paulo em Jerusalém (Atos 21, 22 e 23) 
3. A Prisão de Paulo em Cesaréia (Atos 24, 25 e 26) 
4. A prisão de Paulo em Roma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
 
1. Título do livro: O título do livro de “Atos dos Apóstolos” tal como o conhecemos 
não fazia parte do livro original mas sim foi lhe dado depois do ano 200 da era 
cristã. O Evangelho de Lucas e Os Atos são dois volumes de uma só obra. Isso fica 
claro comparando Lc 1.1-4 com At 1.1-4. 
2. Tema do livro: O livro dos Atos contém a história do estabelecimento e 
desenvolvimento da igreja cristã, e da proclamação do evangelho ao mundo então 
conhecido na época (At 1.8). 
3. Palavras chaves de Atos: “Ascensão”, “descida” e “expansão”. 
4. Escritor do livro: 
a) Pistas para descobrir o escritor: Considerando a dedicatória do livro a Teófilo 
(At 1:1; comparemos com Lc 1:3), a referência a um tratado anterior (1:1), o seu 
estilo, o fato de o autor ter sido companheiro de Paulo, o que fica muito claro 
por estarem certas partes do livro escritas na primeira pessoa do plural (“nós”), 
e ter acompanhado Paulo à Roma (At 27:1; comparemos com Cl 4:14; Fm 24; 2 
Tm 4:11), chegamos a conclusão que o livro de Atos foi escrito por Lucas. A 
impressão que se dá é que ele teria usado o diário de viagem como fonte de 
material. 
b) Quem foi Lucas? Pouco se sabe dele. Seu nome é mencionado só três vezes no 
NT . Paulo chama-o de “médico amado”. O único escritor da Bíblia que não era 
judeu. A tradição e os estudiosos dizem que Lucas era homem de cultura e 
erudição científica, versado nos clássicos hebraicos e gregos. É possível que 
tivesse estudado medicina na Universidade de Atenas. 
c) Relação de Lucas com Paulo: Ficou em Filipos até à volta de Paulo, seis ou sete 
anos depois, At 16:40 (“dirigiram-se”), quando tornou a se juntar a ele, 20:6 
(“navegamos”) e com ele ficou até o fim, possivelmente até a morte de Paulo 
em Roma. 
5. Para quem Atos foi escrito: Foi escrito particularmente a Teófilo, um nobre cristão, 
mas de um modo geral a toda a igreja. 
6. Propósitos do livro de Atos: 
a) Propósito Informativo/ Evangelístico: Lucas queria informar ao excelentíssimo 
Teófilo sobre como o evangelho se propagou desde de Jerusalém a Roma. 
Teófilo já havia recebido alguma informação a respeito da fé cristã, e foi para 
lhe fornecer uma explicação mais precisa de sua fidedignidade que Lucas, em 
primeiro lugar, escreveu a história inicial do Cristianismo, começando do 
nascimento de João Batista e de Jesus até o fim dos dois anos de prisão de 
prisão de Paulo em Roma (cerca de 61 a. D.). Atos trata principalmente dos atos 
de Pedro e de Paulo, mais deste último. 
b) Propósito Apologético: O livro mostra principalmente como o evangelho se 
estendeu aos não judeus (os gentios). O A. T. é a história das relações de Deus, 
desde os tempos antigos, com a nação judaica, que tinha a função de abençoar 
as outras nações. É no livro de Atos que a família de Deus deixa de ser uma 
questão nacional e passa a ter um sentido universal (intenção divina em At 2:7-
11). Assim, o escritor defende veementemente que o Cristianismo não é um 
ramo herético do judaísmo, mas antes, uma elevação e melhoria do judaísmo, 
 
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com raízes profundas no mesmo, mas retendo apenas os elementos nobres e 
úteis, ficando rejeitados todos os seus males, especialmente a apostasia para a 
qual havia decaído, como também o seu escopo provincial. 
c) Propósito Político: Mostrar aos líderes romanos que o cristianismo não deveria 
ser temido e perseguido, como ameaça ou movimento traiçoeiro ao estado 
romano; pelo contrário, que era digno da proteção romana, com permissão de 
funcionar livremente, tal como o judaísmo havia obtido de seus conquistadores 
militares. Por este motivo é que o livro de Atos apresenta os oficiais romanos 
como ordinariamente favoráveis aos movimentos dos missionários cristãos. 
Embora Lucas houvesse escrito após Paulo haver sido martirizado, e a 
perseguição de Roma contra os cristãos já houvesse começado, ele não ignora e 
nem põe em perigo o seu propósito apologético encerrando o seu livro numa 
atitude negativa, a saber, narrando a execução do maior advogado do 
cristianismo às mãos das autoridades romanas. (Ver Atos 18:12-17, onde se 
expõe a idéia da proteção do cristianismo, pelas autoridades romanas, tal como 
o judaísmo já vinha sendo protegido pelas leis do império). Lucas, portanto, 
quis mostrar que os levantes e as perturbações de ordem pública que seguiam 
na cauda do movimento dos missionários cristãos resultavam das perseguições 
efetuadas pelos judeus, e não de qualquer espírito malicioso dos próprios 
cristãos. Lucas endereçou a sua dupla obra (Lucas-Atos) a um oficial romano, 
de nome Teófilo. Por conseguinte, dirigiu seu trabalho à aristocracia romana, 
esperando que se os argumentos ali contidos fossem recebidos e digeridos, o 
novel movimento cristão viesse a ser protegido, e não perseguido. Todavia, o 
seu grande alvo, do ponto de vista humano, fracassou, porque sobrevieram 
severas e prolongadas perseguições, desde muito tempo antes o evangelho de 
Lucas e do livro de Atos terem sido escritos e postos em circulação. 
d) Propósito Jurídico: Alguns estudiosos supõem que um objetivo do Médico 
amado seria o de usar o relato de Atos dos Apóstolos para ser lido como 
sumário de argumento para a defesa, no julgamento de seu amigo, o Apóstolo 
Paulo. 
 
i. a igreja em jerusalém 
 
1. A comissão dos Apóstolos 
 
Entende-se por comissão o ato de cometer; encarregar; também significa encargo, 
incumbência. Os missiólogos chamam a missão dada por Jesus aos seus primeiros 
discípulos de “Grande Comissão”. Ele ordenou aos onze homens, com os quais mais 
dividira seu ministério terreno, que fossem ao mundo inteiro e fizessem discípulos 
em todas as nações, Ele lhes disse que ensinassem a esses novos discípulos tudo que 
haviam aprendido d’Ele (Mateus 28:18-20). Mais tarde, o apóstolo Paulo deu as 
mesmas instruções a Timóteo: "E o que de minha parte ouviste, através de muitas 
testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a 
outros" (2 Timóteo 2:2). Mas, somente em nossas próprias forças não poderemos 
cumprir nossa comissão. Por isso, o Senhor nos deus uma capacitação além da 
natural: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis 
 
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testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins 
da terra”. 
 
Ma podemos questionar: Qual o coração da Grande Comissão? Infelizmente, não 
aparece na Versão Corrigida, que traduz assim o começo do versículo 19: “Portanto, 
ide e ensinai”. Na Atualizada, podemos descobrir o coração da Grande Comissão, 
identificando os imperativos (tempos verbais que expressam ordem, determinação) 
nela: “Ide” e “fazei discípulos”. Assim como nas traduções inglesas e espanholas, a 
Versão Atualizada em português traz dois imperativos. Mas não é assim na 
linguagem original. No grego, matheteusate ou “fazei discípulos” é o único 
imperativo nesse texto. Os outros três verbos nos versículos 19 e 20 são gerúndios, ou 
seja, traduzindo literalmente, teríamos, por exemplo, indo, em lugar de ide. Os três 
gerúndios- “indo”, “batizando” e “ensinando” - são as três funções indispensáveis 
de como fazer discípulos. Assim, uma vez que esses versículos não são a Grande 
Sugestão, mas, sim, a Grande Comissão, o discipulado é imprescindível na vida da 
igreja e na vida de cada cristão. Para David Kornfield, hoje, infelizmente, a Grande 
Comissão muitas vezes passa a ser a Grande Omissão. E teremos de prestar contas a 
Jesus a esse respeito. 
 
Essa Comissão de Mateus 28.18-20 e paralelamente em Atos 1:8 é grande por, pelo 
menos, por cinco razões: 
 
a) É Grande em sua Autoridade. Das dezenas ou centenas de mandamentos de 
Jesus, este é o único em que Jesus se veste de toda a autoridade do Universo. Ele 
se coloca como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Na época bíblica, um súdito 
que ignorasse ou negligenciasse um mandato declarado com toda a autoridade 
real arriscava a própria vida. É com essa autoridade que fazemos a obra do 
Senhor (At 1:8). 
 
b) É Grande em seu Efeito Multiplicador. É assim que o reino de Deus pode 
explodir! Até então, havia só um discipulador multiplicando-se em outros - Jesus 
Cristo. Agora vem a Comissão para começar um movimento multiplicador, contra 
o qual nem as portas do inferno prevalecerão. Pouco depois, os discipuladores 
não eram só 11, mas 120. Um pouco mais depois não eram só 120, mas milhares. 
De pouco em pouco! 
 
c) É Grande por sua Extensão Geográfica. Estende-se a todas as nações. Várias vezes 
o próprio Jesus limitou seu ministério e ordenou que os apóstolos também limitassem 
seus ministérios aos judeus. Aqui, ele abre o leque e abraça todo o mundo. na 
Comissão de fazer discípulos em todas as nações, encontramos o coração de missões 
mundiais. Deus não admitiu que Sua igreja entrasse em um ostracismo, vivendo só 
para si, e encapsulada em um único ponto geográfico. Ele quer, na verdade, que Seu 
povo se expanda territorialmente e anuncie o evangelho a toda criatura, tanto é que 
esse foi o objetivo da perseguição de Atos 8: 1-4. A ordem que aparece em Atos 
1:8 não é cronológica, ou seja, Cristo não falou para evangelizar primeiro Jerusalém, 
segundo Judéia, terceiro Samaria e por último os confins da Terra. Essa interpretação 
 
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é errada, perigosa, e fora da vontade do Senhor. O próprio texto de Atos 1:8 deixa 
claro que Jesus determinou que a obra da Sua igreja na Terra deveria ser 
desenvolvida simultaneamente nas três dimensões que Ele deseja que o Evangelho 
seja pregado. Isso fica claro nas expressões: “tanto em”; “como em”; e “até os”. 
 
d) É Grande por sua Extensão a todos os aspectos da vida. Jesus nos chama a ensinar 
outros a guardarem tudo o que Ele ensinou. Esse mandato inclui toda a humanidade 
e, mais do que isso, implica não apenas o ensino, mas a prática desses mandamentos. 
No discipulado, o ensino sempre tem por fim a prática. Ou seja, o ensino que não 
leva à pratica não é discipulado. 
 
e) É Grande por sua Extensão no Tempo. Estende-se até a consumação do século, até 
a volta de Cristo. Cada pastor e igreja que se envolve no discipulado conforme o 
exemplo de Jesus constrói os alicerces para um movimento que fluirá de sua igreja a 
todas as nações, até a consumação dos séculos. 
 
 
2. A Fundação da Igreja de Jerusalém: 
 
a) Na festa de Pentecostes, em 30 ou 33 d.C, deu-se o aniversário da Igreja. 50 dias 
depois da crucifixão de Jesus. 10 dias após sua Ascensão. Pensa-se que esse 
Pentecostes caiu no primeiro dia da semana. A festa de Pentecostes era também 
chamada festa das Primícias da colheita eram por essa ocasião apresentadas a Deus. 
Outrossim, comemorava a promulgação da Lei no Sinai. Apropriava-se, pois, para ser 
o dia da promulgação do Evangelho e da recepção das primícias da colheita mundial 
do mesmo Evangelho. Jesus, em Jo 16:17-24, tinha falado da inauguração da época do 
Espírito Santo. E agora, está sendo de fato inaugurada, numa poderosa manifestação 
milagrosa do Espírito Santo, com o som como de um vento impetuoso, e com línguas 
como de fogo pousando sobre cada um dos Apóstolos, esta feita para representantes 
do mundo inteiro, a judeus e a prosélitos ao judaísmo reunidos em Jerusalém para 
celebrar o Pentecostes, vindo de todas as terras do mundo que então se conheciam 
(mencionando-se 15 nações, 2:9-11) – e os Apóstolos da Galiléia falavam para eles nas 
suas próprias línguas. 
 
b) O Sermão de Pedro (2:14-16). O espetáculo espantoso de Apóstolos falando, sob a 
influência das línguas de fogo, nas línguas de todas as nações ali representadas. Isto, 
segundo a explicação de Pedro, vv. 15-21, era o cumprimento da Profecia registrada 
em Jl 2:28-32. Pode ser o que aconteceu naquele dia não foi o cumprimento total e 
final daquela profecia, e que aquilo seria o começo apenas, de uma era grandiosa e 
notável que foi iniciada; a profecia pode se aplicada também, ao fim desta era. 
 
c) O Cumprimento das Profecias. Nota-se as declarações repetidas que o que 
acontecia já tinha sido predito: A traição de Judas, 1:16-20; a Crucifixão, 3:18; a 
Ressurreição, 2:25-28; a Ascensão de Jesus, 2:33-35; a vinda do Espírito Santo, 2:17. 
"Todos os profetas", 3:18-24. 
 
 
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3. A Descida do Espírito Santo (1:12-2.13) 
 
O rei Davi planejou a edificação do templo e reuniu os materiais necessários. Mas foi 
Salomão, seu sucessor, quem o erigiu (1 Cr 29: 1,2). Jesus igualmente planejou a Igreja 
durante seu ministério terreno (Mt 16:18; 18:17). Preparou os materiais humanos, 
porém deixou ao seu sucessor e representante, o Espírito Santo, o trabalho de erigi-la. 
Foi no dia de Pentecoste que esse templo espiritual foi construído e cheio da glória do 
Senhor (cf. Êx 40:34,35; 1 Rs 8:10,11; Ef 2:20). O dia de Pentecoste era a inauguração 
da Igreja, e o cenáculo, o local dessa comemoração. 
 
a) O Dia de Pentecostes 
 
"E, cumprindo-se o dia de Pentecostes…" O nome "Pentecoste" (derivado da palavra 
grega "cinqüenta") era dado a uma festa religiosa do Antigo Testamento. A festa era 
assim denominada por ser realizada 50 dias após a Páscoa (ver Lv 23:15-21). Observe 
sua posição no calendário das festas. Em primeiro lugar festejava-se a Páscoa. Nela se 
comemorava a libertação de Israel no Egito. Celebravam a noite em que o anjo da 
morte alcançou os primogênitos egípcios, enquanto o povo de Deus comia o cordeiro 
em casas marcadas com sangue. Esta festa tipifica a morte de Cristo, o Cordeiro de 
Deus, cujo sangue nos protege do juízo divino. No sábado, após a noite de Páscoa, os 
sacerdotes colhiam o molho da cevada, previamente selecionado. Eram as primícias 
da colheita, que deviam ser oferecidas ao Senhor. Cumprido isto, o restante da 
colheita podia ser ceifado. A festa tipifica Cristo, "as primícias dos que dormem" (1 
Co 15:20). O Senhor foi o primeiro ceifado dos campos da morte para subir ao Pai e 
nunca mais morrer. Sendo as primícias, é a garantia de que todos quantos nele crêem 
seguí-lo-ão pela ressurreição, entrando na vida eterna. 
 
Quarenta e nove dias eram contados após o oferecimento do molho movido diante 
do Senhor. E no qüinquagésimo dia – o Pentecoste – eram movidos diante de Deus 
dos pães. Os primeiros feitos da ceifa de trigo. Não se podia preparar e comer 
nenhum pão antes de oferecer os dois primeiros a Deus. Isto mostrava que se aceitava 
sua soberania sobre O mundo. Depois, outros pães podiam ser assados e comidos. O 
significado típico é que os 120 discípulos no cenáculo eram as primícias da igreja 
cristã, oferecidas diante do Senhor por meio do Espírito santo, 50 dias após a 
ressurreição de Cristo. Era a primeira das inúmeras igrejas estabelecidas durante os 
últimos 19 séculos. 
 
O Pentecoste foi a evidência da glorificação de Cristo. Para Myer Pearlman, a descida 
do Espírito era como um "telegrama" sobrenatural, informando a chegada de Cristoà 
mão direita de Deus. Também testemunhava que o sacrifício de Cristo fora aceito no 
Céu. Havia chegado a hora de proclamar sua obra consumada. O Pentecoste era a 
habilitação do Espírito no meio da Igreja. Após a organização de Israel, no Sinai, o 
Senhor veio morar no seu meio, sendo sua presença localizada no Tabernáculo. No 
 
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dia de Pentecoste, o Espírito Santo veio habitar na Igreja, a fim de administrar, dali, 
os assuntos de Cristo. 
 
b) O Falar em Línguas 
 
Apareceu em seguida a realidade da qual o vento é símbolo: "E todos foram cheios do 
Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes 
concedia que falassem". O que produz esta manifestação? O impacto do Espírito de 
Deus sobre a alma humana. É tão direto e com tanto poder, que a pessoa fica 
extasiada, falando de modo sobrenatural. Isto pelo fato de a mente ficar totalmente 
controlada pelo Espírito. Para os discípulos, era evidência de estarem completamente 
controlados pelo poder do Espírito prometido por Cristo. Quando a pessoa fala uma 
língua que nunca aprendeu, pode ter a certeza de que algum poder sobrenatural 
assumiu o controle sobre ela. Alguns argumentaram que a manifestação do falar em 
línguas limitou-se à época dos apóstolos. Aconteceu para ajudá-los a estabelecer o 
Cristianismo, uma novidade naquela época. Não existe, no entanto, limites à 
continuidade dessa manifestação no Novo Testamento. 
 
Mesmo no quarto século depois de Cristo, Agostinho, o notável teólogo do 
Cristianismo, escreveu: "Ainda fazemos como fizeram os apóstolos, quando 
impuseram as mãos sobre os samaritanos, invocando sobre eles o Espírito mediante a 
imposição das mãos. Espera-se por parte dos convertidos que falem em novas 
línguas". Ireneu (115-202 d.C.), notável líder da Igreja, era discípulo de Policarpo, que 
por sua vez foi discípulo do apóstolo João. Ireneu escreveu: "Temos em nossas igrejas 
muitos irmãos que possuem dons espirituais e que, por meio do Espírito, falam toda 
sorte de línguas". 
 
A Enciclopédia Britânica declara que a glossalália (o falar em línguas) "ocorreu em 
reavivamentos cristãos durante todas as eras: por exemplo, entre os frades 
mendicantes do século XIII, entre os jansenistas e os primeiros quaquers, entre os 
convertidos de Wesley e Whitefield, entre os protestantes perseguidos de Cevennes, e 
entre os irvingistas". Podemos multiplicar as referências, demonstrando que o falar 
em línguas, por meios sobrenaturais, tem ocorrido em toda a história da Igreja. (Nota: 
O falar em línguas nem sempre é em língua conhecida. Ver 1 Co 14.2). 
 
4. A conversão de Saulo de Tarso 
 
Conquanto a tivesse precedido um longo período de "incubação" inconsciente, sem 
dúvida alguma a conversão de Paulo foi repentina. Ele não conseguira banir da 
mente o rosto do mártir moribundo – "como se fosse rosto de anjo". Nem podia ele 
esquecer-se da última oração pungente de Estevão: "Senhor, não lhes imputes este 
pecado" (Atos 7:6). 
 
O Espírito Santo, sempre ativo, havia preparado o palco, no decorrer dos anos, para 
este grandioso confronto e capitulação. O raio luminoso cegante encontrou uma vasta 
quantidade de material inflamável no coração do jovem perseguidor. O milagre 
 
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aconteceu em pleno meio-dia. Paulo viu a Jesus em toda a sua glória e majestade 
messiânicas. Não se tratava de mera visão, pois ele classifica o fato como a última 
aparição do Salvador a seus discípulos, e o coloca no mesmo nível de suas aparições 
aos outros apóstolos. Sua declaração é clara e inequívoca. 
 
E apareceu a Cefas, e, depois, aos doze. Depois foi visto por mais de quinhentos 
irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora, porém alguns já 
dormem. Depois foi visto por Tiago, mais tarde por todos os apóstolos, e, afinal, 
depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo (I 
Coríntios 15:5-8). 
 
Não foi um êxtase, mas uma aparição real e objetiva do Cristo ressurreto e exaltado, 
vestido de sua humanidade glorificada. Paulo convenceu-se de imediato de que 
Cristo não era um impostor. Quão diferente foi a entrada em Damasco daquela que o 
inquisidor havia imaginado! "E, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia… mas, 
levanta-te, e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer… Então se levantou 
Saulo da terra e, abrindo os olhos, nada podia ver. E, guiando-o pela mão, levaram-
no para Damasco" (Atos 9:4-8). Paulo entrou cativo em Damasco, acorrentado à roda 
da carruagem de seu Senhor vencedor. Fora tudo estava escuro, mas dentro tudo era 
luz. 
 
A rendição de Paulo ao Senhorio de Cristo foi imediata e absoluta. Desde o momento 
em que ele reconheceu que Jesus não era um impostor, mas o Messias dos judeus, ele 
ficou sabendo que só poderia haver uma resposta. Toda a história se resume nas suas 
duas primeiras perguntas: "Quem és tu, Senhor?" "Que farei, Senhor?" (Atos 22:8,10). 
A verdadeira conversão sempre resulta em rendição à vontade de Deus, pois a fé 
salvadora implica obediência (Romanos 1:5). 
 
Quão surpreendente foi a estratégia vitoriosa de Deus! C.E. Macartney escreve: "O 
mais amargo inimigo tornou-se o maior amigo. A mão que escrevia a acusação dos 
discípulos de Cristo, levando-os à presença dos magistrados e para a prisão, agora 
escrevia epístolas do amor redentor de Deus. O coração que bateu de júbilo quando 
Estêvão caiu sobre as pedras sangrentas, agora se regozijava em açoites e 
apedrejamentos por amor de Cristo. Do outrora inimigo, perseguidor, blasfemador 
proveio a maior parte do Novo Testamento, as mais nobres declarações de teologia, 
os mais doces poemas de amor cristão" (J.O. Sanders, p.28). 
 
5. A Chamada de Paulo 
 
O chamado de Deus veio a Paulo de forma tão clara e específica que não lhe foi 
possível confundi-lo, enquanto jazia deitado no chão cego pela luz celestial. Ananias 
também comunicou-lhe a mensagem que havia recebido de Deus: "O Deus de nossos 
pais de antemão te escolheu para conheceres a sua vontade, ver o Justo e ouvir uma 
voz da sua própria boca, porque terás de ser sua testemunha diante de todos os 
homens, das coisas que tens visto e ouvido" (Atos 22:14-15). 
 
 
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Mais tarde, quando Paulo voltava para Jerusalém, sobreveio-lhe um êxtase, e viu 
aquele que lhe falava e que lhe disse: "vai, porque eu te enviarei para longe aos 
gentios" (Atos 22:17,18,21). A Ananias, cujo temor bem podemos compreender, 
comissionado por Deus para dar as boas-vindas ao notório perseguidor da Igreja 
cristã, Deus também indicou a esfera de testemunho para a qual ele havia chamado 
Paulo: "Mas o Senhor lhe disse [a Ananias]: Vai, porque este é para mim um 
instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como 
perante os filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto importa sofrer pelo meu 
nome" (Atos 9:15-16). 
 
Paulo revelou outra faceta de seu chamado ao se defender perante Agripa: "Ouvi 
uma voz que me falava… Levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te 
apareci para te constituir ministro e testemunha, tanto das coisas em que me viste 
como daquelas pelas quais te aparecerei ainda; livrando-te do povo e dos gentios, 
para os quais eu te envio, para lhes abrir os olhos e convertê-los das trevas para a luz 
e da potestade de Satanás para Deus" (Atos 26:14-18). 
 
Assim, desde os primeiros dias de sua vida cristã, Paulo não somente sabia que era 
um veículo escolhido por meio de quem Deus comunicaria sua revelação, mas tinha 
uma idéia geral do que Deus havia planejado para seu futuro: (a) Seu ministério o 
levaria para longe do lar; (b) Ele teria um ministério especial entre os gentios; (c) Esse 
ministério lhe traria grande sofrimento. Só aos poucos ele chegou a compreender que 
este chamadonão era tanto um novo propósito de deus para sua vida, quanto a 
culminação do processo preparatório iniciado antes de seu nascimento. 
Assim é hoje. O chamado do dirigente cristão não é tanto um novo propósito para 
sua vida quanto a descoberta do propósito para o qual Deus o trouxe ao mundo. O 
Senhor havia dito aos seus discípulos que os postos de liderança no seu Reino 
dependiam da soberana nomeação de seu Pai. "Quanto, porém, ao assentar-se à 
minha direita ou à minha esquerda… é para aqueles a quem está preparado" (Marcos 
10:40). Paulo reconhecia esta verdade, mas só aos poucos ele chegou a um claro 
entendimento do trabalho que Deus tinha para ele. 
 
Só depois que os judeus rejeitaram de forma consistente sua mensagem é que Paulo 
se devotou quase que exclusivamente aos gentios. Sua experiência em Corinto 
chegou a uma fase decisiva. "Paulo se entregou totalmente à palavra, testemunhando 
aos judeus que o Cristo é Jesus. Opondo-se eles e blasfemando, sacudiu Paulo as 
vestes e disse-lhes. Sobre a vossa cabeça o vosso sangue! eu dele estou limpo, e desde 
agora vou para os gentios" (Atos 18:5-6). 
 
Alguns anos após a sua conversão, este chamado inicial foi renovado e confirmado 
pela igreja de Antioquia onde ele havia trabalhado por um ano. "E, servindo ele [os 
dirigentes] ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me agora a Barnabé 
e a Saulo para a obra a que os tenho chamado" (Atos 13:2). De modo que o chamado 
geral se tornou específico, e eles alegremente partiram, "enviados pelo Espírito 
Santo". O primeiro passo no cumprimento da grande comissão do Senhor e o começo 
 
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11 
 
do importante empreendimento missionário de amplitude mundial havia sido 
realizado com segurança. 
 
ii – as missões do apóstolo paulo 
 
Sabemos que o conceito teológico de Missões é tríplice: a igreja tem uma missão de 
adorar a Deus em espírito em verdade; tem uma incumbência de edificar a si própria; 
e tem a grande comissão de evangelizar o mundo. Como referencial de obreiro que 
Paulo foi, atuou nessas três obras. Entretanto, vamos delimitar a prática missiológica 
paulina somente às suas heróicas viagens missionárias. 
 
O ambiente de trabalho missionário do apóstolo Paulo foi o Império Romano. 
 
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Antes propriamente de entrarmos em suas viagens, é interessante ter em mente a 
cronologia da vida do Apóstolo aos gentios. Vejamos: 
5 d.C. Nascimento em Tarso, da Cilícia 
20-26 Estudos em Jerusalém 
26-32 Estudos em Tarso 
32-37 Conversão na estrada de Damasco, Atos 9 
37-39 Viagem pela Arábia. Gl. 1 
35-43 Prega em Tarso e noutros lugares da Cilícia, Atos 9 e Gálatas 1. 
43-44 Prega com Barnabé em Antioquia, Atos 11 
44-45 Viagem a Jerusalém, durante a fome, Atos 11 
45-47 Primeira viagem missionária, Atos 13-14 
47-49 Reside em Antioquia da Síria, Atos 11 
49 Faz-se presente ao concílio de Jerusalém. Atos 15 
49-51 Segunda viagem missionária, Atos 15-18 
51-56 Terceira viagem missionária, Atos 18-21 
56 Aprisionamento em Jerusalém, Atos 21 
56-58 Paulo na Prisão em Cesaréia, Atos 23 
58-59 Viagem a Roma, Atos 27 
59-61 Confinamento em Roma, Atos 26 
61-64 (?) Viagens à Espanha, Creta, Macedônia, Grécia, não mencionadas em Atos, 
embora indicadas em outros documentos como no cânon muratoriano e nas 
epístolas de Clemente. Algumas indicações destas viagens existem nas 
epístolas pastorais. 
64-67 Execução em Roma, durante as perseguições movidas por Nero. 
 
 
 
1. A Primeira Viagem Missionária 
 
Em geral, Os Atos relatam três viagens missionárias de Paulo. Essa narrativa às vezes 
é mui detalhada, às vezes resumida demais. O principal é o seguinte: todas as três 
 
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viagens começam e terminam na comunidade gentio-cristã de Antioquia e não na 
comunidade judeu-cristã de Jerusalém (as epístolas confirmam isso); geralmente 
Paulo dirigia-se primeiro a seus patrícios mas bem depressa era obrigado a procurar 
os pagãos. 
 
a) Resumo e itinerário 
 
Primeira viagem missionária: Barnabé e Paulo vão aos gentios, Atos 13:1-14:29. 
Missão a Chipre, 13:4-12. Missão à Galácia, 13:13-14:28. Missão de Pafos a Perge, 
13:13. Missão a Antioquia da Psidia, 13:14-52. Missão a Icônio e Listra, 14:1-18. Missão 
a Icônio, 14:1-7, Missão a Listra, 14:8-18. Retorno a Antioquia da Síria, 14:19-28. 
 
 
 
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b) A Missão da Primeira Viagem 
 
 Lucas conservou-nos uma preciosa notícia sobre a organização da comunidade 
de Antioquia e a liturgia (Atos 13: 1-3). 
 
 A primeira etapa da missão foi a ilha de Chipre, de onde Barnabé era 
originário. O que interessa a Lucas é o primeiro contato do apóstolo Paulo com um 
magistrado romano, Sérgio Paulo, senador, antigo pretor, muito conhecido por 
inscrições. Sua família vinha de Antioquia da Pisídia. 
 
 Na narração de Lucas, o nome Paulo toma dali em diante o lugar de Saulo: não 
se pode deduzir daí que Saulo tenha adotado o nome do seu ilustre convertido. Ter 
um duplo nome era então corrente nos meios bilíngües, como o da família de Paulo. 
Junto ao governador, Paulo teve de enfrentar um mágico de origem judaica, Elimas 
(At. 13,8). O sucesso das ciências ocultas era grande na época; o que pode 
surpreender é que um judeu as pratique. Segundo os Atos, Paulo terá outras ocasiões 
de se confrontar com mágicos. Na sua carta aos Gálatas, ele classifica as práticas de 
feitiçaria (pharmakeia) na categoria das obras da carne, próximas da idolatria (Gl. 
5,20). 
 
 Nas suas cartas, Paulo não faz alusão à missão de Chipre, para onde ele não 
terá ocasião de voltar. Por que ele abandona a ilha sem a ter visitado toda? Paulo que 
toma a frente da expedição em direção à Anatólia através dos desfiladeiros do Tauro, 
covil de bandidos. Mais tarde Paulo fará alusão aos perigos corridos na estrada (2Cor 
11,26). Primo de Barnabé, o jovem João Marco teve medo da aventura e abandonou o 
grupo. Paulo não o perdoou, a princípio. 
 
a) O discurso de antioquia da pisídia 
 
 
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 Quando Paulo chegava numa cidade qualquer, ele começava indo à sinagoga. 
Lá, ele podia entrar em contato com os judeus do lugar e os “ tementes a Deus ” , 
pagãos atraídos para o judaísmo (At 13,26). Como amostra da pregação de Paulo, 
Lucas nos conservou o discurso de Antioquia da Pisídia (At 13,14-41). Esta era uma 
colônia romana, fundada por Augusto para instalar aí os veteranos da legio V 
Gallica. O Sérgio Paulo que se instalou aí devia ser um dos oficiais superiores desta 
legião. 
 
 O discurso de Paulo não tem equivalentes nas Cartas, mas é fácil encontrar um 
certo número de temas pertencendo à apologética cristã primitiva. Ele se coloca no 
contexto litúrgico tradicional: depois da leitura de uma passagem da Lei e de uma 
outra, tirada da coletânea dos profetas, os chefes da sinagoga convidam os visitantes 
a pronunciar algumas palavras de exortação. Paulo não se fazia de rogado! 
 
 O texto de Lucas tem a marca da retórica da época. Do ponto de vista das 
idéias, o discurso contém uma retrospectiva da história de Israel até Davi. 
 Ainda que dirigido em prioridade aos judeus, o discurso continha uma ponta 
universalista: a palavra da salvação vale para os filhos de Abraão como para todos os 
que temem a Deus (v.26). Sobretudo, ele esboçava uma crítica contra a Lei de Moisés, 
incapaz de trazer a salvação (v.38). O sucesso junto aos não-judeus apenas aumentou 
a irritação dos filhos de Abraão. Para se justificar, Paulo declara: “ É a vós por 
primeiro que devia ser dirigida a palavra de Deus ”(v.46). Paulo será fiel a este por 
primeiro, como se vê pela declaração de princípio de Rm 1,16: “ O Evangelho é o 
poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, do judeu primeiro, e depois 
do grego”. 
 
 Para legitimar asua passagem para as nações, Paulo cita então uma passagem 
dos cantos do Servo, que tem uma grande importância na apologética cristã 
primitiva: “Destinei-te a seres luz das nações, a fim de que a minha salvação esteja 
presente até a extremidade da terra” (Is 49.6). Este texto vale em primeiro lugar para 
Cristo, mas Paulo o aplicou a si mesmo, como mostra Gl 1.15. Assim, portanto, Paulo, 
servo de Cristo, descobre a sua missão ao reler a Escritura. 
 
b) Pregação aos pagãos de Listra e retorno 
 
 Nas cidades que Paulo e Barnabé vão atravessar, o mesmo cenário se 
reproduz. Como Por exemplo em Icônio (At 14,1-7), a pátria de santa Tecla segundo 
os Atos de Paulo (acima, p.16s). Em 2Tm 3.13 também se fala dos sofrimentos 
suportados por Paulo em Antioquia, Icônio e Listra. Nesta última cidade, um 
incidente tragicômico manifesta bem a credulidade do povo e a dificuldade para os 
Apóstolos de fazerem-se compreender por uma população pouco helenizada. Uma 
cura provoca o entusiasmo e o povo logo quer oferecer um sacrifício, como se 
Barnabé e Paulo fossem Zeus e Hermes em visita. 
 
 No caminho de volta, os apóstolos confirmam os discípulos lembrando-os do 
sentido cristão da provação: “É necessário que passemos por muitas tribulações para 
 
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14 
 
entrar no Reino de Deus” (At 14,22). Para dirigir as comunidades, Paulo e Barnabé 
designaram-lhe anciãos (presbyteroi). Este termo era tradicional nas comunidades 
judaicas para designar os responsáveis. Não surpreende que tenha sido retomado 
pelos judeu-cristãos: em Jerusalém, a primeira menção aparece já em At 11,30. Por 
outro lado, não o encontramos nas cartas de Paulo, exceto nas epístolas pastorais, 
redigidas provavelmente por um discípulo: os anciãos são instituídos por imposição 
das mãos (1Tm 5,22). Enquanto Paulo pudesse seguir por si mesmo a vida das 
congregações, a instituição dos ministérios podia permanecer na sombra. Isto não 
impede que Paulo tivesse a preocupação de apoiar aqueles que haviam aceitado 
tomar a direção das comunidades, como em Tessalônica ou em Corinto. 
 
 Tendo partido de Antioquia com o apoio dos fiéis, os missionários voltam para 
contar “tudo o que Deus realizara com eles, e, sobretudo como tinha aberto aos 
pagãos a porta da fé” (At 14,27). Atmosfera de alegria e de ação de graças, bem à 
maneira de Lucas! Mas os obstáculos foram todos afastados? 
 
 
 
2. A segunda viagem missionária 
 
a) Resumo e itinerário 
 
Segunda viagem missionária: Paulo vai à Europa, 16:1-18:17: Galácia e A. Menor, 
16:1-10. Timóteo e Paulo, 16:1-5 Missão a Trôade, 16:6-10. Trabalho na Macedônia, 
16:11-17:15. Em Filipos, 16:11-50. Em Tessalônica, 17:1-9. Em Beréia, 17:10-15. Na 
Acaia, 17:16-18:17. Esta última fase inclui Atenas e Corinto. 
 
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b) A missão da segunda viagem 
 
Segunda viagem (49-52; At 15,36-18,22). P. não demorou muito em Antioquia, mas 
visitou com Silas as comunidades cristãs da Síria, da Cilicia, de Derbe, Listra e 
Antioquia da Pisídia. Em Listra conheceu Timóteo, que se tornou um dos 
colaboradores mais fiéis do apóstolo (15,35-16,5). Daí surgiu com Silas para a Frígia, a 
terra dos gálatas, onde foi detido por uma doença e recebido “como um anjo de 
Deus”, como o próprio Cristo (Gl 4,13-15). 
Depois de atravessar a Míssil chegou em Tróade (16,6-8), onde se encontrou com 
um médico, Lucas, que se juntou à sua companhia. No mesmo lugar teve a visão 
noturna do Macedônia, clamando por socorro. Seguiu imediatamente para a 
Macedônia e via Neápolis para Filipos, onde foi fundada uma comunidade muito 
florescente, composta quase exclusivamente de gentios (16,11-40;1 Ts 2,2), que 
mostrou grande afeição para com P. (Flp 1,3-8.10-16). Os magistrados da cidade 
mandaram prender P. e Silas; mas, durante a noite, foram soltos por serem cidadãos 
romanos. 
 
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Pela Via Egnatia os missionários continuaram sua viagem, por Anfípolis e 
Apolônia, até Tessalônica. Aí P. pregou durante três semanas na sinagoga e 
converteu numerosos “tementes a Deus” e alguns judeus, teve também muitas 
conversas nas casas particulares (1 Ts 2,11s), sobretudo à noite, porque de dia exercia 
a sua profissão (2,7-10). Apesar da oposição de alguns (2,14), Paulo fundou uma 
comunidade florescente, composta sobretudo de gentio-cristãos. 
De Tessalônica P. e Silas partiram para Beréia, onde numerosos judeus e gentios da 
elite foram conquistados para o cristianismo, até que P., pelas ameaças dos judeus, foi 
obrigado a abandonar a cidade. Deixou Silas e Timóteo em Beréia e viajou sozinho a 
Atenas (17,1-5); aí Timóteo se ajuntou a P., mas foi mandado de volta a Macedônia (1 
Ts 3,1-6). 
Em Atenas Paulo pregou na sinagoga e no mercado. Alguns ouvintes, entre os 
quais havia filósofos epicuristas e estóicos, pensaram que estivesse anunciado novos 
deuses; foi convidado para apresentar a sua doutrina no Areópago; aí Paulo pregou o 
Deus único. Mas, quando começou a falar sobre o juízo e a ressurreição, 
interromperam-no. Alguns gentios apenas deixaram se convencer Dâmaris e 
Dionísio. 
O Apóstolo aos gentios entristeceu-se profundamente por esse fracasso (1 Ts 3,3s) 
e desanimou (cf. 1Cor 2,3). Nesse estado chegou a Corinto, com o firme propósito de 
renunciar doravante à eloqüência e sabedoria humanas, e de só conhecer e pregar o 
Cristo crucificado (1 Cor 2,2). Em Corinto esteve durante 18 meses hospedado com 
Áquilas e Priscila. Nos dias de semana exercia a sua profissão; nos sábados pregava 
na sinagoga. Quando Silas e Timóteo, porém, lhe trouxeram ajuda financeira dos 
filipenses (2 Cor 11,9; Fp 4,16), dedicou-se ele inteiramente à pregação. Converteu 
alguns judeus (18,8; 1 Cor 1,14) e muitos pagãos, principalmente das classes mais 
baixas, sem cultura (1 Cor 1,26). 
Em Corinto, Paulo escreveu 1Tes e 2Tes. Invejosos do seu sucesso, os judeus o 
acusaram diante de Galião, provavelmente no princípio de seu consulado (meados de 
52), como propagandista de um “religião ilícita”. Galião, porém, rejeitou a acusação 
dos judeus. Em Corinto o apóstolo embarcou-se para a Síria, junto com Áquilas e 
Priscila. Deixou seus companheiros em Éfeso, aterrou em Cesaréia, visitou talvez 
Jerusalém, e voltou para Antioquia (At 18,18-22). 
 
 
3. A terceira viagem missionária 
 
a) Resumo e itinerário 
 
Terceira viagem missionária: Paulo vai à Ásia Menor, 18:18-19:41. Viagem de 
confirmação das igrejas, 18:18-23, Apolo, 18:24-28. Paulo em Éfeso, 19:1-41. Retorno à 
A. Menor, 19:1=12. Paulo e os exorcistas, 19:13-20. Planos de Paulo sobre o futuro, 
19:21-22. O levante em Éfeso, 19:23-41. 
 
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b) A missão da terceira viagem 
 
Terceira viagem (53-58; At 18,23-21,14). Pouco depois partiu novamente para a 
Galácia (cf. Gl 4,13), onde reinavam a piedade e a paz nas comunidades cristãs (1,6; 
5,7), atravessou a Frígia, as montanhas do centro da Ásia Menor e o vale do Meandro, 
e chegou a Éfeso (At 18,23; 19,1.8.10; 20,31). Aí Priscila e Áquilas já haviam 
completado a instrução cristã de Apolo, judeu alexandrino douto e eloqüente que 
com zelo e sucesso pregara o cristianismo na sinagoga, e já partira para Corinto 
(18,24-28; 19,1). 
Em Éfeso Paulo conheceu também uma dúzia de discípulos de João Batista, que ele 
ganhou para o cristianismo (19,2-7), e pregou durante três meses na sinagoga. Como 
a maior parte dos judeus continuava incrédula, dirigiu-se aos pagãos, pregando no 
auditório de um tal de Tirano, provavelmente um retor grego. 
Lucas narra detalhadamente alguns episódios das atividades de P. em Éfeso; curas 
e expulsão de demônios, a destruição de um grande número de livros de magia 
(19,11-19) e o tumulto que, depois de três anos, ocasionou o fim da estadia de P. 
naquela cidade (19,23-20,1). At19,20.26 refere-se em termos vagos à propagação do 
cristianismo “por toda a Ásia”. De fato, abrira-se para P. em Éfeso “uma porta larga e 
poderosa” (1Cor 16,9); quem a abriu foi ele mesmo e os seus colaboradores (Timóteo, 
Tito, Erasto, Gaio, Aristarco e Epafras: At 19,22,29; 2Cor 12,18; Cl 1,7); e fundaram-se 
comunidades cristãs em Colossos, Laodicéia, Hierápolis (Cl 1,7; 2.1; 4,12s), Tróade (At 
20,5-12; 2Cor 2.12) e mui provavelmente também em Esmirna, Tiatira, Sardes e 
Filadélfia (Ap 1:11). 
Em éfeso Paulo sofreu muitas e duras provações: perseguições da parte dos judeus 
(20:19; cf. 21:27), uma determinada tribulação que “acima de suas forças” o oprimiu, a 
ponto de ele “perder a esperança de conservar a vida” (2Cor 1:8), uma doença ou 
perigo mortal (cf. 2Cor 1:9s; 11:23), uma luta contra as feras (1Cor 15:32), seja em 
sentido literal, seja em sentido metafórico, de uma luta contra homens maus e 
violentos; afinal, em Rm 16:4 Paulo fala num perigo mortal, do qual foi salvo por 
Priscila e Áquilas; esse acontecimento desconhecido deve-se localizar provavelmente 
em Éfeso. 
Além disso Paulo andava muito preocupado com algumas comunidades cristãs. 
Os gálatas quase deixaram afastar-se dele pelos judaizantes; escreveu-lhes Gálatas. 
Na comunidade de Corinto infiltraram-se graves abusos morais. Paulo reagiu numa 
carta que se perdeu (1Cor 5:9), e mandou Timóteo e Erasto a Corinto (At 19:22; 1Cor 
4:17). 
Depois, vieram de Corinto alguns cristãos com uma carta da comunidade, na qual 
se propunham a P. diversas perguntas. A essa carta P. respondeu com 1 Cor, 
provavelmente em 55. Entretanto, chegaram a Corinto alguns judeu-cristãos que 
minaram a autoridade de Paulo. Esse resolveu então ir pessoalmente a Corinto (2Cor 
2:1; 12:14; 13:1s). Esta “visita intermediária” efetuou-se em tristeza, pois Paulo não 
conseguiu quebrar a desconfiança dos coríntios, e foi até ofendido por um cristão 
(2Cor 2:1.5; 7:12; cf. 12:21). 
Demorou pouco, e voltou a Éfeso, de onde dirigiu “com muitas lágrimas” uma 
terceira carta aos coríntios (2Cor 2:4,9; 7:8,12). Tito foi portador dessa carta, que não 
foi guardada. Nela Paulo exigia desagravo e a submissão da comunidade (2Cor 2:9). 
 
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Enquanto aguardava o resultado da carta e da missão de Tito, Paulo foi obrigado a 
deixar Éfeso. Viajou para Tróade (20:1; 2Cor 2:13), onde esperava encontrar-se com 
Tito. Quando esse demorava, embarcou para Macedônia. Aí encontrou-se com Tito 
(provavelmente em Filipos) e ouviu, com muita alegria, que os coríntios se 
submetiam. 
Da Macedônia escreveu-lhes 2Cor (em 57). Depois de uma visita às comunidades 
da Macedônia e, talvez, depois de uma viagem pela Ilíria (Rm 15:19), Paulo cumpriu 
a promessa já antiga de visitar Corinto (1Cor 16:5), onde ficou três meses (At 20:3). 
Em Corinto P. escreveu Rm (fins de 57 ou princípios de 58), para preparar uma visita 
há muito planejada (At 29:21). 
Para terminar essa viagem, Paulo queria viajar por mar a Síria, junto com os 
representantes das comunidades que haviam arrecadado dinheiro para os cristãos, 
mas, por causa de um atentado contra a sua vida, tramado pelos judeus, viajou por 
terra. Em Filipos, Lucas ajuntou-se a ele; em Tróade esperavam-no os companheiros 
de viagem. Em Tróade tomaram o navio para Mileto, onde P. mandou chamar os 
anciãos de Éfeso, para se despedir; pressentia que nunca mais os veria (20:1-38). 
Depois navegaram até Tiro, onde profetas tentaram convencer P. que não fosse a 
Jerusalém. P., porém, continuou sua viagem até Ptolemaide e daí por terra até 
Cesaréia, onde durante vários dias foi hóspede de Filipe, um dos Sete (At 6:5). Um 
profeta da Judéia, Ágabo, predisse que em Jerusalém esperavam-no algemas e prisão, 
mas P. não se deixou reter (21:1-16). 
 
 
iii – as prisões do apóstolo paulo 
 
5. O Resumo dos últimos capítulos de “Atos dos Apóstolos” 
 
• Visita final de Paulo à Macedônia e à Acaia, 20:1-4. 
• Paulo vai a Jerusalém, 20:1-6. De Filipos a Mileto, 20:5-16. Defesa de Paulo 
ante os anciãos de Éfeso, 20:17-38. De Mileto ante a Cesaréia, 27:1-14. Paulo 
com a igreja em Jerusalém, 21:15-26. 
• Paulo, prisioneiro em Roma, 21:27-28:31. 
a. Detenção e defesa, 21:27-22:29. 
b. Perante o sinédrio, 22:30-23:11. 
c. Transferência para Cesaréia, 23:12-35. 
d. Em Cesaréia, 24:1-26:32. Paulo e Félix, 24:1-27. Paulo e Festo, 25:1-27. 
Defesa de Paulo perante Agripa, 26:1-32. 
e. Viagem a Roma, 27:1-28:16. 
f. Paulo em Roma, 28:17-31. 
 
6. A Prisão de Paulo em Jerusalém (Atos 21, 22 e 23) 
 
a) O objetivo da viagem a Jerusalém (21:1-16) 
 
Entregar a oferta proveniente das igrejas gentílicas para os crentes pobres de 
Jerusalém. Foi uma grande oferta. Paulo levou um ano a arrecadá-la, 2 Co 8:10. 
 
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Todavia, foi avisado muitas vezes, ao passar pelas cidades da Ásia, que essa viagem 
resultaria em prisão, 20:23. Em Tiro, 21:4, e em Cesaréia, 21:11, o aviso foi repetido 
com ênfase especial. De cada vez é o Espírito quem adverte. Até Lucas fez coro na 
rogativa, 21:12; Mas estava arraigado, definitivamente, no espírito de Paulo que 
aquela era a vontade de Deus, mesmo que significasse sua morte, 13:14. Por que esses 
avisos da parte de Deus? Podia dar-se o caso de Paulo estar enganado e de Deus estar 
procurando fazê-lo ciente disso? Ou seria que Deus o estava provando? Ou o 
preparando? De qualquer modo, Paulo estava determinado a fazer a viagem. Uma 
coisa é que ele a prometera anos antes, Gl 2:10. Considerava aquilo o meio mais 
prático de demonstrar a unidade da igreja. Levara sua vida a ensinar aos gentios de 
que podiam ser cristãos sem se tornarem prosélitos dos judeus, razão por que muitos 
dos seus irmãos judeus o odiavam rancorosamente. Agora, desejava coroar esse 
trabalho com uma demonstração genuína e proveitosa de fraternidade cristã da parte 
dos seus convertidos gentios, como último e duradouro sinal de amor fraternal entre 
judeus e gentios. Vista sob este aspecto, esta visita de Paulo a Jerusalém é um dos 
eventos históricos mais importantes do N.T. Possivelmente, também, ele nunca podia 
esquecer a agonia dos crentes judeus, homens e mulheres, quando os lançava em 
prisão, anos antes, At 8:3, e estava há muito tempo resolvido, tanto quanto estivesse 
em suas forças, a compensar a Igreja Judaica pelos sofrimentos pelos quais a fizera 
passar. 
 
b) Paulo em Jerusalém 
 
Chegou ali mais ou menos em junho, 59 d.C., 20:16. Foi a quinta visita que se 
registra, depois da sua conversão. No decurso deste período, tinha ganho vastas 
multidões de gentios para a fé cristã, e por causa disto era odiado pelos judeus 
descrentes. 
Depois de ter passado quase uma semana em Jerusalém, cumprindo seus 
votos no Templo, certos judeus o reconheceram. Começaram a gritar, e dentro de um 
instante, a turba estava por cima de Paulo como uma matilha de cães. Os soldados 
romanos apareceram em cena em tempo para salvá-lo de ser morto às pancadas. 
Na escada do castelo romano, o mesmo onde Pilatos condenara Jesus à morte 
28 anos antes dele, Paulo, com permissão do comandante, fez um discurso à turba, 
contanto como Cristo lhe aparecera no caminho para Damasco. Escutaram até que 
mencionou a palavra “gentios”, e então a turba se enfureceu contra ele. 
No dia seguinte, os oficiais romanos trouxeram Paulo perante o Sinédrio, para 
descobrir o que os judeus tinham contra ele. Foi o mesmo concílio que entregou 
Cristo para ser crucificado; o mesmo Concílio do qual Paulo fora membro; o mesmo 
Concílio que apedrejara Estêvão, e que repetidos esforços fizera para esmagar a 
Igreja. Paulo correu perigo de ser espedaçado ali, e os soldados o retiraram dali, 
levando-o de volta ao castelo. 
Na noite seguinte, lá no castelo, o Senhor Se revelou a Paulo, assegurando-lhe 
que protegeria seu caminho até Roma, 1:13.Em Éfeso, foi combinado que Paulo iria a 
Roma depois desta visita a Jerusalém, 19:21, mas depois, Paulo nem teria certeza de 
sair vivo de Jerusalém, Rm 15:31,32. Mas agora, Paulo estava com absoluta certeza, 
pois o próprio Deus prometera que faria a viagem. 
 
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No dia seguinte, os judeus enredaram outra cilada contra Paulo. Fervia a fúria 
popular. Tornou-se necessário preparar uma escolha excepcional, de 70 cavaleiros, 
200 soldados, e 200 lanceiros para tirar Paulo de Jerusalém, e mesmo assim, na 
escuridão da noite. 
 
7. A Prisão de Paulo em Cesaréia (Atos 24, 25 e 26) 
 
Essa prisão ocorreu no verão de 59 ao outono de 61 d.C. 
Cesaréia fora o lugar onde 20 anos antes Pedro recebera na igreja o primeiro 
gentio, Cornélio, oficial do exército romano. Possivelmente, foi esta a razão pela qual 
Félix conhecia alguma coisa a respeito do “caminho”, 24:22. 
Lucas esteve com Paulo em Cesaréia. Pensa-se que foi por esse tempo que ele 
escreveu seu Evangelho. Esta é a única visita de Lucas a Jerusalém de que se tem 
notícia. Sem dúvida, aproveitou oportunidades de visitar Jerusalém muitas vezes, 
talvez também a Galiléia, para conversar com todos os apóstolos e primeiros 
companheiros de Jesus que pôde encontrar. Maria, mãe de Jesus, podia ainda estar 
viva, de cujos lábios ele pode ter ouvido, diretamente, a história com que inicia o seu 
Evangelho. 
Israel moderno, cônscio da sua história como nação, toma grande cuidado dos 
monumentos históricos antigos, e há alguns anos Cesaréia recebeu a atenção dos 
arqueólogos. As obras do porto antigo têm sido examinadas por escafandristas, que 
obtiveram informações interessantes. O teatro está sendo escavado, e um achado 
surpreendente tem sido uma inscrição fragmentária com o nome de Pôncio Pilatos. A 
cidade era seu quartel-general como Procurador romano, e cenário de um debate 
famoso entre ele e uma deputação de judeus de Jerusalém. Obstinado e arrogante, 
Pilatos tinha pendurado escudos votivos no palácio de Herodes, consagrado ao 
Imperador. Os judeus, enviando representantes ao Imperador Tibério, venceram na 
sua objeção contra símbolos pagãos na Cidade Santa, e Pilatos tinha que levar ao 
santuário de Roma, em Cesaréia, estes símbolos de sua lealdade desajeitada ao 
Império. 
 
a) Paulo perante Félix, 24:1-27. As acusações, v. 5: era “uma peste”, acusação muito 
vaga; “promotor de sedições entre os judeus”, absolutamente falso, porque Paulo 
invariavelmente ensinava obediência ao governo; “tentara profanar o templo”, v. 6, 
levando lá Trófimo, 21:29, o que não fez; “principal agitador dos nazarenos”, o que 
ele reconheceu e que não era contra nenhuma lei, judaica ou romana. Paulo nunca 
deixou de mencionar a ressurreição, v. 15. 
Félix casara-se com uma judia, estava familiarizado com as praxes judaicas e 
conhecia algo a respeito de Cristo. Estava profundamente impressionado e mandou 
chamar Paulo para que lhe explicasse mais o Evangelho, com o que ficou 
aterrorizado. Sua cupidez, porém, v. 26, impediu que ele aceitasse Cristo ou soltasse 
Paulo. 
Festo foi nomeado sucessor de Félix em 60 d.C. Foi no intervalo entre a partida 
de Félix e a chegada de Festo que as autoridades de Jerusalém se aproveitaram da 
ausência de um oficial romano do executivo e assassinaram Tiago, irmão de Jesus. 
 
 
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b) Paulo perante Festo, 25:1-12. Os judeus ainda armavam emboscada a Paulo, v. 3, 
porque parece que tinham pouca esperança de convencer um governador romano de 
ter Paulo feito alguma coisa digna de morte. Sendo acusado perante Festo e vendo 
que este se propunha a agradar aos judeus, e que não havia esperança de que lhe 
fizessem justiça. Paulo anunciou, ousadamente, a Festo, que estava pronto a morrer 
se merecesse a morte, e apelou para César o que como cidadão romano tinha o direito 
de fazer. Diante disto, Festo nada pôde fazer senão anuir à apelação. Naquele tempo 
o César era Nero, bruto e desumano. Paulo, porém, sabia que, se deixasse o seu caso 
com Festo, seria devolvido ao sinédrio judaico, o que significaria condenação certa. 
Sendo assim, escolheu Nero. Além disso, queria ir a Roma. 
 
c) Paulo perante Agripa, 25:13-26:32. O discurso de Paulo perante Agripa e o outro 
em Atenas são, geralmente, considerados dois dos mais soberbos exemplos de 
oratória da literatura. São ambos muito breves, simples resumo do que ele deve ter 
dito, porque é dificilmente crível que, num e noutro caso, ele falasse menos de uma 
hora. 
Esse Agripa era Herodes Agripa II, filho de Herodes Agripa I, que, 16 anos 
antes, matara Tiago, o irmão de João, 12:2; era neto de Herodes Antipas que matara 
João Batista e escarnecera Jesus, e bisneto de Herodes, o Grande, que trucidara os 
meninos de Belém, ao tempo de nascimento de Cristo. Sua capital era Cesaréia de 
Filipe, próxima do cenário da transfiguração de Jesus, 30 anos antes. 
Berenice era sua irmã, vivendo com ele como esposa. Fora casada com dois 
reis, voltara para ser esposa do próprio irmãos, e mais tarde veio a ser amante de 
Vespasiano e Tito. Imagine-se Paulo a defender-se diante de um par de pessoas desse 
quilate. 
Agripa, cuja família estivera tão intimamente relacionada com toda a história 
de Cristo, naturalmente estava curioso por ouvir um homem do calibre de Paulo, que 
tanta excitação causara entre as nações a respeito de uma Pessoa que sua própria 
família houvera condenado. 
A única discordância que Festo pôde ver entre Paulo e seus acusadores era que 
aquele pensava ainda estar vivo Jesus, ao passo que os acusadores O julgavam morto, 
25:19. 
A grande pompa, v. 23, que Festo arranjou para a ocasião era testemunho da 
personalidade dominante de Paulo, porque certamente um preso comum não 
provocaria tal exibição de esplendor real. 
Notar a cortesia uniforme de Paulo, do princípio ao fim, se bem que 
conhecesse o caráter dissoluto do rei. 
Notar, outrossim, que ele reconheceu ser a ressurreição de Jesus a única causa 
da questão. (H. H. Halley). 
 
d) Previdência Divina. A história revela que a maldade humana é controlada pela 
soberania divina. Os judeus desejavam que Paulo fosse transferido de Cesaréia para 
Jerusalém. Tivesse Festo atendido às exigências deles, talvez o Novo Testamento não 
contasse com Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. (Sanders). Além disso, 
estava a salvo de todos os judeus. 
 
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Chegou a ser manifesto a todos (Filipenses 1:12, 13). Teve oportunidade para 
testificar aos soldados que o guardavam. Foi visitado por amigos das diferentes 
igrejas (Filipenses 2:25; 4:10). 
 
8. A prisão de Paulo em Roma 
 
Roma era chamada de “Cidade rainha da terra”. O Grande centro de interesse 
histórico. Durante dois milênios (2.º séculos a.C. ao 18.º d.C.) foi a potência 
dominadora do mundo. É ainda chamada “Cidade Eterna”. A população, na época 
de Paulo, era de 1 milhão e meio de seres humanos, metade de escravos. Capital de 
um império que se estendia 4.800 km de leste a oeste, 3.200 km de norte a sul. A 
população total do Império era de 120 milhões de almas. Por apelar a César, o 
Apóstolo aos gentios teve que ir para Roma. 
 
a) A viagem de Paulo a Roma (At 27:1-28:15) 
 
Essa viagem começou no outono de 61 d.C. e terminou na primavera de 62 
d.C. 
Foi feita em três navios: Um de Cesaréia a Mirra; outro de Mirra a Malta; o 
terceiro de Malta a Potéoli. 
“O jejum”, v. 9, foi dia da expiação, mais ou menos no meado de setembro. 
Daquele tempo ao meado de novembro a navegação no Mediterrâneo era perigosa. 
Do meado de novembro ao primeiro de março esteve suspensa. 
Pouco depois de ter deixado Mirra, caíram em ventos contrários, e depois de 
se abrigarem um pouco em Bons Portos, se arriscaram outra vez, e foram acometidos 
por um tufão que os levou longe da suarota; depois de muitos dias, não havendo 
mais esperança, Deus, que dois anos antes, em Jerusalém, prometera a Paulo que o 
levaria a Roma, 23:11, mais uma vez aparece a Paulo para lhe assegurar que Sua 
promessa seria cumprida, 27:24. E foi. (H.H. Halley). 
Paulo foi levado a Roma com mais uns presos. Foi confiado a um centurião e 
alguns soldados da corte imperial. Aristarco e Lucas o acompanharam. Embarcaram, 
navegaram ao longo da costa de Creta, de onde uma tempestade veemente de vários 
dias os levou para a costa de Malta. O navio encalhou num escolho e os náufragos 
passaram o inverno na ilha. Depois navegaram via Sicília até Potéoli, onde P. e seus 
companheiros durante oito dias foram hóspedes da comunidade cristã. Pela Via Ápia 
chegaram a Roma (Dicionário). 
 
b) Paulo em Roma 
 
A primeira coisa que Paulo fez ao chegar a Roma foi convocar os líderes 
judeus para poder justificar-se das acusações contra ele, e para obter uma audiência 
amigável. É este o último registro de sua tentativa da ganhar os judeus. Observemos 
o resultado da sua pregação (28:24-28; compare com Mateus 13:13-15; João 12:40; 
Mateus 21:43). 
Paulo passou dois anos ali, no mínimo, 28:30. Apesar de ser prisioneiro, tinha 
licença de morar numa casa própria alugada, com seu guarda, 28:16. Tinha licença de 
 
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receber visitas, e de ensinar sobre Cristo. Já havia um bom número de cristãos ali (ver 
as saudações que enviou três anos antes, Rm 16). Os dois anos que Paulo passou ali 
foram muito frutíferos, atingindo o próprio Palácio, Fp 1:13; 4:22. Enquanto estava 
em Roma, escreveu as Epístolas aos Efésios, Filipenses, Colossenses, Filemom e 
possivelmente, Hebreus. 
 
c) O consolo de Paulo em Roma 
 
Em Roma P. obteve licença de, embora guardado sempre por um soldado, 
morar em casa própria, junto com os companheiros de viagem, e podia receber 
livremente qualquer pessoa (Cl 4,10). Logo apareceram diversos de seus 
colaboradores, bem como representantes da maioria das comunidades cristãs: 
Timóteo (Cl 1,1), Marcos (4,10), Epafras de Colossos (1,6s), Tíquico da Ásia Menos 
(provavelmente Éfeso; 4,7) Demas Justo (Cl 4,11), Lucas (4,14), Marcos (Fm 24), 
Onésimo (Fm; Cl 4,9). Dois deles, Aristarco e Épafras (At 27,1; Cl 4,10; Fm 23), 
compartilharam voluntariamente sua prisão. P. aproveitou-se de sua relativa 
liberdade para pregar o evangelho: primeiro, novamente, aos judeus (At 28,17-28), 
mas também aos soldados que o guardavam e a outros romanos (Fp. 1,12s). Em 
Roma P. escreveu as chamadas “Epístolas do cativeiro” (Ef, Cl, Flp, Fm). Nas duas 
últimas transparece a sua esperança de ser libertado em breve (Fm 22; Flp 1,26; 2,24). 
At 28,30 parece sugerir a mesma coisa, pois Lucas, embora comunique que P. morou 
dois anos naquela casa, não diz nada sobre o resultado do processo. 
 
 
d) Especulações sobre os últimos dias de Paulo 
 
Os últimos anos de Paulo só conhecemos (fazendo-se abstração das 
informações de Clemente romano) por uma combinação de dados avulsos das 
epístolas pastorais. Alguns opinam que o apóstolo foi executado durante a 
perseguição de Nero, em 64. 
Conforme os outros Paulo teria visitado a Espanha (Rm 15,24.28) e ainda teria 
trabalhado em Creta (Ti 1,5), Éfeso (1Tim 1,3), de onde visitou talvez Colossos (Fm 
22), Hierápolis, Laodicéia e Mileto (2 Tim4,20), e na Macedônia. Em Nicópolis, no 
Epiro (Tt 3,12), teria escrito Ti e 1Tim. 
Alguns pensam que P. penetrou até na Ilíria (2Tim 4,10), voltando depois por 
Tróade (2 Tim 4,13) para Éfeso (1 Tim 3,14). Em todo caso, 2 Tim supõe que P. foi 
preso novamente, e está em Roma (2 Tim 1,8. 16s; 2,9), onde só Lucas ficou com ele 
(4,10s). 
Paulo queixa-se de que na sua primeira defesa os cristãos da Ásia Menor o 
abandonaram (1,15). Não há nenhum indício de contato com o apóstolo Pedro. Paulo 
menciona, entretanto, o apoio de alguns discípulos fiéis: Onésimo, Tito, Crescente, 
Tíquico, que havia mandado respectivamente à Dalmácia, à Galácia (ou à Gália?) e a 
Éfeso (4,10.12), e prepara-se para o martírio (4,7s). 
 
e) A execução de Paulo 
 
 
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Deduz-se da tradição e de algumas referências, que Paulo foi posto em 
liberdade por mais ou menos 2 anos (veja Filipenses 1:24-26;2:24; Filemom 24; 2 
Timóteo 4:17). Nesse período de liberdade provavelmente escreveu as epístolas a 
Timóteo e a Tito. 
Acredita-se que depois desses dois anos, Paulo foi novamente preso e 
finalmente executado durante a perseguição que Nero promoveu contra os cristãos. 
Diz-se a tradição que, como resultado de haver apelado para César, após dois 
julgamentos no ano 68 d.C., Paulo foi executado, fora da cidade. 
Relata-se que Nero saiu de viagem enquanto Paulo estava em Roma. 
Entretanto, uma de suas concubinas foi ganha para o Senhor por intermédio do 
apóstolo. Quando Nero voltou para casa, ela havia juntado a um grupo cristão, 
abandonando o imperador. Nero ficou tão furioso que descarregou sua ira sobre 
Paulo, que foi levado para a Via Óstia onde o executaram. 
 
 
 
 
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	A igreja em jerusalém
	1. A comissão dos Apóstolos
	2. A Fundação da Igreja de Jerusalém.
	3. A Descida do Espírito Santo (1:12-2.13)
	4. A conversão de Saulo de Tarso.
	5. A Chamada de Paulo
	ii – as missões do apóstolo Paulo
	1. A Primeira Viagem Missionária
	2. A segunda viagem missionária
	3. A terceira viagem missionária
	iii – as prisões do apóstolo Paulo
	1. O Resumo dos últimos capítulos de “Atos dos Apóstolos”
	2. A Prisão de Paulo em Jerusalém (Atos 21, 22 e 23)
	3. A Prisão de Paulo em Cesaréia (Atos 24, 25 e 26)
	4. A prisão de Paulo em Roma
	i. a igreja em jerusalém
	1. A comissão dos Apóstolos
	2. A Fundação da Igreja de Jerusalém:
	a) Na festa de Pentecostes, em 30 ou 33 d.C, deu-se o aniversário da Igreja. 50 dias depois da crucifixão de Jesus. 10 dias após sua Ascensão. Pensa-se que esse Pentecostes caiu no primeiro dia da semana. A festa de Pentecostes era também chamada fest...
	b) O Sermão de Pedro (2:14-16). O espetáculo espantoso de Apóstolos falando, sob a influência das línguas de fogo, nas línguas de todas as nações ali representadas. Isto, segundo a explicação de Pedro, vv. 15-21, era o cumprimento da Profecia registr...
	c) O Cumprimento das Profecias. Nota-se as declarações repetidas que o que acontecia já tinha sido predito: A traição de Judas, 1:16-20; a Crucifixão, 3:18; a Ressurreição, 2:25-28; a Ascensão de Jesus, 2:33-35; a vinda do Espírito Santo, 2:17. "Todos...
	3. A Descida do Espírito Santo (1:12-2.13)
	5. A Chamada de Paulo
	ii – as missões do apóstolo paulo
	Inserir mapa do I R
	1. A Primeira Viagem Missionária
	a) O discurso de antioquia da pisídia
	b) Pregação aos pagãos de Listra e retorno
	2. A segunda viagem missionária
	3. A terceira viagem missionária
	iii – as prisões do apóstolo paulo
	5. O Resumo dos últimos capítulos de “Atos dos Apóstolos”
	6. A Prisão de Paulo em Jerusalém (Atos 21, 22 e 23)
	7. A Prisão de Paulo em Cesaréia (Atos 24, 25 e 26)
	8. A prisão de Paulo em Roma

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