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03 - O Novo Testamento

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TEOLoGIA 
 
 
 
 
 
BAcHAREL EM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Novo Testamento 
 
EPÍSTOLAS GERAIS 
As Epístolas de Tiago, I e II Pedro, I, II e III João e Judas, pertence àquela 
classe de epístolas do Novo Testamento chamadas " Gerais. Tal designação 
foi dada a estas sete cartas nos primórdios da história da igreja, pelo fato de 
cada uma ser endereçada à igreja em geral, e não a uma única congregação. 
A igreja primitiva incluiu 2 e 3 João como epístolas gerais. Essas, 
contudo, são epístolas pessoais dirigidas a indivíduos. 
 
 
EPÍSTOLA DE SAO TIAGO 
I - Introdução 
 
A primeira menção nominal à epístola de Tiago aparece no início do 
terceiro século. Entre os primeiros textos cristãos não-canônicos, o Pastor de 
Hermas é o que mais apresenta paralelos com Tiago, encontra-se vários temas 
característicos de Tiago; estímulos à oração com fé. 
Entre o quarto e quinto século a influência de Jerônimo foi importante 
na aceitação final pela igreja da epístola de Tiago. Em um documento que 
devia possuir uma certa importância, Jerônimo identificou o autor como o 
"irmão" do Senhor. Por volta desta época, Agostinho acrescentou a força de 
sua autoridade e nenhuma outra dúvida foi levantada até o período da 
Reforma. 
Assim Tiago passou a ser reconhecida como canônica em todos os segmentos 
da igreja primitiva. Mas é importante enfatizar que Tiago não foi rejeitada, 
mas negligenciada. 
Como se explica tal negligência ? 
Pode ter sido a incerteza da origem apostólica do livro, uma vez que o 
autor se identifica apenas pelo nome de Tiago. 
Outro fator pode ter sido o caráter tradicional do ensino de Tiago, 
contendo pouca doutrina, portanto pouco combustível para os ardentes 
debates teológicos na igreja primitiva. 
Talvez, a natureza e o destino da epístola. A epístola tem forte 
 
 
orientação judaica, e provavelmente foi escrita para os judeus. 
II - Autoria 
O autor da carta simplesmente se identifica como "TIAGO" 
Quem é este indivíduo ? 
Sabemos que no Novo Testamento há pelo menos três pessoas com esse 
nome no Novo Testamento: Tiago, filho de Zebedeu; Tiago, filho de Alfeu; e 
Tiago, irmão de nosso Senhor Jesus Cristo. 
Embora as escrituras não sejam precisas sobre esta questão, a maioria 
dos eruditos concorda em identificar o autor desta epístola com Tiago, irmão 
de Jesus. Tiago filho de Zebedeu foi morto por Herodes (Atos 12:2). Tiago 
filho de Alfeu só vem mencionado na lista dos apóstolos e talvez Mar. 15:40 
se refere a ele. Resta o Tiago; irmão do Senhor, homem que ocupava uma 
posição de grande autoridade na igreja em Jerusalém, presidindo as 
assembléia e pronunciando palavras de autoridades. O tom de autoridade 
desta epístola condiz bem com a posição de primazia atribuída a ele. (Atos 
15: 6 - 29; 21: 18) Ficamos, então, com Tiago, o irmão do Senhor, como o mais 
provável autor desta epístola. 
 
III - Autor 
Forte antagonista do Senhor, durante seu ministério terreno. João 7:5 
Tiago veio a se converter após a ressurreição de Cristo, (I Cor.15:7) em um 
encontro especial, com Cristo já ressuscitado. 
Tornou-se Bispo da igreja em Jerusalém (Atos 15:13) e foi reconhecido 
como superior até mesmo pelos apóstolos. Atos 12:17. Tinha grande 
preocupação com os Judeus (Tiago 1:1) e dava apoio a evangelização dos 
gentios. Atos 15:19 
O Apóstolo Paulo aconselhava-se com Tiago. Atos 21:18 
Diz-se que orava intensamente. 
Foi assassinado pelos Judeus no ano 62 A.D. 
IV - Data 
Sendo Tiago, o irmão do Senhor, quem escreveu a carta, conforme 
 
 
argumentos, ela deve ser datada em algum tempo antes de 62 AD. Ano em 
que Tiago foi martirizado. 
Algumas autoridades apresentam argumentos na defesa de uma data 
entre os anos de 45 a 53 AD, pelo fato da epístola omitir alguns fatos ocorridos 
na época como o Concílio de Jerusalém e a resolução que lá fora tomada. 
 
COMENTÁRIOS 
 
I - PROPÓSITO 
 
- Os cristãos Judeus atravessaram um período de provas e tentações 
terríveis, e Tiago escreve para anima-los e para conforta-los. 
- Sucediam-se grandes desordens nas assembléias cristãs, judaicas e ele 
escreve para instruir as mesmas. 
- Havia a tendência de divorciarem a fé das obras. 
II - CONTEÚDO 
Há pouca doutrina. nesta epístola, mas muito de prática e de moral. 
Tiago, soube ser muito prático, vivia o que pregava. 
Este é o livro do viver santo. Seu verso chave é 2:26, na verdade, um tratado 
muito prático, sobre a fé, sua natureza e obras. 
III - ANALISE 
 
a - Saudação 
 
Notemos sua humildade não fazendo referência a sua relação com 
Jesus. 
Quando se refere a Jesus, o faz com reverência (Família) 
b - A Fé e Provações 
- Tiago 1: 2 - 21 
Tentações no grego (pairasmos) significa provações com um propósito 
e efeito benéfico, divinamente permitida ou enviada. (Para aperfeiçoar o 
 
 
cristão). 
Devemos ter em conta que as Tentações (Provações) é uma gloriosa 
oportunidade para por à prova a nossa fé. 2 - 4 
Pedir a Deus a sabedoria afim de enfrentar as tentações, 5 - 1 1 
Observar o verso 12 (Bem aventurado) 
Tentações com efeito maléfico não vem de Deus. 13 - 18 Sob a 
provação sede paciente. 19 - 21 2 Timóteo 3 12 - as provações 
são constantes. 
Romanos 8:18 não se compara com a glória futura. 
c - Fé e Obras 
- Tiago 1: 22 - 26 
Este tema é ponto principal desta epístola e contém declarações que 
tem dado lugar a infindáveis debates na igreja. Foi este tema que levou Lutero 
a proferir sua famosa critica, quando chamou esta carta de palha. 
Tiago 2: 24 Vede então que o homem é justificado pelas obras, e não 
somente pelas... 
Romanos 3: 28 Concluímos pois que o homem é justificado pela Fé sem 
as obras da lei. 
Para interpretarmos corretamente estes dois versos, devemos observar 
o propósito de cada autor. 
TIAGO PAULO 
Pastor Missionário 
Se preocupa com a santificação Se preocupa com a salvação 
Fala da vida após a conversão Fala da vida do novo convertido 
A FÉ e as obras se completam, Efésios 2:8-10 
Este tema tem mostrado que, a fé, quando viva e real, se evidencia 
pelos seus frutos, ou seja, através das obras. d - A Fé e as Palavras 
- Tiago 3: 1 - 12 
Tiago já demonstrou sua preocupação com os pecados da língua. Em 
1: 19, ele encorajou seus leitores a serem tardios para falar. 
 
 
Aqui, ele revela que uma das provas de sermos justificados é nas nossas 
- palavras - essas dirão quem somos. Vejamos os efeitos nocivos de uma língua 
sem controle: 
 
Lucas 6:45 - O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o 
homem mau, do seu mau tesouro tira o mal; pois do que há em abundância no 
coração, disso fala a boca. 
Filipenses 2:14 - Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas; 
Apocalipse 22:15 - Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os 
homicidas, os idólatras, e todo o que ama e pratica a mentira. 
Mateus 12:36 - Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil que os homens 
disserem, hão de dar conta no dia do juízo. 
e - A Fé e a Sabedoria 
- Tiago 3: 13 - 18 
Há uma distinção entre conhecimento e sabedoria. 
O sábio é aquele que tem fé, é submisso a Deus e ensinado por Ele. 
É possível alguém conhecer muita coisa e ter pouca sabedoria. Há 
entretanto uma sabedoria falsa, simulada, que produz invejas e rivalidades. 
Tal espécie de sabedoria não é divina, e pode ser: 
Tiago 3: 15 Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, 
animal e diabólica. 
Terrena, sabedoria do mundo I Coríntios 1: 20-21 Animal, 
sabedoria natural sem relação espiritual, 
Demoníaca, sabedoria de proveniência satânica. 
A sabedoria verdadeira é de origem lá do alto verso 15, sua natureza 
não é terrena, sensual ou demoníaca; antes é sobrenatural, sua excelência é 
setupla: 
 
- Pura, Pacifica, Meiga, Conciliadora, Misericórdia, Bons frutos, 
Simples, Sincera. 
 
f- Fé e Oração 
- Tiago 4: 1 - 17; 5: 7 - 20 
Este parágrafo final da epístola contém uma de suas notas 
características. Desde o principio Tiago vem insistindona necessidade de 
orar e no valor da oração. 
Tiago cultivava o habito de orar. Uma tradição a seu respeito diz terem-
se calejado os seus joelhos, ficando como os de camelo, devido as constantes 
orações. 
Por conseguinte, seu conselho aos que sofrem é que orem pois dai vem 
o auxílio e conforto. 
- A falta de oração 4:2 
... Nada tendes porque não pedis. 
Nunca dizem se o Senhor quiser. Ver 13 - 15 Não 
prosperam e nada perduram. Jeremias 10: 21 
- Orações não respondidas. 4:3 
Pedis, e não recebeis, por que pedis mal... 
Pedem para seu deleite próprio Isaías 59:2 Por 
causa do pecado Hebreus 2:2 Por causa da 
desobediência Tiago 1:5-7 Por causa das dúvidas 
II Cor. 12:9 Contra a vontade de Deus Mateus 
21;22 Sem fé Jonas 4:3 Sem sentido 
I EPÍSTOLA DE SÃO PEDRO 
 
I - Introdução 
Esta epístola nos oferece uma ilustração esplêndida de como Pedro 
cumpriu a missão que lhe foi dada pelo Senhor: "tu, pois, quando te converteres, 
fortalece os teus irmãos" Lucas 22:32 
Purificado e confirmado por meio do sofrimento e amadurecido pela 
experiência, Pedro podia pronunciar palavras de encorajamento a grupos de 
cristãos que estavam passando por duras provas. 
Muitas das lições que ele aprendeu do Senhor, ele fez saber aos seus 
leitores. Aqueles a quem esta epístola se dirige, estavam passando por 
 
 
tempos de prova. Assim, Pedro os anima demonstrando-lhes que tudo 
quanto era necessário para Ter força, caráter e coragem havia sido provido na 
graça de Deus. 
Ele é o Deus de toda a graça(5:10), cuja mensagem ao seu povo é: " A 
minha graça é suficiente ". O tema desta epístola pode ser: a suficiência da 
graça divina e a sua aplicação prática com relação à vida cristã e para suportar 
a prova e o sofrimento. 
II - Autoria 
Aparentemente, a questão da autoria de I Pedro é simples. Logo no 
início da carta, lemos o seguinte: Pedro, apóstolo de Jesus Cristo... Conforme o 
costume da época, começava-se uma carta dizendo-se o nome e a quem se 
estava escrevendo. 
I Pedro, então, apresenta-se como tendo sido escrita pelo conhecido 
apóstolo Pedro. 
Alguns argumentos contra a autoria petrina, vejamos: 
1. I Pedro foi escrita num grego bastante culto, revelando por parte de quem 
a escreveu um bom domínio dessa língua. Pedro era um homem pescador da 
Galiléia, das margens do, judeu: como poderia ele conhecer tão bem o grego? 
Ademais, em Atos 4:13, ele, junto com João, é chamado de "Homem Iletrado 
e inculto". Poderia esse Pedro ser o mesmo que aqui está escrevendo uma 
carta em bom e fluente grego, mostrando aqui e ali detalhes retóricos que 
indicam alguém bastante capaz no uso dessa língua ? 
Foi utilizado, na escrita, um grego polido, culto de alta sociedade, 36 
termos utilizados não se acha em nenhum autor clássico da época. 
2. I Pedro estaria pressupondo a "teologia paulina". Ou seja parece mais que 
o autor é um discípulo de Paulo do que o apóstolo Pedro, homem de uma 
tradição independente, que não precisaria estar modelando o seu ensino pelo 
de Paulo (por exemplo no que Gálatas 2 nos fala de certas diferenças de 
pontos de vista, ou prática, entre os dois). 
Tais dificuldades se dissipam a vista de I Pedro 5:12. Por Silvano, nosso 
fiel irmão, como o considero, escravo abreviadamente, exortando e testificando que 
 
 
esta é a verdadeira graça de Deus; nela permanecei firmes. 
Silvano, de I Tes. 1:1 e II Tes. 1:1 Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos 
tessalonicenses,... e Silas de Atos 15:18 é o mesmo que auxiliou Pedro na elaboração 
desta epístola. 
III - Autor 
Pedro no grego pedra o equivalente em aramáico é Cefas. Tinha um 
irmão também discípulo, André e eram pescadores de profissão. Mateus 4:18 
E Jesus, andando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos Simão, chamado Pedro, 
e seu irmão André, os quais lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores. 
Casado, porém não sabemos quem era sua esposa. Mateus 8:14 Ora, 
tendo Jesus entrado na casa de Pedro, viu a sogra deste de cama; e com febre. 
Residia em Cafarnaum. Marco 1:21-29 
Era impulsivo. Mateus 14:28 Respondeu-lhe Pedro: Senhor! se és tu, 
manda-me ir ter contigo sobre as águas. 
Indouto (Não doutor). Atos 4:13 Então eles, vendo a intrepidez de Pedro e João, e 
tendo percebido que eram homens iletrados e indoutos, se admiravam; e reconheciam 
que haviam estado com Jesus. 
Sincero. Mateus 18:21 Então Pedro, aproximando-se dele, lhe perguntou: 
Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu hei de perdoar? Até 
sete? (Ver a vida de Pedro e André) 
Demonstrava lealdade. João 6:68 Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para 
quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. 
Corajoso. João 18:10 Então Simão Pedro, que tinha uma espada, 
desembainhou-a e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O 
nome do servo era Malco. 
Falava muitas coisas sem pensar. João 13:6-10 
Foi martirizado na época de Nero. 
Segundo a tradição ele fora crucificado de cabeça para baixo por opção 
própria pois achava que não era digno de ser crucificado como Cristo 
IV - Data 
Provavelmente esta carta tenha sido escrita por volta de 62 a 64 AD, 
devido as grandes perseguições da época. 
 
 
Em 62 ocorreu o martírio de Tiago causando assim a separação entre o 
cristianismo e o judaísmo, abrindo caminho à tempestade de perseguições. 
Dois anos depois em 64 AD o cristianismo foi considerado ilegal, nesta época 
Nero os acusa de incendiários. 
COMENTÁRIOS 
 
I - PROPÓSITO 
Evidentemente foi escrita com duplo propósito: 
A - Muitos crentes primitivo chegaram a pensar que Paulo e Pedro 
esboçavam diferentes idéias sobre os fundamentos da Fé cristã, para destruir 
estes maus pensamento é que Pedro a escreveu e a remeteu, justamente, por 
um companheiro de Paulo ás igreja Asiáticas. 
B - Outro propósito do escritor, foi o de animar e fortalecer os judeus 
convertidos, os quais, a essa altura, passavam por duas provações e 
enfrentevam amargas perseguições, assim fazendo, Pedro cumpria o 
ministério que impusera o nosso Senhor. Lucas 22:31-32 Simão, Simão, eis que 
Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua 
fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, fortalece teus irmãos. 
II - CONTEÚDO 
Esta é essencialmente a epístola da esperança, esperança viva, fundada 
na ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. 
É portadora da certeza de uma herança gloriosa, descrita como incorruptível, 
incontaminada. Pedro coloca estes pensamentos, acerca da viva esperança e 
da herança gloriosa, no princípio de sua carta, para encorajar seus 
companheiros de fé com as consolações do evangelho, a fim de que 
permaneçam firmes no dia da prova de fogo, suportando pacientemente 
sobre as perseguições, aflições e tentações. 
III - ANÁLISE 
a - A Grande Salvação 
- I Pedro 1: 3 - 13 
 
 
A Salvação não somente é uma bênção presente, por meio da qual 
recebemos perdão, justificação, santificação e outros dons divinos; atingirá 
sua plenitude somente quando formos apresentados sem defeito diante do 
Trono, feitos semelhantes a Cristo. 
Tal Salvação, em seu sentido mais amplo, está preparado agora e 
aguarda sua manifestação no último Tempo. Ver 5. 
Esta salvação gloriosa que, pela graça, é nossa através de sofrimento e 
provas nos leva ao gozo inefável e glorioso eternamente. 
b - O Convite a Santidade 
- I Pedro 1: 4; 2: 10 
O convite para a santidade é necessariamente um convite para a 
obediência. Pedro emprega muito nesta epístola a palavra obediência. O 
primeiro dever do homem sempre foi obedecer a Deus, guardando-lhe os 
mandamentos e fazendo-lhe a vontade. Cristo em seus ensinos deu ênfase a 
isto constantemente. 
Esta exortação vem reforçada por uma citação em Levítico 11:44, livro 
cuja palavra chave é Santidade. 
O sentido fundamental da Palavra SANTO é separado, retirado do uso 
ordinário e posto a parte para uso sagrado. 
c - Deveres Cristãos 
Havendo tratado dos privilégios especiais que lhes pertenciam como 
novo cristão, o apóstolopassa a esboçar alguns princípios que devem 
governar a vida deles como membros da comunidade de que agora fazem 
parte. 
Devem manifestar este comportamento conveniente submetendo-se ás 
autoridades. Surge a questão; até onde o cristão está obrigado a obedecer as 
ordens das autoridades ? 
- Submissão as autoridades I Pedro 2:11-25 
Civis Ver. 14; Superiores Ver. 18 
- Boa Conduta no Lar I Pedro 3:1-7 
O porte da esposa. Ver 1 
- Amor Fraternal I Pedro 3:8-22 
Até para com os inimigos. Ver. 16 
 
 
- Ofício Pastoral I Pedro 5:1-9 
Dedicação ao rebanho. Ver. 2 
 
 
 
 
 
II EPÍSTOLA DE SÃO PEDRO 
I - Introdução 
 
A primeira epístola de Pedro trata do perigo fora da igreja: 
perseguições. A Segunda epístola, do perigo dentro dela: a falsa doutrina. A 
primeira foi escrita para animar, a Segunda, para advertir. 
O tema pode-se resumir da seguinte maneira: um conhecimento 
completo de Cristo é uma fortaleza contra a falsa doutrina e uma vida 
impura. 
II - Autoria 
A epístola declara, explicitamente, ser a obra de Simão Pedro, 1: 1. O 
autor apresenta-se como tendo presenciado a transfiguração de Cristo 1:16- 
18, e sido avisado por Cristo de sua morte próxima, 1: 14. Significa que a 
epístola é um escrito autêntico de Pedro, ou de alguém que se declara ser 
Pedro. Se bem que demorasse a ser recebida no Cânon do N.T. 
Não há, no Novo Testamento, um livro que suscite tanta questão como 
esta epístola, no que diz respeito a sua autoria. 
Esta epístola tem passado pelos séculos em meio a tempestades. Sua 
entrada no Cânon foi extremamente precária. Na Reforma, foi considerada 
por Lutero como Escritura de Segunda classe, foi rejeitada por Erasmo e 
olhada com hesitação por Calvino. As perguntas críticas que levanta são 
muito desconcertantes. 
Vejamos algumas objeções sobre esta autoria, porém essas objeções 
podem ser resolvidas de maneira satisfatória; 
1. Não podia Ter sido escrito o ver. 16 do capítulo 3 durante a vida de Pedro 
(66-67) 
2. O Cap. 2 igual a Epístola de Judas 
(Não se admite que Pedro fosse um plagiador de Judas) 
Leiamos e vejamos a diferença 2 Pedro 2:1; Judas 4, 12, 16, e 19 
 
 
3. O contraste com I Pedro 
A linguagem é bem diferente (e isto de modo marcante no original) e o 
pensamento também é muito diferente. O Grego de I Pedro é polido, culto 
de alta sociedade (dos melhores da Bíblia), dignificado. 
O grego de II Pedro e rude, fraco e limitado com frases desajeitadas. 
Obs. II Pedro 1:17-18 A experiência no monte da transfiguração. 
III - Data 
Se I Pedro foi escrita durante as perseguições desencadeadas por Nero, 
e se Pedro foi martirizado nela, então esta epístola deve Ter sido escrita 
pouco antes de sua morte, provavelmente, por volta de 67AD. 
COMENTÁRIOS 
 
I - PROPÓSITO 
A Segunda epístola de Pedro foi escrita com um propósito bem 
diferente da primeira. A primeira foi delineada para animar e fortalecer os 
cristãos sob as provações. 
II Pedro foi escrito para advertir contra a apostasia vindoura, quando 
líderes na igreja, por interesses pecuniários, permitiriam licenciosidade e 
toda má ação; apostasia em que a igreja deixaria de aguardar a vinda do 
Senhor, e para dar a entender que essa vinda podia demorar longo tempo. 
II - CONTEÚDO 
Esta carta contém referências sobre a Exortação na graça e no 
conhecimento divino, as advertências contra os falsos mestres as promessas 
da vinda do senhor. 
III - ANÁLISE 
É feita em três divisões, como segue: 
1. O Progresso dos Cristãos 1:3-21 
Deus é a fonte de todo crescimento espiritual, Ele tem feito tudo 
quanto é necessário implantando a natureza divina mas o cultivo da nova 
 
 
vida, assim recebida, deve ser providenciado por quem a recebeu, na 
dependência do Espírito Santo. 
II Pedro 1:5 E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai 
a vossa fé a virtude, e à virtude a ciência. 
Cada qualidade é considerada uma espécie da camada em que nutre a 
qualidade seguinte. 
A existência abundante desta coisas, levam o crente a frutuosa 
atividade em Cristo, porém a ausência destas coisas leva a cegueira 
espiritual. II Pedro 1:8-9 
Josué 1:8b... porque então farás prosperar o teu caminho e então 
prudentemente te conduzirás 
2. Os Falsos Mestres 2:1-22 
Em volta deste capítulo tem-se travado a controvérsia denominada de 
Pedro-Judas. A semelhança entre os dois documentos é muitíssimo 
impressionante, especialmente 2:2,4,6,11,17; Judas 4-18 
Começa este capítulo lembrando Que na história de Israel muitos 
falsos mestres surgiram. Nosso Senhor também advertiu contra falsos 
mestres. Pedro confirma agora tais advertências 
Da parte final deste capítulo colhe-se que esse falsos mestres já haviam 
aparecido e estavam agindo na Igreja. 
3. A Esperança dos Cristãos 
O capítulo final da epístola começa referindo o propósito que o 
apóstolo teve em escrever, a saber, " despertar com lembrança a vossa mente 
esclarecida" recordar-lhes o ensino dos profetas e dos apóstolos, 
especialmente os avisos de que nos últimos dias se levantariam homens que 
ridicularizariam a idéia da Segunda vinda do Senhor. Ver. 4 
Por que a Segunda vinda do Senhor era ridicularizada? Leiamos II 
Pedro 3:8-9 
A esperança do cristão sempre foi a vinda do Senhor e a demora foi 
motivo de desanimo para alguns. 
Esta demora tem sua razão de ser no caráter e no propósito de Deus. 
Qualquer aparente demora deve-se antes interpretar como oriunda de 
compaixão misericordiosa. 
 
 
Sua demora é mais uma oportunidade de salvação, e não é sinal de 
esquecimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
I EPÍSTOLA DE SÃO JOÃO 
I - Introdução 
 
O Evangelho de São João expõe os atos e palavras que provam que 
Jesus é o Cristo, o Filho de Deus; A primeira epístola de São João expõe os 
atos e palavras obrigatórios àqueles que crêem nesta verdade. O Evangelho 
trata dos fundamentos da fé cristã, a epístola, dos fundamentos da vida 
cristã. O Evangelho foi escrito para dar um fundamento de fé; a epístola para 
dar um fundamento de segurança. 
A epístola é uma carta afetuosa de um pai espiritual a seus filhos na fé, 
na qual ele os exorta a cultivar a piedade prática que produz a união perfeita 
com Deus, e a evitar a forma de religião em que a vida não corresponde à 
profissão. 
II - Autoria 
Esta epístola foi escrita pelo velho apóstolo João, mais ou menos no ano 
90 AD., provavelmente de Éfeso. 
Não foi endereçada a uma igreja, em particular, nem a um indivíduo, 
mas, a todos os cristãos. 
As epístolas que trazem o nome de João são anônimas. A primeira não 
tem dedicatória nem assinatura. Há porém, afinidade tão íntimas entre ela e 
o quarto evangelho, no tocante ao estilo e a matéria versada, que a maioria 
dos eruditos concordam que os quatro escritos tiveram um só autor. 
III - O Autor 
Pescador, irmão de Tiago e filho de Zebedeu. Mateus 4:21 
Conhecido como apóstolo do amor, um dos discípulos mais íntimos de 
Jesus. De acordo com a antiga tradição, João fez de Jerusalém seu centro de 
 
 
operações, cuidando da mãe de Jesus enquanto ela viveu, e, depois da 
destruição, fixou residência em Éfeso, que, no fim da geração apostólica, 
tornara-se o centro da população cristã, tanto em número como pela posição 
geográfica. Aí viveu e chegou à idade avançada. Seu cuidado especial era 
pelas igreja da Ásia. 
Entre seus discípulos, contavam-se Policarpo, Papias e Inácio, que 
vieram a ser, respectivamente, bispos de Esmirna, Hierápolis e Antioquia. 
Escreveu o Evangelho, três epístolas e o Apocalipse, perto do fim do 
século. 
Responsável para cuidar de Maria. João 19:27 São João não morreu 
mártir porém fora exilado na Ilha de Pátmos para que ali morresse e então O 
Senhor deu-lhe a visão descrita no livro do Apocalipse. Segundo tradição 
João foi jogado em um tacho de óleo fervente e mesmo assim o Senhor o 
preservou com vida. 
IV - Data 
_ / 
Provavelmente por volta do ano 90 AD em Éfeso, onde João vivia. 
COMENTÁRIOS 
 
I - PROPÓSITO 
A epístola foi escrita num tempo em que a falsa doutrina, do tipognóstico, havia surgido e até levado alguns a se afastar da igreja 2:19 Saíram 
dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos, teriam 
permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos 
nossos. 
Sem dúvida, ao escrever esta epístola, João tinha em mente combater o 
gnosticismo. 
Nota: GNOSTICISMO (Conhecimento) filosofia falsa que se propagou 
nos dois primeiros séculos do cristianismo. 
A matéria é má, só o espírito é bom porém somente através do saber 
0 espírito do homem pode libertar-se desta prisão e ergue-se para Deus. 
Negava a encarnação de Cristo, porque, sendo Deus bom não lhe era 
possível entrar em uma matéria má. 
 
 
Não aceitava a salvação pelo sacrifício da cruz, se a salvação vinha pelo 
saber. 
III - CONTEÚDO 
Não tem saudações ou quaisquer alusões pessoais. Tem mais a 
natureza de uma dissertação sobre a crença e deveres dos crentes, do que a 
de uma certa igreja. O livro é uma carta íntima do Pai aos Seus filhinhos. 
A freqüente repetição da palavra "Amor" e a expressão "filhinho", faz 
com que a carta tenha uma atmosfera de ternura 
IV- ANÁLISE 
a - As Condições para Comunhão com Deus 
1 João 1: 1 - 10; 2: 17 
A mensagem desta epístola fora proclamada afim de que possam gozar 
de comunhão com aqueles que proclamam. João passa a deduzir da natureza 
de Deus as condições dessa comunhão. 
Veremos dois obstáculos à comunhão: 
1. Alegação de estarmos em comunhão com Ele, enquanto andamos em 
trevas. I João 1:6-7 
2. Sustentar que não temos pecado nenhum. I João 1:8 
O termo pecado significa mais que pecar, e inclui a idéia de 
responsabilidade pelos pecados cometidos, contrariando aqueles que dizem 
que o pecado é apenas uma fraqueza e que é destino do homem e portanto 
não falta sua. 
Tais pessoas só fazem enganar-se a si mesmas. 
b - O Cristão e o Anti-Cristo 
João 2: 18 - 29 
0 termo Anti-Cristo significa um rival, um que é contra o nome e as 
prerrogativas de Cristo. 
1 João 2:18... muitos se tem feito anti-cristos... 
Conforme o verso 19, observamos que essas pessoas pertenciam a 
 
 
igreja. 
Isto nos adverte que se quisermos ser membros do corpo de Cristo, é 
necessário que sejamos membros da igreja invisível. 
 
c - Os Filhos de Deus 
I João 3: 1 - 24 
Filhos de Deus são aqueles que demonstram qualidades de caráter 
iguais as Dele, estes demonstram que nasceram do céu. 
I João 3:1 Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que 
fôssemos chamados de filhos de Deus. 
Somos considerados filhos de Deus pelo próprio Deus não como 
adotados mas como nascidos do Espírito. 
 
 
II e III SÃO JOÃO 
I - Introdução 
 
A Segunda e a Terceira epístolas de São João são os documentos mais 
curtos do Novo Testamento. 
A Segunda epístola é uma carta a um membro particular da igreja, 
especificamente a uma senhora, escrita com propósito de instruí-la quanto à 
atitude correta para com os falsos mestres. Não devia dar-lhe hospitalidade. 
João não ensinava o mau tratamento aos cristãos que 
doutrinariamente diferem de nós ou que se encontram nos laços do erro. 
Alguns comentadores afirmam ser uma igreja. 
A terceira epístola dá uma idéia de certas condições que existiam numa 
igreja local no tempo de João. 
João tinha enviado um grupo de mestres itinerantes, com cartas de 
recomendação, a diferentes igrejas, uma das quais, era assembléia a que 
pertenciam Gaio e Diótrefes. 
Esta foi escrita para elogiar Gaio por Ter recebido os obreiros cristãos 
que dependiam inteiramente da hospitalidade dos crentes e para denunciar 
a falta de hospitalidade de Diótrefes. 
 
II - Autoria 
As epístolas de II e III João, não trazem o nome do seu autor, que se 
apresenta simplesmente debaixo do nome de presbítero, e da a entender que 
os destinatários dela sabem quem ele é. 
No estilo e na matéria que versa muito se assemelham a primeira 
epístola, de sorte que a maioria dos eruditos estão convencidos de que todas 
as três tiveram um mesmo autor. 
COMENTÁRIOS - II João 
 
I - PROPÓSITO 
Prevenir uma bondosa senhora a respeito da hospedagem de alguns 
falsos mestres. 
II - 
ANÁLISE "O 
Presbítero" 
O título descrevia, não simplesmente a idade, mas a posição de ofício. 
É evidente que ele era conhecido desse modo. Ele não tinha dúvida de que 
eles o identificariam imediatamente por esse título, que dá testemunho da 
sua autoridade reconhecida 
"A Senhora Eleita" 
Não meio de saber se a palavra Cyria traduzida por senhora, se refere a 
uma pessoa, ou a igreja. Onde os seus filhos seriam os membros da igreja. 
Se era uma pessoa então era muito conhecida e residia próximo a cidade de 
Efeso em cuja casa a igreja se reunia. 
"A Verdade" 
A palavra favorita de João verdade aparece cinco vezes nesta epístola. 
Esta palavra é usada em três sentidos: 
- Como base do ensino cristão 
 
 
- Como próprio Cristo 
- Sinceramente 
Temos, assim um ensino maravilhoso 
Verso 1 - A Verdade: como fonte de Amor, Natureza do Amor, Razão 
para o Amor 
Verso 2 - A Verdade: Cristo é a Verdade, Em nós, Conosco 
Verso 3 - A Verdade: A graça, A Misericórdia, Paz, Fruto da verdade 
Verso 4 - A Verdade: Como caminho, Como mandamento divino 
COMENTÁRIOS - III João 
 
I - PROPÓSITO 
 
Agradecer ao simpático e generoso Gaio pelos benefícios prestados. 
 
II - ANÁLISE 
É uma carta pessoal do Presbítero a seu amigo Gaio, a quem saúda 
calorosamente e com quem se congratula por sua bem conhecida 
hospitalidade. 
Muitos dos cristãos dedicavam suas vidas na evangelização itinerante, 
sem salário ou recompensa, e dependiam da hospitalidade dos cristãos. 
Analisemos os três personagens mencionados nesta epístola: 
1. Gaio Ver. 1 
Havia um Gaio em Corinto, I Cor. 1: 14, que, depois de batizado por 
Paulo tornou-se hospedeiro do apóstolo e de toda a igreja. 
Segundo uma tradição de que ele mais tarde veio a ser escriba de 
João. 
Homem de bom testemunho. Verso 3 Homem bondoso, cheio 
de caridade. Verso 6 Homem hospitaleiro. Verso 10, 
Comparar com Romanos 16:23 Provável filho na fé de João. 
Verso 4 
2. Diótrefes Ver. 9 
Diótrefes era, provavelmente, um dos falsos mestres arrogantes 
 
 
referidos em I João. No caráter e na conduta ele era inteiramente diferente de 
Gaio. Diótrefes é visto como alguém que se ama a si próprio mais que os 
outros, e que recusa a acolher os evangelistas em viagem Queria ser o 
principal. Verso 9 Não hospitaleiro. Verso 9 Homem de mal testemunho. 
Verso 10 Homem de palavras maliciosas. Verso 10 Homem que influenciam 
os outros. Verso 10 Provavelmente escondeu uma carta de João. Verso 9 
3. Demétrio 
Nada sabemos ao certo, deste Demétrio, fora o que nos é dito neste 
único versículo. Tem-se feito a conjetura de que João o recomendou desse 
modo porque foi ele o mensageiro da epístola. 
Homem de bom testemunho. Verso 12 
Um homem cristão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EPÍSTOLA DE JUDAS 
I - Introdução 
 
Há certa semelhança entre a Segunda epístola de Pedro e a de Judas; 
ambas tratam da apostasia na igreja. Pedro descreve a apostasia como futuro 
e judas, como presente. Pedro expõe os falsos mestres como perigosos; Judas 
descreve-os em extrema depravação e na maior desordem. 
 
II - Autoria 
O autor desta epístola descreve-se como "Judas", servo de Jesus Cristo, 
e irmão de Tiago. 
Sabemos que no Novo Testamento há vários homens com este nome. 
Como identificar o autor desta carta? 
1. Judas Iscariotes, o traidor. Mateus 26:14 
2. Judas (Tadeu) filho de Tiago. Lucas 6:16 
Alguns estudiosos tem atribuído a este Judas a autoria da epístola, 
pois segundo a ARA aparece "irmão de Tiago" Leiamos o verso 17. 
3. Judas irmão de Jesus. Mateus 13:55 
Este tem recebido o apoio da grande maioria dos eruditos da Bíblia. 
Não pode haver dúvida quanto a sua autoria. Devemos observar a 
expressão de Judas quando diz " irmão de Tiago". 
 
 
Fica caracterizado de modo suficientemente claro, que havia um só 
Tiago eminente e bem conhecido, o irmão do Senhor. 
III - Autor 
Conformevimos acima Judas era irmão do Senhor, fora disto, nada 
sabemos a seu respeito. 
Podemos aprender muita coisa de Judas ao escutar o que tem a dizer de si 
mesmo. 
- Era homem humilde (se identificava como servo de Cristo) Devemos 
observar Romanos 1:1, I Pedro 1:1 
• Era reconhecido como irmão do Senhor. I cor. 9:5 
IV - Data 
Devia Ter sido escrita, provavelmente no ano 70 AD, visto que faz 
referência à profecia de II Pedro que por sua vez, não foi escrita antes do ano 
66 
 
COMENTÁRIOS 
 
I - PROPÓSITO 
 
Pelo verso 3 deduz-se que, Judas pretendia escrever um tratado sobre 
salvação, quando, foi constrangido pelo Espírito a mudar o tema. 
Judas então passou a escrever uma defesa veemente do padrão moral 
da fé cristã. 
II - ANÁLISE 
Dividiremos o estudo em seis partes: 
1. Guardados por Deus para o Senhor Jesus. Verso 1,2 - Foi escrito aos que 
são: Chamados, Amados, Conservados em cristo e Conservados por Cristo. 
2. Guardar a fé. Verso 3,4 
- O Espírito constrange a mudar o tema 
 
 
- Salvação comum(esta ao alcance de todos) 
3. Guardados para o juízo. Verso 5-7 
- Como solene aviso 
- Deve-se guardar os mandamentos 
4. Não guardar a fé. Verso 8,19 
- Abandonando a Fé, segue-se uma terrível deterioração do caráter. 
Sensualidade, Pensamentos corruptos, Incontinentes, Espírito 
Zombeteiro 
5. Guardados no Amor de Deus. Verso 20-23 
- O Amor é tudo. 
- Como devemos proceder. 
Edificando, Orando, Conservando, Olhando, Compaixão, Salvando 
Etc.. 
6. Guardados de tropeçar. Verso 24,25 
- Tropeçar precede cair 
- Ele nos livra dos tropeços 
BIBLIOGRAFIA 
Manual Bíblico H.H.Halley Vida Nova 
Pequena Enciclopédia Bíblica 
Orlando Boyer 
IBAD 
Novo Comentário da Bíblia F. Davidson E. Vida Nova 
Tiago 
Douglas J. 
Moo Mundo 
Cristão 
I Pedro 
Enio R. 
 
 
Mueller 
Mundo cristão 
II Pedro e 
Judas Michael 
Green Mundo 
Cristão I,II,III 
João John R. 
W. Stott 
Mundo 
Cristão 
Os Amigos de Jesus 
E. Percy Ellis 
CPAD 
Apostila 
IBB 
Bíblia Sagrada 
Várias versões 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEOLoGIA 
 
 
 
 
 
 
BAcHAREL EM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atos dos 
Apóstolos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATOS DOS APÓSTOLOS 
 
A igreja em jerusalém 
1. A comissão dos Apóstolos 
2. A Fundação da Igreja de Jerusalém. 
3. A Descida do Espírito Santo (1:12-2.13) 
4. A conversão de Saulo de Tarso. 
5. A Chamada de Paulo 
 
ii - as missões do apóstolo Paulo 
1. A Primeira Viagem Missionária 
2. A segunda viagem missionária 
3. A terceira viagem missionária 
iii - as prisões do apóstolo Paulo 
1. O Resumo dos últimos capítulos de "Atos dos Apóstolos" 
2. A Prisão de Paulo em Jerusalém (Atos 21, 22 e 23) 
3. A Prisão de Paulo em Cesaréia (Atos 24, 25 e 26) 
4. A prisão de Paulo em Roma 
 
1. Título do livro: O título do livro de "Atos dos Apóstolos" tal como o conhecemos 
não fazia parte do livro original mas sim foi lhe dado depois do ano 200 da era cristã. 
O Evangelho de Lucas e Os Atos são dois volumes de uma só obra. Isso fica claro 
comparando Lc 1.1-4 com At 1.1-4. 
2. Tema do livro: O livro dos Atos contém a história do estabelecimento e 
desenvolvimento da igreja cristã, e da proclamação do evangelho ao mundo então 
conhecido na época (At 1.8). 
3. Palavras chaves de Atos: "Ascensão", "descida" e "expansão". 
4. Escritor do livro: 
a) Pistas para descobrir o escritor: Considerando a dedicatória do livro a Teófilo (At 
1:1; comparemos com Lc 1:3), a referência a um tratado anterior (1:1), o seu estilo, 
o fato de o autor ter sido companheiro de Paulo, o que fica muito claro por 
estarem certas partes do livro escritas na primeira pessoa do plural ("nós"), e ter 
acompanhado Paulo à Roma (At 27:1; comparemos com Cl 4:14; Fm 24; 2 Tm 
4:11), chegamos a conclusão que o livro de Atos foi escrito por Lucas. A 
impressão que se dá é que ele teria usado o diário de viagem como fonte de 
material. 
b) Quem foi Lucas? Pouco se sabe dele. Seu nome é mencionado só três vezes no 
NT . Paulo chama-o de "médico amado". O único escritor da Bíblia que não era 
judeu. A tradição e os estudiosos dizem que Lucas era homem de cultura e 
erudição científica, versado nos clássicos hebraicos e gregos. É possível que 
tivesse estudado medicina na Universidade de Atenas. 
c) Relação de Lucas com Paulo: Ficou em Filipos até à volta de Paulo, seis ou sete 
anos depois, At 16:40 ("dirigiram-se"), quando tornou a se juntar a ele, 20:6 
("navegamos") e com ele ficou até o fim, possivelmente até a morte de Paulo em 
Roma. 
5. Para quem Atos foi escrito: Foi escrito particularmente a Teófilo, um nobre cristão, 
mas de um modo geral a toda a igreja. 
6. Propósitos do livro de Atos: 
a) Propósito Informativo/ Evangelístico: Lucas queria informar ao excelentíssimo 
Teófilo sobre como o evangelho se propagou desde de Jerusalém a Roma. Teófilo 
já havia recebido alguma informação a respeito da fé cristã, e foi para lhe fornecer 
uma explicação mais precisa de sua fidedignidade que Lucas, em primeiro lugar, 
escreveu a história inicial do Cristianismo, começando do nascimento de João 
Batista e de Jesus até o fim dos dois anos de prisão de prisão de Paulo em Roma 
(cerca de 61 a. D.). Atos trata principalmente dos atos de Pedro e de Paulo, mais 
deste último. 
b) Propósito Apologético: O livro mostra principalmente como o evangelho se 
estendeu aos não judeus (os gentios). O A. T. é a história das relações de Deus, 
desde os tempos antigos, com a nação judaica, que tinha a função de abençoar as 
outras nações. É no livro de Atos que a família de Deus deixa de ser uma questão 
nacional e passa a ter um sentido universal (intenção divina em At 2:7- 11). 
Assim, o escritor defende veementemente que o Cristianismo não é um ramo 
herético do judaísmo, mas antes, uma elevação e melhoria do judaísmo, 
com raízes profundas no mesmo, mas retendo apenas os elementos 
nobres e úteis, ficando rejeitados todos os seus males, especialmente 
a apostasia para a qual havia decaído, como também o seu escopo 
provincial. 
c) Propósito Político: Mostrar aos líderes romanos que o cristianismo não deveria 
ser temido e perseguido, como ameaça ou movimento traiçoeiro ao estado 
romano; pelo contrário, que era digno da proteção romana, com permissão de 
funcionar livremente, tal como o judaísmo havia obtido de seus conquistadores 
militares. Por este motivo é que o livro de Atos apresenta os oficiais romanos 
como ordinariamente favoráveis aos movimentos dos missionários cristãos. 
Embora Lucas houvesse escrito após Paulo haver sido martirizado, e a 
perseguição de Roma contra os cristãos já houvesse começado, ele não ignora e 
nem põe em perigo o seu propósito apologético encerrando o seu livro numa 
atitude negativa, a saber, narrando a execução do maior advogado do 
cristianismo às mãos das autoridades romanas. (Ver Atos 18:12-17, onde se expõe 
a idéia da proteção do cristianismo, pelas autoridades romanas, tal como o 
judaísmo já vinha sendo protegido pelas leis do império). Lucas, portanto, quis 
mostrar que os levantes e as perturbações de ordem pública que seguiam na 
cauda do movimento dos missionários cristãos resultavam das perseguições 
efetuadas pelos judeus, e não de qualquer espírito malicioso dos próprios 
cristãos. Lucas endereçou a sua dupla obra (Lucas-Atos) a um oficial romano, de 
nome Teófilo. Por conseguinte, dirigiu seu trabalho à aristocracia romana, 
esperando que se os argumentos ali contidos fossem recebidos e digeridos, o 
novel movimento cristão viesse a ser protegido, e não perseguido. Todavia, o seu 
grande alvo, do ponto de vista humano, fracassou, porque sobrevieram severas 
e prolongadas perseguições, desde muito tempo antes o evangelho de Lucas e 
do livro de Atos terem sido escritos e postos em circulação. 
d) Propósito Jurídico: Alguns estudiosos supõem que um objetivo do Médico 
amado seria o de usar o relato de Atos dos Apóstolos para ser lido 
como sumário de argumentopara a defesa, no julgamento de seu 
amigo, o Apóstolo Paulo. 
i. a igreja em jerusalém 
1. A comissão dos 
Apóstolos 
Entende-se por comissão o ato de cometer; encarregar; também significa 
encargo, incumbência. Os missiólogos chamam a missão dada por Jesus 
aos seus primeiros discípulos de "Grande Comissão". Ele ordenou aos onze 
homens, com os quais mais dividira seu ministério terreno, que fossem ao 
mundo inteiro e fizessem discípulos em todas as nações, Ele lhes disse que 
ensinassem a esses novos discípulos tudo que haviam aprendido d'Ele 
(Mateus 28:18-20). Mais tarde, o apóstolo Paulo deu as mesmas instruções 
a Timóteo: "E o que de minha parte ouviste, através de muitas 
testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para 
instruir a outros" (2 Timóteo 2:2). Mas, somente em nossas próprias forças 
não poderemos cumprir nossa comissão. Por isso, o Senhor nos deus uma 
capacitação além da natural: "Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o 
Espírito Santo, e ser-me-eis 
testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até 
os confins da terra". 
 
Ma podemos questionar: Qual o coração da Grande Comissão? 
Infelizmente, não aparece na Versão Corrigida, que traduz assim o começo 
do versículo 19: "Portanto, ide e ensinai". Na Atualizada, podemos 
descobrir o coração da Grande Comissão, identificando os imperativos 
(tempos verbais que expressam ordem, determinação) nela: "Ide" e "fazei 
discípulos". Assim como nas traduções inglesas e espanholas, a Versão 
Atualizada em português traz dois imperativos. Mas não é assim na 
linguagem original. No grego, matheteusate ou "fazei discípulos" é o único 
imperativo nesse texto. Os outros três verbos nos versículos 19 e 20 são 
gerúndios, ou seja, traduzindo literalmente, teríamos, por exemplo, indo, 
em lugar de ide. Os três gerúndios - "indo", "batizando" e "ensinando" - são 
as três funções indispensáveis de como fazer discípulos. Assim, uma vez 
que esses versículos não são a Grande Sugestão, mas, sim, a Grande 
Comissão, o discipulado é imprescindível na vida da igreja e na vida de 
cada cristão. Para David Kornfield, hoje, infelizmente, a Grande Comissão 
muitas vezes passa a ser a Grande Omissão. E teremos de prestar contas a 
Jesus a esse respeito. 
Essa Comissão de Mateus 28.18-20 e paralelamente em Atos 1:8 é grande 
por, pelo menos, por cinco razões: 
a) É Grande em sua Autoridade. Das dezenas ou centenas de mandamentos de Jesus, 
este é o único em que Jesus se veste de toda a autoridade do Universo. Ele se coloca 
como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Na época bíblica, um súdito que ignorasse 
ou negligenciasse um mandato declarado com toda a autoridade real arriscava a 
própria vida. É com essa autoridade que fazemos a obra do Senhor (At 1:8). 
b) É Grande em seu Efeito Multiplicador. É assim que o reino de Deus pode explodir! 
Até então, havia só um discipulador multiplicando-se em outros - Jesus Cristo. 
Agora vem a Comissão para começar um movimento multiplicador, contra o qual 
nem as portas do inferno prevalecerão. Pouco depois, os discipuladores não eram 
só 11, mas 120. Um pouco mais depois não eram só 120, mas milhares. De pouco 
em pouco! 
c) É Grande por sua Extensão Geográfica. Estende-se a todas as nações. Várias vezes o 
próprio Jesus limitou seu ministério e ordenou que os apóstolos também limitassem 
seus ministérios aos judeus. Aqui, ele abre o leque e abraça todo o mundo. na Comissão 
de fazer discípulos em todas as nações, encontramos o coração de missões mundiais. 
Deus não admitiu que Sua igreja entrasse em um ostracismo, vivendo só para si, e 
encapsulada em um único ponto geográfico. Ele quer, na verdade, que Seu povo se 
expanda territorialmente e anuncie o evangelho a toda criatura, tanto é que esse foi o 
objetivo da perseguição de Atos 8: 1-4. A ordem que aparece em Atos 1:8 não é 
cronológica, ou seja, Cristo não falou para evangelizar primeiro Jerusalém, segundo 
Judéia, terceiro Samaria e por último os confins da Terra. Essa interpretação 
é errada, perigosa, e fora da vontade do Senhor. O próprio texto de Atos 1:8 
deixa claro que Jesus determinou que a obra da Sua igreja na Terra deveria 
ser desenvolvida simultaneamente nas três dimensões que Ele deseja que o 
Evangelho seja pregado. Isso fica claro nas expressões: "tanto em"; "como 
em"; e "até os". 
 
d) É Grande por sua Extensão a todos os aspectos da vida. Jesus nos chama a ensinar 
outros a guardarem tudo o que Ele ensinou. Esse mandato inclui toda a humanidade e, 
mais do que isso, implica não apenas o ensino, mas a prática desses mandamentos. No 
discipulado, o ensino sempre tem por fim a prática. Ou seja, o ensino que não leva à 
pratica não é discipulado. 
 
e) É Grande por sua Extensão no Tempo. Estende-se até a consumação do século, até a 
volta de Cristo. Cada pastor e igreja que se envolve no discipulado conforme o exemplo 
de Jesus constrói os alicerces para um movimento que fluirá de sua igreja a todas as 
nações, até a consumação dos séculos. 
 
2. A Fundação da Igreja de Jerusalém: 
a) Na festa de Pentecostes, em 30 ou 33 d.C, deu-se o aniversário da Igreja. 50 dias 
depois da crucifixão de Jesus. 10 dias após sua Ascensão. Pensa-se que esse Pentecostes 
caiu no primeiro dia da semana. A festa de Pentecostes era também chamada festa das 
Primícias da colheita eram por essa ocasião apresentadas a Deus. Outrossim, 
comemorava a promulgação da Lei no Sinai. Apropriava-se, pois, para ser o dia da 
promulgação do Evangelho e da recepção das primícias da colheita mundial do mesmo 
Evangelho. Jesus, em Jo 16:17-24, tinha falado da inauguração da época do Espírito 
Santo. E agora, está sendo de fato inaugurada, numa poderosa manifestação milagrosa 
do Espírito Santo, com o som como de um vento impetuoso, e com línguas como de 
fogo pousando sobre cada um dos Apóstolos, esta feita para representantes do mundo 
inteiro, a judeus e a prosélitos ao judaísmo reunidos em Jerusalém para celebrar o 
Pentecostes, vindo de todas as terras do mundo que então se conheciam (mencionando-
se 15 nações, 2:9-11) - e os Apóstolos da Galiléia falavam para eles nas suas próprias 
línguas. 
b) O Sermão de Pedro (2:14-16). O espetáculo espantoso de Apóstolos falando, sob a 
influência das línguas de fogo, nas línguas de todas as nações ali representadas. Isto, 
segundo a explicação de Pedro, vv. 15-21, era o cumprimento da Profecia registrada em 
Jl 2:28-32. Pode ser o que aconteceu naquele dia não foi o cumprimento total e final 
daquela profecia, e que aquilo seria o começo apenas, de uma era grandiosa e notável 
que foi iniciada; a profecia pode se aplicada também, ao fim desta era. 
c) O Cumprimento das Profecias. Nota-se as declarações repetidas que o que acontecia 
já tinha sido predito: A traição de Judas, 1:16-20; a Crucifixão, 3:18; a Ressurreição, 2:25-
28; a Ascensão de Jesus, 2:33-35; a vinda do Espírito Santo, 2:17. "Todos os profetas", 
3:18-24. 
 
3. A Descida do Espírito Santo (1:12-2.13) 
O rei Davi planejou a edificação do templo e reuniu os materiais 
necessários. Mas foi Salomão, seu sucessor, quem o erigiu (1 Cr 29: 1,2). 
Jesus igualmente planejou a Igreja durante seu ministério terreno (Mt 
16:18; 18:17). Preparou os materiais humanos, porém deixou ao seu 
sucessor e representante, o Espírito Santo, o trabalho de erigi-la. Foi no dia 
de Pentecoste que esse templo espiritual foi construído e cheio da glória do 
Senhor (cf. Êx 40:34,35; 1 Rs 8:10,11; Ef 2:20). O dia de Pentecoste era a 
inauguração da Igreja, e o cenáculo, o local dessa comemoração. 
a) O Dia de Pentecostes 
"E, cumprindo-se o dia de Pentecostes..." O nome "Pentecoste" (derivado 
da palavra grega "cinqüenta") era dado a uma festa religiosa do Antigo 
Testamento. A festa era assim denominada por ser realizada 50 dias após 
a Páscoa (ver Lv 23:15-21). Observe sua posição no calendário das festas. 
Em primeiro lugar festejava-se a Páscoa. Nela se comemorava a libertação 
de Israel no Egito. Celebravam anoite em que o anjo da morte alcançou os 
primogênitos egípcios, enquanto o povo de Deus comia o cordeiro em 
casas marcadas com sangue. Esta festa tipifica a morte de Cristo, o 
Cordeiro de Deus, cujo sangue nos protege do juízo divino. No sábado, 
após a noite de Páscoa, os sacerdotes colhiam o molho da cevada, 
previamente selecionado. Eram as primícias da colheita, que deviam ser 
oferecidas ao Senhor. Cumprido isto, o restante da colheita podia ser 
ceifado. A festa tipifica Cristo, "as primícias dos que dormem" (1 Co 15:20). 
O Senhor foi o primeiro ceifado dos campos da morte para subir ao Pai e 
nunca mais morrer. Sendo as primícias, é a garantia de que todos quantos 
nele crêem seguí-lo-ão pela ressurreição, entrando na vida eterna. 
Quarenta e nove dias eram contados após o oferecimento do molho 
movido diante do Senhor. E no qüinquagésimo dia - o Pentecoste - eram 
movidos diante de Deus dos pães. Os primeiros feitos da ceifa de trigo. Não 
se podia preparar e comer nenhum pão antes de oferecer os dois primeiros 
a Deus. Isto mostrava que se aceitava sua soberania sobre O mundo. 
Depois, outros pães podiam ser assados e comidos. O significado típico é 
que os 120 discípulos no cenáculo eram as primícias da igreja cristã, 
oferecidas diante do Senhor por meio do Espírito santo, 50 dias após a 
ressurreição de Cristo. Era a primeira das inúmeras igrejas estabelecidas 
durante os últimos 19 séculos. 
O Pentecoste foi a evidência da glorificação de Cristo. Para Myer Pearlman, 
a descida do Espírito era como um "telegrama" sobrenatural, informando 
a chegada de Cristo à mão direita de Deus. Também testemunhava que o 
sacrifício de Cristo fora aceito no Céu. Havia chegado a hora de proclamar 
sua obra consumada. O Pentecoste era a habilitação do Espírito no meio da 
Igreja. Após a organização de Israel, no Sinai, o Senhor veio morar no seu 
meio, sendo sua presença localizada no Tabernáculo. No 
dia de Pentecoste, o Espírito Santo veio habitar na Igreja, a fim de 
administrar, dali, os assuntos de Cristo. 
 
b) O Falar em Línguas 
Apareceu em seguida a realidade da qual o vento é símbolo: "E todos foram 
cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o 
Espírito Santo lhes concedia que falassem". O que produz esta 
manifestação? O impacto do Espírito de Deus sobre a alma humana. É tão 
direto e com tanto poder, que a pessoa fica extasiada, falando de modo 
sobrenatural. Isto pelo fato de a mente ficar totalmente controlada pelo 
Espírito. Para os discípulos, era evidência de estarem completamente 
controlados pelo poder do Espírito prometido por Cristo. Quando a pessoa 
fala uma língua que nunca aprendeu, pode ter a certeza de que algum 
poder sobrenatural assumiu o controle sobre ela. Alguns argumentaram 
que a manifestação do falar em línguas limitou-se à época dos apóstolos. 
Aconteceu para ajudá-los a estabelecer o Cristianismo, uma novidade 
naquela época. Não existe, no entanto, limites à continuidade dessa 
manifestação no Novo Testamento. 
Mesmo no quarto século depois de Cristo, Agostinho, o notável teólogo do 
Cristianismo, escreveu: "Ainda fazemos como fizeram os apóstolos, 
quando impuseram as mãos sobre os samaritanos, invocando sobre eles o 
Espírito mediante a imposição das mãos. Espera-se por parte dos 
convertidos que falem em novas línguas". Ireneu (115-202 d.C.), notável 
líder da Igreja, era discípulo de Policarpo, que por sua vez foi discípulo do 
apóstolo João. Ireneu escreveu: "Temos em nossas igrejas muitos irmãos 
que possuem dons espirituais e que, por meio do Espírito, falam toda sorte 
de línguas". 
A Enciclopédia Britânica declara que a glossalália (o falar em línguas) 
"ocorreu em reavivamentos cristãos durante todas as eras: por exemplo, 
entre os frades mendicantes do século XIII, entre os jansenistas e os 
primeiros quaquers, entre os convertidos de Wesley e Whitefield, entre os 
protestantes perseguidos de Cevennes, e entre os irvingistas". Podemos 
multiplicar as referências, demonstrando que o falar em línguas, por meios 
sobrenaturais, tem ocorrido em toda a história da Igreja. (Nota: O falar em 
línguas nem sempre é em língua conhecida. Ver 1 Co 14.2). 
4. A conversão de Saulo de Tarso 
 
 
Conquanto a tivesse precedido um longo período de "incubação" 
inconsciente, sem dúvida alguma a conversão de Paulo foi repentina. Ele 
não conseguira banir da mente o rosto do mártir moribundo - "como se 
fosse rosto de anjo". Nem podia ele esquecer-se da última oração pungente 
de Estevão: "Senhor, não lhes imputes este pecado" (Atos 7:6). 
O Espírito Santo, sempre ativo, havia preparado o palco, no decorrer dos 
anos, para este grandioso confronto e capitulação. O raio luminoso cegante 
encontrou uma vasta quantidade de material inflamável no coração do 
jovem perseguidor. O milagre 
aconteceu em pleno meio-dia. Paulo viu a Jesus em toda a sua glória e 
majestade messiânicas. Não se tratava de mera visão, pois ele classifica o 
fato como a última aparição do Salvador a seus discípulos, e o coloca no 
mesmo nível de suas aparições aos outros apóstolos. Sua declaração é clara 
e inequívoca. 
 
E apareceu a Cefas, e, depois, aos doze. Depois foi visto por mais de 
quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora, 
porém alguns já dormem. Depois foi visto por Tiago, mais tarde por todos 
os apóstolos, e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como 
por um nascido fora de tempo (I Coríntios 15:5-8). 
 
Não foi um êxtase, mas uma aparição real e objetiva do Cristo ressurreto e 
exaltado, vestido de sua humanidade glorificada. Paulo convenceu-se de 
imediato de que Cristo não era um impostor. Quão diferente foi a entrada 
em Damasco daquela que o inquisidor havia imaginado! "E, caindo por 
terra, ouviu uma voz que lhe dizia... mas, levanta-te, e entra na cidade, 
onde te dirão o que te convém fazer. Então se levantou Saulo da terra e, 
abrindo os olhos, nada podia ver. E, guiando-o pela mão, levaram- no para 
Damasco" (Atos 9:4-8). Paulo entrou cativo em Damasco, acorrentado à 
roda da carruagem de seu Senhor vencedor. Fora tudo estava escuro, mas 
dentro tudo era luz. 
 
A rendição de Paulo ao Senhorio de Cristo foi imediata e absoluta. Desde 
o momento em que ele reconheceu que Jesus não era um impostor, mas o 
Messias dos judeus, ele ficou sabendo que só poderia haver uma resposta. 
Toda a história se resume nas suas duas primeiras perguntas: "Quem és tu, 
Senhor?" "Que farei, Senhor?" (Atos 22:8,10). A verdadeira conversão 
sempre resulta em rendição à vontade de Deus, pois a fé salvadora implica 
obediência (Romanos 1:5). 
Quão surpreendente foi a estratégia vitoriosa de Deus! C.E. Macartney 
escreve: "O mais amargo inimigo tornou-se o maior amigo. A mão que 
escrevia a acusação dos discípulos de Cristo, levando-os à presença dos 
magistrados e para a prisão, agora escrevia epístolas do amor redentor de 
Deus. O coração que bateu de júbilo quando Estêvão caiu sobre as pedras 
sangrentas, agora se regozijava em açoites e apedrejamentos por amor de 
Cristo. Do outrora inimigo, perseguidor, blasfemador proveio a maior 
parte do Novo Testamento, as mais nobres declarações de teologia, os mais 
doces poemas de amor cristão" (J.O. Sanders, p.28). 
 
 
 
5. A Chamada de Paulo 
 
O chamado de Deus veio a Paulo de forma tão clara e específica que não 
lhe foi possível confundi-lo, enquanto jazia deitado no chão cego pela luz 
celestial. Ananias também comunicou-lhe a mensagem que havia recebido 
de Deus: "O Deus de nossos pais de antemão te escolheu para conheceres 
a sua vontade, ver o Justo e ouvir uma voz da sua própria boca, porque 
terás de ser sua testemunha diante de todos os homens, das coisas que tens 
visto e ouvido" (Atos 22:14-15). 
 
 
 
 
Mais tarde, quando Paulo voltava para Jerusalém, sobreveio-lhe um 
êxtase, e viu aquele que lhe falava e que lhe disse: "vai, porque eu te 
enviarei para longe aos gentios" (Atos 22:17,18,21). A Ananias, cujo temor 
bempodemos compreender, comissionado por Deus para dar as boas-
vindas ao notório perseguidor da Igreja cristã, Deus também indicou a 
esfera de testemunho para a qual ele havia chamado Paulo: "Mas o Senhor 
lhe disse [a Ananias]: Vai, porque este é para mim um instrumento 
escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como 
perante os filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto importa sofrer pelo 
meu nome" (Atos 9:15-16). 
 
 
 
 
 
Paulo revelou outra faceta de seu chamado ao se defender perante Agripa: 
"Ouvi uma voz que me falava... Levanta-te e firma-te sobre teus pés, 
porque por isto te apareci para te constituir ministro e testemunha, tanto 
das coisas em que me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda; 
livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio, para lhes abrir 
os olhos e convertê-los das trevas para a luz e da potestade de Satanás para 
Deus" (Atos 26:14-18). 
 
Assim, desde os primeiros dias de sua vida cristã, Paulo não somente sabia 
que era um veículo escolhido por meio de quem Deus comunicaria sua 
revelação, mas tinha uma idéia geral do que Deus havia planejado para seu 
futuro: (a) Seu ministério o levaria para longe do lar; (b) Ele teria um 
ministério especial entre os gentios; (c) Esse ministério lhe traria grande 
sofrimento. Só aos poucos ele chegou a compreender que este chamado 
não era tanto um novo propósito de deus para sua vida, quanto a 
culminação do processo preparatório iniciado antes de seu nascimento. 
Assim é hoje. O chamado do dirigente cristão não é tanto um novo 
propósito para sua vida quanto a descoberta do propósito para o qual Deus 
o trouxe ao mundo. O Senhor havia dito aos seus discípulos que os postos 
de liderança no seu Reino dependiam da soberana nomeação de seu Pai. 
"Quanto, porém, ao assentar-se à minha direita ou à minha esquerda. é 
para aqueles a quem está preparado" (Marcos 10:40). Paulo reconhecia esta 
verdade, mas só aos poucos ele chegou a um claro entendimento do 
trabalho que Deus tinha para ele. 
 
Só depois que os judeus rejeitaram de forma consistente sua mensagem é 
que Paulo se devotou quase que exclusivamente aos gentios. Sua 
experiência em Corinto chegou a uma fase decisiva. "Paulo se entregou 
totalmente à palavra, testemunhando aos judeus que o Cristo é Jesus. 
Opondo-se eles e blasfemando, sacudiu Paulo as vestes e disse-lhes. Sobre 
a vossa cabeça o vosso sangue! eu dele estou limpo, e desde agora vou para 
os gentios" (Atos 18:5-6). 
Alguns anos após a sua conversão, este chamado inicial foi renovado e 
confirmado pela igreja de Antioquia onde ele havia trabalhado por um 
ano. "E, servindo ele [os dirigentes] ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito 
Santo: Separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho 
chamado" (Atos 13:2). De modo que o chamado geral se tornou específico, 
e eles alegremente partiram, "enviados pelo Espírito Santo". O primeiro 
passo no cumprimento da grande comissão do Senhor e o começo 
do importante empreendimento missionário de amplitude mundial havia 
sido realizado com segurança. 
 
ii - as missões do apóstolo paulo 
 
Sabemos que o conceito teológico de Missões é tríplice: a igreja tem uma 
missão de adorar a Deus em espírito em verdade; tem uma incumbência de 
edificar a si própria; e tem a grande comissão de evangelizar o mundo. 
Como referencial de obreiro que Paulo foi, atuou nessas três obras. 
Entretanto, vamos delimitar a prática missiológica paulina somente às suas 
heróicas viagens missionárias. 
O ambiente de trabalho missionário do apóstolo Paulo foi o 
Império Romano. Inserir mapa do I R 
Antes propriamente de entrarmos em suas viagens, é interessante ter em mente a 
cronologia da vida do Apóstolo aos gentios. Vejamos: 
5 d.C. Nascimento em Tarso, da Cilícia 
20-26 Estudos em Jerusalém 26-32 
Estudos em Tarso 
32-37 Conversão na estrada de Damasco, Atos 
9 37-39 Viagem pela Arábia. Gl. 1 
35-43 Prega em Tarso e noutros lugares da Cilícia, Atos 9 e 
Gálatas 1. 43- 44 Prega com Barnabé em Antioquia, Atos 
11 
44- 45 Viagem a Jerusalém, durante a fome, 
Atos 11 45- 47 Primeira viagem missionária, 
Atos 13-14 47-49 Reside em Antioquia da 
Síria, Atos 11 
49 Faz-se presente ao concílio de Jerusalém. 
Atos 15 49-51 Segunda viagem missionária, 
Atos 15-18 51-56 
Terceira viagem missionária, Atos 18-21 56 
Aprisionamento em Jerusalém, Atos 21 56-58 
Paulo na Prisão em Cesaréia, Atos 23 
58- 59 Viagem a Roma, Atos 27 
59- 61 Confinamento em Roma, Atos 26 
61-64 (?) Viagens à Espanha, Creta, Macedônia, Grécia, não mencionadas 
em Atos, embora indicadas em outros documentos como no cânon 
muratoriano e nas epístolas de Clemente. Algumas indicações destas 
viagens existem nas epístolas pastorais. 
64-67 Execução em Roma, durante as perseguições movidas por Nero. 
 
 
 
1. A Primeira Viagem Missionária 
Em geral, Os Atos relatam três viagens missionárias de Paulo. Essa 
narrativa às vezes é mui detalhada, às vezes resumida demais. O principal 
é o seguinte: todas as três 
viagens começam e terminam na comunidade gentio-cristã de Antioquia e 
não na comunidade judeu-cristã de Jerusalém (as epístolas confirmam 
isso); geralmente Paulo dirigia-se primeiro a seus patrícios mas bem 
depressa era obrigado a procurar os pagãos. 
 
a) Resumo e itinerário 
 
Primeira viagem missionária: Barnabé e Paulo vão aos gentios, Atos 
13:1-14:29. Missão a Chipre, 13:4-12. Missão à Galácia, 13:13-14:28. Missão 
de Pafos a Perge, 13:13. Missão a Antioquia da Psidia, 13:14-52. Missão a 
Icônio e Listra, 14:1-18. Missão a Icônio, 14:1-7, Missão a Listra, 14:8-18. 
Retorno a Antioquia da Síria, 14:19-28. 
 
 
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b) A Missão da Primeira Viagem 
Lucas conservou-nos uma preciosa notícia sobre a organização da 
comunidade de Antioquia e a liturgia (Atos 13: 1-3). 
A primeira etapa da missão foi a ilha de Chipre, de onde Barnabé era 
originário. O que interessa a Lucas é o primeiro contato do apóstolo Paulo 
com um magistrado romano, Sérgio Paulo, senador, antigo pretor, muito 
conhecido por inscrições. Sua família vinha de Antioquia da Pisídia. 
Na narração de Lucas, o nome Paulo toma dali em diante o lugar de 
Saulo: não se pode deduzir daí que Saulo tenha adotado o nome do seu 
ilustre convertido. Ter um duplo nome era então corrente nos meios 
bilíngües, como o da família de Paulo. Junto ao governador, Paulo teve de 
enfrentar um mágico de origem judaica, Elimas (At. 13,8). O sucesso das 
ciências ocultas era grande na época; o que pode surpreender é que um 
judeu as pratique. Segundo os Atos, Paulo terá outras ocasiões de se 
confrontar com mágicos. Na sua carta aos Gálatas, ele classifica as práticas 
de feitiçaria (pharmakeia) na categoria das obras da carne, próximas da 
idolatria (Gl. 5,20). 
 
 
Nas suas cartas, Paulo não faz alusão à missão de Chipre, para onde 
ele não terá ocasião de voltar. Por que ele abandona a ilha sem a ter visitado 
toda? Paulo que toma a frente da expedição em direção à Anatólia através 
dos desfiladeiros do Tauro, covil de bandidos. Mais tarde Paulo fará alusão 
aos perigos corridos na estrada (2Cor 11,26). Primo de Barnabé, o jovem 
João Marco teve medo da aventura e abandonou o grupo. Paulo não o 
perdoou, a princípio. 
a) O discurso de antioquia da pisídia 
Quando Paulo chegava numa cidade qualquer, ele começava indo à 
sinagoga. Lá, ele podia entrar em contato com os judeus do lugar e os " 
tementes a Deus " , pagãos atraídos para o judaísmo (At 13,26). Como 
amostra da pregação de Paulo, Lucas nos conservou o discurso de 
Antioquia da Pisídia (At 13,14-41). Esta era uma colônia romana, fundada 
por Augusto para instalar aí os veteranos da legio V Gallica. O Sérgio Paulo 
que se instalou aí devia ser um dos oficiais superiores desta legião. 
 
O discurso de Paulo não tem equivalentes nas Cartas, mas é fácil 
encontrar um certo número de temas pertencendo à apologética cristã 
primitiva. Ele se coloca no contexto litúrgico tradicional: depois da leiturade uma passagem da Lei e de uma outra, tirada da coletânea dos profetas, 
os chefes da sinagoga convidam os visitantes a pronunciar algumas 
palavras de exortação. Paulo não se fazia de rogado! 
O texto de Lucas tem a marca da retórica da época. Do ponto de vista 
das idéias, o discurso contém uma retrospectiva da história de Israel até 
Davi. 
Ainda que dirigido em prioridade aos judeus, o discurso continha 
uma ponta universalista: a palavra da salvação vale para os filhos de 
Abraão como para todos os que temem a Deus (v.26). Sobretudo, ele 
esboçava uma crítica contra a Lei de Moisés, incapaz de trazer a salvação 
(v.38). O sucesso junto aos não-judeus apenas aumentou a irritação dos 
filhos de Abraão. Para se justificar, Paulo declara: " É a vós por primeiro 
que devia ser dirigida a palavra de Deus "(v.46). Paulo será fiel a este por 
primeiro, como se vê pela declaração de princípio de Rm 1,16: " O 
Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, do 
judeu primeiro, e depois do grego". 
Para legitimar a sua passagem para as nações, Paulo cita então uma 
passagem dos cantos do Servo, que tem uma grande importância na 
apologética cristã primitiva: "Destinei-te a seres luz das nações, a fim de 
que a minha salvação esteja presente até a extremidade da terra" (Is 49.6). 
Este texto vale em primeiro lugar para Cristo, mas Paulo o aplicou a si 
mesmo, como mostra Gl 1.15. Assim, portanto, Paulo, servo de Cristo, 
descobre a sua missão ao reler a Escritura. 
b) Pregação aos pagãos de Listra e retorno 
Nas cidades que Paulo e Barnabé vão atravessar, o mesmo cenário se 
reproduz. Como Por exemplo em Icônio (At 14,1-7), a pátria de santa Tecla 
segundo os Atos de Paulo (acima, p.16s). Em 2Tm 3.13 também se fala dos 
sofrimentos suportados por Paulo em Antioquia, Icônio e Listra. Nesta 
última cidade, um incidente tragicômico manifesta bem a credulidade do 
povo e a dificuldade para os Apóstolos de fazerem-se compreender por 
uma população pouco helenizada. Uma cura provoca o entusiasmo e o 
povo logo quer oferecer um sacrifício, como se Barnabé e Paulo fossem 
Zeus e Hermes em visita. 
No caminho de volta, os apóstolos confirmam os discípulos 
lembrando-os do sentido cristão da provação: "É necessário que passemos 
por muitas tribulações para 
entrar no Reino de Deus" (At 14,22). Para dirigir as comunidades, Paulo e 
Barnabé designaram-lhe anciãos (presbyteroi). Este termo era tradicional 
nas comunidades judaicas para designar os responsáveis. Não surpreende 
que tenha sido retomado pelos judeu-cristãos: em Jerusalém, a primeira 
menção aparece já em At 11,30. Por outro lado, não o encontramos nas 
cartas de Paulo, exceto nas epístolas pastorais, redigidas provavelmente 
por um discípulo: os anciãos são instituídos por imposição das mãos (1Tm 
5,22). Enquanto Paulo pudesse seguir por si mesmo a vida das 
congregações, a instituição dos ministérios podia permanecer na sombra. 
Isto não impede que Paulo tivesse a preocupação de apoiar aqueles que 
haviam aceitado tomar a direção das comunidades, como em Tessalônica 
ou em Corinto. 
 
Tendo partido de Antioquia com o apoio dos fiéis, os missionários 
voltam para contar "tudo o que Deus realizara com eles, e, sobretudo como 
tinha aberto aos pagãos a porta da fé" (At 14,27). Atmosfera de alegria e de 
ação de graças, bem à maneira de Lucas! Mas os obstáculos foram todos 
afastados? 
 
 
2. A segunda viagem 
missionária a) 
Resumo e itinerário 
Segunda viagem missionária: Paulo vai à Europa, 16:1-18:17: Galácia e 
A. Menor, 16:1-10. Timóteo e Paulo, 16:1-5 Missão a Trôade, 16:6-10. 
Trabalho na Macedônia, 16:11-17:15. Em Filipos, 16:11-50. Em Tessalônica, 
17:1-9. Em Beréia, 17:10-15. Na Acaia, 17:16-18:17. Esta última fase inclui 
Atenas e Corinto. 
 
 
b) A missão da segunda viagem 
Segunda viagem (49-52; At 15,36-18,22). P. não demorou muito em 
Antioquia, mas visitou com Silas as comunidades cristãs da Síria, da 
Cilicia, de Derbe, Listra e Antioquia da Pisídia. Em Listra conheceu 
Timóteo, que se tornou um dos colaboradores mais fiéis do apóstolo (15,35-
16,5). Daí surgiu com Silas para a Frígia, a terra dos gálatas, onde foi detido 
por uma doença e recebido "como um anjo de Deus", como o próprio Cristo 
(Gl 4,13-15). 
Depois de atravessar a Míssil chegou em Tróade (16,6-8), onde se 
encontrou com um médico, Lucas, que se juntou à sua companhia. No 
mesmo lugar teve a visão noturna do Macedônia, clamando por socorro. 
Seguiu imediatamente para a Macedônia e via Neápolis para Filipos, onde 
foi fundada uma comunidade muito florescente, composta quase 
exclusivamente de gentios (16,11-40;1 Ts 2,2), que mostrou grande afeição 
para com P. (Flp 1,3-8.10-16). Os magistrados da cidade mandaram prender 
P. e Silas; mas, durante a noite, foram soltos por serem cidadãos romanos. 
Pela Via Egnatia os missionários continuaram sua viagem, por Anfípolis 
e Apolônia, até Tessalônica. Aí P. pregou durante três semanas na sinagoga 
e converteu numerosos "tementes a Deus" e alguns judeus, teve também 
muitas conversas nas casas particulares (1 Ts 2,11s), sobretudo à noite, 
porque de dia exercia a sua profissão (2,7-10). Apesar da oposição de 
alguns (2,14), Paulo fundou uma comunidade florescente, composta 
sobretudo de gentio-cristãos. 
De Tessalônica P. e Silas partiram para Beréia, onde numerosos judeus 
e gentios da elite foram conquistados para o cristianismo, até que P., pelas 
ameaças dos judeus, foi obrigado a abandonar a cidade. Deixou Silas e 
Timóteo em Beréia e viajou sozinho a Atenas (17,1-5); aí Timóteo se ajuntou 
a P., mas foi mandado de volta a Macedônia (1 Ts 3,1-6). 
Em Atenas Paulo pregou na sinagoga e no mercado. Alguns ouvintes, 
entre os quais havia filósofos epicuristas e estóicos, pensaram que 
estivesse anunciado novos deuses; foi convidado para apresentar a sua 
doutrina no Areópago; aí Paulo pregou o Deus único. Mas, quando 
começou a falar sobre o juízo e a ressurreição, interromperam-no. Alguns 
gentios apenas deixaram se convencer Dâmaris e Dionísio. O Apóstolo 
aos gentios entristeceu-se profundamente por esse fracasso (1 Ts 3,3s) e 
desanimou (cf. 1Cor 2,3). Nesse estado chegou a Corinto, com o firme 
propósito de renunciar doravante à eloqüência e sabedoria humanas, e de 
só conhecer e pregar o Cristo crucificado (1 Cor 2,2). Em Corinto esteve 
durante 18 meses hospedado com Áquilas e Priscila. Nos dias de semana 
exercia a sua profissão; nos sábados pregava na sinagoga. Quando Silas e 
Timóteo, porém, lhe trouxeram ajuda financeira dos filipenses (2 Cor 11,9; 
Fp 4,16), dedicou-se ele inteiramente à pregação. Converteu alguns judeus 
(18,8; 1 Cor 1,14) e muitos pagãos, principalmente das classes mais 
baixas, sem cultura (1 Cor 1,26). 
Em Corinto, Paulo escreveu 1Tes e 2Tes. Invejosos do seu sucesso, os 
judeus o acusaram diante de Galião, provavelmente no princípio de seu 
consulado (meados de 52), como propagandista de um "religião ilícita". 
Galião, porém, rejeitou a acusação dos judeus. Em Corinto o apóstolo 
embarcou-se para a Síria, junto com Áquilas e Priscila. Deixou seus 
companheiros em Éfeso, aterrou em Cesaréia, visitou talvez Jerusalém, e 
voltou para Antioquia (At 18,18-22). 
 
 
3. A terceira viagem missionária 
 
a) Resumo e itinerário 
Terceira viagem missionária: Paulo vai à Ásia Menor, 18:18-19:41. 
Viagem de confirmação das igrejas, 18:18-23, Apolo, 18:24-28. Paulo em 
Éfeso, 19:1-41. Retorno à 
A. Menor, 19:1=12. Paulo e os exorcistas, 19:13-20. Planos de Paulo sobre 
o futuro, 19:21-22. O levante em Éfeso, 19:23-41. 
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b) A missão da terceira viagem 
 
Terceira viagem (53-58; At 18,23-21,14). Pouco depois partiu novamente 
para a Galácia (cf. Gl 4,13), onde reinavam a piedade e a paz nas 
comunidades cristãs (1,6; 5,7), atravessou a Frígia, as montanhas do centro 
da Ásia Menor e o vale do Meandro, e chegou a Éfeso (At 18,23; 19,1.8.10; 
20,31). Aí Priscila e Áquilas já haviam completado a instrução cristã de 
Apolo, judeualexandrino douto e eloqüente que com zelo e sucesso 
pregara o cristianismo na sinagoga, e já partira para Corinto (18,24-28; 
19,1). 
Em Éfeso Paulo conheceu também uma dúzia de discípulos de João 
Batista, que ele ganhou para o cristianismo (19,2-7), e pregou durante três 
meses na sinagoga. Como a maior parte dos judeus continuava incrédula, 
dirigiu-se aos pagãos, pregando no auditório de um tal de Tirano, 
provavelmente um retor grego. 
Lucas narra detalhadamente alguns episódios das atividades de P. em 
Éfeso; curas e expulsão de demônios, a destruição de um grande número 
de livros de magia (19,11-19) e o tumulto que, depois de três anos, 
ocasionou o fim da estadia de P. naquela cidade (19,23-20,1). At 19,20.26 
refere-se em termos vagos à propagação do cristianismo "por toda a Ásia". 
De fato, abrira-se para P. em Éfeso "uma porta larga e poderosa" (1Cor 
16,9); quem a abriu foi ele mesmo e os seus colaboradores (Timóteo, Tito, 
Erasto, Gaio, Aristarco e Epafras: At 19,22,29; 2Cor 12,18; Cl 1,7); e 
fundaram-se comunidades cristãs em Colossos, Laodicéia, Hierápolis (Cl 
1,7; 2.1; 4,12s), Tróade (At 20,5-12; 2Cor 2.12) e mui provavelmente também 
em Esmirna, Tiatira, Sardes e Filadélfia (Ap 1:11). 
Em éfeso Paulo sofreu muitas e duras provações: perseguições da parte 
dos judeus (20:19; cf. 21:27), uma determinada tribulação que "acima de 
suas forças" o oprimiu, a ponto de ele "perder a esperança de conservar a 
vida" (2Cor 1:8), uma doença ou perigo mortal (cf. 2Cor 1:9s; 11:23), uma 
luta contra as feras (1Cor 15:32), seja em sentido literal, seja em sentido 
metafórico, de uma luta contra homens maus e violentos; afinal, em Rm 
16:4 Paulo fala num perigo mortal, do qual foi salvo por Priscila e Áquilas; 
esse acontecimento desconhecido deve-se localizar provavelmente em 
Éfeso. 
Além disso Paulo andava muito preocupado com algumas 
comunidades cristãs. Os gálatas quase deixaram afastar-se dele pelos 
judaizantes; escreveu-lhes Gálatas. Na comunidade de Corinto infiltraram-
se graves abusos morais. Paulo reagiu numa carta que se perdeu (1Cor 5:9), 
e mandou Timóteo e Erasto a Corinto (At 19:22; 1Cor 4:17). 
Depois, vieram de Corinto alguns cristãos com uma carta da 
comunidade, na qual se propunham a P. diversas perguntas. A essa carta 
P. respondeu com 1 Cor, provavelmente em 55. Entretanto, chegaram a 
Corinto alguns judeu-cristãos que minaram a autoridade de Paulo. Esse 
resolveu então ir pessoalmente a Corinto (2Cor 2:1; 12:14; 13:1s). Esta 
"visita intermediária" efetuou-se em tristeza, pois Paulo não conseguiu 
quebrar a desconfiança dos coríntios, e foi até ofendido por um cristão 
(2Cor 2:1.5; 7:12; cf. 12:21). 
Demorou pouco, e voltou a Éfeso, de onde dirigiu "com muitas 
lágrimas" uma terceira carta aos coríntios (2Cor 2:4,9; 7:8,12). Tito foi 
portador dessa carta, que não foi guardada. Nela Paulo exigia desagravo e 
a submissão da comunidade (2Cor 2:9). 
Enquanto aguardava o resultado da carta e da missão de Tito, Paulo foi 
obrigado a deixar Éfeso. Viajou para Tróade (20:1; 2Cor 2:13), onde 
esperava encontrar-se com Tito. Quando esse demorava, embarcou para 
Macedônia. Aí encontrou-se com Tito (provavelmente em Filipos) e ouviu, 
com muita alegria, que os coríntios se submetiam. 
Da Macedônia escreveu-lhes 2Cor (em 57). Depois de uma visita às 
comunidades da Macedônia e, talvez, depois de uma viagem pela Ilíria 
(Rm 15:19), Paulo cumpriu a promessa já antiga de visitar Corinto (1Cor 
16:5), onde ficou três meses (At 20:3). Em Corinto P. escreveu Rm (fins de 
57 ou princípios de 58), para preparar uma visita há muito planejada (At 
29:21). 
Para terminar essa viagem, Paulo queria viajar por mar a Síria, junto com 
os representantes das comunidades que haviam arrecadado dinheiro para 
os cristãos, mas, por causa de um atentado contra a sua vida, tramado pelos 
judeus, viajou por terra. Em Filipos, Lucas ajuntou-se a ele; em Tróade 
esperavam-no os companheiros de viagem. Em Tróade tomaram o navio 
para Mileto, onde P. mandou chamar os anciãos de Éfeso, para se despedir; 
pressentia que nunca mais os veria (20:1-38). Depois navegaram até Tiro, 
onde profetas tentaram convencer P. que não fosse a Jerusalém. P., porém, 
continuou sua viagem até Ptolemaide e daí por terra até Cesaréia, onde 
durante vários dias foi hóspede de Filipe, um dos Sete (At 6:5). Um profeta 
da Judéia, Ágabo, predisse que em Jerusalém esperavam-no algemas e 
prisão, mas P. não se deixou reter (21:1-16). 
 
 
iii - as prisões do apóstolo paulo 
5. O Resumo dos últimos capítulos de "Atos dos Apóstolos" 
• Visita final de Paulo à Macedônia e à Acaia, 20:1-4. 
• Paulo vai a Jerusalém, 20:1-6. De Filipos a Mileto, 20:5-16. Defesa de Paulo 
ante os anciãos de Éfeso, 20:17-38. De Mileto ante a Cesaréia, 27:1-14. Paulo 
com a igreja em Jerusalém, 21:15-26. 
• Paulo, prisioneiro em Roma, 21:27-28:31. 
a. Detenção e defesa, 21:27-22:29. 
b. Perante o sinédrio, 22:30-23:11. 
c. Transferência para Cesaréia, 23:12-35. 
d. Em Cesaréia, 24:1-26:32. Paulo e Félix, 24:1-27. Paulo e Festo, 25:1-27. Defesa 
de Paulo perante Agripa, 26:1-32. 
e. Viagem a Roma, 27:1-28:16. 
f. Paulo em Roma, 28:17-31. 
6. A Prisão de Paulo em Jerusalém (Atos 21, 22 e 23) 
a) O objetivo da viagem a Jerusalém (21:1-16) 
Entregar a oferta proveniente das igrejas gentílicas para os 
crentes pobres de Jerusalém. Foi uma grande oferta. Paulo levou 
um ano a arrecadá-la, 2 Co 8:10. 
Todavia, foi avisado muitas vezes, ao passar pelas cidades da Ásia, que 
essa viagem resultaria em prisão, 20:23. Em Tiro, 21:4, e em Cesaréia, 21:11, 
o aviso foi repetido com ênfase especial. De cada vez é o Espírito quem 
adverte. Até Lucas fez coro na rogativa, 21:12; Mas estava arraigado, 
definitivamente, no espírito de Paulo que aquela era a vontade de Deus, 
mesmo que significasse sua morte, 13:14. Por que esses avisos da parte de 
Deus? Podia dar-se o caso de Paulo estar enganado e de Deus estar 
procurando fazê-lo ciente disso? Ou seria que Deus o estava provando? Ou 
o preparando? De qualquer modo, Paulo estava determinado a fazer a 
viagem. Uma coisa é que ele a prometera anos antes, Gl 2:10. Considerava 
aquilo o meio mais prático de demonstrar a unidade da igreja. Levara sua 
vida a ensinar aos gentios de que podiam ser cristãos sem se tornarem 
prosélitos dos judeus, razão por que muitos dos seus irmãos judeus o 
odiavam rancorosamente. Agora, desejava coroar esse trabalho com uma 
demonstração genuína e proveitosa de fraternidade cristã da parte dos 
seus convertidos gentios, como último e duradouro sinal de amor fraternal 
entre judeus e gentios. Vista sob este aspecto, esta visita de Paulo a 
Jerusalém é um dos eventos históricos mais importantes do N.T. 
Possivelmente, também, ele nunca podia esquecer a agonia dos crentes 
judeus, homens e mulheres, quando os lançava em prisão, anos antes, At 
8:3, e estava há muito tempo resolvido, tanto quanto estivesse em suas 
forças, a compensar a Igreja Judaica pelos sofrimentos pelos quais a fizera 
passar. 
 
 
b) Paulo em Jerusalém 
Chegou ali mais ou menos em junho, 59 d.C., 20:16. Foi a quinta 
visita que se registra, depois da sua conversão. No decurso deste período, 
tinha ganho vastas multidões de gentios para a fé cristã, e por causa disto 
era odiado pelos judeus descrentes. 
Depois de ter passado quase uma semana em Jerusalém, cumprindo 
seus votos no Templo, certos judeus o reconheceram. Começaram a gritar, 
e dentro de um instante, a turba estava por cima de Paulo como uma 
matilha de cães. Os soldados romanos apareceram em cena em tempo para 
salvá-lo de ser morto às pancadas. 
Na escada do castelo romano, o mesmo onde Pilatos condenara Jesus 
à morte 28 anos antes dele, Paulo, com permissão do comandante, fez um 
discurso à turba, contanto como Cristo lhe aparecera no caminho para 
Damasco. Escutaram até que mencionou a palavra "gentios", e então a 
turba se enfureceu contra ele. 
No dia seguinte, os oficiais romanos trouxeram Paulo perante o 
Sinédrio,

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