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Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2 1 MED RESUMOS 2012 NETTO, Arlindo Ugulino. NEUROANATOMIA ANATOMIA MACROSCÓPICA DO DIENCÉFALO (Professor Stênio A. Sarmento) O diencfalo e o telencfalo formam, juntos, o cérebro, que corresponde, pois, ao prosencfalo (durante a vida embrionria). O crebro a poro mais desenvolvida e importante do encfalo, ocupando cerca de 80% do encfalo. O telencfalo se desenvolve enormemente em sentido lateral e posterior para constituir os hemisfrios cerebrais. Deste modo, encobre quase completamente o diencfalo, que permanece em situao mpar e mediana, podendo ser visto apenas na face inferior do crebro. O diencfalo compreende as seguintes estruturas: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo, estando todas estas relacionadas com o III ventrculo. III VENTRCULO O III ventrculo representa uma estreita e cavidade mpar e mediana no diencfalo, comunicando-se com o IV ventrculo por meio do aqueduto cerebral e com os ventrculos laterais pelos respectivos forames interventriculares (forames de Monro). Quando o crebro observado medialmente (atravs de uma seco no plano sagital), as paredes laterais do III ventrculo so expostas amplamente. Nelas, nota-se a presena de uma depresso rasa, o sulco hipotalâmico, que liga o forame interventricular ao aqueduto cerebral, determinando o local de escoamento do lquor a partir dos ventrculos laterais at o IV ventrculo. Esse sulco serve como um limite: as paredes acima dele pertencem ao tálamo, e as situadas abaixo, ao hipotálamo. Unindo os dois tlamos e, por conseguinte, atravessando a cavidade ventricular, observa-se frequentemente a aderência intertalâmica. O assoalho do III ventrculo composto por, de diante para trs: quiasma óptico, infundíbulo, túber cinéreo e corpos mamilares, todos pertencentes ao hipotlamo. A parede posterior do ventrculo, relativamente pequena, formada pelo epitálamo, que se localiza acima do sulco hipotal mico e posteriormente massa tal mica. Saindo de cada lado do epitlamo e percorrendo a parte mais alta das paredes laterais deste ventrculo, h um feixe ascendente de fibras nervosas, as estrias medulares do tálamo (que seguem desde a rea septal ao trgono das habnulas), onde se insere a tela corióide, que forma o tecto do III ventrculo. A partir da tela coriide, invaginam-se na luz ventricular os plexos corióides do III ventrículo, que se dispe em duas linhas paralelas e so contnuos atravs dos respectivos forames interventriculares com os plexos coriides dos ventrculos laterais. A parede anterior do III ventrculo formada pela lâmina terminal (fina lamina de tecido nervoso que une os dois hemisfrios e se dispe entre o quiasma ptico e a comissura anterior). A comissura anterior, a l mina terminal e as partes adjacentes das paredes laterais do III ventrculos pertencem ao telencfalo, pois derivam da parte central no evaginada da vescula telenceflica do embrio. A luz do III ventrculo se evagina para formar quatro recessos: na regio do infundbulo, o recesso do infundíbulo (evidente como um orifcio no tber cinreo quando a hipfise arrancada das peas anatmicas); outro acima do quiasma ptico, o recesso óptico; um terceiro na haste da gl ndula pineal, o recesso pineal; e o recesso suprapineal, localizado acima da gl ndula pineal (impossvel de ser observado nas peas em que o tecto do III ventrculo tenha sido removido). TLAMO Os tlamos so duas massas volumosas de subst ncia cinzenta, com formato ovide, dispostas uma de cada lado, na poro ltero-dorsal do diencfalo. A extremidade anterior de cada tlamo apresenta uma eminncia, o tubérculo anterior do tálamo, que participa da delimitao do forame interventricular. A extremidade posterior, consideravelmente maior que a anterior, apresenta uma grande eminncia denominada pulvinar, que se projeta inclusive sobre os corpos geniculados lateral e medial (formaes tal micas j descritas no estudo do tecto do mesencfalo). O corpo geniculado medial faz parte da via auditiva; o lateral, davia ptica, e ambos so considerados por alguns autores como constituintes de uma diviso do diencfalo denominada metatálamo. A poro lateral da face superior do tálamo faz parte do assoalho do ventrculo lateral, sendo, por conseguinte, revestido de epitlio ependimrio (denominado, nessa regio, de l mina afixa); a poro medial, por sua vez, constitui, juntamente com o tecto do III ventrculo, o assoalho da fissura transversa do cérebro, cujo tecto constitudo pelo fórnix e pelo corpo caloso, formaes telenceflicas. A fissura transversa ocupada por um “fundo-de-saco” de pia-mter, cujo folheto inferior recobre a parte medial da face superior do tlamo e, a seguir, entra na constituio da tela corioide. Como se sabe, esta tela corioide se prende s estrias medulares do tlamo que marcam o limite da face superior e medial do tlamo (teto do III ventrculo). Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2 2 A face lateral do tálamo é separada do telencéfalo pela cápsula interna, compacto feixe de fibras que liga o córtex cerebral a centros nervosos subcorticais. A face inferior do tálamo continua com o hipotálamo e o subtálamo. HIPOTLAMO O hipotálamo é uma área relativamente pequena do diencéfalo, estando situada logo abaixo do sulco hipotalâmico, responsável por separá-lo do tálamo. Ele está relacionado, principalmente, com o controle da atividade visceral, controle da homeostase e da temperatura corporal, além do comando de parte do sistema endócrino. O hipotálamo compreende estruturas situadas nas paredes laterais do III ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico, além das seguintes formações do assoalho do III ventrículo: Corpos mamilares: duas eminências arredondadas de substância cinzenta evidentes anteriormente à fossa interpeduncular (mesencéfalo). Quiasma óptico: localizado na parte anterior do assoalho ventricular. Recebe fibras mielínicas dos nervos ópticos, que aí cruzam em parte (apenas aqueles oriundos da retina medial ou nasal) e continuam nos tractos ópticos que se dirigem aos corpos geniculados laterais, depois de contornar os pedúnculos cerebrais. Túber cinéreo: é uma área ligeiramente cinzenta, mediana, situada atrás do quiasma e dos tractos óticos, entre estes e os corpos mamilares. No túber cinéreo prendem-se a hipófise por meio do infundíbulo. Infundíbulo: é uma formação nervosa em forma de funil que se prende ao túber cinéreo, contendo um pequeno prolongamento da cavidade ventricular, o recesso do infundíbulo. A extremidade superior do infundíbulo dilata-se para constituir a eminência mediana do túber cinéreo, enquanto sua extremidade inferior continua com o processo infundibular, ou lobo nervoso da neuro-hipófise. EPITLAMO O epitálamo limita posteriormente o III ventrículo, acima do sulco hipotalâmico, já na transição com o mesencéfalo. Seu elemento mais evidente é a glândula pineal (epífise ou corpo pineal), glândula endócrina de forma piriforme, ímpar e mediana, que repousa sobre o tecto mesencefálico (acima dos colículos superiores). OBS1: A melatonina é um neuro-hormônio que controla os ritmos circadianos (relacionados com a função de regular o sono). Esse hormônio aumenta de concentração na falta de luz, sendo produzido pela retina e pela glândula pineal (epitálam o). Na presença de luz, entretanto, é enviada uma mensagem neuroendócrina bloqueando a sua formação, portanto, a secreção dessa substância é quase exclusivamente determinada por estruturas fotossensíveis, principalm ente a noite. Além da pouca luminosidade, grandes exposições ao Sol (como um mecanismo compensatório), banhos quentes e dietas ricas em carboidratos estimulam a produção de melatonina. Uma pessoa sob estresse produz normalmente mais adrenalina e cortisol.Para cada molécula de adrenalina formada, quatro moléculas de Radicais Livres irão ser produzidas e com isto a probabilidade de lesão nas células aumenta. A base do corpo pineal prende-se anteriormente a dois feixes transversais de fibras que cruzam o plano mediano, a comissura posterior (inferiormente) e a comissura das habênulas (superiormente), entre as quais penetra na glândula pineal um pequeno prolongamento da cavidade ventricular, o recesso pineal. A comissura das habênulas interpõe-se entre duas pequenas eminências triangulares, os trígonos das habênulas (que continuam anteriormente, de cada lado, com as estrias medulares do tálamo), situados entre a glândula pineal e o tálamo. A tela corioide do III ventrículo insere-se, lateralmente, nas estrias medulares do tálamo e posteriormente na comissura das habênulas. SUBTLAMO O subtálamo compreende a zona de transição entre o diencéfalo e o tegmento do mesencéfalo. É de difícil visualização nas peças de rotina uma vez que não está relacionado diretamente com as paredes do III ventrículo. É mais facilmente observado em cortes frontais do cérebro. Está localizado abaixo do tálamo, sendo limitado lateralmente pela cápsula interna e medialmente pelo hipotálamo. O elemento mais importante do subtálamo é o núcleo subtalâmico. Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2 3
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