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Profa Mariana Lana - Curso: Nutrição Disciplina: Bromatologia - UNIDADE VII UNIDADE 7: Carboidratos e Fibras Alimentares 7.1.Definição de Carboidrato e Fibras 7.2.Padrão de Identidade e Qualidade de Alimentos Glicídicos 7.2.1.Açucarados: Mel, Açúcar, Rapadura 7.2.2.Feculentos e Farináceos 7.3.Metodologias Analíticas 7.3.1.Açúcares Redutores e Não-Redutores 7.3.2.Fibras Totais, Solúveis e Insolúveis 7.3.3.Mel 7.3.4.Farinha de Trigo UNIDADE VII Carboidratos e fibras alimentares Bromatologia Profa Mariana Lana 7.1.DEFINIÇÃO DE CARBOIDRATO E FIBRAS o São os componentes mais abundantes nos alimentos e amplamente distribuídos pela natureza. o Pertencem a esse grupo substâncias diversas como: o Glicose, frutose e sacarose – confere sabor doce aos alimentos; o Amido – principal fonte de reserva de alguns tecidos vegetais; o Celulose – mais abundante na natureza e principal componente de tecidos vegetais Os carbohidratos são compostos polihidrolixados com grupamentos aldeídicos ou cetônicos em seus derivados simples, sendo considerado o principal constituinte da dieta GLÍCIDES – armazenados nas sementes, raiz, frutos, caule ou folhas. Os carboidratos são sintetizados → processo de fotossíntese dióxido de carbono e água Profa Mariana Lana - Curso: Nutrição Disciplina: Bromatologia - UNIDADE VII FUNÇÕES Funções Nutricional Adoçantes naturais Fontes de energia Matéria prima para produtos fermentados Responsáveis pela reação de escurecimento enzimático 5 TABELA DE CONTEÚDO DE CARBOIDRATOS NOS ALIMENTOS Alimento % açúcar Tipo Frutas 6% -12% sacarose Milho e batata 15% amido Trigo 60% amido Farinha de trigo 70% amido Condimentos 9% - 39% açúcares redutores Açúcar branco comercial 99,5% sacarose Açúcar de milho 87,5% glicose Mel 75% açúcares redutores MÉTODOS Amostragem Amostras sólidas: Devem ser moídas sem alterar a umidade e composição do alimento; Lipídeos e clorofila: Geralmente são removidos por extração com éter de petróleo (carboidratos são insolúveis neste solvente). Eliminação de interferentes • Para sua determinação deve ser obtida uma solução aquosa dos açúcares livres de substâncias interferentes para posterior identificação e quantificação. • Podem ser separadas por: 7 Descoloração Tratamento com resina trocadora de íons Clarificação PRINCIPAIS AGENTES CLARIFICANTES A função dos agentes clarificantes é de precipitar as substâncias que irão interferir na medida física ou química do açúcar. Solução básica de acetato de chumbo (determinação polarimétrica de soluções coloridas, porque descolore a solução) Ácido fosfotungístico e ácido triclocoacético (precipita proteínas, mas não descolore) Ferricianeto de potássio e sulfato de zinco (precipita proteína e descolore um pouco a amostra) Sulfato de cobre (específico para determinação de lactose em leite) 8 Profa Mariana Lana - Curso: Nutrição Disciplina: Bromatologia - UNIDADE VII REQUISITOS DOS AGENTES CLARIFICANTES • Devem remover substâncias interferentes completamente sem adsorver ou modificar os açúcares • O excesso do agente clarificante não deve afetar o procedimento • O precipitado deve ser pequeno • O procedimento de precipitação deve ser relativamente simples 9 MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO 10 Métodos Físicos Métodos Redutores Métodos Cromatográficos * OU, como vimos, por diferença Métodos ópticos: Para soluções de composição conhecida podem ser: 11 •Mede o índice de refração da solução de açúcar, determinando açúcar total como sólido solúveis •Muito utilizado no controle de qualidade de xaropes, geléias, etc. Refratometria • Mede a rotação óptica de uma solução pura de um açúcar Polarimetria • Mede a densidade de uma solução açucarada, que é uma função da concentração de açúcar, numa temperatura definida • Os resultados são exatos para soluções puras e aproximados para alimentos açucarados Densimetria Métodos Físicos Profa Mariana Lana - Curso: Nutrição Disciplina: Bromatologia - UNIDADE VII REAÇÕES DE CARBOIDRATOS Existem diversas reações químicas possíveis de ocorrer com carboitrados, como por exemplo: Reações de hidrólise: nas quais oligossacarídeos e polissacarídeos são hidrolizados, ácida ou enzimaticamente, a monossacarídeos; por hidrólise também é possível obter açúcar invertido (glicose + frutose) pela inversão química ou enzimática da sacarose. Reações de desidratação: eliminação de moléculas de água; Reações de escurecimento (caramelização e reação de maillard) que são reações de grande importância dos carboidratos em alimentos. Açúcar invertido (Reação de hidrólise) Açúcar invertido é um xarope produzido a partir da sacarose que apresenta uma mistura de açúcares em solução, principalmente glicose e frutose (e resíduos de sacarose). Para a produção do açúcar invertido, dois métodos de inversão (hidrólise) da sacarose podem ser usados: a hidrólise enzimática (catalisada pela enzima invertase) e a hidrólise ácida (catalisada por um ácido). O açúcar invertido é um ingrediente bastante utilizado pela indústria alimentícia. É usado principalmente na fabricação de balas, doces e sorvetes, pra evitar que o açúcar cristalize e dê ao produto final uma desagradável consistência arenosa. Principais características do açúcar invertido nos alimentos: Aumento do sabor doce (a frutose apresenta maior poder edulcorante); Diminuição da velocidade de cristalização, devido a maior solubilidade da frutose (é o mais solúvel dos açúcares) Ver mais a seguir Redução do Cu II para o Cu I Se resume em titular ou pesar a quantidade de Cu2O (óxido de cobre) precipitado de uma solução de cobre por um volume conhecido da solução de glicídios Também se pode medir o volume da solução de glicídios necessários para reduzir completamente, um volume da solução de cobre Os resultados são calculados mediante fatores e geralmente os glicídios redutores são expressos em glicose e dos não redutores em sacarose. 15 Métodos Redutores REVISÃO – AÇÚCARES REDUTORES E NÃO REDUTORES Açúcar redutor Na natureza os mono e dissacarídeos aparecem na forma estável que é a forma de anel, porém, são potencialmente ativos. Se rompermos a ligação hemiacetálica por efeito de um álcali, por exemplo, o anél se rompe e a molécula fica aberta e com um grupamento redutor. Partindo da glicose: Profa Mariana Lana - Curso: Nutrição Disciplina: Bromatologia - UNIDADE VII REVISÃO – AÇÚCARES REDUTORES E NÃO REDUTORES REVISÃO – AÇÚCARES REDUTORES E NÃO REDUTORES A sacarose é um exemplo de açúcar não redutor Munson-Walker Método gravimétrico baseado na redução de cobre pelos grupos redutores do açúcar Lane-Eynon Método titrimétrico também baseado na redução de cobre pelos grupos redutores do açúcar Somogyi-Nelson Método microtritimétrico (microtitulação) baseado também na redução de cobre. Método que determina pequenas quantidades de açúcares; 19 MÉTODOS REDUTORES (QUANTITAIVOS) Os açúcares são determinados individualmente porque ocorre a separação de todos os tipos de açúcares presentes na amostra. Os utilizados são: Cromatografia em papel Cromatografia em camada delgada Cromatografia em coluna Cromatografia gasosa Cromatografia líquida de alta eficiência 20 Métodos Cromatográficos Profa Mariana Lana - Curso: Nutrição Disciplina: Bromatologia - UNIDADE VII 7.2.PADRÃO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE ALIMENTOS GLICÍDICOS PIQ –Alguns carboidratos Açúcar comum: Produto obtido pela prensagem da cana de açúcar (Sacharumofficinarum) e submetido a processos tecnológicos adequados Quimicamente é um misto de grande teor de sacarose e mínimo de glicose e frutose PIQ: fixado pela Resolução RDC nº 271 / 2005 ANVISA PIQ –ALGUNS CARBOIDRATOS Mel Produto alimentício produzido pelas abelhas melíferas, a partir do néctar das flores que as abelhas recolhem, transformam, combinam com substâncias específicas próprias, armazenam e deixam madurar nos favos da colmeia O PIQ é estabelecido pelo RIISPOA (Art. 757) e pela Instrução Normativa 11/2000 do Ministério da Agricultura e Abastecimento Pode ser classificado de acordo com a sua tonalidade e de acordo com a sua qualidade Análises físico-químicas: Reação de Lund, Reação de Fiehe, Reação de Lugol, Umidade por refratometria, Fermentos diastásicose Acidez em ácido fórmico. Rapadura Produto sólido obtido pela concentração do caldo de cana-de-açúcar (SaccharumofficinarumL.), podendo ser adicionado de outro(s) ingrediente(s) desde que não descaracterize(m) o produto Melado é o produto obtido pela concentração do caldo de cana-de-açúcar (SaccharumofficinarumL.) ou a partir da rapadura derretida PIQ de ambos é estabelecido pela RDC nº 271 / 2005 ANVISA As análises físico-químicas As mesmas realizadas no mel, com exceção Fermentos diastásicos, Dextrinas e Reações características do mel O PIQ é estabelecido pela Instrução Normativa 8/2005 –“Regulamento técnico de identidade e qualidade da farinha de trigo” A farinha de trigo pode ser classificada por tipos de acordo com a qualidade de extração ou em industrial e doméstica - PIQ específico estabelecido por lei Análises físico-químicas Composição centesimal, glúten, presença de antioxidantes e umidade Feculentos e Farináceos São os produtos obtidos de partes comestíveis de uma ou mais espécies de cereais, leguminosas, frutos, sementes, tubérculos e rizomas por moagem e ou outros processos tecnológicos considerados seguros para produção de alimentos Profa Mariana Lana - Curso: Nutrição Disciplina: Bromatologia - UNIDADE VII FIBRAS DEFINIÇÃO: São materiais que não são digeríveis pelos organismos humano e animais e são insolúveis em ácidos e base diluídos em condições especiais. São responsáveis pela estrutura celular das plantas Entre esses materiais estão a celulose, a lignina e pentosanas. A fibra bruta não tem valor nutritivo, mas promove um bom funcionamento intestinal; PODEM SER ENCONTRADOS: Na parede celular das células de tecido vegetal; No cimento celular; Na secreção produzida por plantas como resposta a uma agressão; Na cobertura de sementes para evitar desidratação. FIBRAS DIETÉTICAS São materiais vegetais insolúveis que não são digeridos pelas enzimas do sistema digestivo humano. Esses nutrientes pertencem ao grupo dos carboidratos, fazendo parte da categoria dos polissacarídeos (carboidratos complexos). Profa Mariana Lana - Curso: Nutrição Disciplina: Bromatologia - UNIDADE VII CLASSIFICAÇÃO (SOLUBILIDADE) Solúveis: São responsáveis pelo aumento da viscosidade do conteúdo gastrointestinal, retardando o esvaziamento e a difusão de nutrientes; Incluem as gomas, mucilagens, a maioria das pectinas e algumas hemiceluloses. Principais fontes alimentares são as leguminosas e as frutas CLASSIFICAÇÃO (SOLUBILIDADE) Insolúveis: Diminuem o tempo de transito intestinal, aumentam o peso das fezes, tornam mais lenta a absorção da glicose e retardam a digestão do amido; Incluem a celulose, lignina, hemicelulose e algumas pectinas. Presentes nos grãos de cereais, no farelo de trigo, nas hortaliças e nas cascas de frutas. CLASSIFICAÇÃO (ESTRUTURA) Polissacarídeos estruturais na parede celular: predominam celuloses e polissacarídeos celulósicos como hemicelulose e algumas pectinas. Celulose: é um polímero de cadeia longa composto de um só monômero. Não é digerível pelo homem, apenas para ruminantes. CLASSIFICAÇÃO (ESTRUTURA) Compostos estruturais que não são polissacarídeos: predominantemente lignina. São polímeros complexos, associada à celulose na parede celular, tem função de rigidez, impermeabilidade, resistência a ataques microbianos e mecânicos aos tecidos vegetais. Profa Mariana Lana - Curso: Nutrição Disciplina: Bromatologia - UNIDADE VII CLASSIFICAÇÃO (ESTRUTURA) Polissacarídeos não estruturais: gomas e mucilagens (excretadas pelas células vegetais) e polissacarídeos do gênero carragena e agar (provenientes de algas). Gomas: São uma cadeia de polissacarídeos com um número variável de monossacarídeos. São consideradas como uma parte não estrutural das plantas e têm uma alta capacidade de formação de gel. APLICAÇÕES Avaliação nutritiva de rações: muita fibra – baixo valor nutricional. Eficiência na moagem e refinação da farinha. Verificação da maturação de frutas e vegetais: Muito maduro – maior teor de fibra. Adulterações do tipo de casca em nozes moídas, sementes em frutas processadas e serragem em alimentos. EXEMPLO DE TEORES DE FIBRAS EM ALGUNS ALIMENTOS Alimento % de fibra Frutas e derivados 0,1 – 6,8 Vegetais 0,4 – 1,0 Castanha 1,0 – 3,0 Leguminosas 2,0 – 4,0 Cereais 0,0 – 2,2 FONTES DE FIBRAS www.google.com Profa Mariana Lana - Curso: Nutrição Disciplina: Bromatologia - UNIDADE VII São definidas de acordo com o método de determinação: FB – Fibra bruta FDA – Fibra insolúvel em detergente ácido FDN – Fibra insolúvel em detergente neutro Método original definido em 1864; Já foram feitas cerca de 100 modificações em relação a agentes oxidantes, solvente e concentrações de ácido e base. 7.3.METODOLOGIAS ANALÍTICAS 1958 Método oficial da AOAC: aperfeiçoamento de filtros especiais. 1967 Novo conceito de fibra bruta que é a fibra dietética. METODOLOGIA MÉTODOS QUANTITATIVOS DE IDENTIFICAÇÃO – FIBRA DETERGENTE FIBRA DETERGENTE • Introduzidas modificações na década de 1960; • Reduz perda de fibra comparado ao método para fibra bruta; • Mas ainda não elimina algumas perdas, particularmente a de hemicelulose. Digestor de fibra bruta em detergente ácido -FDA MÉTODOS QUANTITATIVOS DE IDENTIFICAÇÃO – FIBRA DETERGENTE ÁCIDO Amostra seca e moída Refluxo H2SO4 CTAB (Brometo de cetilmetilamônio) Filtragem Lavagem com água e acetona Resíduo final seco e pesado = celulose, lignina e parte da pectina) Separar todos os componentes solúveis Profa Mariana Lana - Curso: Nutrição Disciplina: Bromatologia - UNIDADE VII MÉTODOS QUANTITATIVOS DE IDENTIFICAÇÃO – FIBRA DETERGENTE NEUTRO Amostra seca e moída Refluxo tampão SLS, EDTA, 1-etoxietanol Filtragem Lavagem com água e acetona Resíduo final seco e pesado = celulose, lignina, hemicelulose (insolúvel em detergente neutro), minerais, proteínas emparte Separar todos os componentes solúveis Incinerar, pesar Por diferença: celulose, lignina, hemicelulose (insolúvel em detergente), minerais, amido e proteínas em parte MÉTODOS QUANTITATIVOS DE IDENTIFICAÇÃO (FIBRA) ENZIMÁTICOS - GRAVIMÉTRICOS Baseados na definição fisiológica de fibra alimentar Medida de fibra simulando digestão do alimento com a utilização de enzimas MÉTODOS DE ANÁLISE Método de escolha da AOAC (Association of Official Analytical Chemists) ENZIMÁTICO-GRAVIMÉTRICOS Melhora significativa na estimação de fibra! MÉTODOS QUANTITATIVOS DE IDENTIFICAÇÃO (ENZIMÁTICO-GRAVIMÉTRICO) Hidrolisar CHO e Proteínas 1. alfa-amilases 35min 100º C - Proteases 30 min 60º C - Amiloglicosidases 30 min 60º C Determinar Proteínas e Cinzas para descontar Preparo da Amostra secar, triturar, desengordurar) Preparar cadinhos (3 dias) Filtração para reter Fibra Insolúvel Precipitação da Fibra solúvel Filtração para reter a Fibra Solúvel Secar e pesar p/determinar o Resíduo
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